Kiss and Say Goodbye

Kiss and Say Goodbye

Um beijo e um Adeus  

Este com certeza é o dia mais triste de minha vida Eu te chamei aqui hoje Para te dar algumas más noticias

            Draco a esperava na orla da floresta proibida, a lua já despontava no céu. Ele tinha o semblante preocupado, sua mochila e sua capa estavam no chão. A blusa branca para fora da calça, seu cabelo em desalinho, ele estava encostado displincente em uma árvore. Hermione se perguntou o que fizera ele ficar daquela maneira, ele sempre fora impecável com sua aparência. Sentiu o coração disparar, como depois de tanto tempo ele ainda conseguia bater descompassado ao ver os cabelos louros, os olhos claros e frios, e os lábios macios que ela conhecia muito bem o sabor?

_Eu pensei que você não viesse!- ele falou ao vê-la se aproximar.
_As coisas não estão fáceis, Draco!- ela respondeu triste.
_Eu sei. Por isso pedi que viesse!
_Não acreditei quando sua letra apareceu no meu pergaminho durante a aula. Não sei como aprendeu essa magia, por pouco o Ron não percebeu. - Ele lhe sorriu carinhoso, e ela se aproximou dele, tanto que ele tocou o seu rosto com delicadeza.
_Estava com saudades!
_Eu também! – ela sussurrou e ele curvou o pescoço unindo seus lábios aos dela. O toque fez ambos estremecerem, pois sabiam que algo aconteceria. Não poderiam sustentar por muito tempo aquela situação.
_Hermione!- ele disse com os lábios tão próximos aos dela que ela pôde sentir sua voz saindo trêmula.
_Draco!- ela respondeu novamente num sussurro.
 _Mi! Amanhã vamos para casa, você sabe! Por isso precisava te ver hoje. Porque talvez eu volte diferente depois das férias e não possa mais te amar!- ele disse pesaroso, com um nó na garganta, e ela sentiu o coração se acelerar compartilhando com a emoção dele.
_Eu sei. Com a guerra se aproximando a nossa distância vai ser ainda maior.

Eu não poderei vê-la mais Por causa de minhas obrigações e dos laços que você tem

_Quando eu voltar a Hogwarts... - ele disse devagar, levantando o braço direito e acariciando o ante braço com a outra mão.
– ... A marca negra estará aqui! Hermione sentiu lágrimas invadirem seus olhos e disse: _Você não pode vender sua alma a Voldemort! Num gesto carinhoso, ele passou o dedo sobre uma lágrima que descia sobre sua face.
_Eu sou um Malfoy, Hermione, não vendi minha alma a ele. Eu nasci para servir a ele, e não posso fugir. Ela engoliu em seco não podia dizer nada, não conseguiria. Ficou encarando os olhos dele, os traços finos de seu rosto, foi quando o passado veio a sua mente.

Temos nos encontrado aqui todo dia E já que hoje é nosso último dia juntos Eu quero te abraçar só mais uma vez

Flash back ***

Draco se lembrou de estar na Sala Precisa, a sala completamente vazia, estava angustiado. Disse à Sala que precisava de algo para que valesse a pena viver, algo que fizesse sua existência valer a pena. Afinal, estava destinado a servir o mal, e sabia que, por mais que quisesse vencer, o bem sempre prevaleceria sobre o mal. Perdido em seus pensamentos, não escutou quando alguém entrou, mas, ao ouvir a voz, se virou apressado.
_Como entrou aqui, Malfoy? – ela perguntou ríspida.
 _Como me encontrou aqui, Granger?
 _Ora, seu estúpido, eu não estava te procurando, estava simplismente passando e a porta surgiu bem a minha frente. Tentei ignorar, porque estava atrasada para a aula, mas aí ela apreceu de novo, praticamente me convidando a entrar. Mas encontrar você aqui? – ela disse, visivelmente irritada consigo mesma. - Ahhhhh! Nem sei porque eu estou falando com você! Foi quando se virou para sair da Sala.
_Granger, espere!
_O que foi? Ainda não me chamou de sangue-ruim hoje?
_Eu preciso de você, Hermione! – ele disse, sem acreditar que aquelas palavras sairam de sua boca. Devia ser culpa daquela sala.
 _Prescisa de mim? Enlouqueceu? Por que Draco Malfoy precisaria da Sangue Ruim Granger? - ela ironizou, por ouví-lo dizer seu nome.
_Eu não quero ficar sozinho! Os olhos dela se arregalaram diante das palavras dele, empalidecendo e olhando-o pela primeira vez, como se seus sobrenomes não existissem, como se seus preconceitos e ideais evaporassem como fumaça. Foi naquele momento que a tênue linha que separa o amor e o ódio se rompeu.

