Cap. 16 – Mais próximos
Hermione revirou os olhos.
_Você é tão presunçoso. Se você mantiver essa atitude causará mais encrenca para nós quando chegarmos à Toca. Ron e seus irmãos não aceitarão isso.
_Eu não tenho medo deles. – disse Draco com uma carranca.
_Claro que não. Ainda assim, seria melhor manter a boca fechada para não nos causar nenhum problema.
_Não me importo. Em todo caso, onde vamos dormir naquela pilha de lixo em que vivem?
_Não tenho certeza. – disse Hermione mordendo seu lábio, preferindo ignorar as palavras do marido – Com todos nós ali vai estar tipo lotada, especialmente porque Gui, Fleur e Carlinhos estarão lá. Eles podem tentar nos separar, me colocando com Gina e você com... – A voz de Hermione ficou mais lenta quando ela viu o olhar de Draco.
_Você não espera que eu divida o quarto com as aberrações, espera? – disse ele em uma voz fria, mostrando toda a sua repugnância.
_Eu não ia te perguntar. Poderia ser sugerido, só isso. Nós teremos que ser irredutíveis sobre esta questão, naturalmente, e não deixar que isto ocorra. Além disso, Rony teria um ataque por ter que dormir no mesmo quarto que você.
_Então, a Toca vai estar lotada? – Draco perguntou com desprezo.
_Vai estar lotada com todos nós. – disse Hermione com um suspiro. – Ela ficou lotada com onze, então treze vai ficar ainda mais apertado.
_Você está dizendo que vou desperdiçar meu feriado na companhia do cicatriz e do repugnante Weasley sem privacidade nenhuma? – Draco perguntou, chocado.
_Eu tenho certeza que você vai ter alguma privacidade. – disse Hermione com tranqüilidade – Mas não tanto assim. Eu nunca tive problemas em encontrar um lugar para ler. Claro, eu divido o quarto com Gina, que tem seu próprio quarto, de modo que provavelmente ajudou um pouco as coisas. – Ela fechou seu baú e trancou-o, pronta para sair.
Virou-se, ouvindo uma batida na porta. Verificando que Draco estava quase pronto, ela correu e abriu a porta.
_Você está pronta? Temos que ir ou iremos perder o trem. – disse Harry, erguendo sua cabeça para ver ao redor do quarto.
_Eu estou pronta e Draco está quase pronto. Você não está, querido? – Hermione perguntou, se virando.
Draco grunhiu em resposta e bateu o seu baú para fechá-lo. Parou frente a porta, já que Harry impedia a passagem.
_Potter, a não ser que queira uma nova cicatriz para combinar com essa hedionda que já desfigura sua cara, eu sugiro que você não continue bloqueando a porta. – ele cuspiu.
_Uau, Malfoy. – Harry exclamou sarcasticamente, surpreso por ele ter reparado em suas feições. – Eu não sabia que se importava o suficiente para ter meu rosto memorizado. Tem certeza de que não joga no outro time?
_Está interessado, não é? Eu sempre imaginei que você era um maricas. – Draco disse pausadamente, constrangendo Harry com indignação. – Você tem que tentar o Weasley ou o Longbottom, Potter, porque eu estou apenas interessado no sexo oposto. Se você precisar de provas, basta perguntar a minha esposa. Tenho certeza que ela terá o prazer de lhe dizer o número de vezes em que eu dei no coro... – Hermione tapou sua boca para cortar a sua tentativa de se gabar sobre a sua capacidade na cama.
_Isso é o suficiente, Draco. Deixe Harry em paz. Estamos atrasados e eu não tenho tempo para um essa disputa, onde cada um de vocês tenta superar o outro na defesa da sua masculinidade ou algo assim. Vamos indo. – Draco olhou intensamente para Harry, mas desceu como um furacão as escadas, em silêncio.
_Alguém está chateado. – Harry zombou, descendo atrás dele.
Hermione o alcançou rapidamente, ele estava dois degraus a abaixo. Ela aproveitou a nuca dele próxima, se esforçou um pouco para frente e o beijou na parte de trás da cabeça. Draco virou-se e olhou-a intensamente. Sorriu terno para Hermione, que recebeu o sorriso de volta. Harry pigarreou, a fim de evitar uma cena que ele não quereria assistir.
