Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

domingo, 24 de outubro de 2010

Sacrifício - Capitulo 5 - Verdades



Capítulo 5- Verdades

Abrindo seus olhos, Hermione se afastou de Draco e olhou ao redor. Eles estavam em algum lugar que parecia familiar, seria o Caldeirão Furado? Era ali onde eles iriam ficar?

_Nós vamos ficar aqui?

_Sim, você tem idéia melhor? É conveniente por causa de todas as lojas do Beco Diagonal, Gringotes, e tal. Além do mais, parece ser o tipo de local que você gosta. – Draco zombou, olhando ao redor.

Mesmo não estando inteiramente feliz com o lugar, era barato e o dava fácil acesso à Gringotes. Além disso, a escola começaria em duas semanas, e ele e sua esposa precisavam ficar em algum lugar.

Ele agarrou o braço dela e a arrastou até onde Tom os esperava.

_Nós gostaríamos da melhor suíte da casa. – Draco disse arrogante, como se até a melhor suíte fosse inferior a ele.

_Sim, Sr. Malfoy. Pra você e sua dama? – Tom perguntou avidamente, procurando por qualquer fofoca que conseguisse achar.

_Sim, pra mim e minha esposa.- ele se irritou com o modo em que o homem se referiu a ela.

_Sua esposa?





_Sim, minha esposa. Agora, o quarto? – Só porque ele gostava de hostilizá-la não queria dizer que outros também pudessem fazer o mesmo.

_Oh sim, sim é claro. – Tom os conduziu até os degraus, Draco e Hermione o seguindo.

Abrindo uma porta no final do corredor, Tom se afastou para que eles entrassem. O lugar era espaçoso, com uma grande sala conectada ao quarto. Dando uma olhada, Hermione sentiu o coração apertar, o quarto só tinha uma cama, uma cama extremamente grande, mas ainda única. Mordendo o lábio, ela olhou incerta pra Draco. Pelo o humor dele ultimamente, ela meio que esperava que ele enfeitiçasse Tom.

_Este servirá. Isso é tudo. – Draco disse arrogante, olhando ao redor.

Tom se curvou e saiu. Quando a porta fechou a expressão de Draco mudou. Ao invés de parecer um canalha arrogante ele simplesmente parecia cansado e... derrotado? Draco Malfoy derrotado? Essa era uma visão que Hermione pensou que nunca iria ver.

_Eu vou tomar banho. Fique no quarto, mande uma coruja para os Weasleys pra que eles saibam pra onde mandar suas coisas, faça o que quiser, eu realmente não me importo. – Draco andou até o banheiro e bateu a porta.

 Hermione fitando onde ele havia estado. Ele realmente estava agindo diferente, ela pensou. O normal seria ele gritar com ela ou reclamar do quarto. E agora lá estava ele, não comprando briga, mas amuado no banheiro! E hoje mais cedo, quando ele quase bateu nela, ele parecia tão chocado quanto ela se sentia. Quase como se ele já tivesse visto isso acontecer antes. E o seu humor! Eles mudavam mais que o dela próprio. Essa coisa de casamento era mais difícil do que ela imaginava.

Suspirando, Hermione foi até o salão principal. No bar ela pediu por uma coruja. Recebendo uma, ela escreveu um pequeno bilhete pra os Weasleys dizendo onde ela estava e pedindo suas coisas. Enviando-a, ela se virou para voltar quando Tom a chamou.

_Sra. Malfoy! Madame, uma carta acabou de chegar pra você. Bem, uma pra você e outra pro Sr. Malfoy. – Ele segurava duas cartas, uma claramente mais grossa que a outra.

_Obrigada, Tom. – Hermione pegou as cartas e voltou para o quarto. Entrando, ela jogou a carta de Draco pro lado e ansiosamente abriu a dela. Era de Hogwarts.

Sra. Malfoy,

Fico feliz em lhe informar que você foi escolhida para ser Monitora Chefe durante este ano escolar. Seu distintivo está incluído...

