Capitulo 23 – Julgamento e Prisão
Estavam arrumando para sair, quando Draco notou Hermione apreensiva demais.
_O que foi? Calma, você precisa se acalmar. Hermione o que está havendo?
Ele perguntou se sentando ao lado dela.
_É que tem algo que precisa saber.- ela disse num fio de voz.
_Que foi?
_Há algo que você deve saber. – fala Hermione com a voz trêmula.
_O que é?- ele perguntou carinhoso.
_Na noite que entramos no ministério, na noite em que Dolohov me machucou... seu pai... ele...- ela se calou trêmula.
_Sempre soube que houve alguma coisa. O que meu pai fez?
_Ele... antes de ser atingida quase fatalmente. Antes de desmaiar, eu... seu pai ele...
_Conta logo! – fala Draco preocupado vendo o olhar de medo dela.
_Ele conseguiu me encurralar num canto, eu tinha perdido a varinha e estava ferida. – fala Hermione com lágrimas nos olhos. – Eu... nunca contei... pra ninguém.
- Hermione. – fala Draco com a voz baixa e carinhosa. – Se não quiser....
- Você precisa saber... – fala Hermione chorando em silêncio. – Lúcius... ele me dominou... mas ele não estava interessado em nenhum feitiço... pra me ferir, entende? Ele me arrastou por um dos corredores, e... – ela engasgou, Draco a olhou temeroso- ele tentou me estuprar.
_Como é que é?- ele se levantou num impulso – Que diabos está falando Hermione?
_Ele tentou me violentar Draco. – fala Hermione baixando a cabeça e chorando alto agora. – Ele dizia que eu era só uma Sangue Ruim... e que era só pra prazer que eu servia... ele me acertou no rosto com um soco... fiquei quase inconsciente... Não consegui me defender... eu sentia tanta dor... o feitiço de Dolohov me machucou por dentro... E Lucio ria... dizia que eu não reagia... por que era isso que eu queria que ele fizesse... Só não conseguiu por que Dolov chegou... e... eles brigaram. – ela contou chorando. – Daí... Lucius falou... que depois que fizesse o que tinha que fazer... ele voltaria pra terminar o “meu serviço”.
_Merlin! – ele caminhou de um lado para o outro.
_Foi horrível – fala Hermione chorando alto agora. – Daí... a ordem chegou... e teve toda aquela confusão... eles me levaram para o hospital... eu nunca... contei a ninguém...
- Sinto muito. – fala Draco a abraçando com carinho. – Sinto muito, mesmo.
_Entende porque não posso querer a liberdade dele?
_Ele não vai ficar livre, pode ter certeza. – Draco disse a abraçando com carinho.
***
_Lucius Malfoy nunca levou você para lugares das trevas? – Perguntou o inquisidor.
_Lugares das trevas? Quer dizer lugares como Knockturn Alley? Sim, eu fui com ele lá em numerosas ocasiões. Ele me levava a lugares como Borgin e Burkes para comprar objetos das trevas ou vendê-los. Ele tinha contatos no Ministério que o avisava sempre que uma batida seria feita, e levava os objetos ali para serem vendidos.
_Então você cresceu cercado por objetos das trevas?
_Sim. Você acha que o envolvimento do meu pai com as Artes das Trevas, foi algo recente? Eu cresci ouvindo ele se vangloriando sobre seu envolvimento com Voldemort no passado, dizendo que o único motivo que ele deu a impressão de estar limpo das trevas era para que o Ministério não o colocasse em Azkaban ou confiscasse a fortuna familiar. Eu realmente não entendo como alguém poderia ter acreditado que meu pai era um Comensal da Morte só por causa da maldição Imperius.
Draco sentado em um banco no meio da sala, menos de dez metros de Lucius Malfoy, que se sentava no banco do Réu. Hermione sentada na frente da multidão alguns metros de distância, as mãos nervosamente fechadas no seu colo enquanto Draco dava seu testemunho.
Uma vez que ele terminou, um dos membros do Wizengamot o questionou.