_Potter, você pode parar concentrar toda a sua atenção sobre o meu relacionamento e preste atenção em seus próprios. Oh, espere. Me esqueci. Você não tem uma namorada. Deve estar com inveja de mim.
_De quê? Hermione? Está falando sério? Por que insiste que eu sou apaixonado pela sua esposa, Malfoy? Para ser sincero, ela realmente não é meu tipo. Não que eu não a adore. – Harry acrescentou quando Hermione o olhou penetrante.
Continuaram brigando o caminho todo até o trem. Logo depois, Hermione deixou Draco para ele se sentar com os Sonserinos.
_Você vai ficar bem? – ele perguntou para que os grifinórios ali ouvissem.
Hermione rolou os olhos, entediada.
_Você sabe que sim.
_AH, tudo bem, então! – Draco disse vendo os olhares curiosos sobre eles.
Aproximou-se dela segurando-a pela nuca, exigindo um beijo longo e intenso, deixando claro aos garotos da Grifinória que ficassem longe de sua propriedade.
Os grifinórios seguiram seus caminhos sem olhar para trás, Draco largou Hermione ainda de olhos fechados e saiu. Ela se sentiu aturdida, mas ouviu os passos dos amigos e os seguiu. Tão logo se aproximou do grupo, Rony disse:
_Por alguma razão. – disse Ron sarcasticamente – Eu acho que seu marido não confia em nós.
_Eu não sei o que quer dizer. – disse Hermione, ainda aérea.
_Aquela pequena sessão de agarramento lá atrás. Essa foi sua maneira de nos advertir. Ele também poderia ter carimbado 'PROPRIEDADE DO DRACO MALFOY’ na sua testa, seria menos difícil para nós. – explicou Harry de cara feia.
_Você não pode estar falando sério? Ele me beijou apenas como despedida, é só isso. – disse Hermione incrédula.
_Na verdade, Hermione, ele fez isso pra nos alertar. – disse Neville antes de mergulhar debaixo do banco para encontrar Trevo, o sapo que sempre parecia tentar fugir no passeio de trem.
_Gina, você acredita nisso? – exclamou Hermione.
_Ele aparenta ser muito possessivo. – admitiu Gina.
_Sim, claro que ele tem uma certa insegurança em questões que giram em torno de Harry e Ron. Ele pode estar com ciúmes de sua estreita relação com eles e com medo que você possa preferir eles, por isso sua tentativa de marcar território sobre você te agarrando na frente de todos. – afirmou Luna sonhadoramente, olhando para cima de sua cópia do Pasquim. Todo mundo se virou para ela, em choque. Ela lhes deu um olhar perplexo. – O quê? É apenas uma observação.
_Vocês estão errados. – disse Hermione. – Draco nunca teria ciúmes de mim, especialmente com vocês dois. Ele sabe que nós somos apenas melhores amigos e aceita isso. Além disso, ele confia em mim.
_Eu não sei, Hermione. – disse Ron cético. – Malfoy parece ser o resumo do ciúmes, especialmente sobre você. Quero dizer, olha como ele tem ciúmes do Harry durante os últimos seis anos, e isso é um pouco mais que a sua cicatriz e habilidades no Quadribol.
_Oh Hush! Meu marido não está com inveja de vocês dois, por isso deixem-no em paz. – Hermione disse de mau humor, puxando para fora um livro para ler e ignorá-los.
Após a leitura de uma hora, ela ficou entediada, e não estava com vontade de compartilhar a conversa com os sonserinos. Então, se levantou calmamente e foi à procura de Draco. Ela o encontrou na outra extremidade do trem, em um compartimento cheio com Sonserinos. Mordendo seu lábio nervosamente, ela criou coragem e entrou.
_Oi, Draco. Vim ver se você está bem e o que está fazendo. – ela disse alegremente, olhando para qualquer um, menos para ele. Ele estava sentado entre Blaise e Pansy, em frente a Crabbe, Goyle e Millicent Bulstrold.
