Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Anel de Diamantes - Cap. 15 Vida a Dois


Cap.15 – Vida à Dois

Hermione acordou sentindo um peso sobre suas pernas e, ao abrir os olhos, deparou-se com Gina olhando-a estupefata.

- Oi Ginny!- ela disse antes de se lembrar que a amiga não deveria estar ali, já que Hermione não estava só naquele quarto. Foi apenas quando Gina levou a mão à boca assustada que ela percebeu este detalhe extremamente relevante. –Ah, não.

- Shii!- Gina ralhou baixinho – Ei, não quer acordar o bonitão não é mesmo?- ela disse, olhando para o lençol que cobria apenas o traseiro do Malfoy, deixando as pernas e as costas dele expostas.

Num gesto rápido, Hermione puxou o edredom sobre ele e cobriu-o o máximo que foi capaz. Gina riu diante daquela cena, enquanto Hermione apenas ruborizava. Em seguida, a ruiva saiu do quarto em silêncio, levemente divertida.
Minutos depois, Hermione chegou à cozinha e deparou-se com Gina, que já preparava o café.

- Gina, eu posso explicar!- Hermione disse, enrolada num roupão de seda.

- Ora! Você não tem que me explicar nada! – Gina riu maliciosa – Pelo menos, não tendo aquele corpão em cima de você!

- Ginevra Potter! - Hermione ralhou imediatamente, ficando vermelha e fazendo a amiga rir.

- Bom, Mione, você é maior de idade e vacinada! Sabe bem da sua vida, mas pelo jeito deu um passo bem grande nessa relação. Afinal, deixou ele entrar na sua casa, na sua cama e... Passar uma noite com você!

- Ah! Gina! Eu queria estar me sentindo culpada por ter aceitado-o aqui em casa, mas não me sinto assim.

- E por que você quer sentir culpa? Está maluca? Hermione, você não tem do que se culpar.

- Gi! Isso é só um contrato.

- Não é mais, querida! Não do jeito que estavam dormindo! Agora me diz: por que ainda dormem juntos se o bebê já foi concebido? Hein? Responde? – Gina a questionou, pegando-a desprevenida.

- Não sei, acho que a gente “combina” bem na cama. - Hermione disse tímida, desviando o olhar da amiga.

- Combina? – a amiga riu - Vocês devem é pegar fogo, isso sim!

Hermione riu diante daquelas palavras e levou as mãos ao rosto, escondendo-o entre as palmas de suas mãos, não queria que a ex-cunhada a visse rindo daquela maneira.

- Eu gosto de estar com ele. Ele.... Ah... Ele me satisfaz!- ela revelou tímida, e Gina abriu um sorriso largo.

- Eis que a donzela se apaixonou pela serpente!

- Eu não estou apaixonada! – Hermione discordou brava.

- Não? Se olha no espelho, então! Você está babando por ele, Hermione.

- Não é verdade! – Hermione protestou veemente. - Eu não posso estar gostando dele! Não posso!- ela disse, sentando-se desanimada à mesa da cozinha.

- Por que não?

- Ele é um Malfoy! Ou já se esqueceu disso, Gina?

- Sim, um Malfoy mudado, e que está dormindo na sua cama!

- Ah! Para de me atormentar Gina!

- Parar? E esse anel maravilhoso que você traz no dedo? – Gina perguntou, rindo ladinamente.

- Isso é apenas... Apenas... - nem ela sabia o tipo de explicação que deveria dar à ruiva.

- Um compromisso? – Gina tentou.

- Não! É mais como uma proteção! Ele não quer que me desrespeitem.

- Hum! Ele está acostumado a andar com prostitutas, e não quer que te confundam com uma! – Gina disse séria, e Hermione corou.

- Talvez seja isso mesmo!

- Bom, se ele quer proteger a sua reputação, deve ter boas intenções para fazer isso! – Gina disse.

- Um Malfoy com boa intenção?! Essa é nova! – ela debochou – Gi! Ele quer que eu vá ficar na mansão com ele!

- O quê? Ele te convidou para morar juntos? Se fosse você exigia casamento!

- Arg! Gina! Não brinca com coisa séria. – Hermione repreendeu a amiga. - E ele não está preocupado comigo! Ele está preocupado com ‘’o herdeiro’’! - ela fez uma careta.

- Mione, você não vai amar mesmo esse bebê? – Gina perguntou.

- Já disse que não! Ele não é meu!

A ruiva fez um som de descontentamento com as palavras de Hermione, mas decidiu não perder a cabeça com aquele assunto novamente.

- Ah, tudo bem! Olha só, vou indo! Vou aproveitar e convencer o Harry de que você vai se mudar para a casa do Malfoy!

- Ei! Eu não disse que vou, Gina!- Hermione se assustou e protestou rapidamente.

- Ou você vai pra casa dele, ou vai pra minha! Sozinha aqui é que você não vai ficar! – Gina ameaçou.

- Eu não vou atrapalhar a sua vida e a do seu marido!- Hermione disse.

- Você sabe que não atrapalharia, Hermione. Mas se o Malfoy quer cuidar de você pessoalmente, não vejo por que você deva resistir. - Hermione bufou, mas Gina ignorou completamente. - Beijo amiga! Vá lá “dar” atenção para sua visita.

Gina aparatou rindo, deixando Hermione sozinha naquele apartamento.

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Hermione se levantou da mesa onde estava sentada e voltou para o quarto. Quando abriu a porta o encontrou sentado na cama, muito sério. Draco evitou olhar para ela, passando as mãos sobre os cabelos num gesto nervoso.

- Então você não vai amar mesmo essa criança, Hermione?!

- Você estava ouvindo? – ela perguntou incrédula, sem saber se deveria sentir-se mal por isso ou irritada.

- Eu sou um Malfoy esqueceu? Malfoys são sempre mal-intencionados, e ouvi o suficiente para entender que você me trata como um objeto! – ele disse muito magoado.

- Draco, eu... - ela se aproximou dele, subiu sobre a cama e acariciou os cabelos platinados, devagar.

- Me desculpe, eu não queria magoar você!

- Mas já magoou, Hermione! Magoou porque você não confia em mim! Será que tudo que já passamos não fez você perceber que eu me importo com você? Será que só você não percebe isso? Droga! Eu queria poder queimar esse contrato! Porque, pra mim, você e meu filho já não são mais um contrato!

Hermione sentiu o coração disparar, suas pernas estavam bambas. Não podia acreditar no que ouvia. Levantou-se da cama num salto e caminhou na direção oposta a ele.

- Eu... Não quero que você se importe comigo! Eu não quero!- ela gritou nervosa e ele a encarou pela primeira vez naquela manhã.

- Eu não sou digno de amar ninguém não é mesmo!? Eu sou um Malfoy! E nem meu filho merece seu amor... Por ter o meu sangue!- Draco disse muito magoado, sua voz carregada.

- Eu nunca prometi amar esse filho! Ele é seu! É você quem deve amá-lo.

- Não rejeite essa criança em seu ventre! Ele pode sentir que a mãe não o ama, Hermione.

Ela sentiu as lágrimas turvarem a sua visão. Hermione não podia amar, não depois de viver o amor maravilhoso que Rony lhe proporcionara. Ela não podia amar o Malfoy, nem qualquer outro homem, e nem mesmo poderia amar o seu próprio filho. Ela nunca mais amaria ninguém. Nunca!

- Você, Hermione, é muito mais sonserina do que pensa. – Draco disse a ela, pegando-a de surpresa.

Ele viu quando os olhos dela viraram e, como se estivesse em câmera lenta, ele a viu cair totalmente desmaiada, sem dar a ele tempo algum para ampará-la.

- Droga, Hermione! Droga! Eu não queria brigar com você! – ele disse apavorado, enquanto a carregava até a cama. Acariciou a face pálida, vestiu suas roupas depressa e aparatou com ela para o St. Mungus.

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- Calma, Malfoy! Foi só um desmaio! – Gina disse para Draco, que andava de um lado para o outro do corredor do hospital aflito.

