Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sacrificio - Capitulo 45 No fundo do lago


Capitulo 45 No fundo do lago
Quatro horas DEPOIS ...

Hermione estava ofegante sobre a cama, se retorciam e choramingava sofrendo com as dores que a assolava. Gina estava ao lado dela, o tempo todo com um pano úmido hora limpando o suor de sua testa, hora levando um pouco de umidade para os lábios ressequidos de dor. A camisola branca de algodão que colocaram nela logo que chegaram ao quarto estava molhada e grudada ao corpo dela. Pomfrey tentava refazer algumas poções, mandando que trouxessem da enfermaria.

***



         _Não acredito que ainda não encontraram aquela megera! - Draco disse coçando os cabelos nervoso.- E que ainda não conseguiram parar esse inferno dessa tempestade.

         _Senhor Malfoy estamos fazendo o possível. Mas essa tempestade foi trazida por uma magia negra muito poderosa e antiga.- o professor Flickwir disse.

         _E não a encontraram? – Rony perguntou mais uma vez.

         _Nem sinal da aluna adoradora das artes das trevas. Pelo jeito todos nós subestimamos a sonserina ardilosa. - Snape disse sério - E tem mais... eu sei o que a Pansy fez.

         Todos no recinto olharam apreensivos para o professor de poções.

         _Fala logo o que ela está fazendo. Caso não saiba a Hermione está sofrendo há horas naquele quarto. Precisamos leva-la ao hospital!- Rony disse impaciente.

         _A Senhorita Parkinson enfeitiçou algo que pertence a sua esposa Draco. – Snape disse baixo.

         _Que? O que isso significa?

         _Que a Pansy conseguiu um meio de impedir o nascimento de seu filho. Mesmo estando longe.

         _Não acredito! Como ela pode chegar a tanto?- Blaise disse indignado, enquanto Draco se sentou chocado com as notícias.

         _O que podemos fazer quanto a isso?- Harry disse.

         _Nada além de encontra-la. Reverteremos a magia tão logo tenhamos o objeto da senhora Malfoy de volta.

         _Que porra essa desgraçada pegou? - Draco perguntou chutando a mesa que estava no centro da sala. Assustando a todos que estavam ali.

         _Creio que seja uma flor do vestido. Se lembram do flagrante antes da surra que dei nela? – Perséfone disse.

         _Isso mesmo menina. Por essa razão ela está escondida, e faz questão de que não a encontremos.- Minerva disse apreensiva.

         _Mas eu vou encontra-la, e vou fazer picadinho dela. - Draco disse saindo.

         _Espera Draco. Voce não pode deixar a Mione sozinha. Ela vai querer voce por perto. _ Harry disse sábio.

         _Claro, ela precisara de todo o apoio necessário, Sr. Malfoy. Ela vai ter um parto difícil pela frente... -  Minerva pontuou e Draco se sentou derrotado.

         _Vou traze-la para você Draco. Vou encontra-la. Não é possivel, vencemos uma guerra. Vencemos o Lorde das trevas, essa vagabunda vai ser o de menos. – Harry disse irritado.

         ******************************************************************** 

         Draco estava sentado sobre seus joelhos sobre a cama, Hermione chorava copiosamente em seus ombros. Ela estava nervosa, e a situação não tinha melhorado. E não podia contar a ela a verdade. Aquilo só a colocaria mais nervosa.

         _Calma! – ele disse acariciando os cabelos dela.- Não adianta ficar nervosa.

         _Tem alguma coisa errada Draco. Eu sei. O que está acontecendo Draco? O que? E voce não querem me contar!  Doí muito! - ela disse cobrindo o próprio rosto com as mãos e se afastou dele sentindo uma contração - Eu tentei ser forte e não chorar, mas está doendo! Draco...

         _Por Merlin Mione, fica calma, por favor! – ele disse com as lágrimas pingando, e ela o olhou.

         _Voce está chorando! - ela disse parecendo uma acusação.

         _Queria poder dividir essa dor com voce. Não quero que sofra assim.- foi a vez dele tampar o próprio rosto tentando esconder o pranto.

         _Draco. Eu te amo tanto! Tanto! – ela disse chorando muito e em seguida forçando em mais uma contração - Quero que isso acabe logo. Quero segurar meu filho. Quero parar de sentir essas dores. – ela disse descontrolada.

         _Eu também te amo Mi. - ele disse chorando - Escuta, eu vou sair um pouco... - ele segurou o rosto dela.

         _Não. Não me deixe aqui sozinha! Draco, por favor, não me deixe agora. - ela pediu suplicante.

         _Preciso fazer uma coisa.- ele piscou várias vezes a segurando e a olhando nos olhos – É muito importante, preciso fazer isso por voce e pelo meu filho.

         Ela ofegou chorando e ele esperou que outra contração passasse.

         _Me escuta. Se eu não voltar... – ele engoliu em seco.

         _Onde voce vai. Não vai chegar perto da Pansy. Draco ela está louca! Não vai chegar perto dela. Ela é capaz de matar qualquer um de nós. - Hermione disse nervosa.

         _Preciso ir. Saiba que eu te amo. E que preciso que tenha força para trazer meu filho ao mundo. Por favor. - ele disse num fio de voz.

         _Não me deixa, por favor não me deixa... - ela implorou e ele a beijou nos lábios rapidamente, o gosto de lágrimas invadindo seus sentidos. 

         _Eu te amo. Só não esquece isso.

         Draco soltou as mãos de Hermione, forçando um pouco, já que ela não queria soltá-lo e saiu de perto dela.  Atravesssou o quarto depressa e fechou a porta atras de si. Precisava encontrara aquela mulher e não poderia olhar para tras, fechou os ouvidos para o pranto dela. Podia ouvir seu nome e meio aos berros de dor e de desepero. Encontrou muitas pessoas o olhando logo que saiu do quarto.

         _O que voce disse para ela? – Harry perguntou, estava muito transtornado como todos ali. Mas ele e Draco eram os mais afetados.

         _Assunto meu Potter. - Draco disse sério, limpando o rosto.

         _Voce não pode deixa-la dessa maneira. - Harry questionou.

