Capitulo 8 - Novos Pensamentos
_Hum, eu volto mais tarde. – Harry disse, retirando-se lentamente da sala. Não esperava ver aquilo quando entrasse no Salão Comunal, ele pensou.Ele pensou pelos corredores, querendo esperar alguns minutos antes de voltar, antes de perguntar todas essas novas perguntas que estouravam em sua cabeça. O que ele tinha interrompido?
****
_Harry, espere! Você não precisa ir... – Hermione chamou desesperada, não querendo que ele fosse, querendo achar alguma explicação para o que ele havia acabado de testemunhar. Porém ele já tinha ido embora, praticamente correndo pelo buraco do retrato.
_Que porcaria! - ela gritou, frustrada. - Isso é tudo sua maldita culpa!
_Minha culpa? Foi você quem jogou a bosta do livro na minha cabeça, sua vaca!
_Bem, se você não tivesse sido um idiota o dia todo e não provocasse o Harry e o Rony, nada disso teria acontecido. Agora o que vamos fazer? Ele sabe... ou pelo menos suspeita que haja alguma coisa.
_Por que eu deveria me preocupar se o Potter percebeu que esse casamento é falso?
_Você deveria se preocupar porque faz parte do contrato que você assinou, seu tolo. Você deveria se preocupar porque eu poderia esquecer e deixar algo escapar diante das testemunhas no seu julgamento. Você deveria se preocupar porque se descobrissem que esta relação é falsa, se eles descobrirem sobre a nossa barganha, nós ficaremos em uma merda de dificuldade, eu com meus amigos e você com Voldemort.
Draco empalideceu com o pensamento.
_Certo, o que você quer fazer para convencer o Potter que nós somos um casal feliz, que estávamos apenas brigando como qualquer casal normal?
_Eu não sei. - ela disse, esfregando a testa dela em agravação.
_Você sabe o que casais fazem depois de uma briga, não sabe? – Draco perguntou, um vislumbre calculado entrando em seus olhos.
O que ele estava a ponto de sugerir era uma idéia horripilante, algo que ele nunca gostaria de fazer em situações normais. A idéia em si era nojenta, repulsiva... porém o prospecto das pessoas descobrirem que o casamento era uma fraude, bem, as conseqüências disso eram piores do que o que ele ia fazer.
Os olhos de Hermione cresceram de repente. Que merda, ela pensou. Não isso. Qualquer coisa menos isso. E na frente de Harry? Ecaaa! Mas o que mais eles poderiam fazer para convencê-lo? Havia qualquer outra maneira? Não, havia mais nada para fazer, nenhum outro modo para o convencer que eles estavam contentes juntos, que o que ele testemunhou era apenas uma briga secundária.
_Maldição! Eu vou ter que me agarrar com você, não é?
_E que seja um agarro bem convincente!- ele sorriu.
***
_Ohh, muito bem, Hermione. Você vai ter que se atracar comigo. Essa é a única maneira de fazer Potter pensar que somos um casal de verdade. Porque, o que casais fazem depois que brigam? Eles fazem as pazes. Então ele irá testemunhar a gente fazendo as pazes.
Hermione mordeu o lábio, com raiva e nervosamente. Ela não queria se agarrar com Draco, especialmente na frente do Harry. Mas realmente era a única maneira de convencer Harry de que ela amava Draco. Palavras não eram suficientes. Ela tinha que fazer alguma coisa pra fazê-lo acreditar, porque a esta altura ele nunca a perdoaria por casar com ele se descobrisse a verdade.
_Certo. Vamos acabar logo com isso. – Ela caminhou em direção ao sofá.
_Não soe tão ansiosa, Granger. Você pode passar a imagem que na verdade quer que seu marido te toque. – Draco disse sarcasticamente, a seguindo.
_Oh meu amado marido, eu não sabia que você se importava. – ela respondeu docemente, com uma ferroada em seu tom.
Draco a empurrou em seus braços.
