Hermione gemeu enquanto lutava para abrir seus olhos. A última coisa de que ela lembrava era de Draco e Harry brigando e de algo sendo vertido em sua garganta.
_Draco? – ela chamou suavemente, hesitante.
_Sra. Malfoy, está acordada? – Madame Pomfrey apareceu pela cortina.
Hermione vagarosamente se sentou e olhou ao redor. Obviamente elas estavam na Ala Hospitalar, mas por quê?
_O que está acontecendo, Madame Pomfrey? Onde está meu marido? Onde está Harry? – Ela perguntou fracamente.
_O Sr. Malfoy e o Sr. Potter a trouxeram noite passada. Aparentemente você entrou no meio de uma disputa e foi atingida por dois feitiços. Você precisa descansar o resto do dia.
_Eu posso ver algum deles?
_Eles estão em aula agora, mas eu tenho certeza que um deles virá assim que possível. O Sr. Malfoy ficará aliviado em vê-la acordada. Ele estava muito preocupado ontem à noite.
_Eu posso levantar?
_Sra. Malfoy, eu acho que precisa ficar na cama pelo resto do dia. – Professora McGonagall disse, aparecendo de trás da cortina. – Como está se sentindo?
_Já estive melhor. – Hermione respondeu amuada. Ela não queria ficar na cama, ela queria ver seu marido e descobrir o que tinha acontecido que a colocou na Ala Hospitalar!
_Eu queria conversar com você sobre noite passada. Eu achei muito curioso ter nossa Monitora Chefe sendo mandada para a Ala Hospitalar no meio da noite e nenhum dos culpados querer falar. O que aconteceu?
_Eu não sei.
_Sra. Malfoy, você realmente espera que eu acredite nisso? – McGonagall perguntou com descrença.
_Eu realmente não me lembro. Ontem à noite, é tudo obscuro. Era meio da noite e Draco teve um pesadelo ou algo assim, eu acho, porque ele estava realmente pra baixo. Então eu estava tentando confortá-lo, talvez tenhamos gritado um com o outro ou coisa do tipo, porque então Harry entrou com tudo. Daí eles estavam gritando um com o outro e eu tentei pará-los e aí eu não consigo me lembrar de mais nada. Eles estão bem?
_Estou bem e estou bem aqui!- a voz de Draco soou e ela o encarou.
Estava feliz por vê-lo? Merda! Porque se sentia tão confortável ao ouvir a voz dele?
_Como pode ver Sra. Malfoy, seu marido está bem, e seu amiguinho também. Cada um recebeu uma semana de detenção pelo pequeno incidente. Agora, que tal me contar a verdadeira razão de todas essas brigas?
_Diretora, eu realmente não sei o que te dizer. Draco e Harry simplesmente não se dão bem. Eles nunca se deram. Eu tentei evitar que eles brigassem, mas não é uma coisa que eu possa prevenir totalmente.
_Hermione. – o rosto de McGonagall suavizou – qual é o real problema aqui? O que está realmente causando todas essas disputas?- Minerva ignorou a presença do loiro.
Que tinha uma resposta afiada, mas a mão de Hermione segurou a sua de repente. Como se quisesse impedi-lo. Porque as mãos deles estavam perto? Ela ainda estava na cama, então significava que foi ele a se aproximar?
_Eu. – Hermione declarou, suspirando. – Eles estão brigando por mim. Harry e Rony não conseguem aceitar que eu me casei com Draco, e Draco gosta de provocá-los. Eu tentei pará-lo, mas nada funciona. Eu não sei o que fazer.
_O que você quer dizer com ‘não aceitam seu casamento’? Eles não sabiam que vocês estavam saindo?
Hermione fez uma careta.
_Não exatamente. Nós meio que escondemos isso deles e eles não ficaram exatamente felizes.
_Eu já tinha percebido. – A voz da Professora McGonagall cresceu um pouco. – Sra. Malfoy, nós temos um problema aqui que precisa ser solucionado. Só você pode resolver este conflito entre seu marido e seus amigos. Como Monitora Chefe, é suposto que você seja um bom exemplo para o corpo estudantil. Estas brigas constantes estão arruinando sua autoridade, como também a do Sr. Potter. Agora, eu não me importo com o que você faz, mas não permitirei mais brigas entre Sr. Malfoy, Sr. Potter e Sr. Weasley. Eu corri um grande risco permitindo que Sr. Malfoy retornasse, considerando os eventos da última primavera. Não faça me arrepender.