_Sr. Malfoy, por que está aqui hoje testemunhando contra seu pai?
O rosto de Draco ficou tenso antes que ele relaxasse.
_Bem, eu tenho várias razões, na verdade, a primeira é que, se não fosse por seu envolvimento com o Lorde das Trevas, minha mãe ainda estaria viva. Voldemort a matou por causa do meu pai e meus fracassos, ela foi castigada com a morte.
_Então, você está testemunhando contra ele porque ele te deixou bravo? – Outro membro perguntou cético.
Draco rolou os olhos.
_Eu amava a minha mãe, e ela está morta, porque meu pai fez asneira. Eu não simplificaria, ao classificar a minha emoção como algo tão pueril como "bravo". Além disso, essa é apenas uma das razões que eu penso que meu pai merece ir para Azkaban. Ele matou muitos, trouxas e feiticeiros. Quando ele e seus amigos se reúnem, eles gabam por suas façanhas. Meu pai merece pagar por seus crimes.
_E é por isso que você veio hoje?
_Eu suponho que você poderia dizer que tenho outro motivo. – Draco disse vagamente, olhando para sua esposa, que sorriu tranqüila para ele. – Eu me casei em agosto do ano passado com uma nascida-trouxa Hermione Granger. Meu pai odeia tudo sobre a sua linhagem e sangue, além disso, ela é a melhor amiga do Harry Potter. Se o meu pai for solto, uma das primeiras coisas que ele vai fazer é tentar se livrar dela. Há também o fato de que ela e eu gostaríamos de ter filhos um dia, as crianças que ele gostaria que morresse. Vamos apenas dizer que quero proteger a minha futura família de meu pai.
_Obrigado pelo seu depoimento, o Sr. Malfoy. Está liberado. – Draco se levantou e foi sentar-se ao lado de sua esposa.
Tomando a mão dela, ele beijou as costas dela, olhando diretamente para seu pai. Lucius Malfoy estreitou os olhos dele para seu filho, observando como ele puxou Hermione ainda mais, como ela repousou a cabeça sobre o ombro de Draco murmurando algo a ele.
_Maldito traidor do Sangue! – Malfoy ralhou, lutando para sair da cadeira da qual ele estava preso. O feitiço silenciador que havia sido colocado tinha sido retirado. – Você é uma vergonha para o nome Malfoy. Tocar numa Sangue Ruim? Deitar-se com ela? Tomá-la como mulher??? – pergunta Lucius aos berros. - É melhor esperar que eu vá para Azkaban, rapaz, porque eu vou matar vocês dois. Vocês e seu desprezível primogênito sujo. Você vai lamentar isso para o resto da sua vida.
_Mesmo, “papai”? – pergunta Draco debochado provocando deliberadamente Lucius.
_Você é a maior decepção da minha vida! Um fracasso! Seu vira-casaca! Sua mãe estaria tão envergonhada de você, seu traidor sangue. Deitando-se com uma maldita Sangue Ruim!!! – gritou Lucius enfurecido e dois aurores ficam próximos a ele apenas o observando.
_Eu sou um Traidor de sangue? – pergunta Draco muito irritado – Que interessante. Vejo que temos os mesmos gostos, “papai”!
_Mesmos gostos? Eu nunca quis enlamear o nome da minha família. De que diabos está falando? – urra Lucio furioso. – Eu jamais tocaria numa imunda....
_Ahhhh! Então o senhor tentou violentá-la no ministério por que motivo?- Draco gritou e todos olharam para os dois.
_Do que estão falando? – pergunta um dos juízes.
_Talvez eu tenha outra acusação contra meu adorado pai. Acho que “papai” tenha se esquecido. Talvez ele não lembre de ter tentado estuprar a minha esposa depois que ela foi atingida por Dolohov. Talvez ele tenha esquecido o que falou para ela. – grita Draco furioso. – E então, “papai”? –pergunta Draco aos gritos. – Na ocasião, o sangue dela não era... “ruim”?
_Cale-se, fedelho! – grita Lucius furioso. – Ela não passa de um ser inferior. Indigno de respirar o mesmo ar que nós. Sangue Puros!
