Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sacrifício - capitulo 9 - Companheiros


 

Capítulo 9  Companheiros

Ela vagou pela escola, bastante irritada para ficar muito tempo em um só lugar. Haviam passado sete horas desde que ele partiu, sete horas desde que ele tinha sido chamado. ‘Quanto tempo era pra demorar?’, ela desejou saber. Ele pareceu tão assustado quando a Marca Negra queimou, tão ansioso com o que iria vir. Ele não tinha dito uma palavra quando aconteceu, só se levantou e agarrou algumas roupas da parte de trás do armário, vestiu-se com elas, e saiu do quarto. Ele não a olhou uma única vez, não olhou para trás quando ela disse 'Draco, se cuida!', nem mesmo notou a sua presença. Normalmente ele adoraria tirar sarro dela, atormentá-la, mas nessa hora, nessa hora ele estava tão atormentado que nem mesmo a notou.



Olhando para o relógio, ela mordeu o lábio depois de gemer frustrada. Oito horas. Ele tinha saído há oito horas e ela não tinha nem idéia de quando ele estaria de volta. Sentindo-se estúpida por ter vagado por aí, ela foi para a biblioteca, esperando que os livros fossem uma presença calmante. Era somente quatro horas da tarde, ela se irritou. O que poderia estar levando tanto tempo? O que Voldemort estava fazendo a ele? Ele estava ferido?

Quando a hora do jantar chegou, ela foi para o Salão Principal, grata pela distração que comer trazia. Depois se forçar a comer alguns pedaços de comida, ela partiu, sem notar que Harry e Rony estavam a observando, e que Blaise a olhava com uma careta de preocupação. Ela foi para a sala comunal dos monitores e ficou andando de um lado para o outro, sentando-se ocasionalmente, para então se levantar e voltar a caminhar.

O que poderia estar acontecendo que levava o dia todo? Ele está bem? O que Voldemort fez com ele? Eu só não quero que ele esteja machucado, ela pensou, e então parou. Por que eu me importo tanto? Quando cheguei ao ponto em que eu estou realmente preocupada com o bem-estar de Draco Malfoy? Por que me importa se ele está ferido ou não? Ele é Draco Malfoy, o menino que me atormentou durante seis anos, que ainda ama me atormentar. Ele é um verme, um mimado, uma fuinha, um... a lista poderia continuar pra sempre. Quando eu comecei a tolerá-lo? Eu estou começando a me importar com ele?

Harry entrou, interrompendo seus pensamentos. Ele não disse nada pra ela, só se jogou no sofá e fingiu ler um livro. Ela apenas o ignorou, andando de um lado pro outro entre a escada e a porta do retrato.

_Então, eu não vi Malfoy o dia todo. – Harry disse casualmente, não tirando os olhos de seu livro. Quando ela não o respondeu, ele continuou. – Vocês dois brigaram ou coisa assim? – Hermione continuou andando, tentando ignorá-lo. – O que está errado, Hermione? Preocupada se o Draco está transando com alguma outra menina?

_Ah, vai se danar, Harry. – Hermione disse raivosamente, virando as costas pra ele.

_Então você pensou nisso. – Harry continuou.

_Na verdade, Harry, Draco transando com alguma outra menina é a última das minhas preocupações. Agora, cai fora! – Harry se levantou e foi para o quarto dele enquanto Hermione continuou a andar.

Um pouco antes das dez o retrato abriu e Draco cambaleou pra dentro. Hermione ofegou à vista dele. Ele estava mais pálido do que o normal e tremia. Assim que o retrato fechou, ele começou a desmoronar. Hermione se apressou para cima dele e o pegou, suportando o peso dele, e meio que o arrastando para o sofá onde ele se deitou.

_Draco, você está bem? – seu rosto estava branco-folha, seu corpo inteiro se sacudindo, tremendo. As roupas dele estavam rasgadas e amassadas. Um dos braços dele estava sangrando.

_E-e... eu... eu fui pos-t-to... sob... cruciatus. – ele gaguejou- Dura...nte mumui-to temppo!

_O que eu posso fazer pra te ajudar?

_S... só me leve lá pra... pra... cima. – ela o levantou e passou seus braços ao redor de sua cintura, e colocou seu braço em cima dos ombros dela.

