Sacrifício - Capitulo 15 - Confusões

cap.15 - Confusões

_Harry. – Hermione disse, caindo no sofá no meio de risadinhas. – Rony vai matar você por isso.

Harry caiu no sofá do lado dela, o rosto vermelho de tanto rir.

_O olhar na cara dele…




_Foi impagável! Eu pensei que ele ia desmaiar. – Hermione se apoiou confortavelmente contra Harry, sorrindo de felicidade.

_Eu senti falta disso. – ele disse de repente.

_Falta do que? – Hermione perguntou.

_Rir com você. Em geral de passar algum tempo com você. Você realmente é uma boa amiga, você sabe.

_Você também é.

_Ultimamente eu não tenho sido. Eu me pergunto como você me tolera às vezes, Hermione.

_Os verdadeiros amigos aceitam os defeitos de seus melhores amigos, não rejeitam eles. – Hermione disse suavemente. Harry abraçou os ombros dela em resposta. Ela se afastou dele e levantou. – Eu estou morta. Eu acho que vou dormir. Boa noite Harry. Durma bem.

_Boa noite Hermione. Durma bem também. Não deixe o Malfoy aborrecer você.

Hermione revirou os olhos e subiu as escadas. Abrindo a porta levemente, ela entrou silenciosamente, sem saber se Draco estaria acordado ou não. Ainda era cedo, mas ela nunca tinha certeza de como o humor dele estaria. Se ele estivesse com um ânimo mal humorado, então ou ele estaria acordado pronto pra gritar com ela ou estaria dormindo profundamente. Ela fechou a porta e lançou um rápido feitiço silencioso antes de se virar. Draco estava sentado em uma cadeira perto da lareira, olhou pra cima e encarou-a.

_Cansada de brincar com seus amiguinhos? – ele perguntou maldosamente.

_Cansada em geral, na verdade. Foi um dia longo. – Hermione respondeu calmamente, sem querer brigar com ele no momento.

_Se eu puder perguntar, como você pôde perdoar tão facilmente seus amigos depois de como eles trataram você? É um defeito que todos os Grifinórios sofrem, ou apenas vem com a sua sina?

Os olhos de Hermione cintilaram de indignação.

_Você não sabe nada dos meus amigos, Draco. Deixe-os fora disso. Eles não agiram de outro jeito a não ser o que eu esperava. Além disso, eu não vejo como isso afeta você.

_Como eu vivo com você e terei que tolerar eles agora que são seus amigos de novo, isto mais do que certamente me afeta. – Draco disse ironicamente. – Como nós seremos felizes, você, eu, O-Imbecil-Que-sobreviveu, e o Weasley? Diga-me, meu bem, como você agüenta a estupidez deles? Isso é um dom ou sua família inteira sofre da mesma falta de inteligência dos seus amigos?

_Cala a boca Draco! – Hermione gritou o rosto inchado de raiva. – Os deixe fora disso. Eu não sei qual é o seu problema. Você tem ciúme deles ou o que? Medo que eles arruínem seus planos pra me seduzir? Que eles roubem meu afeto por você? Foi por isso que você teve aquele acesso de raiva no Salão Principal hoje? Está com medo que eles levem embora o seu brinquedinho? Eu não sou um brinquedo, Draco, e a muito de mim para dar, se é isso do que você tem medo. E se você estava planejando me seduzir e está zangado porque seus planos foram interrompidos, então não fique. Eu não vou ceder e dormir com você só porque você se sente um pouco deprimido. Nós fizemos um acordo e eu irei cumprir com este acordo.

_E quem disse que eu quero dormir com você. – Draco exclamou, furioso. – Já pensou que eu não queira dormir com você e sim que eu apenas quero dormir com alguém? Não tenho outra opção a não ser você, então não pense que isto é pessoal. Se dependesse de mim, você seria a última pessoa que eu procuraria pra dividir minha cama! Afinal, quem iria querer se agarrar com você quando há outras mulheres por perto, qualquer uma delas seria uma escolha melhor.

Os olhos de Hermione se encheram de dor e raiva.