_Sabe o que eu acho, “papai”? – pergunta Draco sorrindo ao ter atingido seus objetivos. – Acho que o que mais te magoa, é saber que após séculos de casamentos arranjados, para manter o sangue dos Malfoy absolutamente “puro”, eu destruí tudo isso. E quer saber? Eu realmente amo minha esposa. E é com ela que terei filhos. Vários filhos. E espero que nasçam, com a mesma inteligência da mãe! Uma Sangue Ruim, segundo você. Ah e saiba que estamos batalhando para que tenhamos vários bebês, e caso queria saber ela é deliciosa!
_Sr. Malfoy! Respeito!- o ministro disse.
E todos viram a expressão de terror de Lucius, enquanto Draco expressava triunfo e Hermione estava muito vermelha.
_Seu Traidor, você não é meu filho Draco Malfoy! Eu te renego, renego meu sangue e meu nome! Seu imundo!
_Silêncio. – um membro Wizengamot finalmente disse, lançando um feitiço silenciador sobre Lúcius, que continuou a gritar insultos vulgares, embora silenciosamente.
_Eu acho que já ouvimos o suficiente. – ela prosseguiu. – Todos a favor veredicto culpado? – A maioria dos membros levantaram a mão.
_Lucius Malfoy, você foi considerado culpado de ser um Comensal da Morte. Está condenado a vida em Azkaban para... – A voz foi esvaindo-se de seus ouvidos enquanto Draco relembrava da cena em sua mente.
Seu pai era culpado. Ele nunca mais seria capaz de machucar alguém novamente. Lucius nunca poderia machucar seus netos, ou sua nora ou seus pais, ou qualquer outra pessoa que ele tinha um rancor novamente. E enfim sua mãe estava vingada.
_Draco. – Hermione chorava suavemente, jogando seus braços em volta do pescoço. – Estamos seguros, não estamos?
Draco entorpecido abraçou-a de volta. O pai dele realmente se foi agora? Ele pode finalmente ser livre?
_Penso que estamos, não estamos?
_Um obstáculo se foi... apenas um...– Draco se levantou, puxando Hermione com ele.
Ele queria sair da sala antes que seu pai fosse levado. Ele não podia ficar lá parado vendo seu pai ser levado para a prisão. Uma vez no corredor, encontrou a Professora McGonagall.
_Prontos para ir?
_Sim. – respondeu Hermione, pegando na mão de seu marido para levá-lo embora.
_Está bem Sr. Malfoy? – Professora McGonagall perguntou, curiosa sobre a sua atitude insensível.
_Eu acho que ele está um pouco chocado. Seu testemunho exigiu demais dele. – explicou Hermione.
_Bem, então, vamos levar vocês dois de volta para a escola.
Quando chegaram ao escritório da diretora via flú, Hermione levou Draco de volta para seu Salão Comunal. Sentando ele no sofá, ela o abraçou, puxando-o para perto, assim ele poderia enterrar o rosto no pescoço dela, se ele quisesse.
_Ele está bem? – Harry perguntou, ao descer as escadas de seu quarto. Hermione encolheu seus ombros.
_Lucius Malfoy, foi condenado a uma vida em Azkaban sem chance de liberdade condicional. Ele está um pouco chateado. – Draco empurrou-a para longe e se levantou.
_Posso falar por mim, sabia? E eu não estou chateado sobre isso. O sacana é a razão que a minha mãe se foi... ele merece morrer por isso. – Ele rompeu as escadas acima batendo à porta ao fechá-la.
Hermione fez uma careta e levantou-se lentamente para segui-lo.
_O que ele está falando da mãe dele ter ido? – Harry perguntou, confuso.
_Voldemort matou Narcissa Malfoy quando Draco não conseguiu matar Professor Dumbledore. – Hermione explicou, dando um suspiro aflito.
_O quê?
_Ele realmente não gosta de falar sobre isso. É muito doloroso. Por favor, não comente... ele não quer isso sendo espalhado.