Lentamente eles fizeram seu percurso pelas escadas, parando no meio do caminho para dar uma respirada. Quando eles finalmente chegaram ao quarto, ela fechou apressadamente a porta e o direcionou para a cama. Apoiando-o na cama, ela rapidamente tirou o roupão dele, jogando-o de lado. Sem nem mesmo hesitar, ela desabotoou a camisa e a puxou pra fora, arrastando sua camiseta de baixo também. Ele a assistiu, com seus olhos mortos, não fazendo nenhum movimento para ajudar. Hesitando afinal, ela desafivelou o cinto dele lentamente e desabotoou suas calças. O sentando na cama, ela tirou seus sapatos e puxou as calças pra fora. Puxando as cobertas, ela o ajudou a deitar e o cobriu. Indo para o banheiro para pôr seu pijama, ela parou ao som da voz dele.

_Hermione?

_Sim, Draco?

_Obrigado.

Ela se trocou e voltou pra cama, ficando próxima a ele. Ele ainda estava tremendo. Ela se deitou lá por um momento, pensando o que mais poderia fazer.

Ele parecia tão desamparado, tão assustado. Todos os pensamentos de raiva ou hostilidade contra ele haviam sumido. Ele parecia tão... infantil. Tudo que ela queria era segurar e confortá-lo. Não importava que amanhã ele fosse seu inimigo novamente. Ele precisava dela agora, e ela não podia ignorar isto. Por isso ela se aproximou, e o aninhou lentamente em seus braços, acariciou os cabelos dele. Lentamente a tremedeira parou e ele dormiu.

Hermione relaxou com o som da respiração de Draco...

***

_NÃOOO! PARE ISTO! NÃO, POR FAVOR NÃO! NÃO FAÇA ISTO! PARE! EU FAREI QUALQUER COISA!     Hermione levantou bruscamente, olhando freneticamente ao redor do quarto. Draco estava lá deitado, tremendo e gritando ao lado dela, lágrimas rolando pelo rosto dele. Ficando de joelhos, ela o sacudiu.

_Draco, acorde. É só um sonho, Draco. Acorde! – Ela o chacoalhou até ele acordar, se sentando com um suspiro, o tórax subindo e descendo.

Vendo Hermione próxima a ele, ele não hesitou em entrar em seus braços, enterrando sua cabeça em seu peito enquanto ele tremia com os soluços. Ela o segurou contra ela, acariciando seu cabelo, o balançando em seus braços.

_É tudo minha culpa. – ele choramingou. – Tudo minha culpa. Como as coisas ficaram tão ruins?

_Draco, pare com isto. Está tudo bem. – Hermione murmurou, tentando confortá-lo. Ele apenas tremeu mais, chorou mais, e continuou repetindo essas palavras.

_Pare com isto, Draco. – Hermione disse novamente, sua voz ficando mais alta. – Apenas pare! – Ela o tirou de seus braços por um momento, agarrando o rosto dele, forçando-o a olhar para ela. – O que quer que tenha acontecido, não foi sua culpa. – Ela o colocou de volta a seu peito e o segurou enquanto ele parecia chorar ainda mais, tomando fôlego.

***

Harry estava deitado no seu quarto, tentando entender a preocupação de Hermione, pode ouvir barulhos deles entrando no quarto, dela ligando o chuveiro. Eles sempre silenciavam o quarto, o que não tinham feito até aquele momento. Estava quase pegando no sonho quando a voz dele soou alto em sua cabeça. E a voz dela a seguiu rapidamente pedindo para parar.

Seus sentidos entraram em alerta. E se ela tivesse jogado algo nele e ele estivesse realmente furioso com ela. Ele poderia machuca-la. Ou não, eram um casal. Hesitou. Mas a voz dela mais alta, seguida de um choro sofrido ecoou.

_Desgraçado, se ele tiver machucado ela, eu o mato.- ele disse em voz alta. E saiu do quarto apressado.

***

Antes de saber o que acontecia, a porta se escancarou e Harry entrou correndo, só pra parar abruptamente à vista deles.

_Que diabos? – Harry captou a cena diante dele.

Draco chorando, Hermione segurando-o. O que estava acontecendo? Ele acordou assustado com os gritos. Geralmente eles eram tão quietos, mas agora, ouvindo Hermione falar pra Draco parar, ele não pôde ignorar isso.

Harry agarrou sua varinha e entrou apressado, determinado a parar Draco de feri-la. Ele poderia estar puto da vida com ela, mas ele não ia se sentar e deixar alguém machucá-la.

Draco empurrou Hermione pra longe e agarrou a varinha dele, furioso por Potter tê-lo pego chorando. Mais uma vez, Potter tinha testemunhado o lado fraco dele, algo que Draco se recusou a permitir que saísse impune.