_Lembre-se, minha preciosa, nós temos que fazer isto parecer real. Então não tente parecer indiferente ao amasso, ouviu?
_Não venha me ensinar como dar um amasso, seu retardado! Eu lhe asseguro que sou perfeitamente capaz de...
Os lábios de Draco se chocaram com os de Hermione, interrompendo-a. Relutantemente ela fechou os olhos e o beijou de volta, tentando esquecer quem ela beijava. Ele realmente não era ruim nisto, ela pensou. Na verdade sentia prazer, não repulso como seria o natural.
Isto é, até a língua dele tocar a sua. Então, todo pensamento saiu de sua mente enquanto ela cavava uma mão no cabelo dele, a outra pressionando suas costas, puxando-o pra mais perto. Ele a apoiou no sofá, e não quebrou contato quando ele a empurrou sobre este e a seguiu. Uma mão enterrada no cabelo dela, a outra desabotoando sua camisa, Draco quase esqueceu quem ele estava beijando. Hermione serpenteou uma perna ao redor dele, querendo contato mais íntimo, e arrastava a camisa dele pra fora de suas calças, correndo a mão pela pele nua de suas costas, não ouvindo o retrato abrir, não notando que Draco tinha a mão em baixo de sua camisa, tocando-a. Tudo que ela podia focar era em beijá-lo. Tudo que ele podia focar era em beijá-la, em tocá-la onde quer que conseguisse. Todos os pensamentos sobre Potter tinham sumido.
***
Harry ficou do lado de fora da sala, escutando. Não ouviu nenhum grito, então entrar soava promissor. Esperançosamente Hermione tinha saído, ele pensou. Eu tenho algumas perguntas pra fazer sobre o casamento dela com Draco que ela precisa responder, porque há algo que simplesmente não está certo naquela relação. Por que ela diz o amar, e ainda não sente nenhuma hesitação em jogar um livro nele? Ela nunca fez isso comigo ou Rony... algo está errado com esta droga situação.
Falando a senha, ele entrou no aposento. Ninguém estava à vista. Indo para a escadaria, ele parou ao ouvir um barulho vindo da direção do sofá. Ele olhou pra lá e congelou, os olhos crescendo com desgosto e choque.
_Mas que diabos! - Harry gritou.
Hermione e Draco estavam deitados no sofá, se beijando como se as vidas deles dependessem disto. Ela tinha uma perna ao redor dele, enquanto seus braços o mantinham mais próximo. A camisa dele estava meio desabotoada, com as mãos dela por dentro. Draco também parecia estar tentando ficar tão próximo a ela quanto possível, e... era a sua mão debaixo da camisa dela? Caralho!
Os olhos de Hermione abriram rapidamente e ela deixou sair um grito agudo assustado, afastando Draco. Ele caiu do sofá pelo súbito movimento, e sentado no chão ele olhava para os lados pra ver qual era o problema.
_Que raios vocês estão fazendo aqui? Tentando fazer a minha vida ainda mais miserável e confusa do que ela já é? – Harry gritou.
Hermione levantou-se rapidamente, e Draco também se pôs de pé.
_Harry, eu posso explicar... – Hermione começou, sendo interrompida em seguida.
_Explicar o quê? Eu sei o que eu vi. E você se importa em abotoar sua camisa? Já era ruim o suficiente ver a mão dele aí sem ter que ver o que ele estava apalpando.
_Voce não tem do que se desculpar Hermione! E minha esposa e minhas mãos podem estar onde quiserem sobre seu corpo.
Hermione ofegou em horror, e olhou para baixo. Claro o bastante, sua camisa estava desabotoada, exibindo o sutiã rosa claro dela. Ela se virou depressa e abotoou, olhando pra Draco enquanto fazia. Ele apenas sorriu maliciosamente.
_Mesmo assim, se isso faz minha esposa feliz, desculpe Potter. Nós estávamos apenas fazendo as pazes. Tivemos uma pequena briga mais cedo, você viu. – Draco disse, sorrindo triunfalmente pra ele.