         _Eu vou pegar a Pansy Potter, e me livrar dela de uma vez por todas. Não vou deixar a MINHA esposa sofrendo assim. Só quero que fique alguém de guarda, para ela nem se atrever a aparecer por essas bandas.

         _Já está tudo organizado Draco. Eu vou com voce!- Blaise disse.

         _Não. Eu te quero aqui. O Rony pode ir comigo.

         _Eu também vou. – Perséfone se adiantou e abraçou Rony.

        Não admitiria a ninguém que temia por Rony caso ele caisse nas mãos de Pansy. Mas aquele medo a assolava.

         _Não. Prefiro que fique. Com você e o Blaise aqui a segurança dela está garantida. -Draco disse indo em direção a Gina - E você fique ao lado dela por mim...

         _Fico. Mas voltem. E por Merlin, não tragam nem as cinzas daquela vadia.

         _Vamos... – Harry disse e saiu sendo seguido por Draco, Snape, Rony e mais alguns Sonserinos e Grifinórios que estavam ali...

         ***

                  

         As dores haviam misteriosamente sumido. E Hermione se sentia leve, tão leve que estava até feliz. A pálida luz da lua entrava pelo quarto... dando um clima alegre do ambiente. Da cama podia ver o pequeno bercinho. E de dentro dele um chorinho fraco, apenas um resmungar... sorriu... precisava se levantar e cuidar de seu filho. Enfim ele estava em seus braços... Porém antes que pudesse se levantar ouviu uma voz no quarto.

         _Não chora Bebê. A mamãe está aqui. E vai cuidar de voce.

         Hermione ficou atônita ao ver Pansy pegando seu filho nos braços. Ela tentou gritar, mas sua voz não saia. Não conseguia se levantar, o medo controlava todos os seus músculos.

         _Me dê meu filho! – pediu com a voz fraca.

         Pansy sorriu beijando de leve a cabecinha da criança.

         _É meu filho Granger não seu. E sabe o que eu vou fazer com ele? Vou joga-lo da torre de astronomia. - Pansy disse com um sorriso insano e saiu pela porta levando a criança.

         Hermione berrou a plenos pulmões. E sentiu seu ventre queimar, e o sangue descer rapidamente entre suas  pernas...

         ***

         _Acorda! Hermione! Hermione!  - Gina gritou tentando conter a amiga que se debatia na cama.

         _Ela pegou meu filho. Ela pegou! - Hermione disse descontrolada, chorando e se retorcendo em dor.

         _Calma. Não pegou não. Ele ainda está com voce. Veja ele está seguro dentro de voce. Calma. - Perséfone disse ajudando Gina a controlar Hermione.

         Hermione ofegou por alguns instantes... dormira quase duas horas em meio as dores. Um sono pertubado, porém com certeza fortalecedor.



***

         A busca pelo castelo, foi rápida, muitos alunos procuravam por Pansy, e Draco chegou a conclusão de que ela não estava dentro do castelo. Estavam saindo pela porta princiapal, Draco corris, bufando feito um louco, precisava encontra-la. 

         A coruja sobrevoou próximo a ele, que estendeu o braço e a ave pousou.

         _De quem essa ave?- alguém perguntou.

         _É da Parkinson. - Draco disse com desgosto pegando o berrador e o abrindo.

         A voz soou sensual, e não com berros como era de se esperar.

                   ‘’Draco, esqueço tudo se quiser. Tudo. vamos fugir nós dois. pode deixar aquela sua esposinha de sangue-ruim e o bastardo que ela vai dar a luz. Podemos começar de novo nós dois. Longe de todos. Ela vai sobreviver ao parto mesmo. Não quero criar um filho dela, mas por voce eu deixaria ele viver com a gente. Como um criado. Draco essa é a melhor proposta, sua melhor saída, para essa merda toda. Eu te amo... me encontre no lago negro... E sairemos dessa escola e dessa podridão toda... eu e voce juntos...’’

         _Eu a odeio. - Draco murmurou.

         _Ela me dá nojo.- Harry disse, e Draco saiu caminhando sozinho em direção ao lago negro.

         _Onde você vai?

         _Acabar com a raça dela.-Draco disse impaciente.

         _Não pode ir sozinho. Somos amigos agora. Todos contra a Pansy, nada de sonserinos ou grifinórios.

         _Ora Potter não me venha com essa filosofia barata. Eu amo a minha esposa, não os amiguinhos dela. Principalmente voce. - Draco disse, saiu correndo em disparada para o lago negro.

         Harry engoliu em seco e pensou em correr atrás de Draco, mas Snape o segurou.

         _Você nunca aprende nada? Vamos devagar, dar cobertura a ele, sem deixar que ela nos veja, será mais seguro assim.



***



             Minerva estava tentando entrar em contato com algum medibruxo do Sant Mungus, ou mesmo alguma curandeira de Hogsmeade.

         Blaise, Neville e Simas estavam de plantão na porta da casa dos monitores, impedindo qualquer um que ousasse passar, era melhor assim e evitar que Pansy chegasse até Hermione.

         _Gina! – Hermione chamou ofegando e Gina quase entrou em desespero por estar sozinha com ela.

         _Estou aqui. Bem aqui.- ela disse segurando as mãos na amiga que se retorcia.

         _Cadê o Draco? Ai! Gina está doendo muito! – Hermione reclamou aos prantos.

         _Eu sei, quer dizer não sei, mas imagino que deve doer. E não sabemos onde o Draco foi. Ele esta atrás da Pansy, junto com o Snape e o Harry. Eles vão conseguir... eu sei que vão.

         _Gina...- Hermione a olhou e Gina teve pena.

         Os cabelos despenteados, a face vermelha... Hermione parecia sofrer muito.

         _Estou sangrando de novo! Ah! – ela gritou desesperada com outra contração forte.

         _Calma, calma já vai passar, vai passar. Merlin Onde está todo mundo?  - Gina se perguntou em voz alta.

         E parecendo ouvir a sua prece Minerva chegou acompanhada de uma velha senhora.

         _Aqui está. Demorei meninas porque tive que ir a Hogsmead aparatar com a Sr. Hopper. Já que sou a única que posso fazer isso, não podíamos perder tempo. – Minerva explicou rapidamente – Não conseguimos trazer ninguém do SantMungus, essa tempestade infernal interfere em nossos portais.