*** Fim Flash Back

Quando você se virar e for embora Não olhe para trás Eu quero lembrar de você bem assim Vamos apenas nos beijar e dizer adeus

Os soluços dela o trouxeram de volta ao presente:

 _Hermione! Nós precisaremos ser fortes! Fortes como fomos todos esses meses, escondendo nosso amor! Prometa que não vamos olhar para trás, que vamos apenas nos beijar e dizer adeus?!

Eu tinha que encontrar você aqui hoje Há tantas coisas para se dizer Por favor não me interrompa até que eu termine Isto é algo que detesto fazer

_Draco, deve haver uma saída!
_Não há, Hermione. Sejamos sensatos! Esse nosso amor é loucura! Sempre foi nossa doce loucura! Nosso louco segredo! Olha, eu já analisei mais de mil possibilidades e nenhuma nos favorece...- ele fora interrompido por ela.
_Eu posso pen...-ela tentou dizer, mais foi a vez dele interrompê-la.
_Shiii!- ele levou as mãos aos lábios dela.
_Eu teria encontrado um jeito, Mi. Mas não há! Antes do ritual que me transformará num comensal, eu extrairei todas as nossas lembranças da minha mente. Todas! Você sabe o que isso significa?
_Você vai se esquecer de mim. De nós! Hermione disse com desespero em sua voz.
_Não. Significa que eu estarei protegendo você! Depois do ritual, nada mais em minha mente será só meu. Por isso, deixarei ordens para que meu elfo entregue a você o frasco com nossas lembranças. Elas poderão se tornar perigosas em mãos erradas. Sei que vou odiar me senti vazio de novo sem você.- ele suspirou triste.- Mas você pode guardar essas lembranças com carinho e segurança, acho que não sou um oclumente páreo para o meu pai ou o Lord das Trevas.

Nós estamos nos encontrando aqui há tanto tempo E penso que o que fizemos não foi errado

_Isso não é certo, não é? Nunca foi certo! – ela disse entre lágrimas, o abraçando.
Draco a segurou pelos braços e a obrigou a encará-lo.
_Não foi errado nada do que fizemos! Nada!- ele sorriu espontâneo, alegre com as lembranças que invadiam sua mente, mesmo que soubesse que em breve não as teria mais. -Não foi errado fazer amor com você! Ela fechou os olhos, levando sua mente às lembranças da primeira vez que se amaram...

Flash basck ***

Hermione sentia seu corpo queimar com os beijos dele em seus seios, ao mesmo tempo em que o atrito de suas costas e suas pernas sob o lençol de seda preto a enlouquecia. A Sala Precisa se transformou num verdadeiro local de sedução naquela noite. A cama dossel, recoberta por um fino véu negro combinando com os lençóis, apareceu no mesmo instante em que trocaram um beijo tão íntimo que só amantes conseguiam ser capazes de trocar. As luzes se tornaram mais tênues, transformando a sala num ambiente envolvente de mistério e sedução. A imagem dele suado, tentando refrear o seu desejo, a tornou ousada!
_Draco, não seja carinhoso comigo!
 _O quê? – ele lhe perguntou, incrédulo.
 _Me ame, faça amor como se eu fosse uma amante experiente! Faça como você costumava fazer com suas amantes.
 _Não!- ele disse entre os dentes, respirando ofegante.- Eu não posso fazer isso, eu machucaria você! – ele disse, se referindo a virgindade e a inexperiência dela.
_Você não me machucaria!
_Eu não sei!- ele disse inseguro.
_Droga! Dá pra parar de agir como um idiota medroso, Malfoy?! Ao ouvi-la chamá-lo pelo sobrenome, uma fúria inexplicável se apossou dele no mesmo instante. Ele queria dar a ela o momento mais especial de sua vida, fazia de tudo para agir como um verdadeiro cavalheiro, quando, na verdade, ela o queria como uma fêmea quer um macho, com luxúria e lascívia. O beijo que os uniu foi violento e a deixou sem ar. Ele segurou os seus quadris nus embaixo do seu, a penetrando com uma investida longa e profunda que a fez gritar alto!