_Claro que não, Professora. Eu lhe asseguro, Draco não causará mais brigas, nem eu irei. Eu não posso falar por Harry e Rony, é claro, mas eu farei de tudo para prevenir qualquer futura disputa. – Hermione disse rapidamente.
_Muito bem. Eu espero que nós não precisemos ter outra conversa sobre este assunto. Agora, Hermione. – a voz de McGonagall mudou mais uma vez, ficando mais suave – eu sei que você está passando por momentos difíceis, tanto pelos seus estudos e obrigações, quanto pelos conflitos entre seu marido e amigos. Seu casamento, eu tenho certeza, é também um desafio. Se você precisar conversar, não hesite em me procurar. Eu estarei mais que disposta a escutar.
Hermione ficou vermelha, mas concordou.
_E ah Sr. Malfoy, dá próxima vez que resolver dormir na porta da ala hospitalizar, deitado no chão como um mendigo, peça ao Sr. Potter ou Weasley que o estupore, talvez assim a Madame Ponffrey te seda uma das camas!
Ela acrescentou maldosa antes de sair, e Draco ficou muito vermelho.
Velha enxerida! Rabugenta! Bruxa fedida! Ele teria mil atribuições a ela naquele momento.
Merlin ele teria mesmo feito isso por ela? Ah o que estava acontecendo? O que? Hermione se perguntou
_Obrigada, Professora!
Ela não demorou em sair, sentindo que eles mereciam privacidade.
_Hei, como você está se sentindo? – Draco perguntou suavemente, olhando para o corpo de Hermione, procurando por alguma nova ferida.
_Dolorida. Como você se sente?
_Já estive melhor. – ele respondeu, sentando na cadeira de onde McGonagall havia recentemente saído.
_O que aconteceu noite passada, Draco?
_Do que você se lembra?
_Você me acordou, gritando e chorando. – ela começou, assistindo o rosto dele endurecer. – Eu acho que eu gritei pra você parar, então Harry entrou correndo e vocês dois começaram a brigar. Eu acho que saí da cama, e então tudo ficou preto.
_Você pulou no meio da nossa briga, Hermione. Foi atingida por dois feitiços. O que você estava pensando?
_Eu estava pensando que você e Harry estavam pra matar um ao outro, é isso o que eu estava pensando. O que você estava pensando?
_Não importa o que eu pensava, o que importa é que você foi uma idiota pulando no meio de duas pessoas num duelo como aquele. Você poderia ter morrido!
_E você teria realmente se importado, Draco? Por que está fazendo tanto caso? O que você precisa pensar é em como você vai me explicar sobre o seu sumiço de ontem. Eu estava tão preocupada com você!
_Você preocupada comigo, Granger? - Draco ergueu uma sobrancelha, pensando nisso.
Hermione preocupada com ele de verdade. Interessante.
_Claro que sim, seu imbecil! Você esteve sumido o dia todo. Agora, vai me explicar o que aconteceu ou eu vou ter que arrancar à força?
_Eu vou te contar quando eu estiver pronto pra contar e não antes. – Draco silvou, olhando ao redor prontamente.
A Ala Hospitalar não era o lugar certo pra essa discussão.
_Certo. Você trouxe meus exercícios? – Hermione teve que se controlar fisicamente para não socá-lo.
Ela havia estado tão preocupada com Draco e então ele voltava tão trêmulo e machucado. Agora que já estava de volta ao normal ela só queria gritar com ele por ser tão bobo e batê-lo bem na cabeça. E saber que ele tinha dormido no chão, por ela.
_Seus exercícios? – Draco a encarou incrédulo. – Por que você iria querer suas atividades? Você já está um mês adiantada em todas as matérias.
_Sim, mas quanto mais adiantada eu estou, mais tempo livre eu tenho para estudar pro N.I.E.Ms. Se eu não me mantiver no ritmo, eu nunca vou conseguir revisar tudo.
_Você deve estar brincando.