_Eu sei. Eu testemunhei a sua pequena briga, outra coisa que eu não precisava ver. É muito tentar manter essa merda toda no quarto de vocês? Eu não quero ver vocês dois se agarrando no sofá ou jogando livros um no outro toda vez que eu entro aqui.
_Sério, Potter? Inveja?
_Do quê?
_Bem, poderia ser do fato que eu tenho uma mulher enquanto você não. – Draco disse presunçoso. – Ou poderia ser de que eu estou deitando com uma enquanto você provavelmente nunca sequer tocou em uma menina. Ou poderia ser...
_Cale a boca! – Harry gritou, o rosto vermelho de raiva. – Não, eu não tenho nenhuma maldita inveja de você estar transando com Hermione. Eu não dou a mínima pra sua vida sexual, Malfoy. Eu me importo com o fato de vocês dois não terem a decência de manter esse tipo de merda em seu próprio quarto em vez de tentar repugnar o resto do mundo com isto. De agora em diante, vão para o seu próprio quarto quando vocês quiserem se pegar, ou transar, ou fazer qualquer diabo que vocês queiram! – Harry saiu novamente da sala, batendo a porta.
_Então, Granger, agora que nós estamos a sós, você quer voltar onde paramos? – Draco perguntou, erguendo uma sobrancelha sedutoramente pra ela.
Ele não queria, não realmente, mas ele sabia que isso a enfureceria e ele nunca poderia resistir a fazer isso.
_Seu imbecil! Como se eu fosse simplesmente continuar a beijar você depois de você vir e pisar no meu melhor amigo novamente! – Hermione gritou, a camisa completamente abotoada novamente.
_Isso não é o que você estava dizendo cinco minutos atrás. Na realidade, se seus gemidos forem qualquer indicação, eu acho que você estava curtindo nossa pequena sessão de beijos. – Draco continuou, torturando-a.- Ah eu sou bom o suficiente para admitir que fiquei duro com a encenação! Ou você estava realmente animada, ou finge muito bem.
_Deixe de ser tão arrogante, seu verme, e me deixe sozinha. –
Hermione gritou furiosamente antes de correr degraus acima e entrar no quarto deles. Ela entrou no banheiro e fechou a porta, silenciou o lugar, se enrolou no chão, e chorou.
O que estava acontecendo comigo, ela desejou saber. Eu me agarrei com Draco Malfoy. E o que é pior, eu gostei. Eu na verdade gostei de beijá-lo. Malfoy, o garoto fuinha, meu inimigo. Como isto poderia acontecer? Mesmo quando eu beijei Victor, eu não me senti deste modo, esse tipo de formigar, coisa agradável em meu estômago. E quando o Harry entrou, eu não quis parar. Por quê? É o Malfoy, meu inimigo, o menino que me torturou durante seis anos. Claro, ele é meu marido e tudo, mas como eu posso de fato desfrutar beijá-lo?
E eu nem mesmo notei que ele tinha desabotoado minha camisa! Claro, eu sentia a mão dele em minha barriga, minhas costelas, mas nem mesmo tinha percebido que ele tinha desabotoado-a... Qual é o meu problema? E se Harry não tivesse entrado quando ele entrou, a camisa poderia ter sido completamente tirada e eu nem sequer teria notado! Como eu posso sentir essas emoções contraditórias? Eu odeio ele, eu desprezo ele, de verdade. Não há nenhuma maneira de eu não menosprezá-lo. Ele ainda é o mesmo bastardo que ele foi durante os últimos seis anos. Mas ainda assim, quando ele me tocou, eu gostei. Quando ele me beijou, eu o beijei de volta. Maldição, eu gostei mesmo!
Eu sou uma pessoa horrível. Praticamente uma prostituta. Por que eu me permiti fazer isso? Por quê?
Hermione lentamente se levantou do chão e se virou pro chuveiro, despindo-se e entrando nele. Ela se enrolou no chão e deixou a água lavá-la, chorando pela bagunça que a vida dela tinha se tornado.