Por favor, querida, não chore Vamos apenas nos beijar e dizer adeus


Ele não sabia o porquê, mas aquela penetração fora dolorida para ele também, gritando junto dela. Draco deixou lágrimas rolarem, ele estava chorando. Naquele momento, não doía somente seus corpos, doía também suas almas, por saberem que aquele amor jamais teria um final feliz. Hermione choramingava debaixo dele, não se sabia se de dor ou de prazer. Sem abrir os olhos, ela deslizou a boca pelo queixo dele, dizendo sôfrega:

_Mais... Me faça sua mulher, Draco, só sua! Ele uniu seus lábios aos dela e se arremeteu contra ela com força, a fazendo choramingar ainda mais... Fim Flash Back

Muitas noites nos iludiram Eu vou sentir sua falta, não posso negar, Oh não

_Ei! Onde você está nesse momento? – ele a tirou de seus devaneios. _Você chorou quando fizemos amor pela primeira vez!- ela disse, mais como uma acusação - Por quê? _Eu choraria de novo se te amasse agora!- ele disse, terno e sincero. Dissera isto sem dizer a verdade, a que chorara sem motivo. Na verdade, nem ele mesmo sabia o porquê de seu choro! _Então me ame, Draco, e chore por mim, mais uma vez! Ela o beijou, um beijo terno, lento, sedutor, que o levava a loucura! Nenhuma mulher nunca o beijava assim: com inocência e desejo. Era uma mistura infernal de ódio e amor! Mas não era ódio por ela, e sim pela situação, pelas circunstâncias com que as coisas aconteciam. Ele se separou dela e com um aceno de varinha fez uma tenda cair sobre eles, os cobrindo do resto do mundo. Almofadas foram conjuradas para deixar o piso macio, onde pequenos pontos de luzes rodeavam em suas cabeças, dando uma claridade fraca ao ambiente. Ela sorriu, dizendo: _Nada mal, meu amor! Mas ele não disse nada, apenas a guiou para o chão coberto de almofadas, despindo-se ambos com urgência. Draco mergulhou para dentro dela sem delicadeza, sem paciência, precisava estar nela para se sentir em casa, se sentir salvo.

Eu tenho família e você também Eu acho que isto é o que devemos fazer

O gosto das lágrimas dele invadiu o beijo que selava aquele amor! Não havia um só membro do corpo de Draco que não tremesse naquele momento, ao mesmo tempo em que podia sentir Hermione tremer convulsivamente sobre seu peito. O perfume dos cabelos dela invadindo seus sentidos. Foi o segundo orgasmo que tiveram, juntos, naquela noite. O primeiro acontecera rápido, violento, avassalador e selvagem. Mas o segundo viera com a força de um furacão. Haviam feito amor vagarosamente, sem pressa, cada um tentando guardar detalhes um do outro e das sensações vividas. Foi impossível, para ambos, não gritar, pois ele veio próximo a dor, uma sensação nunca experimentada antes e que certamente jamais se repetiria. E, então, ele chorou...

Isso vai me ferir, não posso mentir Dê-me suas mãos e seque os olhos

_Draco, o que vai ser de mim, quando eu não estiver mais aqui?- ela perguntou, apoiando o queixo sobre uma de suas mãos espalmada sobre o corpo dele, enquanto a outra indicou a sua cabeça. - E nem aqui! – com o outro gesto, indicando o coração. _Aqui... - ele se referiu a própria mente. – Você não estará por segurança. - Mas daqui... - e lhe mostrou seu coração. - Você jamais sairá, mesmo que eu não saiba de você! Haverá um vazio enorme, que saberá que é o seu lugar!

Menina você encontrará, encontrará um outro alguém Vamos beijar e dizer adeus, menina

_Mi, escuta bem o que eu vou te dizer! O Weasley te ama muito e ele pode te fazer feliz como eu não posso. Ele tem coisas que o meu dinheiro não pode comprar, como liberdade e dignidade. Esconda suas lembranças e seja feliz! _Você está me pedindo para te esquecer? _Não, sei que você não seria capaz! Mas viva e seja feliz por mim. Então, eles se beijaram mais uma vez, antes de se vestirem.