A carta continuava com a lista de livros necessários e itens restritos, mas tudo isso foi esquecido por ela. Era Monitora Chefe. O cargo pelo qual ela trabalhava desde o primeiro ano, era dela! Sem pensar, ela correu até o banheiro e bateu na porta.

_Draco! Draco! Nossas cartas de Hogwarts chegaram! Eu sou Monitora Chefe!- ela estava tão feliz que por um momento se esqueceu de quem ele era.

A porta abriu abruptamente e Draco saiu, uma toalha presa em seu quadril. Ele tinha obviamente saído do banho e vindo correndo.

_Qual o problema? – Ele perguntou, olhando ao redor, com a varinha a postos. Quando nenhum perigo pareceu evidente ele abaixou sua varinha e olhou carrancudo. – O que é tão importante pra você me tirar do banho, Granger?

_Nossas cartas de Hogwarts chegaram e eu sou Monitora Chefe. Veja! – ela mostrou seu distintivo.

 Sem sequer olhar, a carranca de Draco pareceu crescer ainda mais.

_Porra, Granger. Por que eu iria me importar se você é Monitora Chefe? Não é como se eu me beneficiasse com isso. – Draco revirou os olhos e voltou pro banheiro. Hermione apenas mostrou a língua pra ele.

_Não seja invejoso, Draco. Eu vou mandar uma coruja pra McGonagall e ver o que nós podemos fazer sobre onde vamos viver. – A porta abriu com essa declaração e Draco espiou pra fora.

_O que você quer dizer... nosso quarto? Você realmente não espera que vivamos juntos?

_Não seja tão idiota. Você realmente acha que alguém vai acreditar neste casamento se nós não vivermos juntos? É um absurdo. Eu tenho certeza que a Professora McGonagall fará algo sobre isso. Não é como se eu quisesse viver com você.

_Que merda! Eu vou ter que passar o ano inteiro com você, não vou? Que droga! – ele disse, olhando para ela, antes de seus olhos se estreitarem de maneira calculadora. – Claro viver juntos vai fazer uma parte de nosso contrato ficar mais fácil. Sim, porque até eu teria problemas em te engravidar se nós não dormíssemos juntos.

_Você tem que constantemente me lembrar isso? – Hermione silvou pra ele. – É como se você estivesse, o quê, me ameaçando com isto? Tentando me assustar com a perspectiva de ter que dormir com você? Acredite em mim, há coisas mais assustadoras na vida do que transar com você, por incrível que pareça.

_E você acha que é mais fácil pra mim? Eu vou ter que fazer sexo com você. Isso é o suficiente para amedrontar qualquer um.

_Ah, cai fora. Vá tomar seu banho ou fazer o que você estava fazendo aí dentro. Vou mandar uma coruja para a Professora McGonagall falando da nossa situação.

Hermione desceu as escadas e mandou a coruja para a diretora, explicando sua situação e pedindo ajuda. Quando ela voltou para o quarto, Draco ainda estava no banheiro. Irritada, ela considerou bater na porta e gritar ‘fogo’. Tudo pra fazê-lo sair. Ele estava demorando muito. De fato, dava pra ver que ele era ainda pior do que Lilá e Parvati em apenas um dia! Finalmente ela foi até a porta e bateu nela.

_Draco Malfoy, pare de monopolizar o banheiro. Eu quero tomar banho, então saia!

_Quer para de lamentar? Estou quase pronto. Só estou ajeitando meu cabelo, coisa que uma sangue-ruim como você não entenderia. Até porque seu cabelo poderia sufocar uma criancinha. Corrigindo, poderia sufocar uma criança grande, de tão cheio. – Draco zombou, saindo do banheiro.

_Ah, vai à merda. Você está nadando no gel, para esse seu cabelo seboso ficar no lugar. – Hermione respondeu. – Você está aí há o quê? Uma hora? Penteando seu cabelo? Você é como uma garota.