***
Draco assistiu Hermione correr escada acima, e escutou o estrondo da porta fechando, então se desmoronou no sofá. O que tinha acabado de acontecer aqui, ele pensou. Eu realmente me agarrei com Hermione Granger? Minha esposa? E eu gostei disso?
Ele gemeu. Uma parte dele, ele tinha que admitir, queria correr por esses degraus e continuar o que eles tinham começado. Porém, uma parte maior ainda estava gritando que esposa ou não, aquela era Hermione Granger. Por que eu? Por que eu tive que beijá-la? E por que diabos eu tinha que desfrutar tanto isto? Porque, ele admitiu a si mesmo, ele tinha desfrutado todos os momentos disto. A suavidade da pele dela, o jeito de seus cabelos em sua mão, o gosto que ela tinha. Ele de fato tinha desfrutado se atracar com sua esposa, sua inimiga.
Isto não fazia parte do plano, Draco pensou furiosamente. Era suposto que eu me casasse com ela, ficasse bêbado, para então transar com ela. Eu deveria tocá-la depois de consumir uma garrafa de uísque de fogo e não antes! Eu nunca supus que eu iria querer tocá-la de fato, beijá-la. Não era suposto que eu a desejasse. Eu devo transar com ela somente com o propósito de procriação, não por luxúria.
Que porra! Eu estou desejando minha esposa! Isto é mesmo possível? É Hermione Granger, a cabelo-de-vassoura, um castorzinho sabe-tudo. Não devo achá-la desejável, mesmo que ela tenha um corpo realmente agradável. O jeito que ela estava com a camisa desabotoada... se o Potter não tivesse entrado naquela hora... PARE! Deixe de pensar dessa maneira, Draco. Não é suposto que você a queira. É suposto que você a use. Foi por isso você se casou. Para usá-la. Você odeia a Granger, você odeia tudo aquilo por que ela luta, tudo o que ela simboliza. Ela é uma sangue-ruim, você é um puro sangue. Mantenha a linha!
Draco se levantou e saiu, indo procurar Blaise, fazer algo, qualquer coisa, que lhe ajudasse a esquecer o que há pouco tinha acontecido, para esquecer que ele tinha, por um breve momento, desejado sua inimiga.
***
Harry entrou com tudo no corredor, praticamente soltando fumaças. Como eles ousam, ele pensou, como eles ousam fazer ISSO no Salão Comunal que eles dividem COMIGO. ELA sabia que eu voltaria e ainda assim permitiu que ele fizesse ISSO com ela. Como ela deixou isso acontecer? Como se minha vida não tivesse péssima o bastante, eu tive que testemunhar um amasso de Malfoy com minha ex-melhor amiga. E eu tive que vê-la com a camisa desabotoada. Ela realmente cresceu e... O QUE INFERNO EU ESTOU PENSANDO? Primeiro ela se casa com o fuinha e agora eu estou pensando nela... quando isto aconteceu? Eu tenho ciúmes do que Malfoy tem? Não! Ou sim! Mas isso é coisa do Rony, não minha!
Ele parou, pensando nisto e no que ele tinha visto. Não, ele decidiu, eu não tenho ciúmes. Raiva, talvez, dor, nojo, mas não ciúme. Eu nunca senti nada por ela, só por Gina durante o último ano. Não, eu estou mais ferido porque ela o beija, sabendo como eu sinto com isto, e ainda faz isto na minha frente. Porque ela esqueceu toda a nossa amizade por aquele imbecil. E pensar que eu realmente a amei. Suspirando, ele continuou a ir para o Salão Comunal da Grifinória, determinado a tentar esquecer tudo o que ele tinha visto.
***
_O que diab... – Draco tropeçou na entrada de seu quarto, olhando ao redor.