_E porque alguém iria querer dormir com você quando elas podem achar um homem duas vezes melhor. Suas atitudes egoístas e arrogantes me surpreendem. Talvez se você parar de ser um idiota e mostrar alguma compaixão de vez em quando eu dormirei com você. Mas como isto não vai acontecer você vai ter que esperar! - Ela agarrou o pijama dela e correu pro banheiro, batendo a porta e fechando.

Quando ela saiu, ele não estava lá. Subindo na cama, ela dormiu relativamente rápido, sem nem mesmo acordar quando ele subiu na cama ao lado dela.

***

Acordou com os passos pelo quarto...

_Draco... é você?

_Não Granger... deve ser sua fada madrinha..- a voz dele soou pastosa.

  Que diabos era aquilo? Ele estava bebado? Ah não podia acreditar se sentou rapidamente, na cama e acendeu a luz.

Apenas para se deparar com o loiro a sua frente, seus olhos estavam fundos, sua face pálida, suas roupas amassadas e seu cabelo completamente bagunçados.

_Onde diabos você esteve? E  o que estava fazendo?- ela perguntou indignada se levantando.

_Isso não é da sua conta esposa...- ele riu debochado e cambaleou pelo quarto.

_Não é da minha conta? Draco você é meu marido!

Ele gargalhou.

_Fingida! Você  e sua preocupação soa tão falsa Hermione!

_Não ouse falar assim comigo!

_Não quero mesmo falar nada com você sua bruxa feia!- ele disse e mostrou a língua pra ela num gesto infantil.

_Não acredito nisso! Vou ter que me dar com um marido beberrão!- ela bufou irritada.

_Não sou seu marido Granger, não consumamos a porra do casamento se esqueceu? - ele gritou e sentiu a cabeça rodar.

Hermione ficou boquiaberta, mas caminhou até ele com a intenção de ampara-lo caso ele caísse.

_Tira as mãos sangue ruim! – ele disse enojado.

_Ah!- ela o soltou e ele quase caiu.

Mas se ergueu e começou a tirar a sua camisa, e a desabotoar a suas calças.

_O que você está fazendo?- ela perguntou preocupada o vendo se despir.

_Não empolga não, que eu não quero te tocar só quero deitar, e não vou colocar pijama nenhum.

_Hum? Você não vai se deitar nessa cama pelado Draco! E muito menos com esse cheiro de bebida, vai tomar um banho! – ela quase gritou.

_Ah vou sim.... se não quiser pode ir para o sofá... ou quem sabe se você pedir arrego, a cama do Potter esteja a disposição!- ele disse muito irritado.

Ela abriu a boca em exasperação.

_Como pode dizer isso? Seu bastardo! – ela esbravejou e antes que o visse tombar, ela o amparou mais uma vez. – Idiota, vamos tomar um banho! Vem eu te ajudo! – o puxou em direção ao banheiro.

Certamente lidar com um bêbado não era o que ela esperava, ajudou a tirar a calça que já estavam no meio de suas pernas. Teve momentos em que teve receio de que ele caísse sobre ela. Ele começou a cantar de repente, e ela não aguentou, desatou a rir.

Inimaginavél. Draco de cuecas, completamente bebado cantando uma música trouxa!

_Draco colabora voce é pesado.

_Não quero tomar banho Mione!- ele disse manhoso.

_Mione? Desde quando me chama de Mione?

_Desde agora! Mione sabia que eu as vezes te olho quando voce não está vendo?

_O que? Você me espia?- ela ficou ruborizada.

_Gosto de olhar você! É bonita!- ele disse débil...

_Para com isso Draco e entra logo nessa ducha!- ela mandou o empurrando pelo banheiro.

_Não quero água fria. Quero água quente!- ele disse birrento.

_Ah Pensasse nisso antes de encher a cara!- ela disse e abriu o chuveiro na agua fria, deve que usar a força para empurra-lo debaixo da agua.

Draco gritou um palavrão quando a água fria o cobriu.

