Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sacrfício - Capítulo 11 - Discórdia Sempre


Capítulo 11- Discórdia Sempre

_Professora McGonagall? – Hermione falou suavemente, indo ao encontro da diretora depois da aula.

_Sim, Sra. Malfoy?

_Eu estava pensando se eu poderia falar com você depois do jantar? – Professora McGonagall a olhou desconfiada, mas concordou, falando para encontrá-la depois que o jantar acabasse. Hermione continuou descendo devagar pelo corredor, indo para a biblioteca, ainda que não ansiosa para chegar. Ela não queria realmente estudar agora, mas também não queria voltar pro seu quarto. Ela não havia falado ou visto Draco desde a briga deles na noite passada e não estava ansiosa para vê-lo agora. Chegando à porta da biblioteca, ela entrou, evitou os olhares curiosos e apressou-se para a mesa dos fundos, uma escondida dos olhos que a procuravam. Ela odiava os olhares que recebia ali, no Salão Principal, no corredor, bem, a lista nunca realmente terminava. Parecia que as pessoas estavam muito interessadas em seu casamento. Pegando seus livros, ela começou a estudar, tentando esquecer os problemas.




_Posso sentar com você? – Hermione olhou para cima, surpresa. Luna Lovegood estava ali parada, os braços cheios de livros, com o olhar vago e sonhador de sempre.

_Claro. – Hermione respondeu, arrumando um espaço na mesa para que Luna se sentasse em sua frente.

_Então, como você vai, Hermione? – Luna perguntou, pegando seu livro de transfiguração e alguns pergaminhos.

_Estou bem, Luna. Como você tem estado?

_Maravilhosa. Eu e meu pai passamos o verão investigando Snarkles. Foi perfeito. Você está mesmo bem? Você tem parecido um pouco pra baixo, recentemente. Tem estado doente?

_Apenas cansada. O que você está fazendo aqui, Luna? – Hermione perguntou abruptamente. Essa era a primeira vez que algum de seus amigos havia se aproximado dela. Ela era como uma intocável, acostumada a comer sozinha, sentar sozinha, estudar sozinha. Ninguém conversava com ela exceto Draco e ocasionalmente Blaise Zabini.

_Tentando estudar, o mesmo que você. – Luna respondeu inocentemente.

_Ah, corta essa. Você é a primeira pessoa que conversa comigo fora da aula, tirando Draco. O que você quer?

_Estudar. – Luna devolveu, tão calma quanto antes.

_Têm outras mesas. – Hermione disse rudemente. – Por que comigo?

_Você parecia um pouco sozinha. – Luna disse, olhos não tão sonhadores como antes, soando apenas um pouco insultada. – Acredite ou não, eu te considero uma amiga, Hermione Granger, e eu te vi sentada aqui e pensei que pudesse te fazer companhia. Eu acabei de achar meu livro de Transfiguração e queria terminar minha tarefa antes que alguém o escondesse. Eu vou pra outra mesa, já que estou te incomodando. – Ela se levantou e catou suas coisas.

_Luna, espera. – Hermione disse suavemente, agarrando seu livro pra pará-la. – Por favor, fique. Você não está me incomodando. – Luna sentou de volta e se resumiu a fazer sua lição. Hermione mordeu seu lábio e adicionou. – Desculpe-me, Luna. Eu estou tão acostumada a ser ignorada, eu acho, que pensei que isso poderia ser uma brincadeira pra me insultar ou coisa assim.

_Por que eu te insultaria, Hermione? Só porque você se casou com Draco Malfoy não quer dizer que você mudou.

_Gina e Harry não vão ficar irritados com você por conversar comigo? – Hermione perguntou baixinho.

_Eu acho que eu tenho tanto direito de escolher meus amigos como qualquer pessoa. Hei, Neville, venha e se sente com a gente. – Luna chamou, acenando pra ele que estava algumas mesas deles. Ele começou a andar e então deu uma olhada ao redor nervosamente antes de relutantemente vir e sentar ao lado de Luna. Hermione deu a ele um pequeno sorriso.

_Oi Neville. Como você está?

_Humm, bem. – disse nervoso. Ele engoliu em seco bravamente antes de perguntar – Como você vai, Hermione?