_Ok. – Harry disse, sentindo que sua atitude foi grosseira.
Sim, ele tinha sido um desgraçado com eles este ano, mas um pouco poderia ter sido pela morte de sua mãe.
_Vou falar com ele. Ele está em algum tipo de humor negro, isso eu tenho certeza. – Hermione correu para cima para encontrar Draco no chuveiro.
Suspirando, ela entrou no banheiro.
_Draco quero falar com você!
_Mas não quero falar nada Hermione.
_Você vai sair daí e falar comigo? – gritou através do som da água.
_Eu não quero falar sobre isso. Já disse. – respondeu Draco, com a voz abafada.
_Sai do chuveiro, Draco. Precisamos conversar.
_Que tal você começar? Poderia entrar aqui para transarmos, que acha?
_Agora não é o momento para os jogos, Draco. – Hermione gritou, exasperada. – Por favor, venha para fora... eu quero falar com você. – ela disse mandona.
Ela poderia praticamente sentir Draco rolando os olhos enquanto desligava a água e saía do chuveiro. Entregou-lhe uma toalha, ela esperou até que ele se secasse e se vestisse antes de puxá-lo para os braços dela.
_Eu não preciso de sua pena, Hermione. – disse Draco raivoso, tentando se afastar dela, tendo o abraço dela mais apertado em torno dele.
_Não estou oferecendo pena, Draco. Estou lhe oferecendo conforto, sob qualquer forma que você escolher. Você merece uma chance de se entristecer pela perda de seu pai e mãe. Estou triste pela sua perda. – Draco ficou de cara amarrada com ela por um momento antes de puxá-la para perto e enterrando seu rosto no pescoço dela, deixando se refugiar em seus braços.
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Draco estava em aula, mas seu pensamente o estava em Hermione, pensara nela o tempo todo, e o fato de não ter a visto aquela manha só piorava a situação.
Não estava mais suportando as aulas de Herbologia, quando pediu licença ao professor. Fez um sinal para Blaise e já ia saindo.
_Draco! Vai perder a lição?
_Ah estou a fim de ver a minha esposa Blaise, vou procurar por ela. – ele disse saindo.
Não demorou muito para entrar no seu quarto e perceber que ela estava no banheiro. Abriu a porta sorrateiramente, e ela estava cantando... ma canção trouxa, a plenos pulmões...
Inspiração dos meus sonhos não quero acordar,
quero ficar só contigo não vou poder voar,
porque parar pra refletir se meu reflexo é você
aprendendo uma só vida, compartilhando prazer. Por que parece que na hora eu não vou agüentar,
Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar?
Como no filme, no final tudo vai dar certo.
Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?
quero ficar só contigo não vou poder voar,
porque parar pra refletir se meu reflexo é você
aprendendo uma só vida, compartilhando prazer. Por que parece que na hora eu não vou agüentar,
Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar?
Como no filme, no final tudo vai dar certo.
Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?
Era uma canção trouxa, e ele sorriu, imaginado onde ela teria aprendido e como... estava animada, pelo vidro do box, a viu rebolar nua... seu sorriso abriu-se ainda mais realmente sua esposa era uma caixinha de surpresas...
Pensa em mim
Que eu tô pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te amo
O refrão pedia para pensar...realmente deveria ter tido a sorte.. pois estava pensando nela o tempo todo, pensando no cheiro, no sabor, no toque delicado das mãos dela sobre seu corpo, nos gemidos roucos...a letra da canção era espetacular, um convite inconsciente para que se juntasse a ela.
O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempre,
Intimidades, brincadeiras, só a gente entende.
Pra quem fala que namorar é perder tempo eu digo:
Há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigo.
Juntos no balanço da rede, sob o céu estrelado,
Sempre acontece, o tempo pára quando estou do seu
lado.
A noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejo,
Como eu queria estar contigo eu paro e faço um desejo:
Ficou ali, a ouvindo cantar, e dançar, por longos minutos, realmente as horas de prazer durante a noite tinha feito bem a ela...se despiu sorrindo e entrou no box...