Hermione riu... a quanto tempo não se divertia assim, era muito engraçado vê-lo debaixo d’água molhando o rosto e amaldiçoando tudo que era vivo no mundo.  

Hermione teve que se encostar na parede enquanto ria da cena a sa frente. Ria tanto que sua face chegava a doer. Ia usar isso contra ele, sim iria!

_Do que tanto ri? - ele perguntou sério.

_De você! Seu bebado idiota!- ela riu ainda mais.- Draco vou usar isso contra você sempre que puder! – ela assoprou de tanto rir.

_Sim, talvez queira saber que me embebedei com falso Wisky de fogo da Tanzania.- ele disse cético, e ela o encarou.

_E daí?

_Daí que o efeito passa com água gelada!

_Hum!- ela fez cara de espanto e foi a vez dele sorrir de lado.

_Sim, sem efeitos em cinco minutos, e voce me deixou aqui debaixo congelando nessa agua fria por exatos 5 minutos!

_Eu não sabia!- ela disse apreensiva.

_Ah não pensei que soubesse tudo!- ele debochou.

_Não sei tudo não! – ela disse pensando em sair urgente daquele banheiro.

_Ah que pena! Assim também não sabe o que se passa pela minha cabeça nesse momento.

_Mas como voce é um sonserino muito bonzinho vai me dizer não vai?

_Claro!

Draco a alcançou com menos de um passo. E a enlaçou pela cintura, a levando para debaixo do chuveiro antes que ela pudesse se quer pensar em fugir. Ela gritou de susto, ao receber a agua gelada na cabeça. E esperneou tentando se soltar, mas ele a segurou firme pela cintura.

_Olha o que voce fez!- ela disse cuspindo a água que entrara em sua boca quando ela gritou.

_Sim, e olha o que eu vou fazer com voce agora!

Ele disse e a beijou, tomando os labios dela com fervor.

Não poderia dizer de onde tirara aquela idéia, talvez imaginasse que fosse como um castigo, pelo atrevimento de molha-lo. Ou talvez porque estivesse realmente excitado com aquela situação. A apertou com mais força, o desejo já era evidente, principalmente quando ela rendeu, e amoleceu o corpo encostado  ao dele.

Hermione não pudera fazer nada, sobre aquele incidente. Queria entender o que dera nele, a beijar daquela maneira. Sabia que poderia e certamente se arrependeria. Mas queria aproveitar aquele momento mais que tudo.

As mãos deles deslizaram por sas costas, enquanto a outra apertava seus cabelos e sua nuca o puxando mais para perto. Foi como quando estiveram na cozinha dos Weaslys, porém agora não havia ninguém para interromper...

_Mione... Hermione quero falar com você! – a voz de Harry se fez ouvir juntamente com a batida insistente na porta.

Hermione se afastou num pulo, e Draco praguejou ao vê-la se afastar.

***

Hermione abriu a porta do quarto irritada.

_Que foi Harry? Isso são horas? São 3 da manhã.

_Queria saber se voce está bem! Ouvi sei marido chegando. E ouvi vozes!- ele disse meio tímido.

_Sim ele chegou a pouco,  e como pode ver estavamos no banho!- ela mostrou os cabelos molhados e pingando.

_Mas voce está de pijama!

_Harry, isso é algo íntimo ok? Agora se me der licença, eu estou super bem!

_Te vejo amanhã!

_Boa noite Harry Potter!- ela disse firme e Harry saiu.

  Precisava descobrir o que fazer, tirou a roupa molhada num segundo e vestiu uma camisa de flanela, os cabelos meios molhados ainda, se deitou rapidamente e fingiu dormir dez minutos mais tarde quando ele entrou no quarto.

***

Draco acordou pela manhã, ela ainda dormia encolhida, e ele não estava próximo a ela...o que era infinitamente melhor, em vista de sua excitação. Se vestiu e saiu em silêncio, se ela perdesse a hora da aula, azar era o dela. Ela merecia isso por ser tão impertinente, por se atrevimento.