_Tão bem quanto você possa imaginar.

_Isso é bom. – Neville parecia preocupado, olhando ao redor nervosamente como se tivesse medo de ser visto sentado com ela.

_Neville, você não precisa se sentar conosco, você sabe. Você pode sempre sair. Você não gostaria que Harry ou Rony brigasse com você, gostaria?

Neville a olhou com cara feia.

_Eu sou perfeitamente capaz de escolher meus amigos, Sra. Malfoy, além disso, eu só estava tendo certeza que o seu marido não estava por aí.

Hermione deu uma risadinha.

_Não se preocupe com Draco. Você não vai encontrá-lo vindo a biblioteca pra dar uma checada em mim.

_Ah, certo. – Eles pegaram suas lições e começaram a fazer, Hermione respondendo as perguntas de Neville ocasionalmente.

Olhando pro relógio, Hermione ficou surpresa em descobrir que o jantar havia começado há quinze minutos. Com o estômago roncando de fome, ela começou a guardar suas coisas.

_Bem, eu vou jantar. Estou me sentindo capaz de comer um hipogrifo, estou com tanta fome!

_Eu também. – Luna respondeu, recolhendo suas coisas. Neville fez o mesmo, andando com elas para o Salão Principal. Hermione se separou deles, indo para seu lugar usual no final da mesa, longe dos outros. Neville hesitou por um momento, dividido entre sentar-se ao lado de Rony no meio da mesa ou sentar-se com Hermione. Simas acenou para ele sentar com eles, mas Neville pareceu ter se decidido e, acenando de volta, seguiu Hermione e sentou ao seu lado.

_Neville, o que você está fazendo? – ela perguntou surpresa, tendo visto Simas acenar para ele.

_Sentando com minha amiga. – Neville respondeu, corando.

_Neville, eu estou perfeitamente contente em sentar sozinha. Você pode ir se sentar com Simas, Dino, Harry e Rony, se você quiser. – Ela estava confusa com o comportamento de Neville. Não era do feitio dele ir contra a maioria, e desde que a escola começara, a maioria a estava excluindo.

_Eu quero me sentar com você, Hermione, não com eles. Eu reconheço que você é tão minha amiga quanto eles, e não é justo que você seja excluída porque se casou com Malfoy.

_É muito gentil da sua parte dizer isso, mas eles não vão ficar felizes com você. Você realmente quer irritar todos os seus amigos? – Hermione perguntou gentilmente.

_Você quer ficar sozinha, Hermione? – Neville perguntou confuso.

_Claro que não, mas...

_Então esqueça eles. Eu tenho todo o direito de sentar com você. Você foi uma das minhas primeiras amigas, e sempre foi boa comigo, sempre me ajudando em Poções e nas outras matérias. – Hermione sorriu para ele.

_Obrigada, Neville. – ela disse suavemente, jogando seus braços ao redor dele e o abraçando. Ela sentou-se e se serviu de suco de abóbora. – Então, o que você achou do último teste de Herbologia?

*****

_O que Neville está fazendo? – Rony perguntou a Simas.

_Eu não sei ao certo. Ele nos viu, disso eu tenho certeza.

_Então por que ele iria se sentar com ela?

_Eu acho... – Dino disse com uma clareza repentina – ...que nosso companheiro está tentando fazer uma declaração. – Eles assistiram ele se sentar ao lado de Hermione e falar com ela, assistiram ela lhe dando um grande abraço e um enorme sorriso.

_Que tipo de declaração? – Harry perguntou.

_Bem, pelo que parece, ele decidiu que o casamento dela com Malfoy não é realmente um grande problema, então ele quer ser amigo dela novamente. – Dino respondeu, mostrando um pouco de torta de legumes em sua boca.

_Não é um grande problema? Malfoy atormentou Neville por anos! Ela se casou com o inimigo!

_Mas Hermione sempre foi amiga do Neville. Eu acho que ele tinha até uma queda por ela no quarto ano. Sim. – Dino disse, concordando – Parece que Neville finalmente se tornou um homem.

****

_Hei, Draco, olhe. – Blaise disse com a boca cheia de comida.

_O quê?