         A Senhora se aproximou de Hermione, passou lentamente as mãos pelas faces dela, e disse:

         _Vou ajudar você. Qual seu nome?

         _Her... - ela ofegou se apertando aos sentir uma nova contração, a mulher esperou pacientemente - Hermione. – ela disse entre lágrimas. – Está doendo muito!- reclamou.

         _Sim, sei que está. Bom, não se preocupe, faço partos mágicos a trinta anos...

         _Ninguém quer me contar... mas sei, que ela fechou meu parto magicamente... ela... - Hermione tentou contar chorando.

         _Sei. - a mulher fez uma magia e uma massa de fumaça roxa negra ficou sobre o corpo de Hermione.- Sim fizeram isso.

         Gina e Minerva se olharam nervosas com a constatação da velha senhora.

         _Eu só quero que salvem meu bebê, não quero que ele morra. Por Merlin...- Hermione chorou e se contorceu de novo, as contrações estavam demoradas e muito próximas uma das outras.

         _Vamos fazer o possível. Mas nem tudo está nas nossas mãos... é necessário que seja desfeito esse encantamento sobre você.

         _A senhora pode fazer isso? – Gina perguntou apreensiva.

         _Não. Só a pessoa que fez.

                   Hermione choramingou ainda mais... imaginando que Pansy jamais faria isso.

         _Não se preocupem, estão todos neste castelo em alerta máximo, para encontrarem a autora disso.

         _É uma mulher? – a velha teve curiosidade.

         _Sim, uma das alunas, rixa antiga entre o casal.

         _Pobre mulher tenho pena da alma dela. - a velha disse cabisbaixa.

         _Pobre mulher? Ela é uma vadia... e eu mesma vou pega-la e acabar com a raça dela.- Gina disse e ia se levantando apressada e furiosa.

         _Gina, por favor, fica comigo!- Hermione pediu carente.

         _Ela é uma pobre mulher, porque uma mulher que faz isso a outra assina sua própria sentença. – a velha senhora disse retirando algumas coisas de uma pequena bolsa.

         Hermione gritou muitas vezes repetidamente, nos próximos minutos. Com um aceno de varinha a mulher fez muitas velas aparecerem flutuando acesas no quarto, a maioria perto da cama em forma de um corredor que chegavam ate na porta.

         _Isso é para a vida seja guiada para luz, isso ilumina o caminho do pequeno ser. – explicou ela pacientemente, enquanto preparava algumas ervas numa bacia de água.

         Levantou o lençol que cobria Hermione e levantou a camisola, que já estava empapada de sangue, suor e liÍquido amnióticos.

         Pegou um galhinho pequeno de folhas miúdas e amarelas, banhou-os na água e passou sobre o ventre, murmurando encantamentos... Logo Hermione relaxou, e passou a respirar mais lentamente.

         _Melhorou? - Gina perguntou aflita, mas Hermione não respondeu, parecia meio inconsciente.

         _Isso é apenas para aliviar um pouco o sofrimento dela. – a velha disse baixo e caminhou até Minerva.

         _Quem esta tentando desfazer esse feitiço?

         _Como disse, a escola inteira esta mobilizada. Professores, alunos, elfos. O problema é que a garota parece ter sumido do mapa. – Minerva disse se sentando numa poltrona.

         _E bom serem rápidos. Ela já está no limite... o encantamento que fiz vai durar até que a magia esteja perto de ser rompida.

         _Essa coitadinha já sofreu muito. Já são horas ininterruptas de dores. – Pomfrey disse, passando um pano úmido pelo colo e pescoço dela, num gesto afetuoso e profissional de cuidados.

         _É  a vida. As vezes sacrificamos muito a troco de nada. As vezes sacrificamos pouco a troco de tudo.

         _A vida dela tem sido um grande sacrifício. – Gina concluiu pensativa.

         _Só espero que não seja necessário sacrificar a vida dela pela criança, e nem a vida da criança pela mãe. – a mulher disse sabiamente, e foi para a janela.

         Minerva, Gina e pomfrey se olharam em silencio e depois olharam para Hermione adormecida...

         ****

Gina saiu para conversar com os rapazes....

_Como ela está? – Blaise perguntou primeiro.

_A Senhora ajudou a aliviar um pouco as dores.

_Merlin, ela tem gritado por horas? Não sei como aguenta...- Simas disse.

_Acredite Simas é pior acompanhando de perto. – ela disse e Blaise a abraçou carinhosamente.

            ****

         Draco se aproximou do lago negro, devagar, cauteloso.

         _Pansy!Pansy! Onde está?

         Depois de alguns passos ainda na orla do lago, ela apareceu do outro lado, entre algumas sombras, a varinha também em punho.

         _Você veio. Por um momento eu achei que ia ter que partir sozinha... Draco eu te esperei tanto... desde sempre.

         Draco olhou para a mulher a sua frente. Ainda estava impecavelmente vestida. E era realmente linda, se tivesse um coração...

         _Não vai dizer nada meu amor?

         Draco abaixou a varinha, e caminhou em silêncio para perto dela. Que lhe sorriu.

         _Voce é meu não é Draco? Meu!

         _Sempre, Pansy. Desde que eramos crianças, e nossas familias se reuniam. - ele disse muito rouco e baixo – Demorei para recuperar meu senso, mas quero você. Como sempre quis.

         Pansy sorriu largamente. Mas depois desfez a alegria.

         _Como vou saber se não está mentindo? - ela disse alienada.

         _Meu coração nunca mente.

         _E desde quando ficou emotivo e sentimental?

         _Desde que percebi, o que quero nesse momento.- ele respondeu seco, e retirou os cabelos do rosto sensualmente.

         _E o que quer?

         _Fazer amor com você. Esquecer a dor que aquela mulher sente. E te amar... -  ele se aproximou mais um pouco, porem a varinha dela ainda estava apontando para ele.

         Num golpe rápido Draco se aproximou e colou seu corpo ao dela, enquanto a beijava nos lábios exigindo um beijo. Pansy respirou fundo, a maciez e a sensação de frio ao beija-lo era tudo que ela queria sentir. As mãos dele entraram devagar entre eles, retirou a varinha dos dedos dela, e a jogou no chão. Apertou-a entre seus braços e deu um passo a frente, quebrando a varinha a seus pés.