A manhã de aula foi agradavél, embora não tivesse encontrado com sua esposa hora nenhum. Eram mais ou menos 11 da manhã quando entrou para a aula de poções e ela não estava lá. Olhou no relógio várias vezes, eram quase meio-dia e ela não se atrasaria para aquela aula.

A aula demorou mais do que gostaria. E Blaise notou a irritabilidade do amigo.

_OW! Que foi não está vendo sua pequena grifinória? Onde ela está? Não a vi hoje.

_E porque teria que ver a minha esposa Blaise? - ele disse ríspido.

_Hum, nada. Pelo jeito essa noite não foi boa para voce não é mesmo. Dormiu no salão comunal Draquinho?

_Vai a merda Blaise! – ele disse saindo muito irritado.  

Estavam em guerra, ele estava sendo espião para o inimigo, e quando se referia a inimigo ele se referia ao lado do Potter, e não sabia onde ela estava. E se aquele-que-nao-deve-ser-nomeado tivesse descoberto suas tramas? E se ele tivesse capturado Hermione? Sentiu o estomâgo revirar de anseio. 

Subiu as escadas da sua casa de dois em dois degraus.

_Hermione! – ele gritou ainda da porta, seu coração acelerado.

O quarto estava muito quente, muito! Como se a temperatura tivesse sido elevada com magia. Avistou a cama repleta de cobertores e um volume grande no meio dela.

Segurou a varinha numa das mãos, preparado para se defender. Ouviu um gemido fraco.

_Hermione?

_Draco! Draco!

Ele quase pulou quando ouviu seu nome.

_Que diabos está acontecendo? – ele disse e puxou as cobertas de cima dela.

Ela se virou, e ele pode notar o rosto suado, a respiração irregular, a face vermelha.

_Draco! Voce demorou! E eu estava com frio...- a voz mole o assustou.

Ela abriu um pouco os olhos e ele pode ver o brilho doentio.

_Você está doente!- ele disse em tom de acusação.

_Me cobre!- ela pediu se encolhendo.

_Maldição! – ele proferiu, enquanto a tocava, constatando a febre elevada- Mione precisamos baixar essa febre! Voce não pode ficar coberta dessa maneira!- ele disse e retirou o feitço aquecedor, o que baixou a temperatura do quarto imediatamente.

_Não tira esse feitiço! Está frio aqui! – ela reclamou levantando a varinha em sua mão e aquecendo o quarto novamente.

_Ei, o que está fazendo? Me dê isso!- ele pediu a varinha.

_Não!- ela murmurou, lançando um feitiço nele que ele teve que se desviar.

_Sua maluca! Me dê isso, não está em condições de ficar com essa varinha.

Draco disse subindo na cama encima dela, e tentando pegar a varinha, que ela lutou debilmente para permanecer em suas mãos. Neve caiu no quarto, e o calor derretia os pequenos flocos logo em seguida.

Draco precisou prender o corpo dela com o seu, só então conseguiu tomar a varinha das mãos dela. Mas antes que pudesse se afastar, ela o abraçou.

_Draco... eu... eu quero te dizer uma coisa... eu...

_Diga!- ele pediu engolindo em seco estava muito próximo a boca dela.

_Eu quero...

_Quero fazer....

_Fazer o que?- ele quase gritou.

Mas ela não respondeu apenas beijou a boca dele com fervor. Ela se grudou a ele, e o abraçava, enquanto suas pernas se livraram nas cobertas e se enrolavam nele.

_Mione é melhor parar!- ele disse enquanto observva a camisa dela levantada até quase na cintura.

Seu senso dizia para não olhar, para não tocar. Mas algo dentro dele parecia prestes a explodir... e ele tocou um dos seios dela sobre a blusa.

_Draco, me abraça, e me beija!- ela murmurou.

_Não!- ele se afastou, tendo um ataque de conciência.- Vem vou te levar a enfermaria. – ele disse e se afastou dela.

Começou a procurar uma capa no armário, para cobri-la. Quando se virou ela estava de pé ao seu lado, mas parecia tão fraca como se estivesse prestes a se quebrar.  

_Draco, minha cabeça está doendo...