_Ele está bem, Granger, assim, você pode voltar para os Grifinórios agora. – disse Pansy perversamente, através de seu braço, envolvendo-o possessivamente.
Hermione olhou de relance a menina agarrada ao seu braço antes de dirigir um olhar para o seu marido. Ela abriu um largo sorriso quando ele empurrou Pansy, afastando-a rapidamente.
_Eu estou muito bem, amor. O que você estava fazendo? – Draco perguntou, secretamente aliviado de que ela tinha vindo como prometido.
Pansy estava ficando terrivelmente pegajosa quando Hermione não estava lá, e ele estava ficando irritado.
_Acabei de ler e fiquei entediada, então eu pensei em visitar o meu marido. – ela respondeu sorrindo docemente para ele.
_Merlin, Granger, tudo o que faz é ler? – Pansy perguntou sorridente, chegando ao braço de Draco novamente.
_Dã, Pansy, eu acho que o que ela faz com Draco provavelmente é mais do que ler. – disse Blaise, vesgo a Hermione.
Hermione virou um vermelho escuro quando todos no compartimento riram. Pansy soltou do braço de Draco com repugnância e olhou intensamente para Hermione.
_Aposto que está feliz, não é, Granger, todos pensam que você está fazendo algo encantador... Só porque você conseguiu iludir o pobre Draquinho aqui com uma poção do amor ou algo do tipo.
Hermione deu um suspiro, fingindo choque, antes de dar-lhe um sorriso doce doentio.
_Pansy, eu sei que você está com inveja por que eu consegui fazer algo que você nunca fez, mas tente dizer em um tom um pouco mais baixo. Não gostaríamos que todos ficassem sabendo que você tem inveja de uma Grifinória?
_E por que eu deveria ter tanta inveja de você?
_Porque eu consegui não apenas ter o Draco na minha cama, mas o mantive lá. – Pansy arfou em choque, transformando o rosto vermelho de raiva, com todos ao redor rindo.
Em um segundo ela se levantou e no outro ela estapeou a face de Hermione, que tombou o pescoço para o lado oposto do qual recebera o tapa.
Porém, antes que pudesse pensar em reagir, viu Draco se jogar sobre Pansy e segurar o braço da menina com força. Tanta que ele achou que ele o quebraria. Levou a mão ao rosto, enquanto outros sonserinos se levantavam surpresos.
_Você é uma sangue-ruim, vadia...
_PANSY! – Draco urrou ferozmente para ela. – Estou te avisando pela primeira e última vez: não ouse encostar um dedo nela, e se usar nomes como sangue-ruim, vai se arrepender tanto que vai querer nunca ter me conhecido. Entendeu? – Pansy balançou a cabeça fracamente, enchendo os olhos de lágrimas. Draco levantou-se e agarrou a esposa pelo braço. – Eu vejo vocês mais tarde. – disse ele sobre o ombro, antes de arrastá-la e sair do vagão.
_Que diabos foi isso? – Ele exigiu uma vez que saíram do vagão. Ele arrastou-a para o banheiro, puxando-a para o seu interior e colocando um feitiço silenciador na porta.
_Eu disse que estava vindo para vê-lo, não disse? Concordamos que iria ser estranho se não tivéssemos nenhuma interação no trem. E eu não comecei. Sua namorada começou. – disse Hermione olhando fixamente para ele, com uma mão ainda no rosto vermelho.
Draco rolou os olhos.
_Vem, está doendo? – ele perguntou retirando a mão dela do rosto e colocando a sua devagar.
_Só um pouco, ela é bem fraquinha!- ela disse com os olhos marejando.
E ele notou a fragilidade dela. E a olhou pesaroso.
_Eu sinto muito.
_Tudo bem.
_Vou cuidar disso. – ele disse e murmurou um feitiço que fez sumir a vermelhidão e a dor incômoda da face dela.
_Obrigada, você foi muito gentil!- ela disse sem encará-lo.
_Aprendi com a minha mãe, sempre usávamos um no outro quando Lucius se excedia, e não eram poucas as vezes que isso acontecia.
_Eu sinto muito!