_Sua esposa acabou de cair na do Longbottom. – ele respondeu, rindo.

_Do que você está falando? – Draco perguntou, irritado. Ele se virou e viu Hermione abraçando Neville Longbottom no outro lado do salão. De cara feia, ele voltou e empurrou o seu prato cheio de comida.

_Eu estou dizendo que sua esposa veio pro salão com Loony Lovegood e Longbottom, e daí sentou-se com Longbottom, e agora acabou de abraçá-lo. E eu que pensei que os Grifinórios estavam bravos por ela ter se casado com você. Eu acho que Longbottom está ignorando o casamento de vocês e investindo na queda que ele tem pela sua esposa.

_Do que você está falando?

_Não se lembra? Desde o terceiro ano, Longbottom corre atrás da sua garota. Ser casada com você provavelmente não vai pará-lo.

_Pare de ser ridículo, Blaise. – Empurrou novamente o seu prato e se levantou, encarando Neville com cara feia o tempo todo. Chegando a mesa da Grifinória, ele chegou lá bem na hora que Neville pegou na mão de Hermione e apertou.

_Longbottom, você poderia não tocar na minha mulher? Eu não gostaria que o seu azar passasse para ela. Oh, e esposa, lembre de lavar suas mãos antes de tocar em mim. Quem sabe o que pode ter sido transmitido pra você. – ele disse cruelmente, fazendo Neville corar e se afastar. Hermione olhou para ele.

_O que você quer, Draco?

_Jantar com a minha esposa. Tem algum problema? – ele perguntou rudemente.

_De tudo, jantar com a sua esposa. – Hermione respondeu, gesticulando pra que ele se sentasse.

_Bem, então, vamos comer. – Draco agarrou seu braço e a levantou do seu assento, praticamente a arrastando pelo salão para se sentar a mesa da Sonserina ao seu lado.

_O que você pensa que está fazendo? – ela sussurrou, se soltando.

_Você realmente não espera que eu vá comer na mesa da Grifinória com Longbottom, né? – Draco perguntou com desgosto. – Não, você vai comer comigo e com Blaise. E você pode me agradecer depois por salvá-la das desgraças daquele ali. – Ele voltou a comer.

_É bom informá-lo que Neville Longbottom é um bom amigo meu e eu vou comer com ele sempre que eu quiser. – Hermione falou mais alto, fazendo as pessoas ao seu redor olhar. Ela não ligou, de tão irritada que estava com Draco. Levantando-se, ela começou a voltar para a mesa da Grifinória, e novamente Draco agarrou o seu braço.

_Não vire as costas pra mim. – ele disse suavemente, mas com raiva.

_Tire as suas mãos de mim. – ela silvou em resposta.

_Você vai comer comigo. – ele disse, tentando arrastá-la de volta para a mesa da Sonserina.

_Eu vou comer com Neville.

_Nenhuma esposa minha vai comer com aquele otário desastrado. Você é uma Malfoy agora; você precisa aprender a agir como uma.

_Cala a boca, Malfoy. Eu não vou hesitar em te azarar se você não me soltar agora. – Hermione disse, procurando por sua varinha, só então para descobrir que tinha desaparecido. Ele estava com ela em sua outra mão, sorrindo maliciosamente.

_Agora, esposa, você está fazendo uma cena. Seja uma boa garota e venha comer comigo. – Mas Hermione conseguiu soltar-se dele e andou em direção a sua mesa, só voltando para bater na parte de trás da cabeça dele e recuperar sua varinha, os olhos brilhando de raiva. Ela sentou-se de novo ao lado de Neville e sorriu calmamente, ignorando todos os olhares chocados dirigidos a ela.

_Então, o que você dizia mesmo?

*****

_Bem, essa foi uma cena e tanto. – Rony disse chocado, olhando pro lugar onde Hermione havia estado.

_Você não sabe nem o começo disso. – Harry disse. – Eu cheguei uma vez no meio de uma briga deles. Hermione, nossa Hermione, ela jogou um livro nele. Acertou-o em cheio na cabeça.

_Sério? Wow. – Rony disse com uma admiração relutante. – Eu nunca soube que ela tinha isso nela.