- Gi, você tem certeza de que é normal?- Harry perguntou apreensivo.

- Tenho sim. E tenho certeza também de que vai ficar tudo bem. – Gina tentou acalmar o nervo de seu marido. – Ai ai ai! Imagino vocês dois quando essa criança for nascer. – ela riu despreocupada com esse pensamento.

Foi nesse momento que o medibruxo de idade avançada abriu a porta de seu consultório e saiu, seguindo até eles.

- E então?- foi Harry quem perguntou, antes mesmo que Draco pudesse fazê-lo.

- Ela está bem! Tem uma saúde de ferro. – o médico lhes informou.

- E o meu filho? – Draco perguntou depressa.

- Está ótimo também! Esses desmaios podem ocorrer durante a gravidez. – o médico explicou.

Gina os encarou sentindo-se vitoriosa, pegando emprestado o ar de sabe-tudo característico de Hermione. Afinal, ela estivera certa o tempo inteiro.

- Portanto eu recomendo que ela fique mais calma, que não seja irritada facilmente, pois distúrbios nervosos podem acarretar mais desses desmaios, e a queda em si pode ser muito perigosa para a gestante. – o médico alertou-os.

- Sim, senhor! Eu posso vê-la? – Draco perguntou ansioso.

- Façamos assim: dê a ela mais alguns minutos para que fique sozinha, e depois você a leva pra casa.

- Tudo bem!- ele disse, insatisfeito com a situação, mas aceitando-a prontamente. O medibruxo saiu dali logo em seguida, deixando-os a sós.

- Aposto que foi você quem a deixou com raiva!- Harry acusou imediatamente, assim que percebeu que estavam sozinhos naquele corredor.

- Eu não fiz nada! – Draco se defendeu.

- Vocês estavam brigando, Malfoy?!- Harry acusou novamente.

- Não exatamente. Olha, Potter, nós temos coisas a tratar, certo?!

- Sim, mas esse não é o momento Malfoy! Ela está grávida! Você não pode ficar irritando-a dessa maneira! – Harry protestou, certo do que estava dizendo.

- Eu não estava irritando-a!- Draco quase gritou suas palavras.

- Não? – Harry disse com deboche- Você faz isso desde os onze anos! Por que seria diferente agora?!

- Porque eu cresci Potter! E sou o pai do filho dela. – Draco cuspiu suas palavras diante de Harry.

- Idiota!- Harry murmurou entre os dentes.

- Harry! Já chega vocês dois. – Gina os repreendeu. - Se vocês brigarem aqui dentro eu azaro os dois! Os dois estão entendendo?- Gina disse, intrometendo-se na briga. – E quanto a você, Harry... Sim, eles têm coisas pra conversar e vão conversar. Você, Malfoy, precisa ter certeza do estado dela primeiro antes de resolverem discutir suas pendências. Pode ser perigoso para a gravidez dela. E de uma coisa eu tenho certeza: todos nós queremos o bem dessa criança. Concordam comigo?

- Claro!- responderam Harry e Draco em uníssono.

Permaneceram em silêncio por alguns instantes. Gina satisfeita por eles terem entendido perfeitamente bem o recado.

- Então por que ela insiste que não vai amar essa criança?- Draco perguntou, tão carente que Gina se apiedou dele e de sua situação.

- Não seja burro, Malfoy! É lógico que a Mione vai amar essa criança. –Harry esbravejou.

- O problema é enfiar esse amor na cabeça dura dela. E no coração gelado de Hermione, que só ficou assim quando meu irmão a deixou. – Gina disse, sentindo-se desconfortável com esse assunto. - Ela só precisa de tempo para aceitar esses amores. - Gina disse, por fim, emocionada, e notou o quanto Malfoy estava atento às suas palavras.

- Amores?- ele perguntou num fio de voz.

- Claro! Ou você acha que, se ela não sentisse algo por você, ela o deixaria dormir na casa dela?! – Gina disse maliciosa.

- Você dormiu na casa dela? Ah Malfoy… - Harry disse nervoso.

- Pior seria se eu dormisse na sua, não acha? – Draco provocou,
- perguntando insolente e olhando sugestivamente para Gina.

- Olhe para minha esposa de novo e eu te arranco os olhos! - Harry disse, escondendo o corpo de Gina atrás de si, o que fez Draco e Gina começarem a rir.

- Já te disse que eu te amo hoje?- ela perguntou melosa, fazendo Harry virar pra ela. - E que você é meu herói favorito?

- Não! - Ele respondeu emburrado.

- Eu te amo, meu herói! – ela disse, e então se beijaram.

Harry se esqueceu, naquele mesmo instante, de toda a sua exasperação.

- Arg! Que nojo! – Draco deixou escapar, estampando inconscientemente uma careta em sua face.

Harry e Gina riram juntos e, por alguns instantes, esqueceram completamente das brigas entre eles.

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- Oi! - Draco disse inseguro ao entrar no quarto e encontrar Hermione sentada na beirada da maca.

- Oi!- ela disse sem encará-lo.

- Tudo bem com você?

- Eu estou ótima, só um pouco tonta, mas é normal.

- Você já pode ir pra casa! - ele contou, mas não sabia se tinha vontade de levá-la para a casa dela. Sua maior vontade era de levá-la para a Mansão.

- Eu sei! O medibruxo me disse. E ele também acha que eu não devo ficar sozinha!- ela contou trêmula, ainda sem olhar para ele.

- E...? - ele iniciou em tom interrogativo com o coração aos saltos.

- Eu vou pra sua casa com você! – ela disse com lágrimas nos olhos.

Sem palavras, tudo o que Draco foi capaz de fazer foi seguir até ela e abraçá-la.

- Eu te adoro Hermione, e te quero bem!

- Eu sei!

Ela o abraçou de volta e permaneceram em silêncio por alguns minutos. Era bom sentir-se protegida ao lado dele.

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Na casa de Hermione, Harry e Giny arrumavam as malas da amiga para a estadia dela na Mansão Malfoy.

- Eu não acredito que ela vai ficar com ele!- Harry disse indignado. - Ela poderia ter ficado com a gente.

- Harry, já falamos sobre isso! Ele é o pai do filho dela, e acho que eles mereçam ficar juntos nesse momento. - Gina disse enfática, tentando não perder a paciência com o marido teimoso.

- Mas não será perigoso para ela ficar na mansão com ele?- Harry perguntou desconsolado, e Gina teve pena dele também, sabia o quanto ele estava preocupado com a amiga. - Eu queria tanto que o Rony estivesse vivo. - ele comentou baixinho com lágrimas nos olhos.

Harry também não havia superado completamente a perda do amigo, e talvez não superasse nunca, assim como Hermione não superaria.

- Oh, meu amor!- Gina disse e foi até ele. Segurou a mão de Harry e o guiou até uma poltrona, fazendo-o se sentar ali. Em seguida, sentou-se sobre o colo dele e deu continuidade ao diálogo, sentindo um bolo desconfortável em sua própria garganta. Assim como era difícil para Harry e Hermione falar sobre a morte de Rony, era ainda pior para ela. - Você ainda não superou, não é?

- Não!- ele disse, chorando sem o menor receio. - E agora ver ela grávida de outro, ainda mais do Malfoy... Ah, o Rony não vai me perdoar nunca! Eu fracassei na promessa que fiz a ele. Fracassei, Gina!

- Não! Não!- ela enxugou as lágrimas dele com seu polegar. -Você não fracassou! A Mione gosta dele!- Gina disse calma, mas seus olhos também nadavam em lágrimas.

- Nunca duvidei que ela pudesse amá-lo! Mas eu duvido dele! Gina, ele vai fazê-la sofrer! Eu tenho certeza, ela vai chorar por causa dele.

- Sabe, Harry, eu discordo de você! Acho que ela pode sofrer sim, mas porque ela é cabeça-dura! O Draco gosta dela também. – Gina disse ao marido.

- Sério? Você acha mesmo que ele mudou?

- Talvez ele resista um pouco, mas sim, ele mudou! Basta olhar para ele, para preocupação dele, o carinho dele com a Hermione. Harry, eles estão apaixonados. Só não perceberam ainda. – Gina disse, sentindo-se contente com essa descoberta.