Por favor, não chore Entenda-me, ao menos tente Vamos apenas nos beijar, e dizer adeus

_Por favor, não chore! – ele pediu, ainda abraçado a ela, já do lado de fora da barraca. - Eu te amo, é isso que importa! E nós vivemos esse amor! Mas agora vá, seus amigos vão sentir sua falta. _Eu também te amo, Malfoy! Draco sorriu por ela lhe chamar daquela maneira. _Olha, tenta não me acertar outro soco de direita no nariz de novo! Dói demais!- ele brincou, se referindo ao terceiro ano. _Eu não bato nas pessoas que eu amo! Eu beijo. – disse, beijando-o em seguida. - E digo Adeus! _Agora vá, Granger! E não olhe para trás. Ele a beijou mais uma vez antes de soltar o corpo o seu corpo, apenas suas mãos estavam unidas. Hermione caminhou para longe, suas mãos se abriram devagar, deixando seus dedos escorregarem vagarosamente pelas mãos dele, aproveitando aquele contato até o seu último instante.

Isso vai me ferir, não posso mentir Dê-me suas mãos e seque os olhos

Quando Hermione se virou, as lágrimas escorreram por sua face, o ímpeto de se voltar e olhá-lo mais uma vez era imenso. Mas não faria aquilo, ele havia pedido! “Não olhe para trás.” Mas prometer não chorar era impossível e inútil. Ainda pôde ouvir um murmúrio dos lábios dele, dizendo: _Adeus, meu amor, adeus!

Por favor, não chore Entenda-me, ao menos tente Vamos apenas nos beijar, e dizer adeus

Já haviam se passado semanas desde que as férias começaram. Hermione acordou indisposta, toda aquela distância de Draco, de Ron, de Harry e da escola a deixava nervosa. A proximidade da guerra a fazia estremecer, temia por todos: por Harry, por Draco, até mesmo por Ron. Sabia que o confronto entre os três homens de sua vida seria inevitável! Um click no quarto a fez pegar sua varinha imediatamente. _Calma, senhorita! Sou Friby, o elfo do menino Malfoy. E vim lhe entregar isso a pedido de meu senhor. - ele lhe explicou, entregando-lhe um estojo de veludo vermelho. Hermione agarrou o estojo, desconfiada, abrindo-o. Dentro dele encontrou apenas um pedaço de pergaminho que dizia: “O melhor de Mim! Draco Malfoy” Assim como um frasco com um liquido cor-de-rosa. _Obrigada!- ela agradeceu ao elfo, que desapareceu em seguida. Emocionada, como se naquele frasco estivesse à essência de Draco, Hermione o apertou entre os dedos e levou aos lábios, beijando-o como se fosse ele próprio. Sentiu uma leve tontura de emoção e levou o frasco ao ventre, fazendo a descoberta de sua vida naquele momento. _Meu amor! Você está aqui!- ela se referiu ao frasco- E aqui!- ela disse, se referindo ao ser que crescia em seu ventre. Grossas lágrimas rolaram por sua face, ao mesmo tempo em que ela se aninhava na cama, permanecendo ali e chorando por longas horas. Hermione nunca se encorajou a ver numa penseira o que continha nas memórias de Draco, então ela nunca soube que, após a noite do adeus, ele adentrou na barraca, agarrou uma das almofadas sob as quais fizeram amor e chorou, chorou como nunca mais choraria em sua vida!

Vamos apenas nos beijar, e dizer adeus

Dois anos depois... Numa cela de Azkaban, sujo, com os cabelos louros, longos a altura dos ombros, ensebados de sangue e sujeira, Draco se via mais uma vez, deitada em sua cela suja e fedida. Apenas um flash de memória o fazia viver. Era o sorriso de uma jovem garota, seu rosto molhado de suor, a satisfação sexual estampada em sua face. Quem seria aquela? Um fragmento das lembranças que tivera em outra vida, que agora lhe parecia a anos luz de distância, ou apenas um sonho? Alguma coisa no rosto dela lembrava a maldita sangue-ruim amiga do Potter e dos Weasleys. Seria ela a garota de seus devaneios? Não podia ser. Não ela. Por que, então, aquela simples lembrança o fazia viver?


Continua....

P.S.: Essa história é contituída de três fics, leia na sequência:

1 _Kiss and Say Goodbye

2_Incomplete

3_Always on my mind = Parte1,Parte2, Parte3