Eram só nove horas e parecia que sua esposa já tinha ido dormir. As luzes estavam apagadas, as cortinas puxadas ao redor da cama. Resmungando consigo mesmo, ele acendeu a luz e pegou seu trabalho escolar. Ele tinha uma composição para entregar a McGonagall no dia seguinte e precisava terminar, Hermione poderia aturar ele escrevendo no quarto. Ele não iria trabalhar de jeito nenhum no Salão Comunal, o Potter poderia entrar e isso era algo que ele não estava com humor para tratar.
Duas horas depois, Draco estirou os braços para frente, estalando as juntas. Tudo estava acabado, ele pensou triunfante. Agarrando seu pijama, ele entrou no banheiro, escovou os dentes, se trocou, e saiu. Apagando a luz, ele abriu as cortinas da cama e subiu nela. Hermione estava deitada de lado, virada para ele. Até mesmo em sono ela pareceu um pouco triste. Seus olhos estavam inchados. Ela estava chorando? Decidindo que ele não tinha a energia para entender por que ela tinha chorado, ou por que ele deveria se preocupar se ela chorou, Draco rolou pro lado e dormiu.
***
_Eu me pergunto por que ela se casou com ele. - Rony disse, olhando para a mesa da Sonserina.
_Eu não sei, e pra ser franco, eu realmente não me importo. – Harry respondeu sem sequer se importar em olhar quem Rony assistia.
_Sim, mas ainda, por que ele? Ele é tão canalha.
_Nós realmente temos que conversar sobre isso? Não é suficiente eu ter que viver com eles? Eu não quero deixar que eles arruínem meu almoço também. – Duas semanas tinham passado desde que ele tinha visto Draco e Hermione se agarrando, uma experiência que ele desejava esquecer.
_Ela parece triste. – Gina notou.
_Bem, não é surpresa. Olhe com quem ela tem que dormir. Eu ainda digo que ela esconde alguma coisa. Por que mais ela se casaria com Malfoy? – Rony adicionou.
_Não seja estúpido, Rony. Hermione nunca se casaria com Malfoy a menos que ela realmente o amasse. Ela se importa muito com você e com Harry para arriscar a amizade de vocês por algo menos que verdadeiro amor. – Gina respondeu impaciente, revirando os olhos.
_Ela merece estar infeliz. – Harry disse sombriamente.
Ele não via a razão de falar sobre Hermione. Nada mudaria o fato de que ela tinha se casado com Malfoy, falar sobre as razões dela era bastante insensato.
_Ela era sua melhor amiga. – Gina disse com aborrecimento.
Eles estavam apenas sendo teimosos, ela pensou. Ela sabia que eles sentiam falta dela, eles estavam muito obstinados para admitir isto, isso era tudo. Suspirando, ela se virou para olhar pra Hermione, sentada lá no final da mesa. Ela estava lendo um livro e parecia um pouco solitária. Examinando Draco, ele não pareceu notar que sua esposa estava triste. Ele estava rindo sobre alguma coisa com a pessoa sentada próximo a ele. Ele nem sequer notou quando a esposa se levantou e saiu. Fazendo careta pela inconsistência no comportamento deles, Gina suspirou e decidiu esquecer isso por enquanto. Ela poderia ponderar sobre a relação de Hermione e Malfoy depois.
***
_Só vou trocar de roupa e pegar minha vassoura e então nós iremos. – Draco disse para Blaise enquanto eles se apressavam corredor abaixo, indo ao Salão Comunal de Draco.
Eles tinham decidido praticar vôo, já que era o final de semana e eles tinham algum tempo livre. Draco sussurrou a senha e eles entraram.
– Você quer ver meu quarto?
_A sua esposa não vai se importar?
_Não, eu não acho que ela está aqui. Ela provavelmente está na biblioteca enterrada em baixo de uma pilha de livros. Venha. Você não vai acreditar no tipo de quarto que os Monitores Chefes têm. Quase me faz desejar ter tentado ter um destes só para mim.
_Você praticamente já tem, só que você divide com uma menina.
_Sim, não posso esquecer deste pequeno, mas importante fato. Ela é minha esposa, afinal de contas. - Blaise seguiu Draco degraus acima.