         Pansy se deliciou com o abraço dele... e as mãos dele divagando por sua cintura e suas costas, entre seus seios... enquanto a boca dele a tomava. Era assim que sempre tinha que ser...

  ***

_Eu vou esfolar esse loiro vivo... - Harry rosnou.

_Cale-se Potter, não se precipite. – Snape rosnou baixo.


***



         Meia hora depois, Hermione acordou, o quarto estava vazio, apenas as luzes das velas tremeluziam ao redor dela. O cheiro de ervas a invadiu, preenchendo seus pulmões... Pensou em chamar alguém, mas preferiu se levantar... fez um duas tentativas antes de conseguir sair da cama. Notou os lençóis e sua camisola suja... notou ainda num dos cantos no quarto outros lençóis e toalhas molhadas e com um pouco de sangue... Levou as mãos aos cabelos, tentando arrumá-los um pouco...

         Sua barriga estava muito baixa, e sentiu algo entre as suas pernas, caminhou desajeitadamente... sem rumo... mas com uma ideia fixa: Queria encontrar seu marido. Não sabia quanto tempo ele estava fora, mas estava preocupada com ele.

          Porem antes de conseguir chegar a porta uma dor aguda e forte perpassou seu ventre de fora a fora, a fazendo se abaixar e gritar alto a plenos pulmões...



***

         As mãos de Draco,  deslisaram suavemente por entre o decote do vestido, alcançando os seus seios nus e rigidos. Pansy sussurrou algo fora de sua própria compreensão. Os dedos de Draco alcançaram um pedaço te tecido que tinha uma textura diferente do que ela usava, e ele soube instintivamente que era aquilo que procurava. Intensificou o beijo, e roçou seu corpo no dela, de modo que tirasse a atenção do que ele fazia, logo que ele pegou o tecido, deslizou para seu bolso, ainda mantendo sua boca e seu corpo unido a ela.

         Com um impulso apenas a empurrou longe... e ela caiu no lago, com um baque surdo, e agua espalhando pelos lados.

         _Sua desgraçada!- ele rugiu enquanto retomava a sua propria varinha e lançava um finite incantatem sobre o tecido...

***

         Não levou mais que segundos, para Gina, Pomfrey, Minerva e Blaise, e Hooper entrarem no quarto.

         Ela respirava ofegante e não pode responder nenhuma das perguntas pois a contração a consumia por inteiro. Blaise a pegou no colo e a colocou na cama de novo. Gina o agradeceu e pediu que ele saísse. A sr. Hopper subiu na cama entre as pernas abertas dela... usou mais uma vez o ramo de ervas... Hermione iniciou uma sessão de ofegos e gritos curtos... A mulher se abaixou e levantou as vestes dela de novo, que estavam mais uma vez umidecidas e levantou a cabeça sorrindo...

         _O feitiço foi desfeito... está coroando.- ela contou alegre.



                    ***************************************************

                    Os outros se aproximaram correndo de Draco, mas não foram rápidos o suficiente para mpedir que Pansy se aproximase de Draco com um pedaço de madeira. O golpe deixou o loiro tonto, e ela o agarrou o puxando para dentro da agua.

                    _Seu desgraçado. Eu posso até perder você. Mas ela também não terá o marido dela.

                    DRACO!

                    Muitos dos que estavam os espreitando gritaram, mas Pansy havia o puxado quase inconciente para dentro d’agua...

                    Rony tentou pular na água mas Snape o segurou.

                    _Calma! Eles tem que voltar a tona.

                    _Mas ela vai afogar os dois!- ele protestou.

                    _Ninguem se afoga no lago negro. Ao menos que os sereianos permitam... - Snape disse misteriosamente.





******************



         Hermione queria sorrir, compartilhar com Ginny a alegria que sentia, com Pomfrey e Minerva que estavam ali tão atenciosas e cuidadosas. Mas a dor a assolou e ele teve que empurrar com força. Era a única saída para aquela dor, empurrar ...

         _Isso, pode fazer força querida... coloque seu bebê aqui em minhas mãos, vamos lá... – incentivava a pequena senhora sabiamente.  – Não vai demorar muito mais não... depende de você agora...

         _Draco! Eu quero...ver ele Gina... quero ver o meu marido.- Hermione disse entrecortado....

         _Calma ele já deve aparecer... concentre-se nisso agora, só em você...- disse Gina

         _Falou as palavras certas menina. Já pensou em ser curandeira? – Hooper perguntou interessada em Gina, mas fazendo massagens na barriga de Hermione.

         _Não senhora eu... – Gina diria, mas o grito de Hermione a interrompeu.

         _Isso. Coroou.- Hopper disse e Hermione se contorceu mais uma vez sentindo que seu corpo explodiria a qualquer momento. – Pomfrey me ajuda aqui... Minerva vem aqui também...

         Ambas se postaram cada uma ao lado de uma das coxas de Hermione, separadas largamente:

         _A apóiem caso ela precise, mantenham as pernas dela afastadas assim... – ordenou a mulher, e as duas obedeceram rapidamente. – Hermione! – ela chamou.

         _Oi.

         _Mais duas contrações e terminamos ok? Prometo. Mas agora usa toda a força quando a contração vier... se parar no meio é pior. Tudo bem? – Hermione assentiu de olhos fechados, mas ainda agarrada aos mãos de Ginny.

*********************

         Draco sentiu o aperto forte dos braços dela em seu pescoço, e lutou para se livrar. Se livrou dos braços dela, e nadou em direção a superficie, mas ela segurou seus pés, o puxando para baixo. Sua mente gritava o nome de Hermione sem parar, só pensava que se o feitiço estivesse realmente sido desfeito seu filho estaria nascendo... seu filho... Hermione... Hermione...  

         Apertou os olhos, sentindo seus pulmões arderem, estava se afogando... sua visão embasada pela agua não pode distinguir vultos que se aproximavam... talvez fosse a lula gigante, ou talvez já tivesse morrrido, e oq ue vinha em sua direção fosse almas do além...    Fechou os olhos pensando mais firme no sorriso de Hermione. O sorriso dela emitia calor, emitia a sua vida...   