_Ela nunca brinca sobre N.I.E.Ms – Harry disse, vindo de trás deles.
_Oi, Harry. – Hermione disse sorridente. – O que está fazendo aqui?
_McGonagall me mandou checar você. – ele disse constrangido, deixando a mentira escapar de sua boca.
Ele esteve se sentido culpado por ser parcialmente responsável por ela estar na Ala Hospitalar, então ele tinha vindo para vê-la e tirar o peso da consciência.
A expressão sorridente de Hermione diminuiu um pouco, Draco notou. Ainda, assim ela conseguiu sorrir pra ele e dizer:
_Obrigada por vir, de qualquer jeito. Eu aprecio isso.
_Tá, sem problema. – Harry ficou ali parado embaraçadamente por um momento antes de tossir e dizer. – Eu vou deixá-los voltar para a sua discussão. – e saiu às pressas.
Hermione deitou de volta nos travesseiros e suspirou. Por que Harry estava sendo tão cabeça dura? Por que ele não podia simplesmente perdoá-la? Não era como se ela tivesse cometido um crime horrendo, claro, ela tinha se casado com um inimigo dele, mas não era como se ela tivesse matado alguém ou machucado ele de alguma maneira.
_Ele realmente vale todo esse sofrimento? – Draco perguntou abruptamente.
_Sim. – ela disse suave.
_Você tem certeza disso? O que faz Potter tão especial que você está se colocando no inferno pra tê-lo de volta?
_Você já teve um amigo verdadeiro, Draco? – Hermione perguntou. – Alguém que você possa confiar com a sua vida, que você ama tanto que estaria disposto a sacrificar tudo por ele? Eu amo o Harry assim. Eu amo o Rony assim. Eles me deram tanto, sendo amigos bons, amáveis. Eles eram meus amigos quando todo o mundo pensava que eu era uma mandona sabe-tudo. Eles me protegeram como eu os protegi. E mesmo que eles recusem admitir, eu sei que eles ainda me amam. Eles podem estar putos da vida comigo, mas eles me amam. Ontem à noite prova isso. Harry não teria vindo correndo se ele não se preocupasse. Ele me ouviu gritando, pensou que você estava me ferindo, e quis me proteger. Então sim, eles valem toda a dor que eu sofri, se significa que as vidas deles, que as vidas das pessoas que eles amam, estão seguras.
_Como você pode amar pessoas que te odeiam tanto?
_Esse é o ponto, Draco. Eles não me odeiam. E eu estou fazendo a coisa certa. Isso que importa.
Draco apenas sacudiu sua cabeça, não a entendendo, ainda que sentisse uma coisa boa vindo de suas palavras. Ter um amigo como esse, uma pessoa assim na vida dele, seria como um sonho. As únicas pessoas que ele poderia imaginar se sacrificando, amando tanto que fariam qualquer coisa por ele, seriam seus pais. Não seus amigos. Fora por isso que ele virou um Comensal da Morte, não foi? Porque Voldemort havia ameaçado a família dele. Ter tanta fé em uma pessoa com qual você não tinha nem parentesco era tolice. Fraco e simplesmente tolo.
Porém ele não podia evitar ansiar por aquele tipo de relacionamento, sentir algum tipo de amor por alguém que não fosse ele próprio, ter alguém que o amasse tanto que estaria disposta a sacrificar tudo por ele. Como seria se Hermione o amasse como ama Harry e Rony, ele imaginou, mas parou rapidamente. Não. Ele não queria que ela o amasse, não queria ficar apegado a ela. Eles tinham um trato; uma vez que os termos fossem cumpridos, eles iriam se separar. Simples assim.
_Bem, eu tenho que ir. – Draco levantou-se quase em disparada, tão inseguro que ficara pelos seus pensamentos.
_Você pode pelo menos me trazer um livro ou coisa do tipo? Você sabe como é chato ficar aqui nessa cama sozinha?
_Eu posso pensar em várias maneiras de dar uma animada. – Draco disse sugestivamente, abaixando-se até ela.
A respiração de Hermione ficou presa em sua garganta quando ele se abaixou e beijou a sua testa.
_Bem, então você vai ter que voltar e me acompanhar. – ela respondeu, piscando pra ele.