Entrando no dormitório, Draco foi imediatamente para o armário e tirou um conjunto de roupas de Quadribol.
_Quarto legal, cara. Posso checar o banheiro?
_Claro, é por aquela porta. – Blaise abriu a porta, só pra ser atingido por uma grande quantidade de vapor.
Blaise tinha os olhos fixos, para dentro do banheiro. As expressão era de espanto e satisfação.
_Hum, Draco, eu acho que nós não estamos sozinhos. – Draco fez careta.
_Que diabos você está fazendo?- Draco se aproximou furioso do banheiro.
_Vendo a sua esposa gostosa!- Blaise respondeu com um sorriso que Draco conhecia muito bem.
_Epa!Pode ir tirando os olhos_Hermione? – Draco chamou bravo. Por que ela estava aqui? Ela devia estar na biblioteca estudando como ela sempre estava, não no quarto na única vez em que ele traz um amigo. O chuveiro parou de correr e uma cabeça molhada se mostrou.
_Draco? – ela gritou. – Que raios você está fazendo aqui? – Ela de repente encontrou Blaise e seus olhos arregalaram. – DRACO MALFOY! – Revirando os olhos, ele indicou pra Blaise sair e fechou a porta.
_Ele já foi, Hermione. Pode sair agora.- ele disse tentando manter a calma.
_Como se eu pudesse sair com você ainda aqui. – ela respondeu severamente. – O que os dois estão fazendo aqui, aliás? Eu pensei que você fosse voar ou coisa assim.
_Esse é tão meu quarto quanto o seu. – ele respondeu, tão irritado quanto ela. – E eu vim me trocar para poder ir voar. Blaise apenas me acompanhou.
_Isso não lhe dá o direito de interromper o meu banho, seu imbecil. Por que você não sai logo e assim eu posso continuar. – Ela se precipitou contra a parede de chuveiro, começando a sentir frio.
O banheiro não estava frio, mas sem a água quente, ele estava definitivamente fria e incômoda.
_O quê, Granger? Se sentindo incomodada por estar nua no mesmo ambiente que eu? Você precisa se acostumar, porque logo nós estaremos fazendo muito mais que isso, juntos e nus. – Draco disse suavemente.
Ela soou nervosa, algo que ele realmente gostou.
_Nem me lembre. Eu não estou com humor pra vomitar agora.
_Você está quebrando meu coração, querida. Quebrando meu coração.
_Você não tem algum vôo pra fazer? E um amigo esperando?
_Certo, esposa. Volte pro seu banho. Eu voltarei pro meu vôo. Nós dois desfrutaremos algum tipo de prazer.
_Engraçado, Malfoy, muito fofo. Que tal você sair desta droga de banheiro antes que eu te azare.
_Mas esposa, isso requereria que você saísse do chuveiro e nós dois sabemos que você não quer fazer isso.
_Oh, mas Draco, o prazer de te azarar compensaria meu embaraço. – Hermione disse perigosamente.
_Estou indo, certo.
_Draco, há quanto tempo o Blaise estava parado ali na porta?- ela perguntou suspeita.
_Fica calma Granger, mesmo sendo uma esposa sangue-ruim, não estou disposto a deixar meus amigos se deslumbrarem com seu corpinho ‘’meia-boca’’.- ele disse maldosamente.
_Filho de uma puta!- ela gritou e já ia saindo do box, quando ele saiu correndo.
Draco deixou o banheiro e rapidamente se trocou. Aborrecer Hermione era uma coisa, mas aborrecê-la a ponto dela estar disposta a deixá-lo vê-la nua em troca de azará-lo, porém, era perigoso. Hermione brava não era a coisa mais segura para incitar, por mais triste que fosse dizer, ele ficava um pouco amedrontado com sua esposa quando ela estava brava. Não, não amedrontado, ele pensou. Nervoso. Ela o deixava nervoso. Nervoso não soava tão ruim quanto amedrontado.