_Estupefaça!

_Expelliarmus!

_Protego!

_Parem! – Hermione gritou, assistindo Draco e Harry lançarem feitiços um pro outro.

Alcançando sua varinha na esperança de pará-los, ela saltou pra fora da cama, indo ficar entre eles.

_Para!- ela gritou, mas os dois não paravam de se atacar.

  Ela pensou nas possibilidades rapidamente. Qual dos dois ela faria parar? Draco? Harry? Tudo levou alguns segundos...E ela foi atingida por dois feitiços simultaneamente. A escuridão a envolveu.

_Hermione!

_Hermione! – Draco correu até ela e se curvou, conferindo para ter certeza que ela ainda estava viva.

Ela tinha desmaiado tão depressa, deitada lá tão pálida e silenciosa, que ele pensou por um momento que os feitiços tinham a matado. Ele olhou para Harry.

– Nós temos que levá-la para a ala hospitalar. –

 Ele vestiu um roupão, enquanto Harry a chamava carinhosamente, mas sem reposta.

_Sai da frente Potter!- ele disse afastando Harry para pega-la no colo.

Correu degraus abaixo e passou pelo buraco do retrato, Harry seguindo-o logo atrás. Ele nem mesmo tinha se preocupado com sapatos, tão ansioso ele estava para ajudá-la.

_Madame Pomfrey, Madame Pomfrey! – Draco chamou, entrando apressado na ala hospitalar.

Um minuto depois Madame Pomfrey surgiu de seu escritório, usando um roupão de banho. Se Draco tivesse tempo ele teria rido à vista dela, seu cabelo pendia em suas costas em uma trança grossa, com uma touca de dormir em sua cabeça. No momento, porém, ele estava muito preocupado com a bruxa em seus braços para se incomodar em se divertir.

_Senhor Malfoy, o que no mundo...- ela ia dizendo mas parou para mudar de frase- O que aconteceu? – Madame Promfrey deu uma olhada na menina inconsciente nos braços dele e indicou para ele a pôr em uma cama.

Agarrando sua varinha, ela começou a examinar Hermione, murmurando o tempo todo.

_Ela recebeu dois feitiços simultaneamente. Eu não tenho certeza de quais, mas ela imediatamente caiu inconsciente.

_Você tem certeza de que não lembra quais feitiços eram?

_Hum, eu acho que lançava um atordoante em Potter.

_E eu tentava aturdir Malfoy também. – Harry murmurou, olhos nunca deixando o chão.

Ele estava tão envergonhado do que ele tinha feito. Ele tinha enfeitiçado Hermione, feito-a precisar ir para a ala hospitalar pela segunda vez neste ano. Ele tinha jurado nunca feri-la e ainda assim aqui estava ela, inconsciente.

_Dois feitiços? O que vocês estavam tentando fazer, mutilá-la?

_Eles não estavam direcionados a ela! Ela apenas entrou no caminho. – Draco resmungou, não querendo encontrar os olhos de Madame Pomfrey.

Ele sabia que o que tinha acontecido era culpa dele. Claro, Potter tinha entrado no quarto, pronto para bancar o herói, mas ele não lançou o primeiro feitiço. Draco sim. E agora Hermione estava na ala hospitalar, inconsciente. Ele se sentia culpado, talvez pela primeira vez em sua vida, por causar dor em outra pessoa. Ela estava tentando me ajudar, ele pensou, e olha como isso terminou. A primeira vez que alguém tenta me ajudar de verdade e eu não afasto, ela é machucada no processo.

_Vão lá, vocês dois. Vocês podem esperar logo ali. – Madame Pomfrey disse, apontando as duas cadeiras em um canto – enquanto eu examino a Sra. Malfoy. E se eu ouvir qualquer briga de vocês dois, ambos serão enviados imediatamente a Diretora.

Harry e Draco se sentaram no canto, ambos se sentimento desamparados. Madame Pomfrey tinha fechado as cortinas ao redor da cama de Hermione, então eles não podiam dizer o que ela estava fazendo a ela.

_Isso é tudo culpa sua, você sabe. – Harry murmurou com raiva.

_Continue esfregando. Eu me sinto mal o suficiente por isso. É minha esposa quem se machucou, não a sua. – Draco atirou de volta.- E por falar nisso, você é maluco ou o quê? Que idéia estúpida foi essa de entrar no meu quarto daquela maneira?- Draco disse muito bravo.