_Se quiser te mostro a ‘’minha feminilidade’’, podemos comparar, a minha e a sua, se é que você entenderá a diferença de um garoto pra uma garota.

_Vá se ferrar!

_Talvez, quer entrar e me deixar fazer isso com você? – ele respondeu e continuou. - Vá se arrumar, Hermione, porque estamos indo jantar. Eu tenho certeza que Tom já espalhou sobre o nosso casamento, se dermos sorte, talvez saia na primeira página do Profeta Diário.

_Tudo que eu queria, mais fofocas sobre mim. Esse casamento é um sonho virando realidade. – Hermione disse sarcasticamente, indo pro banheiro e batendo a porta.

Draco simplesmente riu sarcasticamente e terminou de pentear o cabelo. Ele colocou roupas limpas e se sentou para esperar. Dentro de quinze minutos Hermione saiu, cabelo pingando nas costas, embrulhada em uma toalha. Teve que fazer esforço para não suspirar, a olhou de soslaio enquanto ela andava pelo quarto, a toalha curta revelando os contornos de seu corpo.

 Indo até a sua mala, ela pegou suas roupas e voltou pro banheiro. Quando saiu novamente Draco zombou dela.

_Sério, Granger, você não espera que eu saia em público com você desse jeito, espera? É ridículo. Volte e ajeite seu cabelo, coloque uma maquiagem, improvise algo.

_Ah, não enche Malfoy! Eu estou bem, seu imbecil.

_Você se olhou no espelho? Bem não te descreve exatamente. De fato, eu acredito que você está ainda pior do que normalmente, e isso é dizer muito. Seja feminina ao menos uma vez, correr atras do Potter e do Weasley deve não ter de deixado tempo para aprender a ser feminina. – Hermione olhou pra ele, agarrou sua mala, e voltou pro banheiro.

Vinte minutos depois ela voltou, cabelo menos cheio que o normal e com um pouco de maquiagem.

_Você está feliz agora?

_Bem, isso certamente é um improviso. Vamos, então. Estou morrendo de fome. Oh, e Hermione, amanhã nós iremos comprar novas roupas pra você. Eu não posso ser visto com você quando você veste esses trapos horrorosos. Eu iria destruir o nome da família Malfoy, nossa reputação.

_E desde quando eu estou tão interessada na reputação da família Malfoy? Por que eu deveria me importar?

_Porque querendo ou não, você é agora uma Malfoy e infelizmente suas ações irão refletir em nós.

Hermione sorriu diabolicamente. Ela podia pensar em um monte de coisas que refletiriam “miséria” na reputação Malfoy. Interpretando o olhar dela corretamente, Draco acelerou pra acrescentar.

_Você não fará nada pra fazer minha família parecer mal, Granger, ou eu irei te trancar nos calabouços da Mansão Malfoy até nos divorciarmos.

Hermione olhou pra ele.

_Você pode ser tão sem esportiva às vezes, Draco. Agora, eu estou com fome, então vamos.

Assim que eles entraram no corredor, Draco agarrou a mão de Hermione. Empurrando-o pra longe, ela olhou pra ele. Ele olhou de volta, agarrou a mão dela novamente e segurou tão firmemente que ela poderia ter jurado que o sangue ficara preso ali.

_Não esqueça, esposa, da parte do acordo sobre nós agirmos como se amássemos um ao outro. Exibições públicas de afeto, por mais torturantes que elas podem ser, são parte do contrato. Assim, não se afaste novamente quando eu te tocar, ou beijar, ou fazer qualquer coisa que eu precise fazer a você.

Hermione olhou para ele e não protestou quando ele a puxou mais pra perto. Quando eles chegaram ao salão principal da hospedagem, ela sorriu e perguntou.

_Então, onde vamos comer, querido?