Pensa em mim
Que eu tô pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te amo
Mais uma vez que te amo...
****
_Oi!-ele disse a abraçando por trás.
_Quer me matar do coração?
_Você canta bem! – ele elogiou rindo- E remexe esses quadris como o diabo!
_Draco!- ela reclamou ruborizada- Estava me espionando?
_Você me chamou! – ele acusou beijando o pescoço dela, enquanto agarrava a sua cintura.
_Não chamei não!
_Não? Que tal esse refrão: Pense em mim, estou pensando em você e me diz, o que eu quero te dizer vem pra cá... Você me chamou. Acho que temos uma conexão esposa, não consegui assistir a aula.
Ela riu.
_Mesmo? – ela disse e se virou para ele.
_Mesmo. – ele a beijou, beijo que ela correspondeu ardentemente- Esposa? Posso te ensinar uma coisa?
_Hum! Claro! Quero sempre aprender... – ela disse lânguida e ele a virou de costas, e a penetrou sem aviso.
Hermione gritou e ofegou. Não era possível que tivesse se excitado em segundos, não era possível que o recebia com tanto fervor, seu coração bateu forte. E ela gemeu audivelmente seguida por ele.
Draco gemeu, queria ser gentil, queria ensinar a ela aquela posição, queria subjugá-la debaixo dele, toma-la de costas, mas pretendia ser suave. Doce intento. A luxuria se apossou dele, e quando viu já estava dentro dela, a possuindo gritando com um desvairado., porque ela fazia aquilo com ele? Por quê?
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_Hermione, você está bem?
Era fim de semana, as aulas tinham acabado, e tudo que Draco queria fazer era agarrar sua vassoura e ir para um longo vôo. Hermione, porém, estava enrolada em posição fetal no sofá com um olhar triste.
_Eu não quero falar sobre isso. – ela gemeu, puxando as pernas de forma ainda mais apertada e enrolando seus braços em torno de si mesma.
_Você está doente ou algo assim? – Draco se aproximou dela.
Ela estava bastante pálida e parecia que ela estava com dor.
_Na verdade não. – respondeu Hermione, não olhando para ele.
_Então o que há errado?
_Você realmente não quer saber.
_Hermione... – alertou Draco.
_Não estou grávida. – ela murmurou.
_O quê? – Draco perguntou.
Ela tinha falado muito calmamente para ele entender.
_Não estou grávida, Draco. Eu comecei o meu período hoje. – Ela assistiu Draco vacilar e dar um passo para trás. – Você é tão imaturo, Malfoy. Vá embora... Eu quero ficar sozinha.- ela disse escondendo o rosto.
Draco hesitou por um momento antes de ir se sentar ao lado dela. Colocou uma mão sobre seu ombro hesitante, ele esfregou acariciando suas costas para cima e para baixo, feliz por ela não se afastar.
_Esta tudo bem, sabe. Nós vamos continuar tentando. – Hermione meio-desanimada tentou se afastar pra longe dele antes que ele a segurasse.
_Eu pensei que você queria ir voar? – Ela perguntou como ele esticou-se no sofá e puxou para baixo ao lado dele.
_Eu queria, mas parece que eu encontrei uma coisa melhor. Você está com dor?
_Eu tenho algumas cólicas. – ela admitiu, permitindo que ele a puxasse para cima dele.
_Que tal eu e você tirarmos um cochilo? Você parece um pouco cansada e eu não tenho dormido bem ultimamente. – Hermione assentiu e se aconchegou confortavelmente. Fechando os olhos, ela gradualmente adormeceu ao som da respiração de seu marido em baixo dela.
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Harry caminhou cerca de uma hora e meia após as aulas terminarem, assobiando para ele mesmo. Ele parou de surpresa pela vista diante dele. Hermione e Draco enrolados em cima do sofá, parecendo dormir. Ela estava deitada em cima dele, com o rosto na curva do seu pescoço, enquanto ele tinha o seu braço envolto em torno das costas dela.