_Claro que quando eu voltei, eles estavam se agarrando no sofá. O bastardo tava com a mão por todo o corpo dela. Eu pensei que ia vomitar, foi tão nojento. – Rony fez uma careta ao imaginar.

_Bem, ao menos nós sabemos que o casamento não mudou o espírito dela. – Simas acrescentou com um pouco de admiração. – Ela não deixa nada barato pra ele.

_Eu imagino que não. – Rony disse, ainda tentando não pensar na imagem de Hermione se agarrando com Malfoy, de tão desagradável que isso era.

_Sim, Hermione é a mesma mandona de sempre. – Harry disse com um pequeno sorriso.

******

_Bem, Sra. Malfoy, o que você gostaria de me contar? – Professora McGonagall perguntou, sentando atrás da mesa em sua sala.

_Eu... – Hermione disse, hesitando, não sabendo exatamente como dizer – Eu preciso lhe informar sobre um plano contra a vida de Harry Potter.

_Muito bem, então. O que você sabe?

*****

_Eu tenho apenas uma pergunta, Sra. Malfoy. – Professora McGonagall disse, as rugas de sua testa aumentando pelos pensamentos intensos. – Como você descobriu esse ataque em potencial dos Comensais da Morte?

Hermione mordeu seus lábios nervosamente.

_Eu não posso lhe contar, Professora. A senhora precisará confiar em mim.

_Sra. Malfoy, eu preciso saber a fonte dessa informação se eu vou levar isso a sério. Quem lhe disse?

_Eu realmente não posso dizer. Eu prometi.

_Sra. Malfoy, como eu poderei levar essa ameaça a sério se eu não sei quão confiável é essa fonte?

_Professora, eu até gostaria, mas eu não posso. Eu dei a essa pessoa minha palavra que eu não revelaria onde eu consegui essa informação.

Professora McGonagall olhou para Hermione severamente. Ela pareceu estar pensando profundamente antes de um brilho de entendimento chegar aos seus olhos.

_Hermione, por que você se casou com Draco Malfoy?

Hermione ficou surpresa com a pergunta, mas rapidamente respondeu.

_Eu me apaixonei, claro. Foi por isso que Draco e eu nos casamos.

_Então a descoberta desse plano contra Sr. Potter e os Weasley não tem nada a ver com o seu casamento com o Sr. Malfoy?

_Claro que não. – Hermione respondeu rápida e nervosamente.

_Então você está me dizendo que seu esposo não lhe contou sobre o plano de Voldemort?

Hermione permaneceu em silêncio. Ela não poderia mentir na cara de McGonagall sobre isso.

_Sra. Malfoy?

_Professora, eu lhe dei a informação que precisava. Confie em mim quando eu digo que é verdadeira. Meu casamento com Draco não é importante nessa conversa. Eu não revelarei minha fonte.

_Eu entendo. – McGonagall disse suavemente, seus olhos mostrando perspicácia. Hermione receava que ela tivesse entendido bem demais. A diretora foi para a lareira e jogou uma mão cheia de pó de flú nela. Colocando sua cabeça nas chamas, ela falou com alguma pessoa por alguns segundos, e então se virou para Hermione. – Sra. Malfoy, se você não se incomodar em esperar, seu marido se juntará a nós em alguns instantes.

_Draco? – Hermione perguntou alarmada. – O que Draco tem a ver com essa conversa?

_Eu acredito que ele tem muita coisa a ver com isso, Sra. Malfoy. – Professora McGonagall sentou-se novamente em sua cadeira, escrevendo rapidamente em um pedaço de pergaminho enquanto Hermione ficava ali, retorcendo suas roupas, os nós dos dedos brancos de ansiedade. Dez minutos depois, Draco bateu na porta e entrou. Perguntando para Hermione com os olhos, ela balançou um pouco a cabeça para indicar que não havia falado nada sobre ele, implorando com o olhar para fingir que não sabia de nada.

_Você mandou me chamar, Professora? – Ele perguntou inocentemente.

_Sim. Sr. Malfoy, eu gostaria que você erguesse suas mangas e me mostrasse os seus pulsos. – Professora McGonagall disse rapidamente.

_Como? – Draco exigiu chocado.