         Abriu os olhos sentindo uma lança em seu peito, abriu-os rapidamente. E viu Pansy a sua frente. E ele podia respirar... mas ainda estava dentro d’agua. Analisou rapidamente a situação... devia ser uma alucinação causada pela falta de oxigenio em seu cerebro, devia estar morto. Gemeu longamente, queria tanto ver seu filho. Mas mesmo que estivesse morto estava satisfeito, era um sacrificio que faria mil vezes se necessário. Mas não queria que ela continuasse sofrendo daquela maneira, e não queria que corresse riscos. Preferira se sacrificar do que vê-la padecer com seu filho no ventre.

         Pansy se debatia e tentava se livrar de algo que a prendia por tras. Firmou as vistas mais um pouco e viu um horrivel sereano a sua direita.

         Ele mexia a boca horrivelmente, e parecia gritar... e ela entendia tudo.

         _Devemos deixa-lo livre. Ela é nossa!

         _Eu não sou de vocês, seus imundos horrorrentos, me soltem agora. –Pansy gritou.

         Mas um daqueles seres a mordeu no ombro, o sangue dela tingiu a agua. Por mais que a odiasse, não queria ver aquilo.

         _Ei o que estão fazendo? - ele perguntou, e a sereia soltou Pansy, que parecia hipnotizada.

         _Não se meta nisso Bruxo. Ela é uma nós agora!

         _Uma de vocês? -Draco se espantou.

         _Sim, ela executou feitiços das trevas contra outra mulher de sua espécie, e o castigo desse feitiço somos nós que aplicamos. Ela viverá aqui, será como nós, e jamais poderá submergir até que a décima quinta geração da mulher que ela fez mal esteja sobre a terra.

         _O que?

         _Ela não voltara...

         _Nãoooooooooooooooooooooooooooooooooo!

         Draco olhou para baixo e viu Pansy se contorcer, seu corpo, deixando de ser o que fora, viu a calda de peixe aparecer, os cabelos dela mudaram, os dentes e os olhos... Draco ofegou. Pansy era uma daquelas sereias que viviam no lago negro.

         _Voce já viu demais... o que faremos com ele? – um deles perguntou.

         _Nada! Ele voltara para a vida dele. A alma dele não é contaminada como a da nossa nova irmã. Ele voltara a superfície.  - outro disse.

         Draco fechou os olhos, e notou o toque do tridente se afastar. E pode sentir seus pulmões se enchendo de agua. Foi aquele toque que o fez respirar e entender aquela língua. Bateu os braços e pernas, e viu os sereianaos se afastando, enquanto Pansy ia cada vez mais fundo... tentou subir... subir... mas estava sem forças, e não conseguia respirar.. pensou mais uma  vez no sorriso de Hermione, e que não o veria nunca mais...

      ***********

_Ai!- Hermione gritou sentindo seu corpo pressionar para baixo, numa força que ela não poderia impedir, apenas a ajudar... Empurrou com força... Com muita força... E sentiu-se rompendo partindo ao meio... Seu corpo se curvou e ela jogou o pescoço para traz tentando conter o impacto que era ter algo tão grande saindo de seu corpo. Gritou até que o grito morreu em sua garganta no mesmo instante em que seu bebe nascia para o mundo...

                Gina viu o rosto de Hermione relaxar depois de ela estremecer repentinamente, e ela caiu sobre a cama pálida e mole. Olhou entre Pomfrey e Minerva. Hopper tinha algo pequeno nas mãos...

                _Me de uma toalha menina. - Hopper pediu e ela sabia que ela tinha falado para ela.

                O mais rápido que pode pegou uma toalha vida e entregou a mulher por a criança estava envolta em algo vermelho e viscoso e ela não pode ver muito. Com gestos ágeis de quem estava habituada a fazer aquilo, ela passou o tecido sobre as faces da criança, limpando-lhe a boca e o nariz... Tão logo fez isso o choro fraco ecoou no quarto...

                Hermione estava cega pela dor, uma nevoa de dor parecia ter encobrindo seus olhos, se sentia cansada, como nunca estivera na vida... mas um som a despertou de seus pensamentos, um choro fraco de alguém que necessitava dela.

                _É uma menina Hermione. Uma menina, e está bem!- A mulher disse colocando a criança sobre o ventre inchado da mãe.

                _Menina!- Hermione sussurrou e levou suas mãos sobre o corpo flácido e morno sobre ela.

                Todas na sala riam felizes. Gina ajeitou os travesseiros sobre a cabeça de Hermione e ela pode ver melhor o topo da cabeça da criança que se remexia sobre ela.

                _Minha menina. – ela sussurrou entre lagrimas... E outra voz chamou a atenção, alguém falava seu nome com desespero.

                _Hermione! Hermione! – Draco irrompeu no quarto de repente...

                Pomfrey fez sinal para que ele falasse baixo. Draco estava a ponto de mandá-la para o inferno quando sua visão recaiu sobre a cama. Pomfrey e Minerva lhe deram espaço.

                _Merlin... – ele disse com os olhos brilhando e quase inaudível.

                Aproximou-se devagar.

                _Draco. - Hermione disse fracamente. - É uma menina. – Hermione contou num misto de alegra e tristeza.  – Uma menina... - ela disse com a voz embargada pelo choro- Eu falhei... Eu te dei uma filha... - ela contou chorando- Uma menina Draco. Perdoa-me... Eu falhei.

                _Não! Mione não! – ele se aproximou rápido, fez menção de tocar a criança, mas desviou para o rosto dela. - Você não falhou. Eu estou imensamente feliz que tenha conseguido trazê-la ao mundo. Por favor, não chore, não por isso. - ele pediu já chorando tocando o rosto dela.

                _Draco! Eu não quero que... - ela disse perturbada - Não quero que a Pansy ponha as mãos nela... Não quero... - Hermione disse apertando o bebe sobre a sua barriga num gesto de proteção.

                Todos perceberam que ela estava em choque... Tudo aquilo era muito difícil para ela.