Draco arregalou os olhos e engoliu em seco. Ela nunca havia feito sugestões desse tipo, nunca respondeu quando ele fazia insinuações sexuais ou flertava com ela.
_Eu trarei seu livro depois do almoço. – ele gaguejou.
_Draco a história do corredor...
_Não queria ficar sozinho, e caso o Potter se aproximasse eu estaria aqui!
E então praticamente correu para fora do quarto. Ela sorriu pra si mesma, pela primeira vez, era ele quem fugia.
*****
Hermione encostou-se nos travesseiros e deu um suspiro de alegria. Havia acabado de passar uma hora curtindo um banho com essência de jasmim, colocado seu pijama favorito e agora estava relaxando na cama dela.
Draco estava no banheiro, tomando banho, mas quando ele saísse, ela iria fazê-lo contar tudo sobre o encontro com os Comensais da Morte.
Ele saiu secando os cabelos com a toalha, não prestando atenção ao seu redor. Ela não podia evitar admirar o seu corpo. Era realmente bonito, seu tórax tão macio e liso, ainda firme, musculoso e definido. Sua calça de pijama estava presa baixa em seu quadril, mostrando bem seus músculos abdominais. Ele realmente era atraente, ela pensou, imaginando como seria ser segurada naqueles braços, então parou a si mesma. Ela não iria se permitir a imaginar essas coisas com Draco Malfoy. Era simplesmente inaceitável. Claro que ele era o marido dela e tudo, mas ainda era Draco Malfoy. Ela não podia se sentir atraída pelo fuinha.
Fechou seus olhos e suspirou bem na hora que Draco a olhou. Ela realmente tinha um corpo bonito, ele pensou. Quando ela não estava vestindo aquelas roupas feia, ficava na verdade um pouco bonita. Uma vez que você a conhece, vê que ela não é tão má, na verdade.
_Draco, jogue essa toalha e venha pra cama. Eu quero conversar com você. – Hermione exigiu.
Ele teve que segurar o sorriso quando imaginou o que mais ela iria exigir.
_Tô indo, querida. Mas cuidado com o que pede, posso interpretar erradamente o tom sensual de sua voz!- ele disse e ela ficou vermelha - Agora, sobre o que quer conversar? Você vai falar maliciosamente de novo? Porque você sabe o quanto eu amo quando você fala assim, especialmente na cama.
Hermione o encarou.
_Cala a boca e vem pra cama agora. E tenha certeza que o quarto foi silenciado. Eu não quero que Harry ouça essa conversa. – Draco concordou e foi pra cama.
_Conte sobre o encontro com os Comensais.
_É essa sua idéia de conversa de cama? Porque se for, nós realmente temos que trabalhar suas maneiras num quarto. – Draco falou arrastado, tentando evitar o inevitável.
_Fale, Draco. – Hermione exigiu, olhando pra ele.
_Sobre o quê?
_AGORA.
_Tá bom, tá bom... Depois de sair daqui, eu aparatei no local designado. Desnecessário dizer, eu fui imediatamente levado para ver o Lorde das Trevas. Eu sou, apesar de tudo, um dos seus favoritos. – Ele disse sarcasticamente. – Ele tinha ouvido sobre o nosso casamento e não estava feliz. – Draco fez careta. – Depois de me colocar sob Crucio diversas vezes como punição por ter me casado com você, ele exigiu saber por que eu me prendi a uma sangue-ruim. Por sorte, eu sei Oclumência, cortesia do nosso antigo professor de Poções, e consegui bloquear minha mente e mostrá-lo algumas de nossas imagens felizes para fazê-lo acreditar que você me amava. Nós nos agarrando no sofá, dormindo juntos, merdas como essas. Eu disse que casar com você era tudo parte do plano de infiltrar na Toca, para matar Potter. Eu inventei todo esse tipo de baboseira. Eu já havia pensado nisso há um tempo.
_Que tipo de coisas você disse a ele?
_Bem, basicamente eu disse que você estava apaixonada por mim havia um tempo, tinha passado o último ano dando em cima de mim. Depois da minha designação, eu vi em você a perfeita oportunidade de me aproximar de Potter, então eu te convenci que eu também estava apaixonado por você, que eu não ligava mais para linhagem de sangue, e que eu queria me casar com você.