_Blaise, você está pronto pra ir?
Draco chamou, descendo as escadas. Blaise estava vadiando em um dos sofás.
_Eu já estava pronto há dez minutos atrás. O que você estava fazendo, agarrando a sua esposa no chuveiro? – Blaise perguntou, erguendo uma sobrancelha.
Draco sorriu maliciosamente em retorno.
_Algo do tipo. Vamos voar, agora. Porém se fosse como costuma ser... não sairíamos hoje!- ele mentiu alegremente.
***
Que filho da mãe, Hermione pensou, enquanto se secava. Ter coragem de entrar aqui, só pra passear enquanto eu tomo banho. E trazer o amigo dele pro quarto enquanto eu estou aqui, nua! Ele vai me pagar por isto, de algum jeito. Por que ele tem que constantemente estar me enfurecendo? Ele nunca deixa de tentar ficar acima de mim. Ela suspirou, pensando na outra vez quando ele teve coragem para enfurecê-la assim.
Flash Back
_Eu iria matar você.
_Oh. – Hermione olhou pro lado, não sabendo o que dizer.
Ela deveria gritar, se enfurecer com ele? Sair batendo a porta do quarto como em um grande drama? Parecia tolo, realmente, infantil. Afinal de contas, ele era um Comensal da Morte. Não deveria ser surpresa que ele tenha que matar alguém. E que esse alguém fosse ela. Mas ainda assim ele se casou com ela. Por quê?
_Você não devia gritar, berrar, ameaçar me azarar? – Draco perguntou, de repente um pouco assustado com o silêncio dela.
_Devia? Não é como se eu estivesse surpresa ou coisa assim. Um pouco desapontada, talvez.
_Por que eu deveria te matar? - Draco perguntou, surpreso.
_Eu tinha esperanças que um Comensal da Morte de calibre maior fosse ser requisitado pra me matar, é isso. Eu acho que Voldemort me subestimou.
Draco ficou vermelho de raiva.
_Fique sabendo que eu sou um maldito ótimo duelista, Granger. Eu poderia acabar com você agora mesmo se eu quisesse. Você não é nenhum obstáculo para mim, sua vadia.
_Sério, Draco, você é um ótimo duelista? É por isso que Voldemort o mandou contra mim, a bruxa mais inteligente de nosso ano? Ou é porque ele te quer morto? Porque eu te mataria, Malfoy, se fosse necessário.
_Você não tem isso de matar em você, Granger. Eu sei maldições das quais você nunca ouviu falar, feitiços que poderia descascar pele de seus ossos, a faria implorar pela morte.
_Eu acho que você me subestimou, Malfoy. Você não me dá medo.
_Não, Granger, você me subestimou. E você deveria ter medo de mim, todos os sangues-ruins deveriam.
_Isso quer dizer que você ainda planeja me matar? - Hermione perguntou, enfurecida com a atitude arrogante dele.
_Só se o Potter morrer. – Draco respondeu com um sorriso superior.
_Seu bastardo! – Hermione rosnou em uma baixa, mortal voz. – Ele não morrerá, entretanto.
_O que você pensa, Granger? Eu me casei com você, não foi? Isso deveria indicar que eu não vou te matar.
_E eu devo acreditar nisto, Draco? Acreditar que você ficou bom de repente e você não está planejando matar eu e meus amigos? Como se eu devesse... – Hermione zombou dele.
_Eu realmente não me importo com o que você acredita, Granger. Sua opinião não é importante.
_Seu filho da puta. Eu te odeio, você e essa sua atitude superior. Vá para inferno, seu imbecil. – E dessa vez ela saiu batendo a porta do quarto, deixando-o lá sentado, sozinho, não retornando até tarde, depois que ele já estava adormecido.
Fim do flashback
Ela suspirou com aquela memória. Ele foi tão cachorro naquele dia. De fato, ele era um cachorro todos os dias. Ela o menosprezava por isto. Sacudindo a cabeça para retirar pensamentos sobre Draco, Hermione juntou seus livros e foi em direção à biblioteca, ansiosa para terminar algumas lições de casa e começar a estudar para os N.I.E.Ms que se aproximava.