                _Calma, a Pansy não vai nos atormentar de novo. Eu prometo, ela não vai colocar as mãos nunca na nossa princesinha está bem... Posso tocá-la?- Draco olhou para Hermione, e tentou soltar as mãos dela de sobre a criança.

                Devagar ela cedeu e ele começou a tocar a criança, ainda sobre ela. Sorriu ao ver o rostinho pequeno e enrugado, ainda úmido. Ela não tinha muito cabelo apenas uma penugem amarelada no topo da pequena cabecinha.

                _Minha filha. Minha filhinha! – ele disse emocionado- Nossa menininha Mione.

                _Preciso cuidar dela. - Hopper disse a pegando gentilmente.

                _Você vai deixar a Pansy pegar ela? - Hermione perguntou perturbada.

                _Não, Mione a Pansy não vai voltar... Está entendendo nunca mais. – Draco disse e enfim a abraçou desajeitadamente pela posição que ela estava.

                Snape entrou na sala pouco depois e contou rapidamente o que acontecera a Pansy, já que Draco não podia fazer isso, estava ocupado falando baixo no ouvido de Hermione.

                _Calma está bem? O pior já passou a Pansy não vai mais importunar ninguém. E eu amei ter uma filha... Nossa menina...

                _Mas... Não vai conseguir o que queria... Não vai poder pegar a sua herança...

                _Psiu! Podemos viver sem isso ok? Já fizemos sacrifícios de mais em nossas vidas, e não vou sacrificar a felicidade da minha filha... - ele disse sorrindo e orgulhoso- nem a sua... - ele passou a mão carinhosamente pelo rosto dela.

                Todos se afastaram um pouco com o intuito de dar-lhe um minuto a sós, perceberam que Hermione estava confusa e que precisavam daqueles minutos.

                Hooper conjurou uma pequena bancada, onde foi cuidar da menina, sob os olhos atentos das três mulheres e ainda de Snape que olhava sorrateiro para a pequena menina.

                Hermione segurou forte o braço de Draco e se contorceu em dor.

                _O que foi?- ele perguntou baixo e discreto.

                _Está doendo de novo. - ela ofegou.

                _Por quê?- ele perguntou confuso, a vendo respirar ofegante.

                _Não sei. Está doendo... Draco está voltando às contrações. - ela disse num sussurro.

                _Ela esta tendo contrações de novo. - Draco avisou em voz alta para as pessoas ali perto. 

                _Sim, são para a expulsão da placenta. É normal, são menos dolorosas e. - A mulher ia explicando quando um grito de Hermione ecoou no quarto. – Pomfrey, olhe ela, não posso soltar a pequena nesse momento. Não pode ser uma contração tão forte assim...

                Pomfrey correu até Hermione e tocou o ventre ainda inchado e sentiu os músculos se retesando em mais uma contração que fez a morena gritar.

                _Ela está tendo contrações sim. E parece forte!

                _São fortes!- Draco afirmou nervoso. Vendo Hermione gritar e se contorcer.

                _Minerva, tome me ajude aqui, preciso ver o que está havendo. – ela disse e foi para perto de Hermione.

                Apalpou-lhe o ventre e disse:

                _Quando a contração vier empurre um pouco... Um pouco apenas... Não pode mais fazer tanta força... Pode causar uma hemorragia... – ela alertou e Hermione obedeceu porem fez força demasiada e gritou alto mais uma vez.

                _OH!Merlin! Segure-a... - ela ordenou a Draco quando viu que Hermione desfaleceria.

                _Como?- Draco perguntou sem saber.

                _Levante-a e sente-se atrás dela. Cruze os braços sobre o estomago dela.

                Draco fez o que lhe foi pedido, estava muito perturbado, o choro de Hermione o deixava maluco.

                _Calma menina calma. Já vamos saber o que está havendo. – ela disse para Hermione que chorava e gemia descontrolada. –Vamos lá rapaz, a força dela será a sua, firme-a em seu peito e aperta forte.

                _Mas e se eu machucá-la?

                _Não vai... Precisamos acabar com esse sofrimento. Vamos lá aperte com força a parte de cima da barriga dela... - a mulher gritou – Notando que Hermione se esforçava para vencer outra contração.

                _Por Merlin está coroando de novo!- ela contou rindo.

                _Oh!- Pomfrey fez um barulho alto, enquanto acompanhava de perto o trabalho da curandeira.

                _Draco!- Hermione gritou mais uma vez.

Um grito tão alto e tão forte que Draco temeu pela vida dela. Sentiu quando o corpo dela liberou o que estava preso e ela desfaleceu quase inconsciente em seu peito.

                _É um menino. - a curandeira gritou rindo.

                _O que? - Draco ainda não havia entendido o que estava acontecendo até ouvir o choro alto do bebê e a curandeira o levantar de entre as pernas de Hermione. Ele abriu a boca em espanto, as imagens e a realidade demorando em surtir efeito em sua mente...

                Hermione lutou para respirar. Seu corpo doía imensamente, e seu ventre parecia e brasa, ouviu um choro ecoar no quarto. Sabia que não era a sua filha. Ouviu os gritos da curandeira como se estivesse sobre um véu de dor.

                Um menino! Sua mente registrava devagar. Um menino! Tentou sorrir, tentou falar. Mas não conseguiu, abriu os olhos. Estava nos braços de Draco que estava branco como cera e boquiaberto.

                Hopper colocou o menino perto do seio dela. E ela sorriu fracamente. Draco afrouxou os braços que ainda estavam ao redor dela, e lançou a mão sobre o filho com pressa, como se quisesse se certificar de que ele era real.  

                _Dois... Dois... – Hermione disse fracamente e emocionada aos extremos. Antes de sentir o quarto girar a sua volta.

                Draco não saberia dizer o que aconteceu nos últimos minutos, ele apenas estava com uma vontade enorme de chorar, e fez isso abraçado a uma Hermione pálida e completamente inconsciente.  

_Mi? – ele chamou ao notar que ela ficara mole em seus braços.

Draco chorou alheio a qualquer coisa a seu redor, alheio ao choro das duas crianças naquele quanto. Seus filhos, frutos daquele acordo maluco e desesperado... Frutos do sacrifício de Hermione para com seus amigos... Frutos de um amor que inesperado que nasceu em meio a tantas confusões...