_Hum, meu bem, tem um ótimo café fora do Beco Diagonal que eu pensei que nós poderíamos ir. Muito privado e romântico, perfeito pra nós, já que estamos em nossa lua de mel.

_Parece perfeito. – ela respondeu, sentindo como se seu rosto fosse cair por sorrir tanto.

E assim foi a noite deles, Draco e Hermione sorrindo, rindo, dando um show para as pessoas assistirem. Para todos que os olhavam, eles eram a imagem perfeita de um casal apaixonado. O casal, porém, era miserável. Fingir estar apaixonado, droga, até fingir gostar dela era exaustivo, Draco pensou. Todo esse negócio de ficar se tocando é nojento. Eu nunca pensei que precisaria acariciar uma sangue-ruim. Essa é a coisa mais humilhante que eu já fiz. O que meu pai diria se visse isso? Ele provavelmente jogaria pedras.

Hermione deu a Draco um sorriso doce e perguntou.

_Então, imbecil, quando nós poderemos parar com essa farsa e voltar pro quarto? Se você me tocar mais uma vez acho que eu teria que gritar.

_Bem, cara de castor, eu estou pronto pra ir a vinte minutos. Você estava comendo tão devagar que eu pensei que teria que ficar a noite toda aqui. Você realmente precisa mastigar cada pedaço trinta vezes? – Draco respondeu com uma voz apaixonada.

_Vamos então, cara de fuinha. Eu mal posso esperar pra me libertar de você.

_Eu digo o mesmo. E não vacile quando eu te tocar. É muito irritante e insultante. Você deveria estar emocionada por ter um Malfoy prestando atenção em você.

_Eu preferiria um abraço da lula gigante do que um vindo de um Malfoy.

_Isso pode ser arrumado facilmente se você continuar persistindo em ser tão vadia.

_Engraçado, Draco, muito engraçado. Agora vamos.

Quando eles voltaram pro quarto, Hermione agarrou seus pijamas e foi pro banheiro, ligou o chuveiro e começou a chorar.

Ela nunca havia sido uma grande chorona, mas os eventos desta semana estavam pegando ela. Casar com Draco, ser acusada de traição por Harry e Rony, passar tanto tempo ouvindo gritos e insultos de Malfoy, era muita coisa pra ela.

Ser acusada de traição pelas pessoas que ela mais amava no mundo, bem, ela não tinha pensado que machucaria tanto. E isso era o pior de tudo. Harry e Rony não seriam capazes de compreender por que ela se casou com Draco mesmo se soubessem da verdade. Eles não entenderiam por que ela estava disposta a sacrificar sua vida, sua felicidade, por eles. E uma parte dela não queria que eles a entendessem. Era doloroso o bastante reconhecer isso, e deixar que os outros descobrissem as circunstâncias humilhantes que ela tinha se colocado seria insuportável.

E assim ela se sentou no chuveiro, lamentando as injustiças que o mundo fez com ela. Teria passado a noite toda lá, mas Draco tinha outros planos.

_Porra, Hermione, quer sair daí? – ele gritou, batendo na porta. – Eu quero ir para cama e eu não posso ir até escovar meus dentes. E você reclama que eu demoro no banho? Você esteve aí durante a metade da noite.

Suspirando, Hermione se levantou e saiu do chuveiro. Secando-se depressa, ela vestiu o pijama e escovou os dentes antes de sair.

_Finalmente. Realmente Granger, você não deveria tomar banhos tão longos. Você parece um rato afogado – Draco zombou.

_Me deixe, Malfoy. Eu estava tentando esterilizar todos os lugares em que você me tocou. Eu estava com medo de ter pego uma doença ou coisa assim de você.

Draco a olhou zangado e foi pro banheiro, batendo a porta. Hermione sorriu maliciosa. O imbecil não conseguiu pensar em uma resposta inteligente pra essa, ela pensou com satisfação. Ela apagou a luz e se jogou na cama, se enrolando em seu lado, pronta pra dormir.