- Como a Mione e o Rony estiveram apaixonados também? Da mesma forma como eles demoraram para se entender também? – Harry questionou.

- Sim! Talvez seja mais difícil ainda unir esses dois, do que foi ajudar o Rony e a Mione! Mas vamos conseguir. - ela disse sorrindo.

- Vamos?- ele perguntou incrédulo.

- Sim! Eu e você vamos ser os cúpidos.

- Minha esposa é maluca. - ele riu e a beijou.

- Nós vamos cuidar dela, Harry! – Gina disse, tranqüilizando-o. - Vamos dar espaço para que o amor deles aconteça. Vamos observar sem interferir. Qualquer coisa que ele faça de errado, eu mesmo detono o Malfoy ok?!- Harry deu um suspiro de contestação.

- Nós dois temos permissão para aparatar direto na mansão. - ela contou animada a Harry.

- E como conseguiu isso? – ele perguntou sem entender muito.

- O Draco. Ele só avisou que se entrássemos no calabouço íamos ficar por lá, pois temos permissão para entrar e não para sair! - ela contou rindo.

- Esse é o Malfoy! – Harry comentou, rindo junto com a ruiva.

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Eles deixaram as coisas básicas de Hermione na Mansão. Assim que ela estivesse melhor poderia ela mesma ir a sua casa e terminar de recolher o que precisava. Gina e Harry se despediram dela, enquanto Draco dava ordens para os elfos sobre a nova hóspede, a alimentação, roupas etc.

- Obrigada!- Hermione disse pálida, sentada na poltrona da sala de estar.

- Mi, você está muito pálida, acho melhor dormir um pouco!- Gina aconselhou.

- Sim! Eu vou me deitar! Estou com tanto sono que acho que sou capaz de dormir uns três dias!

- Nada disso! E ficar sem se alimentar? Nem pensar! Olha só! Achei nossas velhas moedas de comunicação. – Harry disse, retirando as tais moedas do bolso de sua calça. - Ainda estão funcionando. Se o loiro aí fizer qualquer gracinha, me chame imediatamente. Em um segundo eu estou aqui, e no outro soco a cara dele.

Gina e Hermione riram do aviso sussurrado de Harry.

- Obrigada, Harry! Mas não precisa se preocupar não! Ele já me provou que está mudado, e ele não pretende fazer maldade nenhuma. - Hermione disse calma.

- Ele é um Malfoy, não é mesmo? É melhor prevenir!- Harry disse, dessa vez em tom mais alto, enquanto Draco entrava na sala.

- Eu ouvi isso, Potter! – Draco disse emburrado.

- Sim, era pra ouvir mesmo! Estou deixando ela aqui, mas sabe que eu vou ficar de olho! – Harry alertou, como se este tipo de alerta fosse alguma novidade para o loiro.

Draco fez uma careta infantil para Harry, provocando risadas em Gina e Hermione.

- Vamos pra casa, Harry! A Mione precisa descansar! –Gina disse.

Em seguida, beijou o rosto da amiga e a abraçou. Harry fez a mesma coisa. Depois que Gina deu a mão à Harry, ela se aproximou e ficou nas pontas dos pés para depositar um beijo sobre a bochecha de Draco, que ficou vermelho e sem palavras, enquanto ela lhe sorria amigavelmente. Draco devolveu para ela um sorriso brilhante. No fundo ele sabia que, se conseguisse a confiança de Gina e, conseqüentemente, a do Potter, seria muito mais fácil conquistar Hermione.

Harry passou por ele com um olhar mortal. Apenas balançaram a cabeça num cumprimento frio e machista. E então eles partiram...

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A semana seguinte passou voando. Hermione dormiu a maior parte do tempo e, muitas das vezes em que Draco estava em casa, tinham um relacionamento distante, embora ele se mostrasse preocupado e atencioso.
Ter suas coisas arrumadas no quarto de hóspedes tinha sido frustrante. Mas perceber que ele entrava em seu quarto todas as noites e a observava dormir fazia seu coração pular descompassado.

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Colocá-la no quarto de hóspede ao lado do seu foi à única maneira de ficar longe dela. Precisava dessa distância, tanto quanto precisava da proximidade dela. Não queria de maneira alguma irritá-la, e não queria fazer nenhum tipo de mal a ela. E se sua presença a irritava era melhor que ficassem o mais longe possível um do outro.

Todas as noites ele esperava que ela dormisse para poder observá-la um pouco. Algumas vezes tocava o rosto dela, tinha medo de acordá-la, mas o fazia assim mesmo. Então tocava apenas para sentir a maciez de sua pele e o perfume que emanava dela. Ela estava cada dia mais corada e mais disposta, apesar de ainda comer pouco e vomitar algumas vezes.

Momentos que ele largava tudo para estar ao lado dela, apoiando-a, cuidando dela. Era preciso que ela soubesse que não estava sozinha.

As noites eram frias e solitárias, estavam tão perto e tão longe...
E ele pedia aos céus pelo momento em que ela teria outro súbito desejo de sexo. E, então, só assim ele aliviaria seu corpo e sua alma do louco desejo de tê-la.


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Naquela noite Hermione abriu a porta do quarto dele sorrateiramente, esperava vê-lo na cama adormecido, mas não havia nada além dos lençóis revoltos.

- Draco!- ela chamou baixo.

- Está passando mal, Granger?- ele perguntou ainda olhando pela janela do quarto, em pé entre as sombras das cortinas pesadas. - Ou é desejo? Faz duas semanas que você está aqui comigo e nenhum dia você me procurou no meio da noite. - ele disse num tom meio rancoroso.

- É que... Eu não consegui comer nada hoje!- ela disse insegura- E eu pensei que talvez... Se eu comesse abacaxi me ajudaria a passar esses enjôos terríveis.

- Abacaxi? - ele repetiu a palavra.

- Sim. É uma fruta tropical! – ela explicou, incerta se ele saberia ou não o que significava aquilo.

- Eu sei o que é. Mas não tenho isso em casa. – ele disse, pegando uma calça e um casaco. Vestiu-se rapidamente na frente dela e disse, por fim - Eu vou buscar pra você!

Com isso, Draco saiu pela porta, muito irritado, mas teve o cuidado de não encostar nela uma vez sequer. Se ela precisava daquela fruta, ele encontraria e traria para ela.

Entristecida pela distância, Hermione se sentou numa poltrona da sala, esperando por ele. Queria pegar no sono, mas seu estômago roncava faminto. Estava quase adormecendo quando ouviu um sussurro em seu ouvido.

- Cheguei Mione!- ele disse doce, como se a irritação anterior houvesse se esvaído por completo.

- Oi! Não ouvi você chegar!

- Você cochilou!

- Você encontrou o que pedi, Draco?

- Sim, está aqui!- ele disse já lhe estendendo uma vasilha de louça fina, com pedaços de abacaxi em cubos.

- Ah! Obrigada! – ela disse, pegando ansiosa a fruta.

Hermione aspirou o cheiro doce do abacaxi. Sua boca salivou de antecipação. Com gestos rápidos ela colocou a louça encima da mesa de centro, se sentou com as pernas cruzadas próximo e começou a comer.

Draco se sentou na poltrona a sua frente e a observou. Ela estava muito pálida, mas mesmo assim tão bonita! Ele poderia passar a eternidade observando os gestos dela.

- Você quer?- ela perguntou sorrindo ao notar que talvez parecesse uma esfomeada, comendo o abacaxi com tanta vontade daquela forma.

- Não!- ele respondeu, também sorrindo. – Mas é melhor você mastigar com cuidado, porque senão é capaz de engasgar!- ele zombou.

- Não perde a oportunidade, não é mesmo?

- Nunca!- ele riu com gosto.

- Tem certeza de que não quer? Está azedo!-ela disse fazendo uma careta logo em seguida.

- Não mesmo!- ele se negou também com uma careta.

- Só um pedacinho!- ela insistiu.