_E ele acreditou em você? – Hermione perguntou, duvidando disso. Não que ela não acreditasse nele, era só que qualquer um que a conhecesse iria saber que ele estava mentindo.
_Quando ele viu a memória de quão feliz você estava enquanto me beijava, ele acreditou. Ah, e ele também nos viu dormindo juntos. Então, quando eu o convenci que casar com você era tudo parte do plano de colocá-lo dentro da Toca e tirar Potter de lá, ele me pôs sob o Crucio várias vezes de novo. Não gosta de ficar por fora das novidades, eu acho. – Draco adicionou com veneno. – Ele decidiu que isso ia fazer o plano funcionar ainda melhor, já que eu vou estar dentro da Toca na hora. Eu tenho que ter certeza que passaremos o Natal nos Weasley. Meu casamento fará o plano funcionar ainda mais fácil. – Ele deu uma risada amarga. – É, o Lorde das Trevas ficou feliz pelo nosso casamento. Falou que isso substituía a minha falha com Dumbledore. Que eu fiz alguma coisa certa, na verdade, o estúpido bastardo.
_Então, eu devo supor que você está lutando no lado bom agora? – Hermione perguntou esperançosamente. Ela não tinha certeza, mas se a raiva na voz dele era qualquer indicação, Draco odiava Voldemort.
Draco fechou a cara antes de responder relutantemente.
_É uma possibilidade. Não é como se eu tivesse alguma razão pra lutar por ele.
_Sério? Eu pensei que com seu pai e mãe no lado dele você teria uma razão para dar suporte a ele.
_Bem, considerando que ele assassinou minha mãe, eu não sou muito apegado a ele no momento. – Draco respondeu indiferente, como se não doesse dizer isso.
_O quê? – Hermione ofegou.
_É, quando eu falhei em matar Dumbledore, Voldemort ficou puto e matou minha mãe como punição por eu ter falhado na missão. Ele tinha ameaçado matar os dois se eu não sequer tentasse, então eu acho que isso não devia ser uma grande surpresa. – Ele encolheu os ombros e desviou o olhar, não querendo que ela visse as lágrimas em seus olhos.
Ele sentiu a cama descer antes que os braços dela o envolvessem, a cabeça em seu ombro, o segurando perto, tentando passar quanto conforto ela pudesse.
_Eu sinto muito, Draco. É terrível. E porque ninguém ficou sabendo disso? – Hermione disse suavemente, o sentindo endurecer em seus braços. Ele a afastou rudemente e a encarou.
_Bom, eu não quis divulgar esses acontecimentos, é melhor fingir que ela está em algum lugar. E eu tenho certeza que você sente muito, Granger. Afinal, por que um membro da Ordem da Fênix não ficaria feliz pela morte da esposa de um Comensal da Morte? Eu não preciso da sua falsa simpatia, então pare de fingir que se importa.
_Porque você está sendo tão canalha? Estou tentando te ajudar, confortá-lo se possível e o que você faz? Atira um monte de pedras em mim. Por que não pode aceitar que nem tudo o que dizem pra você é uma mentira?
_Porque tudo que dizem pra mim geralmente é. Não finja que você não me odeia tanto quanto eu te odeio, Granger, porque não cola. Merlin, eu finjo ser gentil com você em público e você leva isso a sério. O que você acha, que eu gosto de você ou coisa assim?
_Você certamente foi rápido noite passada pra vir procurando por conforto quando você estava chorando e gritando. – Hermione devolveu com raiva.
_E agora você vai esfregar na minha cara, não é? Atuando a toda nobre, toda melhor-do-que-todos, não é? Como se você fosse melhor que alguém. Bem, faça sua encenação em outro lugar, porque eu estou cheio dela.
_Pelo menos eu não acho que sou melhor que alguém porque eu posso traçar minha linhagem sanguínea algumas gerações atrás, porque tudo foi entregue pra mim numa bandeja de prata. Você não é melhor que o resto de nós, não importa o quanto você tente esconder isso por debaixo da sua atitude de arrogante superior. E eu nunca disse que era melhor que alguém!