***
Draco gemeu, puxando seu travesseiro mais pra perto, pensando por que ele estava tão morno e firme. Era muito cedo para se acordar em um sábado. Franzindo seu nariz, ele tocou na coisa que titilava nele, só pra encontrar um punhado de cabelos. Abrindo os olhos, ele percebeu que o cabelo que titilava no seu nariz não era dele; pertencia à sua esposa. O travesseiro no qual ele se aconchegava era de fato Hermione. Ele tinha um braço envolvendo sua cintura e uma perna sobre as coxas dela. Assustado, ele percebeu que até estavam dividindo o mesmo travesseiro.
Afastando-se lentamente, assim não a acordaria, ele rolou até o seu lado da cama, finalmente admitindo pra si mesmo que ela tinha estado certa o tempo todo: ele que se movia de noite até ela, não ela até ele. Chocado nem mesmo começava a descrever seu estado no momento. Era, ele decidiu, a mais surpreendente e terrificante coisa que ele já tinha descoberto sobre si mesmo: ele gostava de se aproximar de sua esposa à noite. Não só se aproximar, ele percebeu, mas abraçar.
Ele, Draco Malfoy, acordou abraçado com Hermione Granger Malfoy. Mesmo que uma parte dele afastava esse pensamento com desgosto, outra parte teve que admitir que ele gostou. Ele gostou de acordar perto de alguém, dormir com alguém. O fez sentir... menos sozinho. Não significava que ele gostava dela ou qualquer coisa assim. Claro, ele estava começando a tolerá-la, talvez, um pouco. Nas três semanas desde o incidente do chuveiro, as coisas não tinham mudado realmente. Hermione tinha melhorado um pouco, não se afastando muito quando eles estavam em público, sem dúvida, mas as outras coisas continuavam o mesmo.
Hermione acordou assim que Draco se afastou. Ela tinha cultivado o costume de acordar nos braços dele. Durante as últimas duas semanas ela tinha acordado nos braços de Draco, um braço firmemente envolto na sua cintura, uma perna sobre as suas. A princípio isso a tinha perturbado seriamente. Afinal de contas, este era Draco Malfoy e ser segurada em seus braços não estava no topo da lista de coisas atraentes pra se fazer em cama. Ler, sim, passar doze horas de sono consecutivo, sim, mas abraçar Malfoy? Definitivamente não.
Ainda, era realmente agradável, uma vez você se acostuma a isto. Ela certamente nunca acordou com frio. E era de fato... confortante... saber que você não está só. Saber que mesmo que por um momento, alguém precisa de você, precisa te segurar, dormir com você. Era por isso que ela tinha deixado de afastá-lo tanto quando estavam em público? Sempre que ele alcançava a sua mão no corredor, a abraçava em despedida, a beijava na bochecha ou nos lábios, ela tinha parado de endurecer imediatamente, o afastando o mais rápido possível. Ela não o amava, não. Ela nem mesmo gostava dele. Porém, ela estava começando a tolerá-lo, mesmo que fosse somente um pouco. E isso era um passo grande para Hermione Granger Malfoy.
Ela começava a se sentar quando Draco chiou com dor, apertando seu pulso.
_O que foi? – ela perguntou, olhando para ele com alarme.
Ele fez careta, uma miríade de emoções correndo pelo rosto dele. Dor. Raiva. Medo. Tristeza. Ele ergueu seu pulso para ela ver. A marca negra, normalmente escondida por uma larga faixa de pulso, queimava preta, totalmente destacada na sua pele branca-leite, porém perfeita, pele.
_O Lorde das Trevas me chamou.
***Fim do Capítulo***

Não vejo a hora de ler o final da fic, então por favor poste mais rapido.
ResponderExcluirBjs...
Onde tá o cap 9?
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