- Se fosse uma manga até que eu iria querer!- ele disse malicioso e ela ruborizou imediatamente.

- Ah, não inventa! – ela disse e se engatinhou até ele, sentando-se entre ele e usando as pernas dele de encosto para as suas costas, enquanto terminava de comer em silêncio.

Pronto, seu segundo desejo fora saciado. Então por que seu corpo estava arrepiado com a proximidade dele? Por que as mãos dele tinham que estar tão carinhosas sobre seus cabelos? Por quê? Ah! Droga! Ela pensou nesses questionamentos e se virou para vê-lo. Ele estava sentado no sofá de maneira displicente: as pernas abertas, a cabeça no encosto da poltrona, os cabelos desalinhados. Merlin! Por que ele tinha que ser tão bonito?

Draco a viu prender os lábios entre os dentes num gesto apreensivo típico dela. Deu um suspiro cansado, queria tanto beijá-la. Não sabia dizer porque havia aquela distância entre eles, nem tão pouco porque se permitia viver naquela tortura de não tê-la. Mas não estava disposto a continuar sofrendo com seu desejo reprimido. Coragem não era exatamente seu forte, mas talvez de tanto andar com a grifinória pudesse estar impregnando algo dela dentro de si. E talvez fosse a coragem.

Coragem que encheu seu peito e o fez descer a boca sobre a dela rapidamente, num beijo roubado que a deixou sem fôlego!

- Draco!- ela sussurrou, puxando-o para mais um beijo logo que a boca dela afastou alguns centímetros da sua.

Hermione se permitiu pensar nas noites e dias maravilhosos que passaram no navio e na praia, na mansão e na casa dela. Então sentiu o desejo arder pelo seu corpo.

- Eu quero!- ela sussurrou.

- Quer o quê?- ele perguntou ainda com os olhos semicerrados, enquanto mordiscava o lábio inferior dela num beijo de enlouquecer.

- Quero... – poderia dizer que queria fazer amor com ele, o que não era mentira. Mas, no momento, ela queria mais do que o simples ato de amá-lo. - Eu quero ser sua, e quero que você seja meu.- ela disse com a voz rouca, o que fez com que ele gemesse e com que suas feições se contraíram de desejo.- Quero te beijar, te sentir, provar o seu gosto! Quero sentir o seu êxtase em mim!

Ele não foi capaz de dizer nada, apenas emitiu um gemido gutural. Passou a mão pela face dela em um gesto carinhoso, puxando-a para mais um beijo. Suas mãos grandes tentaram puxá-la para cima, mas ela se recusou a se levantar. Apenas se ajoelhou ali, ente as pernas dele, e desceu os lábios vagarosamente pelo pescoço branco e macio do loiro. Foi a vez dele prender os lábios entre os dentes, principalmente quando ela abriu sorrateiramente o zíper da sua calça.

Hermione olhou para ele cheia de desejo. O membro dele já estava numa sutil ereção que aumentou com o toque dela. Ela o olhou novamente e sorriu maliciosa, enquanto sua mão descia e subia num gesto lento sobre a ereção dele.

- Eu também te quero, Hermione, quero seus carinhos, seus lábios. Sonho com seus gemidos! Ah! Que saudade do seu calor!- ele disse, enquanto apertava os cabelos dela.

Ele tentou sorrir, mas não conseguiria naquele momento, estava transtornado demais. Apenas se afundou na poltrona para aproveitar a caricia que sabia estar por vir.

Hermione apenas se abaixou sobre ele, tocou o sexo duro com fervor com a ponta dos lábios. Olhou para ele e se encararam por alguns minutos, até que ela o engoliu inteiro. Com um gemido, ele arqueou a coluna e gemeu respirando rapidamente.

- Gosta disso? – ela perguntou com uma voz sensual.

- Muito!- ele respondeu sem olhá-la.

- Mesmo?- ela insistiu.

- Mais do que tudo!- ele gemeu mais uma vez quando a boca faminta dela o envolveu novamente. –Ah! Her..mi..one!

Ela sorriu pelo nariz, adorava quando e ele gaguejava seu nome! Adorava quando ele perdia aquela postura de homem frio e se demonstrava um amante carinhoso, atencioso, disposto! Viril! Másculo! Enquanto pensava nas qualidades infinitas que encontrara no Sonserino, ela se aplicava ainda mais nas carícias sobre o membro dele.

Permaneceram ali por vários minutos, até que Draco tentou interrompê-la. Ele já não suportava mais!

- Mione!- ele disse apreensivo, agora olhando para ela. -Para!- ele quase gritou.

- Você não quer?- ela perguntou, levantando a sobrancelha de modo sugestivo.

- Que... ro!- ele gaguejou. -Mas você pode não... - ele ia dizendo quando ela o interrompeu.

- Ah! Então relaxa... E goza!- ela acrescentou maliciosamente. Ele fez um gesto negativo.

- Você me surpreende a cada segundo, sabia?! – Draco comentou.

Mas Hermione não queria responder àquela pergunta, preferia continuar o processo anterior. Fazer aquela carícia chegava a ser tão ou mais prazeroso quanto receber algo parecido. E ela continuou, observando os gemidos dele.

Hermione segurou firme a base do sexo quente e duro e o sugou com força. Nesse momento, Draco elevou os quadris da poltrona, obrigando-a a engolir ainda mais. E então gozou esplendorosamente, enquanto a ela coube a tarefa de suportar a força e a intensidade do prazer que ela mesma provocara.

O corpo inteiro dele tremeu, e então ele respirou aliviado como se estivesse acabado de presenciar uma explosão atômica. Hermione o soltou segundos depois do que pareceram horas, repousando a cabeça na perna dele. Hermione também havia chegado ao seu clímax.

- Mi! Você está bem?- ele perguntou preocupado, dobrando o seu corpo para ver o rosto dela.

- Não!- ela disse com um sorriso nos lábios, mas ele não pode ver.

- Não? Eu machuquei você! Você esta enjoada é isso? Eu sabia que não devíamos ter feito isso!- ele disse muito apressado, e ela sorriu levantando a cabeça para encará-lo. Ela estava sorrindo.

Ela pôde ver a confusão nos olhos dele! Ele estava apreensivo.

- Me diga, como está?- ele insistiu, mas ela apenas permaneceu sorrindo para ele. – Não está bem?

- Porque eu... Digamos... go...zei! Sem você me tocar! Só dando prazer a você! – ela disse com ainda mais malicia, e sorriu, umedecendo ainda mais os lábios levemente inchados.

Ele a olhou atônito. Mais uma vez ela o surpreendera!

- Ah! Mas isso não é justo!

- Não mesmo!- ela sorriu enquanto ele a puxava do chão diretamente para o seu colo, beijando-a na boca com voracidade.

Ele se moveu com maestria, ficando sobre ela em questão de segundos. Hermione riu descontrolada com a “fome” dele, sua roupa fora arrancada com desespero. Draco apertava os seios dela com força, roçando os quadris nos dela, tornando óbvio para ela que ele mantinha a sua ereção.

Mas ele se levantou quando ela achou que ele a penetraria. Sua cabeça girou de desejo e, no instante seguinte, ele havia a colocada sentada encima do encosto da poltrona, de modo que suas costas pudessem ser apoiadas contra a parede revertida pelas cortinas cor de vinho.

Ela gritou quando ele a apertou na parede, ficando sobre o sofá. Draco abriu as pernas dela com desespero e a admirou por alguns segundos antes de beijá-la delicadamente. Aquele ato a excitou mais do que se fosse um gesto voraz.

Draco, num gesto puramente provocativo, beijava-a ali, e se afastava para ver os olhos dela. Hermione o olhava demonstrando em seus olhos a luxúria e a paixão que sentia.

Ele dançou com sua língua em diversas direções, os gemidos dela eram constantes e o aperto em seus cabelos tornavam-se cada vez mais fortes. Ele sentiu o corpo dela tremer e latejar incontrolavelmente, suas mãos firmes sobre as coxas dela, mantendo-a aberta a sua mercê. O grito de êxtase invadiu seus ouvidos e ele soube que a satisfizera, mas aquilo era ainda muito pouco para o que ele tinha em mente.