_Sr. Malfoy, mostre-me os seus pulsos.

_Por quê?

_Agora. – Professora McGonagall exigiu. Draco e Hermione trocaram olhares alarmados, mas ele relutantemente ergueu seu braço direito e puxou a manga, revelando a pele pálida do seu antebraço.

_Agora o outro. – McGonagall mandou. Suspirando, Draco ergueu a outra manga, revelando um pano branco que cobria seu pulso. Quando McGonagall fez um gesto pra que ele o removesse, ele olhou para Hermione. Ela estava mordendo o lábio, rosto branco de preocupação. Ele relutantemente tirou o pano, revelando uma caveira de tamanho médio, com uma cobra que saia de sua boca. A boca da professora McGonagall apertou à vista dela.

_Foi isso que eu pensei. Sr. Malfoy, eu exijo uma explicação. Por que você se casou com Srta. Granger?

_Isso não é da sua conta, Professora. – Draco disse desafiadoramente, colocando novamente o pano que cobria o seu pulso.

_É da minha conta quando você coloca a escola inteira em perigo por ter essa marca em seu pulso. Eu corri um risco te deixando voltar pra essa escola depois das suas ações no final do ano passado.

_Professora, ele não é perigoso. – Hermione respondeu rápida e desesperadamente. – Ele mudou. Eu não teria me casado com ele se ele não tivesse mudado.

_Sr. Malfoy, sua esposa acabou de me informar sobre um plano de Voldemort de atacar e matar Harry Potter durante o Natal. Ela, porém, recusa nomear sua fonte. Você seria capaz de resolver este problema?

_Não, professora, eu acho que não. – Draco disse simplesmente.

_Sr. Malfoy, você é a fonte da Sra. Malfoy?

_Eu não sei por que a senhora insiste tanto em saber minha fonte, Professora. – Hermione interrompeu, não querendo que Draco mentisse para a diretora.

_Hermione Granger Malfoy! – McGonagall disse firmemente, olhando para a garota. – Pare de interromper minha conversa com Sr. Malfoy agora mesmo. Eu não sei o que está tentando esconder, mas já cansei disso. Por seis anos eu vi você e Draco brigarem, acreditando em ideais que eram completamente opostos, e mesmo assim aqui estão vocês, casados, falando que estão apaixonados. É muito difícil acreditar nisso. Sr. Malfoy, você é a fonte da Sra. Malfoy? E antes de você pensar em mentir pra mim, lembre-se que eu posso facilmente fazer com que você seja preso e jogado em Azkaban por essa marca que você carrega no pulso. Não me teste porque minha paciência está chegando ao limite.

Hermione e Draco olharam um para o outro por um longo momento. Ele viu derrota nos olhos dela, uma relutância em continuar mentindo para a diretora. Ela viu resignação nos olhos dele, uma relutância em desistir, mas havia ainda o medo da punição que ele levaria por mentir. Ele fechou seus olhos em derrota antes de voltar pra Professora McGonagall.

_Sim, Professora, eu contei para Hermione sobre o plano de matar Potter e os Weasley.

_E quanto ao seu casamento?

_Não teve nada a ver com o fato de eu ter contado para Hermione, nem é da sua conta. O casamento é nosso, e eu agradeceria se não se intrometesse.

_Sei. – Professora McGonagall disse, e Hermione temeu que ela realmente soubesse. De fato, parecia que a diretora entendia até demais da situação.

_Neste caso, eu irei informar a Ordem imediatamente. Vocês dois irão para a próxima reunião com a Ordem para poderem contar pessoalmente sobre essa nova descoberta e responder qualquer dúvida. Isto daqui a três dias. Vocês virão imediatamente após as aulas e nós iremos.

_Mas Professora... – Hermione começou, sendo interrompida em seguida.

_Isso não é um pedido. Com uma informação tão sensível como essa, eu quero que eles ouçam direto da fonte. Eles estarão ansiosos para conhecer nosso novo espião.

_Eu não sou um espião para essa maldita Ordem da Fênix. – Draco interferiu com raiva.

_Talvez você não fosse. – Professora McGonagall disse perspicaz – Mas como você nos deu essa informação, você não tem outra opção que não seja ser considerado espião.