Sorrindo ligeiramente olhando sua amiga cochilando feliz com seu marido, Harry silenciosamente foi até o quarto dele, não querendo incomodá-los quando eles pareciam tão satisfeitos juntos.
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Várias semanas passaram desde o julgamento de Lucius Malfoy, e Hermione não podia evitar, mas se perguntava quando Draco ia ser preso por seus crimes. Ela imaginava, e se preocupava. Sim, ele os ajudou, dando-lhes informação sobre o ataque e tal, mas isso não significa automaticamente que ele seria visto como justificativa para seus erros. Ele deixou os Comensais da Morte entrar em Hogwarts, quase matou Kátia Bell e Ron. Ele merecia pagar por seus crimes.
Ele sabia disso, Hermione não podia ajudar, mas pensaria. Sua mãe foi morta. Ele mesmo havia dito que ele teve a marca, pois sua família foi ameaçada. Embora isso não justifique suas ações, mas isso tinha quer contar como alguma coisa.
E como ela supostamente explicaria o seu casamento se perguntarem? Ela não queria mentir para o Wizengamot e dizer que tinha casado com Draco sem amor. Ela não ia mentir para eles. Se eles percebessem, a sua ira iria descer rapidamente sobre ela e Draco. Mas ela não poderia dizer-lhes a verdade. Ela havia prometido depor a favor de Draco, para colocá-lo em uma situação positiva. Ela tinha que ajudá-lo a ficar fora de Azkaban, e não diria para os Wizengamot que ele tinha chantageado ela para casar-se com ele.
Ela poderia, no entanto, dizer-lhes como é que ele mentiu para Voldemort, como ele lutou contra os Comensais da Morte, e como ele ficou após a batalha ajudando sobreviventes e enviando o restante dos Comensais da Morte aos aurores. Ele tinha cooperado com a Ordem, testemunhando contra seu pai. Ele tinha dito aos aurores onde poderiam encontrar objetos das trevas em sua casa. Isso não deveria contar para alguma coisa?
Draco, obviamente, sabia que ela estava preocupada e distraída por este assunto. Ele próprio estava preocupado, embora ele nunca admitisse isso. Sim, ele havia contado os planos do Lorde das Trevas para a Ordem, mas ele só tinha a certeza de que Hermione testemunharia a favor dele. Nenhum dos outros membros da Ordem disseram definitivamente que iriam testemunhar em seu nome.
Ele sabia, no entanto, que o seu testemunho contra o seu pai ia contar a seu favor. Ele dirigiu os aurores para a localização de vários objetos das trevas em sua mansão. Ele sabia os nomes de muitos outros Comensais da Morte, ele desistiria de tudo se isso significasse que ele não teria que ir para Azkaban.
Ele e Hermione nunca discutiram suas preocupações, naturalmente. Nem queria que os outros soubessem que eles estavam com medo do que o futuro traria. Em vez disso, eles fingiam que nada estava errado e agiam como se tudo estivesse normal.
Poucos dias depois do fim de janeiro e começando fevereiro, Draco estava sentado no salão principal almoçando com Blaise. Hermione muitas vezes comia com ele, nesse dia ela optou por se sentar com seus amigos, embora ela insistisse com Draco para se sentar com ela. Ele não queria se sentar muito perto de Harry e dos Weasleys, apesar de tudo.
Começando a se servir, ele não percebeu a comoção na porta até Blaise cutucá-lo.
_O que você acha que está acontecendo lá atrás?
Draco virou-se para ver a diretora argumentando com três estranhos, homens corpulentos. Ele deu de ombros.
_Não tenho a menor idéia.
Tal como os homens se aproximou do Sonserino, podia ouvir protestos da professora McGonagall.
_Realmente, isto não pode esperar até depois da refeição acabar? Posso chamá-lo em meu escritório e nós podemos cuidar dele lá. É realmente necessário para humilhá-lo?
_Ele pode fugir se nós lhe dermos tempo. Não podemos nos arriscar, temos de levá-lo agora antes que ele tenha uma chance de sair. – um dos homens respondeu duramente para ela.