Serpenteando com os lábios sobre a intimidade umedecida, sobre o ventre ligeiramente estufado, ele achou o vale entre os dois seios. Draco demorou para se decidir qual acariciaria primeiro. Era estúpido escolher, os dois eram dele e estavam deliciosamente convidativos. Ela não pode evitar gemer descontrolada mais uma vez quando ele mordera o seio direito, enquanto dois dedos deles penetravam sua feminilidade sem delicadeza.

Ele também gemeu ao sentir que ela apertava violentamente seus dedos, e agora remexia seus quadris atrevidamente em movimentos de vai e vem.

- Ah! Granger!- ele sussurrou enquanto passeava os lábios pelos seios dela em busca do mamilo esquerdo que estava incrivelmente enrugado a espera de um pouco de atenção.

Atenção que veio redobrada, úmida, voraz. Ele chupou lambeu e o mordeu, enquanto seus dedos a penetravam num ritmo forte e incessante.

- Draco! Eu não... - a intenção era dizer que não suportava mais prazer, mas as palavras fugiram debilmente de sua boca. Ficaram presas em sua garganta quando um orgasmo a atingiu.

O suor descia pela face dele, e ele respirava tão ofegante quanto ela. Ele a beijou nos lábios trêmulos.

- Cansada? Melhor se preparar, pois ainda não acabamos! – ele disse malicioso.

Ele a pegou delicadamente e a sentou na poltrona. Hermione ainda não conseguira restabelecer o ritmo de sua respiração, mas ele parecia incansável, erguendo as pernas dela em seguida e passando ambos os braços por baixo de cada uma delas, de modo que seus sexos se encontrassem.

- Oh!- foi à única coisa que saiu dos lábios dela, uma expressão de surpresa, delírio e prazer!

Ela engoliu em seco quando ele a penetrou devagar, muito devagar.

- Olha pra mim!- ele ordenou, e ela com um suspiro obedeceu.

Sim, ela olharia para aquele cinza maravilhoso, que tantas vezes lhe parecera tão frio e cruel. Agora eles eram, para ela, como o fogo do inferno que lhe assolava a alma e a levava ao pecado.

O rosto pálido dele estava rosado, seus cabelos em completo desalinho, os lábios inchados, o suor escorrendo lentamente por seu corpo. Ele estava divinamente lindo! E ela procurou os lábios dele em desespero, o que fez ele gemer alto dentro de sua boca.

Com um sorriso, ela respondeu ao gemido com um ainda mais forte. Ele separou seus lábios e sorriu terno para ela, enquanto seu corpo ainda se movia numa cadência regular. Permaneceram assim por longos minutos, um olhando par o outro, sorrindo maliciosamente.

A respiração dele tornou-se mais pesada, e ele foi mais fundo em seus movimentos. Hermione soube instintivamente que chegariam ao ápice. Então, mais uma vez, ela uniu seus lábios ao dele, forçando um beijo sôfrego, do qual ele se libertou instantes depois, pois as tarefas de beijá-la e gemer em seu êxtase eram impossíveis de serem feitas ao mesmo tempo.

Então escorregou os lábios pela pele úmida e quente do pescoço dela, postando seus lábios próximos ao seu ouvido, e gemeu como um bicho no cio, enquanto gozava dentro dela.

Hermione queria gritar, mas era inútil! Por que diabos ele tinha quê ser tão bom? E por que tinha que gemer daquele jeito em seus ouvidos, fazendo-a enlouquecer e responder com igual ardor? Seus pensamentos se esvaíram ao sentir o gozo dele forte dentro de si! E só o que restava era se agarrar a ele aproveitar e esperar passar aquele turbilhão de sensações que a envolvia.

- Ah! Mérlin! Eu pensei que fosse morrer!- ele disse sorrindo enquanto descia as pernas dela, deixando-a descansar.

- Acho que a gente podia fazer isso todo dia! – ela disse tentando parecer inocente.

E ele, com um sorriso nos lábios, movia sua cabeça negativamente.

- Você é maníaca!

Ela riu gostosamente:

- Eu? – e fez um biquinho como se tivesse enfezada pela acusação.

- Você me tira do sério!

- Bom saber!- ela levantou a sobrancelha sarcasticamente e ambos riram.

- Vamos pra cama? – ele convidou displicente.

- Ora! Ora! Ora! Quem é maníaco agora?- ela perguntou mordendo os lábios sedutoramente.

- Não reclama, eu sei que você adora quando me faz gemer seu nome! - ele provocou, levantando-se. - Vamos?

Ela riu safadamente:

- Minhas pernas estão tremendo!

- Eu te levo! Vem?!- ele disse e a levantou.

As pernas dela se penduraram na cintura dele e seus braços se postaram sobre seu pescoço. Hermione depositou um selinho nos lábios dele antes de descer a cabeça pelo ombro forte, enquanto ele rumava pelas escadas direto para o quarto...


_____________________________________________________________

...Dias depois...


Hermione estava tomando banho quando sentiu as mãos de seu loiro em sua cintura. Ela deu um suspiro profundo. Seu loiro! Ah! Seus últimos dias na mansão tinham sido um sonho! Draco era todo dengo! Todo charme! Todo másculo! Faziam amor a metade do tempo em que passavam juntos. Faziam amor pela manhã... Depois ele se trancava no escritório, horário em que ela ia ao hospital ou à casa de Gina... Almoçavam juntos, depois faziam amor de sobremesa... À tarde, dormiam abraçados... Acordavam e faziam amor... E saiam para passear e dormiam um nos braços do outro!

Ela estava tão entregue, tão vulnerável, tão feminina! Tão... Sua! Draco pensava ao entrar no banheiro, estavam vivendo um sonho do qual ele não queria acordar!

Com volúpia, ele passou a mão pela cintura dela num gesto carinhoso, enquanto beijava seu pescoço.

- Oi!- ela disse

- Nossa, a cada hora que eu passo distante de você parece que ela está maior!- ele disse rindo, referindo-se ao ventre dela.

- Ah! Exagerado!- Ela riu.

- Fiquei tão feliz quando o medibruxo disse que estava tudo bem!- ele disse sonhador – E que em breve ele começa a se mexer!

- É, eu agradeço por essa fase de enjôos estar passando! Ah! Não agüento mais acordar cedo e passar mal todos os dias. - ela reclamou com um careta. - Ainda bem que você sempre se levantava para me ajudar!- ela disse carinhosa.

- Eu não disse que seria melhor que você ficasse perto de mim? Eu acho que tenho cuidado de você direitinho. - ele se gabou.

- Hum! Você acha? Eu tenho certeza!- ela disse, enquanto se virava para beijá-lo.

Trocaram alguns beijos carinhosos.

- Ei, é melhor você parar com isso, estamos um pouco atrasados para o jantar dos Potters!

Ela riu e se afastou dele.

- Ainda não acredito que você aceitou ir, Draco.

- Nem eu! Mas o Potter tem se mostrado uma boa companhia!

- Oh! E os mares se abriram!- ela disse num tom sarcástico- Só um milagre mesmo para vocês dois se darem bem!

- É! Milagres às vezes acontecem! Ele é um cara legal, acho que nunca serei para ele um amigo como... - ele ia dizendo, mas parou de repente, como se estivesse prestes a cometer a maior gafe de sua vida.

- Como o Rony foi, não é mesmo?- ela disse com um fio de voz.

- É sim, mas já posso considerá-lo um bom amigo. Ele e a maluca da Ginny! – ele sorriu ao se lembrar de quantas vezes ela fora amiga gentil e, junto com o marido, ouviu-o e o aconselhou.

- Eles são minha família!- ela disse com um suspiro. - A família Weasley praticamente me adotou depois que perdi meus pais. Sabe, sinto tanta falta da senhora Weasley!

- Você se afastou deles por minha causa, não foi?- Draco a olhou triste.