_Eu pensei que você estivesse ferindo ela. Ouvi gritos, choros e ela pedindo incessantemente para parar.

Nenhum dos dois poderiam dizer qual estava mais envergonhado no momento. Harry por ter agido erradamente, ou Draco por ser visto de forma tão frágil.

_Não poderia passar pela sua cabeça que poderia ser um jogo sexual?- Draco estava irritado, mas não perderia a chance de irritar Potter – Ah me esqueci, você nem sabe o que é isso.

_Hermione não se sujeitaria a isso! Ela era uma mulher direita até você entrar na vida dela!- Harry cuspiu.

_Está insinuando que minha esposa é uma vadia? – Draco pegou a sua varinha ameaçadoramente.

_Bem, ela jamais me deixaria ver ela de amasso com alguém no sofá. Você fez com que ela se tornasse uma de suas prostitutas!

_Cala a boca desgraçado! Não ouse falar dela dessa maneira! Ou eu te quebro a cara.

_Quebre mesmo, aproveita que ela não está aqui por perto, assim não pode feri-la ao menos nesse momento.

_Eu nunca a feri!

_Ela não teria se machucado se você não a tivesse convencido a se casar com você.

_Você quer parar com esse assunto durante um maldito minuto? Já está ficando cansativo. E ninguém poderia convencer Hermione Granger a fazer qualquer coisa contra a vontade dela. Ela entrou neste casamento com olhos abertos, acredite.

_E isso é a pior parte disso. Ela querer se casar com você e esquecer como nós, seus melhores amigos, iríamos nos sentir com isso.

_Ah, cai fora, Potter. Você tem idéia de quão sortudo você é por ter uma amiga como ela? – Draco perguntou, exasperado. – A maioria das pessoas estaria implorando pra estar em seu lugar por um momento, só um momento, se isso significasse que eles poderiam ter uma amiga como Hermione. Ela se preocupa com você mais do que você possa jamais acreditar, lealdade mostrada de um maldito jeito incontável, e ela ainda é leal a você, fez sacrifícios por você que você não poderia nem começar a compreender, e ainda você está aqui sentado, afastando-a, odiando-a por causa de uma decisão que ela fez que não tivesse nada a ver com você. Esta parte da vida dela, este casamento comigo, não tem nada a ver com você, você não entende? Ou você não pode aceitar que há uma parte da vida dela que você nunca poderá dividir?

Draco estava furioso com Harry, furioso por ele nem mesmo conseguir ver como ele era sortudo. Ele tinha uma amizade com Hermione com a qual Draco só podia sonhar. Uma confiança tão profunda que mesmo quando ele estava furioso com ela, Hermione ainda confiava nele, ainda era leal a ele. Ela o amava, ele e o Weasley, com uma paixão, uma profunda paixão que ele nunca tinha experimentado. Era mais que só amizade. O laço deles era mais profundo que experiências divididas. Draco nunca tinha experimentado uma amizade assim, uma relação assim, e ele não podia evitar ficar furioso por Potter ter tudo isso e ainda assim nem mesmo perceber.

_Então o que, Malfoy, você está com inveja da amizade dela comigo e com Rony? Você é uma dessas pessoas que morreriam para estar em nossos lugares, para ter um amor tão forte que nada nunca poderá quebrar?

_E eu que pensei que você a odiava, Potter. Engraçado como você pode mudar de idéia tão rápido quando é pra esfregar coisas na minha cara. – Maldito hipócrita, Draco pensou.

Tratá-la como merda e então a diz como melhor amiga quando a ocasião mais oportuna surge.

_Você está. – Harry disse, sentando ereto, um olhar de surpresa no rosto dele. – Você está com ciúmes de mim. Você tem ciúmes que há uma parte dela que você nunca poderá tocar, uma parte dela que pertence a mim, a mim e a Rony. Você nunca teve uma amizade como esta, teve? E você nem mesmo imaginou que poderia até mesmo existir. – Harry sorriu maliciosamente pra ele.

 Sorrindo intimamente pelo pensamento de Draco Malfoy tendo ciúmes dele, invejando sua relação com Hermione. Ele nunca teria imaginado isso, Malfoy tendo ciúmes da relação de sua esposa com os melhores amigos dela. Claro, eles eram íntimos, ou tinha sido antes dela os trair, mas ainda, o amor ainda estava lá, talvez enterrado profundamente debaixo de raiva e ressentimento, mas ainda estava vivo.

_Não enche, Potter. Só lembre que no final do dia é pra mim que ela vem, eu que a seguro enquanto ela dorme, não você. – Ele sorriu maliciosamente quando o rosto de Harry escureceu com o comentário.