Draco saiu do banheiro e viu a cena em apenas uma olhada. Sua esposa estava na cama de novo, parecia ao mundo que dormia. Ela não estava, é claro, ela estava fingindo, pra que ele não a fizesse sair da cama e dormir no chão. Bem, ele pensou com um sorriso malicioso, ela vai se surpreender.

Colocando silenciosamente o pé na cama, ele berrou:

_Que diabos você está pensando, dormindo na minha cama? Você, minha esposa, vai dormir no chão essa noite. – Hermione se levantou com um pulo, olhando ao redor. Draco sorriu de novo.          Então ela estava mesmo dormindo. Isso faz tudo ficar melhor.

Hermione bocejou e olhou pra ele.

_Você pode dormir no sofá, querido, porque eu não vou sair dessa cama. – quando ele olhou pra cama, obviamente pretendendo tirá-la dali à força, ela tirou a sua varinha debaixo do travesseiro e apontou pra ele. – Nem pense nisso. Essa é a minha cama e eu não vou sair. Lembra do que eu disse noite passada? Ainda pode ser verdade.

Draco olhou pra ela.

_Certo, esposa, você pode dividi-la então. Eu estou pagando por este quarto e eu me recuso a dormir numa bosta de um colchão.

_Draco Malfoy, não suba nessa cama!

_Hermione Malfoy, não tente mandar em mim. É você quem anda insistindo que nós vivamos juntos em Hogwarts, então você pode aprender a dividir uma bosta de cama comigo agora. Você sabe que dividiremos uma mais tarde.

Hermione olhou pra ele e colocou a varinha de volta pra debaixo do travesseiro, deitando-se novamente. Ela enrijeceu visivelmente quando Draco puxou as cobertas e se deitou próximo a ela, o que fez Draco suspirar com irritação.

_Droga, Granger, eu não vou estuprar você. Eu não vou nem te tocar. Eu não quero pegar nenhuma doença de sangue-ruim, então você pode relaxar. Eu estou cansado e quero dormir.

Hermione não disse nada e tentou relaxar. Rolando em seu lado, tentava dormir. Parecia que Draco já dormia, sua respiração estava tão lenta e profunda. Decidindo fingir que estava sozinha, Hermione logo caiu no sono.



****

_Eu não acredito que ela realmente fez isto. – Gina disse com raiva, jogando as coisas de Hermione no malão.

Ela, Harry e Rony estavam no seu quarto, empacotando as coisas dela pra enviá-la no Caldeirão Furado.

_Eu sei. E com ele! Quase todo o mundo seria preferível do que Malfoy – Harry desabafou, vendo Gina empacotar. Rony não disse nada, mas eles podiam dizer que ele estava com raiva. Afinal de contas, suas orelhas estavam vermelho escuro.

_Eu realmente não posso acreditar que ela teve cara de voltar pra cá e tentar fazer com que nós o aceitemos. É impossível. Ela se casou com Malfoy, o estúpido, o imbecil cujo pai quase me matou! Por que ele? – Gina ponderou.

_Eu não tenho idéia. E ela ainda age como se não tivesse feito nada errado, como se casar com ele fosse certo. Eu não posso acreditar que ela nos traiu assim. Ela se casou com a única pessoa que eu não posso perdoar, e eu não vou perdoá-la por isso. Qualquer outro, Crabbe, Goyle, até Zabini, qualquer um é melhor que ele. Afinal de contas, as coisas que ele fez a nós... – Harry continuou, como se a lista fosse muito longa para mencionar. Ele estava profundamente machucado.

Hermione casada com Malfoy, era como se alguém perfurasse o pulmão dele, dilacerasse um rim, chutasse o estômago, de tanto que feria. Ela, a melhor amiga dele, uma das duas pessoas ele mais confiava no mundo, tinha o traído. Ele pensou que a conhecia, podia acreditar nela, confiar nela, e ela tinha provado que ele estava errado.