- Não sei como eles reagiriam ao saber que estou esperando um filho de outro. O Harry e a Gina tentam me convencer de que ela adorou a idéia de me ver com alguém! Mas... Não sei! Preferi me afastar. Aceitar esse fato de você ser o pai do ...- ela se interrompeu bruscamente – ... Dessa criança é uma coisa, ter o Harry e a Gina ao nosso lado é outra. Mas convencer toda a família Weasley de que você mudou é outra muitooooooo diferente!

- Você tem razão, meu pai nunca facilitou nada aos Weasley não é mesmo? – Draco comentou, concordando com ela.

- Você sabe que não!

- Sabe, Mione, às vezes eu queria voltar no tempo e consertar algumas coisas! Mas isso não é possível, por isso tento consertar minha vida agora. Mas as vezes tenho medo de que meu pai não esteja morto e apareça arruinando tudo de novo!- ele confessou pela primeira vez.

- Ei! Seu pai não vai voltar! E, se ele aparecer, vão ter mil aurores querendo a cabeça dele!

- Mas isso não me conforta. Ele foi fiel ao lorde das trevas! Ah!.. - ele parou bruscamente, como se evitasse aqueles pensamentos. – Agora me responda senhorita: O que você fará se o senhor e a senhora Weasley estiverem no jantar dos Potters? Não pode fugir deles para sempre!

- Ah! A Gina me garantiu que eles estão viajando!- ela deu um suspiro profundo.- Se bem que, se ela estivesse nesse jantar certamente ela levaria uma mousse de chocolate que é um sonho!

- Ei, não me faça encontrar a senhora Weasley a essa hora e seqüestrá-la para fazer esse tal de “musto” de chocolate. – Draco brincou.

- Mousse! Olha o biquinho: Mousse! – ela repetiu em brincadeira e ele caminhou até ela e falou bem próximo ao rosto dela.

- Mousse!

- Isso mesmo, Draco! Com o biquinho... Mousse! – eles se beijaram rindo.

-Vai lá se vestir que eu tenho que fazer a barba, ou vamos nos atrasar para o jantar! - Draco pediu a ela, ainda rindo daquela brincadeira anterior.


__________________________________________________________


Sozinho no banheiro a se aprontar, Draco pensava em sua situação.
Ele a tinha! Sua vida estava melhor do que planejara. Seu herdeiro estava a caminho, a gravidez corria bem, tinha “amigos” com os quais jamais sonhara. Fazia amor todas às noites e dias com a melhor mulher do mundo. E seu coração disparava com um mero sorriso daquela castanha. Até sua casa tinha perdido o ar sombrio com a presença dela.

Agora precisava apenas convencê-la de que poderiam ficar juntos após o contrato! Convencê-la de que a presença dela era essencial para sua vida, e que talvez pudessem ser uma família de verdade. Uma família com a qual ela sonhara ao lado do Wesley. Sabia que não seria a mesma coisa, a perda de Rony ainda era uma ferida aberta que ela precisava cicatrizar, mas ele estava disposto a esperar e, se possível, ajudá-la a se curar.

Precisava arrumar um jeito de salvar a menina Fantine! Um cheque fora suficiente para manter sigilo de suas idas ao hospital, pelo menos pela diretoria e funcionários Hermione não saberia de nada. Não queria que ela soubesse que ele estivera investigando a vida dela, contaria em um momento apropriado sobre aquilo. Temia perder a confiança que adquirira aos poucos e com muitos esforços.

Convencer a Fantine a se comprometer com um segredo deles fora muito mais difícil, ela era astuta e não se deixava ludibriar fácil. Ele sorriu ao se lembrar do dialogo entre ele e a menina:

- Por que não quer que a tia Mione te veja, e não saiba o seu nome?


- Olha, Fantine, eu a conheço e quero fazer uma surpresa pra ela qualquer dia desses.

- Mas eu não entendo por que tenho que fazer segredo! - ela disse impaciente. - Ela me disse que vai ter um bebê! Mas não quis me falar sobre ele! Você sabe por quê?

- Não!- ele mentiu. - Mas olha, eu gosto muito dela, mas não quero mesmo que ela saiba que eu venho aqui!

- Por que não? – Fantine insistiu ainda mais.

- Se lembra que eu te disse que ia ter um filho?

- Sim!- ela disse sorrindo.

- Pois então! O filho que está dentro da sua tia Mione é meu filho também!

A menina arregalou os olhos e Draco não soube até onde a super compreensão infantil tinha chegado.

- Vocês são namorados? – a garotinha perguntou.

- Quase!- ele não pode deixa de sorrir diante do espanto da menina.

- Foi você que deu aquele anel bonito pra ela?

- Sim, você gostou dele? Ele foi da minha mãe! – Draco disse, sorrindo sincero. - Está na minha família há muitos anos.

- E onde está a sua mãe?

- Por aí! Mas não sei se um dia a verei novamente!

- Você vai pedir o anel de volta se ela não quiser mais ser a sua namorada? - a menina perguntou, inocentemente. – A minha mãe me disse que meu pai levou o anel dela quando ele foi embora!

Draco suspirou. Por que essa menina tinha mania de tocar justamente onde doía?

- Não Fantine, não pretendo tomar o anel dela. Não queria que ele saísse da minha família mas, se algum dia ela quiser ir, ela levará o anel.

Ele respondeu com o coração aos pulos, e só então percebeu isso. Por que será? Por quê? Só a idéia de que ela partiria o deixava assim? Descontrolado?

- Você pode manter esse segredo pra mim, Fantine? – ele perguntou novamente.

- Posso. – ela concordou, finalmente. - Anjo, posso te pedir uma coisa?

- Claro, Fantine.

- Traz um pedacinho do céu pra mim?! – ela pediu, sorrindo inocentemente.

- O quê? – ele se surpreendeu, e a olhou longamente.

- Você não é um anjo? Então você deve poder ir ao céu. - ela disse, sorrindo com a sua imaginação infantil.

Draco poderia dizer que isso era impossível, mas não teria coragem, Fantine se levantou e ficou em pé na janela, olhando a paisagem.

- Anjo, você quer guardar o segredo?

- Claro!

- Então é melhor correr, porque a tia Mione está chegando...


______________________________________________________________________

Draco saiu do banheiro e encontrou Hermione sentada na beirada da cama com os cotovelos apoiados nos joelhos, pensativa.

- Ei! Ainda não se vestiu?

- Eu não vou! – ela disse a ele, decidida.

- Como assim não vai?- ele se espantou- O que aconteceu?

- A não ser que você tenha ai uma camisa que foi do Hagrid para eu usar, então eu não poderei ir!

Ele a encarou ainda sem entender.

- AH, Draco, nada me serve! Essa barriga enorme fez todas as calças apertarem. Tudo que tento usar deixa essa barriga de fora. Ai, eu não quero sair!

Ele a olhou incrédulo.

- Você está me dizendo que não tem roupa pra sair?

- Para um jantar especial, não. Ah! E nem pra dormir também, por isso que ando vestindo suas camisetas.

- Ei! Eu pensei que era porque gostava do meu cheiro!- ele reclamou brincalhão, mas ela não achou graça, estava com os olhos marejando. – Está bom! Calma, é só eu dar um telefonema e você terá roupas para sair ok?!

Ele disse, saindo do quarto para o escritório. Hermione se deitou na cama emburrada. Sua noite estava arruinada!

__________________________________________________

- Hermione, desce! Quero que veja uma coisa!-ele gritou aos pés da escadaria que levava ao segundo andar da mansão.

Muito a contra gosto, ela saiu do quarto. Fazia dez minutos que estava deitada pensando na sua vida! Com um suspiro exausto ela saiu do quarto e caminhou até a sala de entrada. A porta da mansão ainda estava aberta, por onde entrava inúmeros rapazes carregando araras de roupas e inúmeras caixas coloridas.

- O que está acontecendo?- ela perguntou se aproximando rápido.

- Trouxe a loja pra você!- ele contou alegre como uma criança.

- Você o quê?- ela disse totalmente incrédula.

- Sou um Malfoy querida, é só ordenar que eles obedecem!