                _Draco!- Gina o chamou devagar. - Solte ela. A senhora Hopper precisa cuidar dela...

                _Não Ginny! Não!

                _Calma, Draco. Ela vai ficar bem, só está inconsciente por causa do esforço, por ter perdido muito sangue. Ela vai ficar bem... Deixe que ela seja cuidada. Vem comigo ver as crianças... - ela convenceu Draco a soltar Hermione.

                Gina disse sabia que Pomfrey e Hopper precisavam cuidar da amiga. E o levou desorientado para o berço que Minerva conjurara num dos cantos do quarto.

                Blaise não aguentou mais esperar do lado de fora, e abriu a porta sem autorização. Perséfone, Rony, e Harry entraram apressadamente. Deram de cara com Hermione inconsciente, enquanto Pomfrey tentava retirar alguns lençóis ensanguentados.

                Draco estava de pé perto do pequeno berço. Gina segurava a sua mão.

                _Draco você está bem? – ela perguntou preocupada

                Draco estava parado, olhando os dois embrulhos pequenos lado a lado. Os dois chorando desesperadamente.

                Blaise olhou sorrateiro para a cama, e foi em direção ao amigo e olhou dentro do berço. Esperando o pior.

                Ficar do lado de fora, sem noticias, sem noção do que acontecia era desesperador.

                _Draco... – a intenção era perguntar o que estava a vendo. Mas seus olhos quase soltaram da orbita ao ver os dois bebes dentro do pequeno berço.

                _Dois... - Draco disse bobamente. O aglomerado em volta do berço cresceu rapidamente.

                Draco colocou a mão na cabeça. Todos podiam ver o tremor em suas mãos.

                Snape foi quem conjurou uma cadeira, e Rony empurrou Draco nela. Que se sentou sem sentir. Mas agradeceu por alguém ter tido essa idéia ou ele cairia.

                Gina sorriu também estava muito cansada. Afinal eram horas de tensão.

                _Nasceu uma menina, e alguns minutos depois o menino. Quase morremos de susto. -Gina contou.

                Perséfone tinha os olhos rasos, não queria chorar. Mas enfim tocou um dos bebes e as lagrimas desceram inevitáveis.

                _Porque eles não param de chorar?- ela perguntou.

                _Eles nasceram agora. - Gina disse - Acho que é normal! – Gina pegou com cuidado um dos bebes. Desembrulhou um pouco o pano e disse: Oi! Linda! Sou a Gina. – ela acariciou e começou a balançar a criança.

                Perséfone imitou pegando o menino desajeitadamente. Porem era necessário. Draco ainda chorava cabisbaixo. Blaise apertou os ombros dele em apoio.

                _Hermione! – Harry disse se virando para ver a amiga. Pomfrey e Hopeer estavam encima dela, trabalhando enquanto ela parecia transparente e as roupas ainda mais sujas de sangue.

                Todos olharam a cena deprimente. Menos Draco que chorava sem poder olhar para a mulher que amava. Não podia olhar para ela.

                _Vamos todos embora. No quarto só fica Gina e Perséfone. Vamos agora. – Snape ordenou, e todos saíram apressados porem preocupados.

                _O que está havendo com a minha esposa?- Draco perguntou indo ate a cama.

                _Sai daqui. - Hopper disse ríspida e nervosa. Draco sentiu vontade de pega-la pelo pescoço. Porem Gina o segurou com uma mão livre.

                _Estão cuidando dela.

                _Draco. - Minerva disse se compadecendo do desespero dele. – Ela desmaiou, e não estamos conseguindo fazer a placenta descer. E a vida dela depende disso. Só fica calmo, desespero não adianta por aqui. Já pedi que um medibruxo viesse para nos auxiliar. Ele deve estar chegando. Sei que podemos esperar mais ou menos uma hora para que a placenta desça naturalmente. Ela está perdendo muito sangue. Não podemos forçá-la mais nesse momento.

                Minerva explicou e Draco ouviu atento olhando Hermione inerte sobre a cama.

                _Não vai deixá-la morrer não é mesmo? – Draco perguntou infantilmente.

                _Não. Não vamos. Vá lá para fora. Respire um pouco. Veja seus filhos, apresente-os a seus amigos. Por favor. - ela disse como uma mãe orientando o filho.

                Draco suspirou pesadamente, caminhou até Hermione beijou a testa úmida de suor e saiu, sendo seguido por Gina e Perséfone.

                ***

                Draco estava olhando pela janela quando fazia meia hora. Ele não queria falar com ninguém embora houvesse muita gente ali.

                Seus filhos foram colocados num outro cesto conjurado e dormiam serenamente, indiferentes com o barulho ao redor.

                As três mulheres saíram do quarto uma atrás da outra.

                _Onde está ela?- Harry perguntou preocupado e Draco se virou para ver e perguntou também angustiado.

                _O que aconteceu? – ele perguntou já se levantando e tentando entrar no quarto. Mas Hopper o impediu.

                _Ela está bem. Ela está dormindo. Não conseguimos retirar a placenta. Como foi uma gravidez magicamente protegida é melhor esperar. O medibruxo está vindo. _ ela disse segurando Draco.

                Pomfrey lançou um feitiço na porta do quarto que Hermione estava.

                _Ela precisa de tranquilidade. Não queremos acordá-la assustada com vozes altas. Ela precisa de paz e sossego.

                _Concordo Papoula. E o senhor Malfoy deveria tomar um banho. Está muito tenso. A ultima coisa de que precisamos é que tenha um colapso. - Minerva disse.

                _E as crianças? – Hopper perguntou.

                _Acho que são saudáveis. Choraram bastante, mas dormiram. -Gina disse sabiamente.

                _São sim. Essa menina deu a luz a duas crianças saudáveis e fortes. São miúdas. Mas saudáveis. - ela disse sorrindo- Partos assim são difíceis de correr tudo bem com as crianças. Mas elas não apresentam problema algum.

                Ela disse para alivio de todos e Draco sorriu levemente. Quando Blaise o abraçou o cumprimentando e o levantou do chão. Rony e outros amigos seguiram o exemplo, inclusive Harry.