_Eu sinto como se alguém tivesse me chutado nas bolas. – Rony disse de repente.

Ele estava muito pálido. Vê-los juntos, era como se seu pior pesadelo se tornasse verdade. Só que não era um pesadelo. Ela realmente estava casada com aquele canalha. Seu pai tinha ido até o ministério ver a licença pessoalmente. Ela estava mesmo casada. Ela tinha ido pra sempre. Ele a amava, como amiga, como algo mais até... e agora ele nunca poderia contá-la isso.

Gina deu um olhar simpático para Rony. Ele tinha uma queda por Hermione desde o primeiro ano, segundo ano no máximo. E ele tinha estado tão perto de lhe contar sobre isto, também. Agora ela se foi e ele foi deixado com um coração partido. Como ela, admitiu, ela também estava em choque por Hermione ter se casado com Draco. Afinal de contas, ele era o canalha que tinha tentado fazer a vida dela miserável desde primeiro ano. Tendo a menina que era uma combinação de irmã e melhor amiga envolvida em um casamento com um salafrário era mais doloroso do que ela poderia ter imaginado.

Ainda assim, deve ser pior para o Harry e Rony, ela era a melhor amiga deles. Suspirando, ela voltou para a sua tarefa de empacotar as coisas de Hermione pra enviá-las. Não iriam mantê-las aqui: as coisas dela eram lembranças dolorosas da amiga que eles haviam perdido.



 *****



Hermione acordou devagar. Revirando-se com um bocejo, ela bateu em alguma coisa. Olhando para o que havia batido, descobriu Draco. Ele havia, de alguma forma, se movido durante a noite até ficar praticamente em cima dela. Olhando pra o seu silencioso corpo, ela o empurrou pra longe. Ele acordou assustado e se sentou, olhando ao redor.

Draco a olhou carrancudo.

_O que diabos foi isso, Sangue-Ruim? Eu estava dormindo!

_No meu lado da cama! Se você não notou, você se moveu durante a noite e estava praticamente abraçado comigo, seu pervertido.

Draco visivelmente estremeceu.

_Abraçado com você? Em seus sonhos, Granger. E eu não me movi até você, você se moveu até mim!

_Sério? Então por que você tem tanto espaço de cama atrás de você e eu só tenho isso? Fique no seu lado da cama, marido, ou eu irei te azarar direitinho. Você prefere tentáculos brotando em você hoje, ou algumas agradáveis fervuras?

_Alguém é certamente estressada pela manhã. Diga-me, esposa, este é aquele tempo do mês ou você é sempre tão encantadora assim? E não se sinta muito triste, eu sei que minha aparência pode te subjugar um pouco, mas não há nenhuma necessidade pra se convencer que eu queria abraçar você.

_Oh, se enxerga, Malfoy. Eu vou checar se McGonagall já me mandou uma coruja respondendo. – Ela levantou, pegou algumas roupas e foi pro banheiro. Quinze minutos depois ela saiu, rosto lavado, dentes escovados, pronta pra encarar o novo dia. Quando ela estava pronta pra sair, ela se virou. – Ah, e Draco? – Ele se revirou na cama. – Você realmente não deveria se sentir tão arrogante quanto a sua aparência pela manhã, especialmente estando como você está agora. – Draco olhou pra ela, mas antes que pudesse responder ela se fora.

Alguns minutos depois Hermione retornou, apertando uma carta em uma mão e com a varinha na outra, levitando o seu malão. Draco emergiu do banheiro, cabelos penteados, sem as pregas vermelhas em seu rosto.

_Então, o que a morcega velha disse? – perguntou malicioso, irritado com a sua esposa. Ela entregou a carta a ele.

‘’Cara Sra. Malfoy,

Depois de cuidadosa consideração, eu decidi que você e seu marido serão permitidos viver juntos no dormitório dos Monitores Chefes. Você irá, claro, dividir o quarto com o Monitor Chefe, mas terá um quarto particular. Eu acredito que você e o Sr. Malfoy irão ser discretos com sua relação na frente dos outros estudantes. Não obstante, ao final da Seleção e da ceia, eu gostaria de me encontrar com vocês dois. Tenham um bom verão.