_Um vira-casaca, você quer dizer.

_Bem, então por que você passou a informação adiante?

Draco olhou furtivamente para Hermione antes de responder.

_Se você tem que saber, eu não poderia agüentar o pensamento da mulher que eu amo sendo morta, então assim que me contaram o plano, eu contei a ela. É isso.

_Eu tenho que admitir, eu estou muito surpresa com esse acontecimento, mas extremamente satisfeita que vocês tenham feito isso. Professor Dumbledore não te subestimava, Sr. Malfoy. Agora, vocês dois podem ir. Eu tenho mensagens a mandar. – Ela começou a escrever num pedaço de pergaminho enquanto Draco e Hermione saiam do escritório. Assim que eles saíram, ela jogou mais pó de Flú na lareira e falou – Salão Comunal da Grifinória! Sr. Thomas, por favor, ache Sr. Potter, Sr. Weasley e Srta. Weasley e mande-os vir ao meu escritório imediatamente.

******

_Que diabos acabou de acontecer aqui? – Draco exigiu, agarrando o braço de Hermione para pará-la.

_O que pareceu ser? Professora McGonagall não é idiota. Você é filho de um Comensal da Morte conhecido, é claro que você seria a minha fonte de informação. – Hermione disse, virando as costas pra ele. Ela não gostava de ficar perto dele mais do que precisava, especialmente pelo jeito que ele estava agindo.

_Você poderia ter ao menos negado. – Draco exclamou com raiva.

_Por que você acha que ela te chamou, para examinar seus pulsos, por nada? É claro que eu neguei. Eu falei para ela deixar nosso relacionamento fora da conversa, que ele não tinha nada a ver com a minha informação.

_Obviamente nós precisamos melhorar sua habilidade de mentir.

_Como se você tivesse feito melhor. Você não ficou lá por cinco minutos antes de ela te corromper. Ao menos eu fiquei firme e encarei o interrogatório dela.

_Claro que você encarou. – ele disse sarcasticamente. – Ela gritou com você e você calou a boca o mais rápido que pôde. Pelo menos eu tinha uma boa razão para desistir.

_Oh sim, você tinha. Tentar proteger sua própria pele, como sempre.

_Não é você que está ameaçada de ir presa por ter uma tatuagem no seu pulso. É claro que você teria feito o mesmo.

_Uma tatuagem que te associa com um grupo de assassinos. Você teve sorte que ela não mandou uma coruja pro ministro assim que viu isso.

_Ela deveria estar me agradecendo por essa tatuagem. Se não fosse por mim, Potter estaria morto no dia do Natal.

_Se não fosse por você, Professor Dumbledore ainda estaria vivo!

*****

_Você mandou nos chamar, Professora? – Harry perguntou.

_Sim. Sentem-se. Sr. Potter, Sr. Weasley, Srta. Weasley, o que eu estou prestes a te contar não deve ser discutido fora dessa sala a não ser que vocês tenham certeza que estão em total privacidade. Essa informação não pode vazar, está entendido? – Os três estudantes se entreolharam surpresos, em seguida concordaram.

_Muito bem. Eu acabei de ser informada de um plano de Voldemort de se infiltrar e atacar a Toca no Natal. Como as guardas estarão baixas, Comensais da Morte irão invadir a casa e Voldemort irá tentar assassiná-lo, Sr. Potter. Parece que a batalha final está se aproximando.

Harry ficou branco enquanto Rony e Gina soltaram pequenas exclamações de choque.

_Eles vão atacar os Weasley, Professora? – Ele perguntou fracamente.

_Isso mesmo, Sr. Potter. Aparentemente Voldemort está ficando cansado de esperar; se você morrer ele acha que o mundo mágico irá cair aos pés dele e permitir que ele o domine. – Professora McGonagall disse gravemente.

_Mas como você descobriu isso? Eu pensei que o único espião da Ordem fosse Snape e agora que ele...

_Parece que nós achamos um novo espião para a Ordem, alguém disposto a nos dar valiosas informações.

_Quem? – Gina perguntou suavemente.

_Isso é algo que eu não posso lhe dizer, Srta. Weasley. – Professora McGonagall disse suavemente.