_Você adoraria isto, não é? Adoraria que a gente caísse fora e você a tivesse só pra si.

_Na verdade, eu adoraria muito se vocês desaparecessem da face da terra, mas o que eu quero não é tão importante agora, é? Nós dois não a queremos feliz? Bem, ela não está feliz agora, não com todos vocês estando bravos com ela.

_Desculpe se eu não posso conciliar ela sendo feliz com você e conosco. Ela vai ter que escolher.

_Que ótimo amigo você é. – Draco zombou, enojado com Harry. – Fazendo-a escolher entre seu marido e amigos, colocando-a em duas direções. E eu que pensei que você iria querer que ela fosse feliz. Eu acho que Hermione estava errada sobre você. Você realmente é um egoísta, um verme cabeçudo, só pensando no que você quer e nunca no que ela quer. – Draco se levantou e foi até a cama onde Madame Pomfrey estava trabalhando em Hermione, afastando um pouco a cortina para ver o que acontecia.

Harry eriçou. Claro que ele queria que Hermione fosse feliz. Ele só não podia acreditar que ela fosse feliz com ele. Ele realmente não estava sendo egoísta sobre isso. Ele nunca tinha se ressentido com a atenção que ela dava para Victor Krum, sempre lhe enviando cartas. Ele tinha ficado contente por ela ser amiga dele, não tinha? E o que as pessoas tinham, que sempre diziam que ele estava chateado porque ela tinha feito uma decisão sobre a vida dela que não o interessou? Ele estava realmente chateado porque havia uma parte da vida dela da que ele não podia dividir agora? Era por isso que ele estava tão bravo com ela?

_Senhor Malfoy, eu pensei ter lhe dito pra se sentar ali no canto. – Madame Pomfrey disse, não se virando enquanto ela se agachava ao lado de Hermione.

_Eu só queria ver como minha esposa está. – Draco murmurou.

Madame Pomfrey virou e o encarou por um momento, como se avaliasse quão sincero ele era. Vendo algo em seus olhos, ela o indicou pra ir mais adiante.

_Ela esteve consciente por alguns momentos, mas eu lhe dei uma poção para dormir. Os feitiços não fizeram sério dano, só deu ao sistema dela bastante choque para fazê-la desmaiar. Ainda, eu vou mantê-la aqui por pelo menos um dia, para uma boa noite de repouso e garantindo que não haverá nenhum efeito colateral sórdido.

_Posso ficar com ela essa noite?

_Você conhece as regras. Você terá que ir embora. Você poderá vir e vê-la pela manhã. – Madame Pomfrey disse amável, mas firmemente.

_Eu não serei nenhum problema. Eu posso dormir na cadeira. – Draco começou.

_Senhor Malfoy, eu não posso te permitir aqui. Você sabe disto. – Draco suspirou, mas não argumentou mais.

Harry chegou a tempo para ver Draco suavemente acariciar a bochecha de Hermione, alisando o cabelo e colocando-o atrás das orelhas.

Ele se abaixou e pareceu sussurrar algo na orelha dela:

_Eu não vou te deixar sozinha! Não por você, é que também não quero ficar sozinho agora!

 Harry o viu pegando a sua mão e beijando-a antes de colocá-la suavemente no estômago dela. Endireitando-se, ele viu Harry o assistindo e fechou a cara. Ele não gostava de ser pego por Potter fazendo algo agradável a Hermione, mesmo que ela não soubesse disto.

Por alguma razão ele estava se sentindo sentimental. Talvez por ela ter sido tão amável mais cedo, cuidando dele, confortando-o, ele queira dar o mesmo tipo de respeito que ela tinha dado a ele. Ela tinha visto a fraqueza dele e não tinha corrido com desgosto, mas sim ajudado, o segurou quando ele chorou com medo e dor. Era gratidão o que ele estava sentindo? Talvez ele estivesse grato a ela por ser tão compreensível, tão cuidadosa. Ainda, ele não queria que Potter visse isto, visse algo tão particular. Quando ele era bom a Hermione, isso deveria ficar só entre os dois. Ninguém mais deveria ser testemunha desses momentos particulares.

Ele olhou para Harry e saiu, sabendo que ele não dormiria o resto da noite. Ele nunca poderia dormir integralmente se ela não estava lá. E era essa a razão que o faria passar a noite sentado do lado de fora da ala hospitalar...

***Fim do Capítulo***

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