_Você não precisa. Parece irradiar de você. Você tem esse ar de inocência que faz ser impossível pra você entrar em problemas, que faz com que as pessoas acreditem que você é realmente boa e nobre como você pretende ser. Eu aposto que até Snape acreditou nisso em certo ponto. – Draco disse cruelmente.
_Cala a boca, Malfoy. Eu não me importo com o que os outros pensam de mim.
_Ah Não? Deveria! O lord quis saber como você é como esposa!- ele acrescentou cínico.
E riu ao ver os olhos delas se esbugalhando em horror.
_O que?- ela gritou.
_Ele quer saber se você é boa de cama Granger! Se seu sabe compensar seu sangue-ruim com outrassssss coisas.
_Merlim! O que você disse?
O apavaoramento dela o fez rir.
_O que acha? Que você é péssima, e tão fria como um bloco de gelo!
_Eu vou te matar desgraçado.- ela gritou tentando bater nele, que se defendia.
_Ei! Não fica nervosinha não, você ainda pode me provar o contrario!- ele riu ainda se defendendo, e ela bufou nervosa.
Ele soube que ela choraria.
_Ow calma ai? Eu não podia dizer nada de bom! Não podemos correr o risco de que ele te deseje para si mesmo, ou para os comensais. Ou que até mesmo te use, tentando me testar!
Ela o olhou desconfiada.
_você é estressadinha hein?
Ele disse mas ela preferiu ignorar, ele estava certo.
_Agora, eu vou amanhã contar para a Professora McGonagall sobre o plano. Você vem?
Draco riu desdenhosamente.
_Ir com você? Vai sonhando, Granger. Eu não quero nenhuma conexão com qualquer tentativa de salvar a vida do Potter, então deixe meu nome fora disso.
_Você já faz parte da tentativa. Você foi quem propôs esse trato pra salvá-lo, então por que você não vai e fica alegre por isso?
_Não. Eu propus esse trato pra salvar a minha pele, não a do Potter. É você quem está tentando atuar a toda brava e nobre, sacrificando sua juventude, sua felicidade, tudo pela glória causada pela salvação daquela vida que não vale nada.
_Você é tão covarde. – Hermione gritou, com os olhos em chamas. – Ao menos eu sou capaz de pensar em outras pessoas, de amar outra pessoa que não seja eu mesma. Você, você é egoísta, convencido, um arrogante bastardo que nunca saberá o que é amar porque você sequer tem a habilidade de amar outra pessoa que não seja você. Você me enoja. Saia do meu quarto!
_Eu te enojo? Pelo menos eu não tenho medo de admitir o que eu sou, de não fingir que eu sei de tudo. Você se esconde atrás de uma capa de certinha, de corajosa, fingindo que está acima de todos, que é superior por causa dos sacrifícios que você fez pelos outros, porque você tem as melhores notas e é amiga do Garoto-Que-Sobreviveu. Você diz que luta pelo lado certo. Como você sabe que este é o lado certo? Como você sabe se Potter não é tão ruim quanto o Lorde das Trevas?
_Pelo menos eu escolhi o lado do qual eu não tenho medo de ficar e lutar. – Hermione disse baixinho, perigosamente. – Você, Draco Malfoy, você sequer sabe no que acredita. Agora saia.
_Não.
_Saia daqui antes que eu te azare. Você pode dormir na sala comunal hoje, porque eu não vou dividir minha cama com você. – Hermione apontou sua varinha pra ele, o olhando tão friamente que ele relutantemente agarrou um travesseiro e um lençol e saiu da cama, indo em direção à porta.
_Você pode ir ver McGonagall amanhã, Granger, mas vai sozinha. Eu não quero fazer parte disso, então mantenha meu nome fora da conversa. – Draco disse, antes de bater a porta e descer as escadas.
Hermione queria era gritar pra ele dizendo que diria pra McGonagall o que ela quisesse e que ele podia ir pro inferno, mas ela não o fez. Ela trancou a porta, apagou as luzes e tentou dormir, não querendo pensar na briga, nas coisas horríveis que ele disse a ela. Não, ela fingiria que nada tinha acontecido, decidida que amanhã sim ela poderia pensar nas coisas que seu marido havia dito.
***Fim do Capítulo***
N/A: Adorei esse cap. E vocês? Ei comentem e votem, indiquem, comentar faz bem pra almaaaaaa!

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