- Sim! Isso mesmo querida!- Disse uma senhora de mais idade, vestida muito formalmente – Esse é nosso cliente especial, e aqui estamos para suprir as necessidades da noiva Malfoy!

- Vem Mi!Podemos começar a provar?- ele perguntou à mulher enquanto arrastava Hermione pela mão até o centro da sala.

Em poucos minutos Hermione se viu cercadas de panos, e com um aceno de varinha da mulher ela estava devidamente vestida com um modelo para gestantes, sofisticado e moderno. E antes que Hermione pudesse protestar Draco já havia dado sua opinião e, com um novo balançar de varinhas, ela vestia outra peça diferente da anterior. Durante os trinta minutos que se passaram Hermione provou tantas roupas que não nem mesmo capaz de lembrar qual havia sido a primeira peça à experimentar.

Enfim Draco disse:

- Eu aconselho o tom azul para essa noite! O que acha, Mi?

- Perfeito!- ela disse desanimada, e ele percebeu.

- Deixe tudo por aqui! Os elfos vão dar um jeito nessa bagunça. Poderia vir ao escritório, por favor! - ele disse, dirigindo-se à mulher, que tinha um sorriso estampado no rosto pela boa venda.

- Vou subir, te espero no quarto!- Hermione disse e saiu calada, enquanto Draco e a senhora seguiram para o escritório.

Menos de dez minutos depois ele entrou no quarto trazendo um vestido num tom verde. Ela estava olhando distraída pela janela.

- Aqui! Mudei de opinião! Acho que esse tom verde-água vai combinar para essa noite! – ele disse, mas parou abruptamente quando percebeu que ela estava muito calada. - O que foi? Fiz alguma coisa errada?

- Eu odeio ser manipulada!

- Ei eu não fiz nada demais!- ele se indignou

- Não? Você decidiu que eu precisava de outras roupas.

- Eu não decidi. Você precisava, Hermione.

- Sim, e você foi lá e resolveu tudo com essa maldita arrogância Malfoy, Decidiu tudo!

- Não estou te entendendo! Eu só quis te ajudar, fazer suas vontades! Você imagina quantas mulheres iriam querer o seu lugar?

- Mas eu não sou como essas malditas mulheres! Depois de controlar o que eu como, o que eu bebo, o que eu visto... O que vai ser? – ela quase gritou irritada.

- Tudo bem, vista apenas esse para essa noite, amanha devolvo tudo e você escolhe o que quiser!- ele disse verdadeiramente entristecido.

Nesse momento ela o olhou, queria estar muito feliz com ele, mas não estava! Queria ter podido se expressar de outra maneira, dizer a ele que ela não precisava daquela ostentação para ser feliz, que um simples vestido barato a faria imensamente feliz! Mas as idéias dele se divergiam. Ela fora criada com a simplicidade. Quanto a ele... Um Malfoy... Draco aprendera que ter dinheiro era tudo! E, por um momento, ela sentiu pena dele.

- Vem cá! Me desculpa, tá? É só que eu não estou acostumada com isso!- ela disse e o abraçou delicadamente.

Draco tinha vontade de mandá-la ir às favas, estava magoado com aquilo. Ele dava a ela o melhor de si e ela recusava como se não fosse nada!
Por que ele tinha que gostar tanto dela? Ele pensou antes de aceitar o abraço carinhoso.

- Tudo bem! Vamos nos aprontar ou o Potter vai achar que eu fiquei com medo! Ou, então, que eu a seqüestrei e a prendi nas masmorras! – ele beijou o topo da cabeça dela carinhosamente após suas palavras.

Dentro de meia hora estavam saindo...

_______________________________________

O jantar ainda não havia sido servido e eles conversavam animadamente na sala, enquanto o Buffett contratado terminava de ajeitar a refeição. Hermione agradeceu por estar só o casal amigo, pois ainda não se sentia preparada para encarar a família Weasley depois do contrato que fizera!

Gina e Hermione sorriam aliviadas ao verem Harry e Draco discutirem quadribol civilizadamente. Quando a companhia tocou, e Gina olhou para Harry e para Malfoy, antes de ir abrir a porta.

_Gina querida!- disse a senhora Weasley ao ser recebida pela filha.

Hermione se retesou ao ouvir a voz da velha senhora. E entes que Harry e Draco pudessem dizer alguma coisa ela subiu as escadas correndo, e entrou no quarto de hóspede batendo a porta. A casa foi invadida por uma grande parte da família Weasley, que cumprimentavam, Harry e Gina, animadamente. Draco preferiu se isolar num canto, enquanto apenas era cumprimentado friamente.

Molly Weasley se aproximou dele, o encarou por alguns segundos como se o despisse de tudo que ele já fora um dia, e enfim disse:

_Olá! Menino Malfoy! Posso te dar um abraço?

Ele ficou sem saber, o que dizer, então apenas curvou a boca num sorriso encantador, que fez Molly sorrir e o abraçar forte.

_Mesmo que tenha perdido o meu filho, a Hermione pra mim é como uma filha! E ela escolheu você! Você será meu filho também! Bem vindo à família Weasley!

Draco sorriu amarelo, e Harry logo chegou a seu auxílio
.
_Estão se entendendo?

_Claro! Agora estou louca para ver a minha menina, e não adianta ela tentar fugir de mim! Já chega estou morrendo de saudades dela!
_Sim! Ela está no quarto, está um pouco cansada sabe? Gravidez!- Harry disse apressado.

_E como sei! Aliás, tive seis!- a mulher disse entusiasmada.

_É, e tenho certeza e que o Draco adoraria ir lá ver se ela já está descendo. - Harry disse sorrindo amarelo.

_Claro! Com licença!- Draco disse saindo na direção onde Hermione tinha ido.

*****************************************************************************

_Mione, abre a porta!- Draco disse encostado a porta do banheiro que estava fechada.

_Você sabia?!- ela disse em tom de acusação.

_Abre a porta! Daí a gente conversa!

_Eu quero ir embora!- ela disse com a voz chorosa se lamentando por ainda não poder aparatar.

_Hermione, me escuta, eu preciso falar com você! Abre essa porta!- ele disse calmo.

_Não! Você, o Harry e a Gina me pagam!- ela quase gritou.

_Abre!- ele ordenou num tom forte, e imperativo que ela não soube como se negar, não podia fazer um escândalo na casa de seus amigos.

Draco ouviu a som da porta se abrindo e ela saiu com os olhos marejando, o que fez o coração dele disparar.

_Mione!- ele disse antes de abraçá-la.

A intenção dela era socar o rosto do loiro, mas não esperava aquele abraço tão espontâneo e sincero, ela o abraçou passando os braços pelo pescoço dele e deixou as lágrimas fluírem:
_Calma! Xiiiiii! Calma!- ele murmurou no ouvido dela, enquanto a beijava delicadamente no pescoço, não eram beijos de desejo e sim simplesmente de consolo e carinho.

_Por que vocês fizeram isso comigo? Por que? Eu confiava em vocês!- ela reclamou.

_Vem cá! Senta aqui!- ela a puxou a te a cama, se sentou e a colocou sentada em uma de suas pernas. - Me escuta! Não fique com raiva do Harry e da Gina!- ele disse calmo. – Fui eu que os convenci a fazer isso!

_Por quê? Como vou olhar para todos eles agora? Como? Depois do que eu fiz?

_Mione, o que foi feito está feito! Você não pode esconder o que você fez! Olha só, se te ajuda saber, não contamos a eles do contrato! Dissemos apenas que você se afastou drasticamente por ter se envolvido e estar esperando um filho meu!

_Ah! Tenho certeza de que eles estão me odiando por isso!

_Claro que não! Eles te adoram!- ele sorriu- Digamos apenas que recebi várias corujas me ameaçando, caso eu a fizesse sofrer!

Ela o encarou surpresa, e ele sorriu enquanto limpava o rosto dela, das lagrimas que escoriam livremente.

_Calma, eu consegui, me comportar e não revidei nenhuma ameaça! Confesso que vontade não me faltou!- ela deu um breve sorriso.- A Molly disse que está louca de saudade, que não importa o que tenha acontecido você será sempre a filha dela!