                _Ei vocês vão matá-lo, a Mione não vai gostar de acordar viúva. – Luna disse num dos cantos.

                _Isso mesmo. Não estão percebendo o quanto ele está pálido e prestes a desmaiar? - Snape disse divertido.

                ***

                Hermione acordou e respirou fundo varias vezes. Sentia o corpo estranho. Olhou em sua volta o silencio era profundo e não havia movimentos. Sua boca estava seca. Olhou um copo de água estava na cabeceira da cama. Sua mente parecia entorpecida assim como seu corpo. Não se lembrava de muitas coisas. Se sentou com dificuldades, encostando-se à cabeceira. Pegou como pode água sentindo a descer raspando a sua garganta. Não tentou falar mais sabia que estava afônica devido aos gritos das ultimas horas. Se lembrou de sofrer muito. O rostinho enrugado e úmido de sua filha veio a sua mente. Lembrou-se de se sentir culpa por ter dado a luz uma menina. Mas ela era linda! Sorriu lembrando-se da voz emocionada e reconfortante de Draco em seu ouvido. Era tudo que ela ais queria. Mas a dor voltou e então tudo ficou difícil, mais difícil, muito difícil. E ela se esforçou. Podia ouvir Hopper gritando, sentia Draco a dando força, a ajudando a empurrar. E então aconteceu. Nasceu um menino. Seu filho. Mas não pudera vê-lo muito bem. Estava fraca. Queria dizer que seu ventre ainda doía. Que ainda mexia algo dentro de si. Mas não fora capaz. Desmaiou antes de poder falar alguma coisa...

                Senti-se zonza. E colocou o copo de água no lugar. A dor em seu ventre a abateu de uma vez, e ela se segurou para não gritar.

                _Droga! Isso não acaba nunca?- resmungou para si mesmo.

                A dor voltou menos de vinte segundos depois intensa e duradoura. Hermione ofegou e abriu as pernas devagar, estava fraca, e algo em sua intimidade tão castigada pelos nascimentos dos filhos, não estava bem. Era mais confortável abrir as pernas. Segurou na cabeceira da cama e se retorceu em dor. Gritou. Mas a voz não saia. Estava afônica e aflita. Gemeu longamente. Sentindo agora a dor tão conhecida. Implorou a Merlin que fizesse aquilo passar depressa, e a dor se foi. Tempo suficiente apenas de relaxar. Voltou intensa e cruel.

                Mas ela sabia o que fazer. Empurrar. Sempre. Por pra fora. Queria pedir ajuda. Mas não havia tempo. A dor veio rápida, forte e initerrupitas.

                _Acho. Acho. - Convocou a varinha. Precisava pedir ajuda.

                Mas no momento que conseguiu tocar a varinha a dor triplicou dentro de si, e ela gritou forçando seu corpo ao maximo. Sentiu algo sair, sentiu o corpinho flácido deixar o seu. Respirou ofegante olhando para baixo, sem crer no que acontecia.

                As lagrimas a sufocaram, mas teve força e coragem para segurar o pequeno bebê que estava sobre a cama. Ele parecia ter a metade do tamanho dos outros. E esperneava sem parar e sem soltar som algum. O pegou ofegante. Sua apreensão era tanta que a dor parece ter se esvaído.

                Revirou o corpinho mole, e limpou o rostinho com um pedaço da sua camisola. Suas mãos estavam tremulas. Olhou era um menino, sorriu entre as lagrimas.

                Mas algo estava errado, ele não chorava. Não estava respirando.

                _Bebê? Respira. Meu amor respira. - ela disse chorando tentando, não se desesperar. Colocou ele sobre a cama de novo, e pegou a varinha. Pensou em conjurar um patrono, mas não tinha força. Lançou um finite encantaten e gritou a plenos pulmões. – Draco! Draco!

                Sua voz soou fraca.

                _Respira, respira, respira... - dizia baixo como um mantra.

                *** 

                Draco tinha acabado de chegar do banho, estava ao lado do berço quando sentiu um arrepio, uma coisa estranha, um aperto no peito.  Sorriu para si mesmo. Depois de ser pai duas vezes estava intuitivo?

                _Onde estão todos?- ele perguntou curioso.

                _Foram tomar banho. Me deixaram aqui, Minerva prometeu não demorar. Não sei olhar crianças. -Snape disse e Draco sorriu, acariciando os filhos suavemente. - Mas já estão voltando o medibruxo ele está cheg...

                Mas o sorriso morreu em seus lábios ao ouvir a voz fraca de Hermione chamando seu nome. Olhou para Snape que era o único de plantão ali. E correu para o quarto.

                Abriu a porta, e jamais mesmo que vivesse mil anos, esqueceria daquela cena, Hermione estava de pernas abertas, havia muito sangue e o bebê imóvel entre elas. Hermione passava a mão sobre as costinhas dele e repetia.

                _Respira... Respira...

                Seus olhares se encontraram.

                _Ele não quer respirar... - ela disse chorando. - Ele não respira... Draco ele não quer respirar...

                Draco sentiu as pernas bambearem, percebeu Snape atrás de si, mas ele desapareceu segundos depois, certamente atrás de ajuda. Caminhou rapidamente par dentro do quarto, e subiu na cama. Não poderia dizer de onde tirar tanta coragem. Apenas segurou o pequeno e ensanguentado ser, e o virou de bruços na palma de sua mão. Ele era tão pequeno, tão frágil, e ainda ligado a mãe. Massageou firme as costinhas dele, e o sacudiu um pouco. Logo uma pequena tosse infantil foi ouvida, e o choro ecoou fraco...

                Hermione descansou a cabeça sobre os travesseiros, exausta.

                _Me de ele. Quero vê-lo.

                Draco passou o bebe para ela com o maximo de cuidado que podia.

                _Draco. Mais um bebe. – ela sorriu- Ele é tão pequeninho.

                Ela disse o segurando muito próxima ao peito, com carinho.

                _Meu bebezinho! Meu filhinho.

                _Mione. Não acredito. Ele está bem mesmo? –Draco perguntou apreensivo.

                _Está. Ele esta se aninhando em mim. Olha!  - ela disse sorrindo entre lagrimas – Você o salvou. Salvou nosso bebê.

                 


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