Sinceramente,

Minerva McGonagall

Diretora’’

_Por que você acha que ela quer nos encontrar? – Draco perguntou, erguendo seus olhos.

_Provavelmente vai dizer para nós darmos um bom exemplo para os outros estudantes. – Hermione respondeu. – Eu me pergunto quem é o Monitor Chefe.

_Provavelmente seu precioso Potter. – Draco disse com desgosto. – Afinal de contas, ele era o favorito daquele velho maluco e eu tenho certeza que McGonagall não irá contra os desejos dele, mesmo que ele esteja... – Ele parou abruptamente, a varinha de Hermione pressionando sua garganta.

_Nunca... – ela disse suave, olhos brilhando perigosamente – ...desacredite Alvo Dumbledore na minha presença ou você VERÁ o que acontece quando eu perco meu controle. – Draco abriu a boca pra responder, mas ela o cortou. – Não pense nem por um segundo que eu me esqueci que é por sua culpa que ele está morto, então não diga uma palavra, Draco, nem uma maldita palavra.

Ela saiu batendo a porta, Draco fitando o lugar que ela havia estado. Ele nunca a tinha visto com tanta raiva e tudo por causa daquele homem que... Draco se recusou a pensar no que tinha acontecido aquela noite. Era muito doloroso.



****



Hermione passou o resto do dia sozinha, enquanto vagava pelo Beco Diagonal, em uma tentativa de esquecer das palavras dela e de Draco. ‘Aquele imbecil pretensioso! Agindo como se fosse melhor que qualquer um, depois insultando a memória do homem que teve o poder para ajudá-lo, que tinha tentado o ajudar. Aqui eu estou, casada com o menino que causou a morte do maior feiticeiro de todos os tempos, que quase matou Rony, que eu menosprezei com todo o meu ser, e o que eu posso fazer por isto? Abso-merda-lutamente nada!’ ela pensava.

Em vez de ficar sentindo pena dela mesma, Hermione decidiu fazer algo útil, algo produtivo, algo para ocupá-la e ajudá-la a esquecer daquele marido imbecil com quem ela tinha se casado. Assim ela foi e comprou seus materiais escolares. Voltando ao quarto, ela ficou agradecida por ver que Draco tinha saído.  

Sentando no sofá, ela começou a ler seu livro de História da Magia, ansiosa para absorver tanto conhecimento quanto pudesse.

Algumas horas depois Draco entrou no quarto e olhou ao redor. Sua esposa estava no sofá, lendo algo que se parecia bastante com um livro escolar. Revirando os olhos, ele imaginou se ela já tinha superado seu acesso de raiva da manhã.

_Oh, esposa, eu vejo que você já voltou ao seu jeito de rato de biblioteca de ser. Você poderia ser menos previsível?

_Vaza, Malfoy, estou ocupada.

_Bem, esposa, na verdade eu não posso. Você vê, é hora do jantar e nós estamos de saída. Vista-se.

_Eu estou vestida, seu idiota. E eu não vou sair com você. Estou bastante ocupada agora.

_Eu quis dizer em roupas que não te deixem feia. Você tem alguma?

_Cai fora, Malfoy! Estou tentando me concentrar.

_Eu realmente não me importo. – Draco zombou. – Agora levante-se e vamos. Estou com fome.

Hermione fechou o livro com força e se levantou.

_Malfoy, eu realmente não estou com humor para conversar com você agora. Então ou você cala a boca ou sai daqui.

_Por que toda esta hostilidade, Sra. Malfoy? Alguma coisa está te incomodando? – Draco perguntou inocentemente, tentando irritá-la.