_Por que não? Quem quer que seja está se arriscando muito para salvar as nossas vidas. Não podemos ao menos saber a quem devemos ser gratos? – Rony exigiu.

_Não é meu dever contar. Essas pessoas se arriscaram muito para salvar a vida de vocês, provavelmente mais do que vocês imaginam. Vocês deveriam se sentir sortudos por serem tão amados. – McGonagall disse, parecendo bastante sentimental.

_Espere. Você está dizendo que a pessoa deu a informação por causa de nós, não pela Ordem?

_O que estou dizendo, Sr. Potter, é que alguém se importa muito com vocês, o suficiente para arriscar a sua vida para salvar as suas. Agora, cuidado. Não falem disso sem ser entre vocês. Nós temos uma oportunidade perfeita de derrubar Voldemort; não podemos nos dar ao luxo de perdê-la. Vocês podem retornar aos seus quartos agora.

Harry parecia querer protestar, mas Rony agarrou seu braço e balançou a cabeça, indicando que eles deveriam sair dali. O trio andou entorpecido pelas escadas, não sabendo o que dizer, o que pensar. A diretora estava obviamente tentando mostrar alguma coisa, fazer com que eles percebessem algo, mas o quê? Que Comensal da Morte iria querer salvar o Garoto-Que-Sobreviveu, ou a vida dos traidores de sangue?

Gina parou abruptamente, clareza de repente chegando aos seus pensamentos confusos.

_Vão à frente que eu preciso pegar uma coisa na biblioteca.

_Certo, nós vamos para o meu Salão Comunal. Nós vamos conversar isso no meu quarto, onde não vamos ser interrompidos.

_Claro. – Ela se apressou pelo corredor, esperando até que eles ficassem fora de vista para correr na direção oposta, esperando encontrá-los por perto e desejando que eles não tivessem saído enquanto ela conversava com McGonagall. Se ela estivesse correta, eles estariam... Gina parou, ouvindo vozes elevadas. Chegando mais perto, ela se encostou à parede e viu Draco e Hermione gritando um com o outro.

******

_Eu sinto muito, Granger, por tentar proteger a minha família. E eu nem o matei, foi Snape. – Draco gritou, furioso com ela.

_Como se isso importasse. Você estava preparado pra matá-lo.

_E olhe onde isso me trouxe. Casado com você!

_Foi você quem pediu. Eu estaria muito satisfeita em continuar andando pela rua. Mas não. – ela disse agudamente – Você tinha que me seqüestrar e exigir que eu me casasse com você.

_E você aceitou. E, se eu me lembro bem, eu já cumpri com a minha parte do acordo. Que não incluía cooperação com essa maldita Ordem da Fênix.

_Como eu ia saber que ela ia te chamar e fazer você participar de tudo? Você que me ofereceu a informação. Eu nunca te pedi.

_E aqui estou eu, ainda esperando você cumprir a sua maldita parte do contrato.

_Bom, você pode continuar esperando. Eu não vou ficar grávida no meio dessa guerra idiota. Eu vou fazer a minha parte do contrato depois dessa maldita batalha.

_É melhor você ficar grávida rápido porque eu quero sair desse casamento logo. Quanto antes você me der meu herdeiro mais cedo nós podemos nos divorciar. Entendeu?

_Claro. Você nunca se cansa de me lembrar. – Hermione disse amargamente.

_Bem, eu não gostaria que você esquecesse.

_Eu nunca soube que você estava tão ávido para levar uma sangue-ruim pra cama. Alguém está se sentindo ansioso aqui? – Hermione perguntou sarcasticamente.

_Estou mais pra um maldito desesperado. Eu não estou acostumado a passar tanto tempo sem transar. No momento, até você está parecendo bastante boa.

_Ah, vá pro inferno, Draco Malfoy. Não é culpa minha estarmos desse jeito.

_Tanto faz. De agora em diante, me deixe fora dessa merda de Ordem. Eu não quero fazer parte disso.

_Certo. Agora me deixe em paz. – Hermione se apressou pelo corredor, sequer notando Gina se escondendo nas sombras com olhos arregalados com choque por causa do que ela acabara de testemunhar.

***Fim do Capítulo***

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