_Opa!- ele disse a vendo cambalear, e a amparou evitando a queda.

A pegou nos braços, com a ajuda de magia a cobriu e saiu com ela depressa para a  enfermaria.

***

Os olhares que recebeu no trajeto foram irritantes. Nevill foi o primeiro grifinório que os viu, mas não se aproximou, apenas saiu em disparada. E como era de se esperar, Potter logo o parou em um dos corredores.

_O que fez com ela Malfoy?- Harry disse de frente a ele, como ele não parou de andar, Harry deu alguns passos de costas.

_Saí da frente Potter, estou socorrendo a minha esposa! Saí agora antes que eu te soque!- ele disse bravo.

_Não tenho medo Malfoy! O que aconteceu com ela?

_Vai adiantar eu te dizer que é um resfriado forte? Ou vai achar que eu a envenenei? Afinal eu sempre sou o grande culpado de tudo se esqueceu? Agora caí fora ela precisa de cuidados.

_Me deixe carregá-la.- Harry exigiu.

_Eu vou te estrangular Potter!- ele ameaçou entre dentes- Some da minha frente!

Nesse momento Hermione se mexeu no colo dele, e soltou uma expressão de dor e desconforto.

_Calma ai amor, deixa só essa merda sair da frente e nós seguiremos tudo bem? - ele disse e beijou a testa dela, eue murmurou algo em resposta.

_Eu vou com você!- Harry disse saindo da frente dele, mas o acompanhando.

***

Madame Ponffrey confirmou ser uma gripe mágica muito forte! Que certamente ela apanhou por ter dormido tão molhada, mas que descobri a doença ainda no meio do dia foi muito útil, tendo visto que ela se agravava a cada hora.

Minerva esteve no quarto visitando a monitora chefe, e antes de sair deu ordens claras.

_Sr. Potter pode voltar as suas atividades, e Sr. Malfoy, fique com sua esposa ela pode precisar.

Draco sorriu por dentro, enquanto Harry fazia uma expressão de desgosto.    

_Mas porque ele pode ficar? Ela é minha amiga!- Harry protestou.

_Talvez porque ele seja o marido dela!- Minerva respondeu com descaso- Além do mais ele precisa aprender como tratar da esposa dele, essa gripe exige cuidados especias, e que tenho certeza ele disporá a ela.

_Claro senhora. – Draco respondeu gentil e Minerva lhe sorriu.

Harry saiu bufando...

***

As duas semanas seguintes foi um balsamo em meio a toda a confusão vivida. Hermione e Draco estiveram mais próximos do que nunca. Embora não tivessem tocado no assunto dos dois últimos confrontos entre eles. Viveram harmoniosamente, com direitos a muitos carinhos em publicos, e na presença do amigos dela.

***

Hermione acordou cedo no dia anterior, que iria para a Toca. Ela não tinha mais tarefas para fazer, e queria desfrutar o dia na companhia de seus amigos. Ela continuou deitada, aproveitando o calor da sua cama, antes de rolar e olhar para Draco. Ele ainda estava dormindo, deitado tão perto com ela como era habitual. Ele estava compartilhando seu travesseiro e tinha um braço lançado através de sua cintura. Ele parecia de forma pacífica, com sua feição relaxada, não tensa como é o habitual. Ele parecia feliz dormindo, tão sereno e calmo. Desta vez ele não estava flagrando ela, com os olhos queimando reprimidos com raiva.

Ela estava pensando, em sua atitude antes da briga, ele tinha sido tão agradável para mim, tanto em público como quando estávamos sozinhos. Como poderia alguém ser tão gentil e amoroso em um momento e rude e chato em outro?

Ele foi tão doce a noite que tive o pesadelo, segurando-me, me levando para o quarto e ficando lá comigo em seus braços até que eu sentisse sono, mas de repente dentro de uma semana ele estava gritando comigo, insultando eu e meus amigos. Ele bebeu com ciúmes, pelo menos eu acredito que seja, que motivo mais ele teria para se embebedar? Depois ele me beijou no banheiro, e se o Harry não tivesse chegado... aiai! Depois ele ainda cuidou de mim com febre! E depois que me recuperei, ele foi tão doce... Como ele pode ter essa dupla personalidade?