_Na verdade, sim. Você vê, Sr. Malfoy, acabou de me ocorrer que nós estamos casados há dois dias e você ainda não fez a sua parte do contrato. Você ganhou o que queria, agora você me dá o que eu quero.

_O que você quer dizer? O que é que você quer?

_Pare de se fazer de bobo, Draco. Fale sobre o plano.

_Que plano?

Os olhos de Hermione brilharam perigosamente e antes que Draco percebesse, ela o tinha colocado contra a parede, a varinha apontando seu pescoço.

_Escute, seu pequeno infeliz sujo, se você não quer um buraco na sua garganta, fale do plano de matar Harry e os Weasleys. Eu estou ficando cansada de toda essa droga. Agora me conte.

_Certo, certo. Tudo que você tinha que fazer era pedir. – Draco respondeu suavemente, somente os seus olhos revelando um pouco de pânico que havia sentido quando ela ameaçou enfeitiçá-lo.

Hermione deu um passo atrás e se sentou novamente no sofá. Draco, deixando soltar um suspiro de alívio, sentou em frente a ela, parecendo para todo o mundo estar completamente à vontade. Depois de lançar um feitiço silenciador no quarto, ele voltou-se pra ela.

_Ok, Hermione, vamos cumprir o acordo. O plano é simples, sério. Deve haver um grande ataque de Comensais da Morte no Natal. Potter vai estar na Toca com os Weasley, correto?

Hermione concordou bobamente.

_O Lorde das Trevas tem trabalhado em uma maneira pra baixar todas as proteções ao redor da casa. Com Dumbledore fora disso, ele não terá problema. Então, depois de todas as proteções terem sumido, os Comensais da Morte entrarão e tirarão qualquer tipo de guarda que Potter venha a ter. Eu presumo que sejam os Weasleys, correto?

_Sim. – Hermione sussurrou.

_Então enquanto todos estão lutando, o Lorde das Trevas aparata lá e mata Potter. E é isso, sério.

_É isso? É esse o plano brilhante de Vol... Voldemort? Como ele iria acabar com todas as proteções? E por que você sabe de tudo isso?

_Eu iria descobrir as proteções, você vê. Depois de toda aquela merda com Dumbledore, o Lorde das Trevas decidiu me dar uma segunda chance de me redimir antes que ele me mate. Eu teria que me aproximar do Potter, de todo o Trio Dourado. Eu deveria tirar informações de você, te espiar, fazer o que eu conseguisse para baixar a guarda. Ele até teve a brilhante idéia que eu saísse com a Weasleyzinha, fazendo com que ela me convidasse para o Natal da Toca.

_E o que você deveria fazer quando chegasse lá?

_Na manhã de Natal eu deveria acabar com qualquer proteção de vocês, e deixar que os Comensais da Morte entrassem.

_E aí?

Ele a olhou por um momento, então desviou seu olhar. Ela parecia... com medo. Dele? Da idéia que seus amigos poderiam morrer? Ele não sabia. Só de ouvir o plano ele ficou bastante amedrontando, pra ser honesto. Quando ele tinha escutado ele pela primeira vez ele se apavorou, ao perceber em qual parte ele devia agir, o que devia fazer.

_Draco, quem é que você deveria matar desta vez? – a voz de Hermione penetrou em seus pensamentos.

Ele olhou nos olhos dela.

_Bem, Granger, essa é a coisa. Depois de baixar as guardas, enquanto todos lutavam, meu trabalho era sair da batalha e deixar Potter mais vulnerável o possível.

_E como você faria isso? – ela perguntou, o olhar nos olhos dele a fazendo se sentir com frio por dentro. Eles eram tão... vazios, sem emoção.

_Eu iria matar você.



***Fim do Capítulo***

Um comentário:

  1. Irritante.... palavra que descreve essa carinha de Doninha...
    Oks, adorei o capitulo e os acessos de raiva da Mione, são demais!!
    Ain ele ia ter que matar a Mi, ain...
    ao proximo!
    bjos

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