_Honestamente. – ela respondeu, dizendo em um tom extremamente exasperada. – Ele está aqui para mais de um mês, uma vez que já aconteceu e ele ainda não tentou escapar. Ele não vai fugir.
_Nós não podemos ter tanta certeza. Ele pode tentar fugir, tal pai tal filho.
Draco assistindo a abordagem, sentiu arrepios percorrendo sua coluna vertebral. Percorrendo seu olhar pela mesa da Grifinória, ele viu que Hermione estava assistindo apreensiva os homens também. Escolhendo olhar para ela durante a aproximação dos aurores, ele viu o rosto dela pálido quando o homem chegou a ele.
_Draco Malfoy. – o homem disse alto, soando do outro lado do corredor – Será que você pode mostrar o punho esquerdo, por favor?
Sem esperar Draco obedecer a sua solicitação, o homem pegou seu braço e puxou a manga para trás, revelando a Marca Negra, que embora desbotada, ainda aparecia em contraste contra a sua pele pálida. Todos os três homens o encararam com o salão em silêncio, todos horrorizados com o que estava ocorrendo diante deles.
_Você está preso por ser um Comensal da Morte. Você precisa vir com a gente, rapaz.
Draco assentiu e calmamente limpou sua boca antes de ficar pé.
_Eu preciso falar com minha esposa antes de sair.
Um dos aurores zombou dele.
_Rapaz, não temos tempo para despedidas comoventes. Nós vamos investigar sua esposa, apesar de tudo. Uma vez que ela é casada com você, ela pode estar marcada também.
Draco encarou-o com olhos com fúria.
_Você não vai fazer tal coisa. Minha mulher não é uma Comensal da Morte, senhor, e ela e seus amigos não serão gentis com suas insinuações.
_Eu acho que você não está em nenhuma posição de nos dar ordens, rapaz – outro auror rosnou. – Porque, se quiséssemos iniciar a investigação com ela nesse exato momento, você não poderia nos impedir.
_Isso realmente soa como uma boa idéia. – disse ao final o auror com um sorriso afetado. – Onde ela está?
_Se encostarem nela... – Draco ameaçou furioso.
_Cavalheiros! Isso é o suficiente. – disse Professora McGonagall raivosa. – Eu pessoalmente atestarei a lealdade de Hermione Granger. Ela passou os últimos seis anos lutando com o Harry Potter contra o Lorde Voldemort e seus Comensais da Morte.
_Hermione Granger? – O primeiro auror perguntou duvidosamente.
_É na verdade Hermione Malfoy agora. – Draco rosnou, indignado, em pensar que eles iriam fazer algo tão humilhante para Hermione.
_Algum problema, senhores? – A voz da Hermione soou alta quando ela abordou os aurores.
_Você é Hermione Malfoy? - O líder dos aurores perguntou bruscamente.
_Sim, eu sou. Estaria tudo bem se continuássemos lá fora? Não vejo porque precisamos fazer isso aqui dentro. – ela disse tão autoritária que soou muito melhor do que as ordens da diretora.
Draco sorriu com satisfação, por ver a moral que a esposa tinha. Porem o sorriso se desfez logo que ela se afastou com os aurores.
Um dos aurores começou a protestar, mas foi silenciado quando o outro auror concordou, seus olhos se estreitaram na mira de dois rapazes acompanhando Hermione.
_Hermione Malfoy você não vai a lugar nenhum com eles!- Draco ordenou.
Hermione apenas suspirou e seguiu sem se importar com a ordem do marido, eu foi contido por Blaise e pela diretora.
Mas eles apenas se afastaram um pouco, talvez preferissem ficar longe do alcance das mãos de Draco. Um deles virou-se para Hermione.
_Sra. Malfoy, eu preciso ver o seu pulso esquerdo, por gentileza.
Hermione começou a desabotoar sua camisa balonete, sendo apreendida pelo garoto atrás dela.
_Isto é um absurdo. – disse Harry indignadamente. – Hermione não é mais Comensal da Morte do que eu sou, e eu me recuso a permitir que você a investigue.