_Verdade? Oh! Draco eu não suportaria conviver com o desprezo dos Weasleys!

Ele beijou o nariz dela nesse momento e disse:

_Se depender de mim, isso não vai acontecer nunca! Eu te admiro muito Hermione, gosto demais de você para deixar que se afaste das pessoas que você ama, por minha causa.

Um nó estranho prendeu na garganta de Hermione, uma frase surgiu a sua mente, seu coração disparou:- Eu te amo Draco!- mas ela não foi capaz de dizer! Não, não podia ser aquilo. Ela não podia estar amando novamente! Ela só amara uma vez! E esse amor estava enterrado junto com o Rony!

Ele não podia estar amando-a! Não! Mas por que todas as evidências mostravam que sim! Porque ele agia como se a amasse? Porque? Mil perguntas passaram por sua mente. Mas não, não é amor, é o contrato Hermione! O contrato, você trás o herdeiro dele em seu ventre, é isso que faz com que ele a trate assim! Ela se repreendia em mente quando ele a tirou de seus pensamentos.

_Vamos descer! Sua família está te esperando!

No que ela estaria pensando tão atentamente? Draco teve vontade de invadir a mente dela, com certeza teria acesso pelo frágil estado emocional em que ela se encontrava, mas não faria aquilo. Certamente era algo íntimo demais para ser dividido com alguém que não amava! Quando será que ela entenderia que ele faria tudo para que ela fosse feliz! Gostava tanto dela que se pudesse devolveria a vida a Ronald! Para que ela fosse feliz! Se pudesse voltar no tempo e devolver a vida a ele! Mesmo que isso implicasse que jamais tivesse o prazer de tê-la em seus braços! Desde quando um Malfoy ia querer devolver a vida a alguém? Desde quando Malfoys sentiam o coração disparado só na hipótese de não ter uma mulher? Desde quando Malfoys amavam?
Nesse pensamento ele foi interrompido pela boca quente e macia, que tocou a sua num beijo lento. Ele completou o pensamento: Sim eu a amo!

****************************************************************************

Hermione e Draco desceram de mãos dadas, todos repararam no quão linda ela estava, com seu vestido de gestantes, verde-água. Era um corte simples, mas que ressaltava a ventre protuberante, e os seios ligeiramente maiores devido a gravidez. Ela tinha o rosto corado, e suas mãos tremiam ao redor das mãos de Draco, que a apertava firmemente.
_Mione! Que saudade! Minha menina!

A senhora Weasley abriu caminho até eles, que ainda estavam ao pé da escada. E a abraçou efusivamente, enquanto os outros olhavam admirados para o casal.

_Também senti sua falta! – Hermione disse tentando não chorar.

_Nunca mais se afaste de nós! Nunca mais! Eu te quero sempre por perto, é assim que mães querem seus filhos, sempre por perto. Não importa o que tenha feito, ou o que aconteça, eu te quero sempre junto da nossa família! –a mulher disse ainda abraçada a ela.

_Obrigada!

_Ei! Sobra um abraço pra mim?- perguntou um homem velho e muito acabado. As que trazia ainda as feições amáveis do homem bom que era.

_Sr. Weasley! Claro!- ela disse alegre enquanto se soltava da matriarca Weasley para abraçar o ex-sogro.

*****************************************************************************
........ Dias depois.......

Draco estava no escritório resolvendo algumas coisas, fazia um bom tempo. Hermione tomava banho, tranqüilamente, sentia seu o coração leve, tranqüilo, o quadro de saúde de Fantine estava melhorando, talvez ela resistisse até que a cura fosse encontrada. Era inexplicável a atual melhora da garota, mas parecia que algo devolvia-lhe a vontade de viver, e seu corpo refletia a vontade de seu coração. Isso já era um bom motivo para que Hermione se animasse. Ao passar a espuma perfumada pelo corpo ela não pode deixar de notar o quanto seu ventre estava mudado.

Geralmente, ela evitava tocar a sua barriga, ou expressar algum carinho para com o ventre já protuberante. Mas com um suspiro de aceitação, ela tocou suavemente a sua barriga como uma caricia. E seus pensamentos fugiram para um lugar que nunca estiveram antes: Como você será? Como será seu cabelinho? O toque de suas mãozinhas? Quando você sorrir, será que vão aparecer covinhas? E a sua voz? Como será seu cheiro?
_EH! Como você será? Acho que você será loiro como ele?- ela sorriu bobamente com as mãos deslizando de cima para baixo, como se acariciasse o próprio bebê- e a cor dos seus olhos? Será amendoados como os meus? ou cinzas como o de seu pai
?
Seus olhos encheram de lágrimas e pela primeira vez ela sentiu seu coração apertar por saber que não ficaria com aquela criança. Que não a veria aprender a sorrir, aprender a caminhar, a falar!

_AH! Idiota, eu sou uma idiota! – ela disse fechando o chuveiro e antes que pudesse pegar a toalha, sentiu como se algo se movimentasse dentro de si, algo sutil como asas de borboletas, ou como um movimento de um peixe na água. Prendeu a respiração, e imaginou que a toalha deveria ter se encostado na sua barriga e causado aquela sensação. Enxugou-se rápido e se livrou da toalha, e antes que pegasse a camisa de Draco que escolhera para dormir, ele veio de novo. Era como se um peixe estivesse dentro de si. Se movimentando no seu limitado aquário. Hermione sentiu a respiração falhar e disse com a voz insegura:

_Ei!Não fui eu quem fez isso! É você? O herdeiro! – ela ficou parada por um instante como se fosse ouvir uma resposta, que não veio. - Ah! Idiota e maluca!

Ela disse rindo dela mesma, quando sentiu outros movimentos, agora como se fosse asas de borboletas, causando um pequeno tremor enquanto batiam suas asas agitadamente. Ela tocou o ventre instantaneamente e pode sentir o movimentos com seus dedos.

_Mérlin! –ela disse com a voz falha, enquanto colocava o roupão e corria até o escritório de Draco.

Ela entrou no escritório e apressada, Draco a olhou, espantado.

_O que foi?- ele perguntou ao notar a palidez dela, e o fato dela entrar tão intempestiva no escritório.- está passando mal?- ele perguntou preocupado.
_Draco! Eu...- ela estava ofegante.
_O que foi? Está sentindo alguma dor? Responde Mione! Responde!- ele disse serio, quase gritando de preocupação, enquanto caminhava até ela, que negou com a cabeça.

_Eu estava conversando com..- ela sentiu vergonha de que dizer que estava conversando com o bebê.-Olha só? – ela disse enquanto colocava a mão dele sobre seu ventre, e Draco a olhava sem entender.

Não demorou mais do que alguns segundos para que Draco também sentisse a ondulação por debaixo da pela lisa.

_Mérlin! –ele exclamou- Mione, isso é o meu filho se mexendo? – ele perguntou com os olhos arregalados.

Ela sorriu em resposta, e ele apenas a abraçou e a rodopiou pelo escritório enquanto os dois riam sem parar...

_Você precisa ir ao medibruxo!?- ele disse eufórico- Vou ligar para ele!

_Não Draco não!- ela ria

_Como não?

_Draco andei pesquisando, movimentos são comuns após a décima oitava semana.- ela explicou.

_É, mas segundo medibruxo você está aproximadamente na vigésima quarta semana! Ou seja quase cinco meses!

_Isso mesmo!- ela afirmou- Ele demorou um pouco para manifestar seus movimentos, isso deve ser devido ao lado hereditário paterno, mas... - ela disse em tom de brincadeira.

_O quê?- ele fingiu indignação. – Ah! Então eu sou devagar? Vou te ensinar bem devagar um motivo para não entrar no meu escritório assim, só de roupão! – foi a vez dele dizer malicioso enquanto abria o roupão e constatava a nudez dela. E deu um gemido muito alto, e ela riu mais uma vez.

_Foi por uma boa causa!- Ela se defendeu falsamente.
_E agora vou te dar uma ótima razão para não sair daqui!


...

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