Eu me senti tão bem em estar nos seus braços todas essas noite... Quase como se ele me amasse, ou pelo menos se importasse comigo. Foi real... Me senti como se o nosso casamento não fosse apenas atuação, mas algo maravilhoso. Ele realmente cuidou de mim durante esses dias ou foi apenas mais uma atuação, um truque para ganhar mais de mim, para me ter na cama com ele, por assim dizer. Será que ele realmente está com ciúmes dos meus amigos? Que ele gosta de mim mais do que ele deixa aparecer?

Ela chegou mais perto, aconchegando sua cabeça sob o queixo dele, sorrindo devagar contra a pele dele. Draco Malfoy tinha muitas qualidades, mas ela duvidava que compaixão fosse uma delas. Provavelmente era apenas um ato para se aproveitar dela, ela pensou confusa, mas seria realmente tão mau assim? Claro que seria apesar de eu querer protestar e dizer que eu não quero. Será que eu realmente quero ir para a batalha no dia Natal, praticamente ir para a minha morte, sem ter experimentado tudo que a vida tem para me oferecer? Ele pode ser Draco Malfoy, um Comensal da Morte, chato, arrogante e babaca, mas ele é meu marido. E eu o acho atraente. Talvez eu deva ceder e dormir com ele. Pelo menos desse jeito eu não vou morrer virgem.

Hermione fechou os olhos, feliz por estar perto de seu marido pela primeira vez em dias sem ele estar gritando com ela. Ela acabou dormindo, não tão preparada para enfrentar o dia como ela tinha pensado.

***

Draco acordou lentamente, sentindo cócegas em seu nariz. Tirando irritado o objeto de seu nariz, tendo a mão no emaranhado de cabelos de sua esposa. Abriu os olhos, e viu que Hermione estava em seus braços com o rosto envolto em seu pescoço, sua respiração aquecendo sua pele. Sorriu um pouco, ele moveu-se para colocá-la em uma posição mais confortável, deslocando seu braço em torno de sua cintura.

Olhando para baixo, vendo seu rosto sereno, ele puxou-a um pouco mais para perto, feliz que ela não estava dando-lhe a sua habitual bronca, algo que não tinha deixado de acontecer nas últimas semanas. Olhando para ela, tão calma, pacífica, seu rosto inchado com o sono, não conseguiu evitar e deu um pequeno bocejo.

Quando é que me tornei tão sensível, ele se perguntou, como pôde começar a ter sentimentos para com sua esposa. Quando eu comecei a... Não importa, mas quando ela começou a se importar comigo? Não posso afirmar agora que eu não a odeio, mas eu não gosto dela também. Quando isso aconteceu? Quando eu parei de ver ela como uma imunda sangue-ruim e comecei a vê-la como uma pessoa? Eu continuo a achar seu sangue repulsivo, o sangue dela sob o meu, mas... ela não é como eu pensei que ela seria. Ela não é tão chata como ela parecia ser, não tão chata como eu costumava achá-la. E eu realmente fiquei preocupado quando ela ficou doente, e por minha causa. Eu que a molhei aquele dia! E a beijei debaixo do chuveiro e que beijo...

Sempre que eu acordo assim, com ela aqui, quente nos meus braços, eu tenho esse sentimento dentro de mim... Contentamento? Estou realmente contente com ela aqui nos meus braços?

***

_Você está pronto para ir? – Hermione perguntou, saindo do armário, com os braços cheios de roupas. Draco olhou-a de onde estava, arrumando as malas.

_Eu vou estar pronto em cinco minutos. E você?

_Estou quase pronta. Só tenho que colocar o resto destas coisas na minha mala. Você está nervoso? – Hermione deu um olhar confuso para ele.

_Por que eu estaria nervoso? Eu estou indo para a casa dos meus inferiores. Eles devem estar nervosos, não eu. – disse Draco no seu tom arrogante.