_E quem é você para achar que pode nos dar ordens? – O terceiro auror perguntou intimidando-o.
Draco deu uma breve explosão de risos.
_Ele é o Menino-Que-Sobreviveu, é isso que ele é. Provavelmente não seria bom para a sua carreira se você se indispuser com ele.
_Harry Potter? – Três conjuntos de olhos imediatamente foram para a sua testa, procurando a sua cicatriz. Harry apenas rolou os olhos.
_Sim. Agora, enquanto eu vejo a necessidade de prenderem Malfoy, a esposa dele é inocente. Malfoy passou informações valiosas durante um tempo para nós. Agora, você vai deixá-los dizer adeus um ao outro e deixar o resto de nós terminarmos o nosso almoço? – Harry perguntou, exasperado.
Todos surpresos com a atitude de Harry.
O auror responsável assentiu de má vontade. Hermione se apressou para o lado de Draco e abraçou-o. Ele lhe puxou para perto e enterrou o rosto dele em seu pescoço, sabendo que esta seria a última vez por um tempo que ele poderia segurá-la.
_Vai ficar tudo bem Draco. – Hermione sussurrou. - Apenas se concentre em seu depoimento. Tudo vai dar certo.- ela disse com a voz embargada e ele soube que ela choraria.
_Não se preocupe comigo. – Draco sussurrou de volta. – Você está segura. – ele disse pensando na prisão do pai, e em Potter que viera ao auxilio deles, suspirou satisfeito, afinal ela não ficaria sozinha ou em perigo - Eu provavelmente não irei vê-la até o julgamento, para cuidar de você. Não fique estudando até tarde para o N.I.E.Ms. Eu quero você saudável quando eu voltar.
_Tá. Sentirei sua falta.
Ele sorriu sedutor.
_Claro, tenho certeza de que a cama parecera enorme, mas... aproveite e se cuide para quando eu voltar.
Hermione o puxou de volta e deu-lhe um doce beijo antes dos aurores separarem eles magicamente.
Draco estava de costas, preferia não olhar para trás. Ele resistiu ao desejo de olhar sobre o seu ombro, para obter um vislumbre de Hermione uma última vez. Ele não queria ver o maldito Potter ou Weasley confortando ela. Ele não queria vê-la chorando, ou pior ainda, não chorar. Se ela estava chorando, isso significava que ela realmente se importava que ele estivesse sendo preso. Se ela não estava chorando... bem, isso significava que ela estaria sendo uma boa atriz e ela estava fingindo se preocupar, ou ela não estava muito preocupada com a sua prisão ser permanente.
Foi a voz de Harry em tom de aflição que o fez Draco se virar.
_Hermione!
Draco gelou ao notar que a morena caira fora de si, entre Harry e Blaise.
_Oh Merlin! Minha esposa!- ele fez menção de voltar.
_Nem pensar mocinho. Eles vão cuidar dela.
Um dos aurores obrigou Draco a seguir. Estava revoltado, mas sabia que resistir só ia piorar a situação dele.
***
Hermione apertou os olhos algumas vezes antes de realmente tomar consciência de que estava no salão comunal dos monitores, com algumas pessoas a sua volta.
_Você está bem? Podemos te levar pra enfermaria. – a voz de Minerva se fez ouvir.
_Sim já levaram ele?- ela gemeu.
_Já sim. – todos viram a frustração no rosto dela.- Mas posso entrar com uma petição para que possa vê-lo.
_Obrigada. – ela gemeu.
_Você está mesmo bem? Nunca te vi desmaiar assim!- Harry disse gentil.
_Foi nervoso, mas estarei bem, vou tomar um banho.- ela disse se levantando.
_Tudo bem, Potter fique de olho nela, para caso ela precise, e nós vamos embora, tenho certeza de que todos temos obrigações a serem cuidadas...
Draco havia sido levado, e ela não pode fazer nada. Estava preocupada com estado emocional dele. Ela realmente iria perder Draco, e esse pensamento era o suficiente para causar um sensação de vazio no seu estomago...
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