_Tudo bem. – foi a vez de ele dizer. – Escuta, não tive culpa do que aconteceu, a Pansy está um nojo. Sei que ficou com ciúmes, mas não é minha culpa que ela me queira. Todas as meninas querem. – disse ele arrogante.
Hermione bateu-lhe no estômago.
_Pare de agir como um imbecil. Não é atraente. E não, eu não estava com ciúmes. Você é que parecia feliz por me ver.
_Pelo menos tirou aquela cadela de cima de mim. – ele murmurou
_Bem, então pare de me tratar como se eu fosse a Pansy. – Hermione continuou brava, avançando sobre ele. – E o que acontece com seus amigos que ficam sempre fazendo insinuações sexuais sobre mim? Estou enjoada disto. Diga para eles pararem ou eu direi.
_Meu Deus, tenha calma. – disse Draco, apoiado longe dela.
Seu rosto estava vermelho de raiva e seus olhos estavam queimando nos seus. Ele a olhou, refletindo por um momento antes de decidir ir até ela. Agarrou-lhe os ombros, a puxou para perto e a beijou rapidamente. Alterou a sua posição até que ela ficou contra a parede.
Hermione afastou-se em choque. Ele realmente acha que beijar-lhe no banheiro era a maneira de acalmá-la? Ela o esbofeteou antes de limpar sua boca com raiva.
_Que diabos você está fazendo?
_Tentando beijar minha mulher? – Draco perguntou, sentindo que ela estava um pouco irritada com ele.
_Não estou de bom humor para aturar sua patética tentativa de me seduzir, Draco Malfoy, por isso me deixe em paz!
_Merda, Hermione, você está pendurada em mim tentando me seduzir, é quase como se quisesse que eu a seduza. O que é isto? Você está tentando jogar duro para tentar me manter na sua cama? Bem, se você está, então parabéns, porque você conseguiu. Estou tão desesperado agora, neste exato momento, que eu a levaria se você deixasse. Você não está orgulhosa de si mesma? Você conseguiu deixar Draco Malfoy suspirando por você. – Draco zombou raivosamente, lívido.
_Acredite ou não, Malfoy, eu não quero que você me seduza. E eu nunca iria jogar duro para conseguir. Quando quero algo eu corro atrás, e eu não quero você, pare de se achar tanto!
_Ah, eu acho que você me quer. Você está com medo de admitir isto, com medo de admitir que você realmente deseja transar com Draco Malfoy. É isso mesmo, medo? Medo que o seu orgulho Grifinório seja magoado se você admitir que você quer um Sonserino? Você realmente é patética.
_Sou patética? Você é quem está afim de mim, Draco. Alguma vez pensou que talvez a questão não é essa, mas a forma como é colocada que me irrita? Agora, saia do meu caminho. – Hermione jogou-o de lado e murmurou um contra-feitiço para a porta, abrindo-a rapidamente e correndo para o corredor.
Depois, se voltou por um momento.
_Ah, e antes que eu me esqueça, obrigado por me defender contra a cadela sem mãe!- ela disse com desprezo.
_Ah, de nada também pelo feitiço de cura, e obrigado ainda pela bofetada!- ele respondeu no mesmo tom odioso.
E a viu saindo com raiva.
_Merda! - ele praguejou chutando a lixeira do banheiro.
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_Oi Harry, Gina, Ron, Hermione. – disse Jorge Weasley alegremente, cumprimentando-os na Plataforma 9 ¾.
Ele encarou Draco, mas não disse nada. A Sra. Weasley correu para abraçar todos eles, mais longamente Hermione. Ela virou os olhos friamente para Draco, hesitando, em seguida, puxando-o para dentro do abraço. Draco enrijeceu. Ele não estava acostumado com abraços, especialmente por pessoas que odiavam tudo sobre ele.
_Venham, queridos. – disse a Sra. Weasley, gesticulando para segui-la para fora da plataforma. – Temos um carro esperando por nós. Vamos logo. – Draco piscou para Hermione e agarrou seu baú, puxando para perto do seu.
Ela estava com a cara amarrada pelo seu comportamento, mas decidiu que ele devia agir, fingindo ser feliz, mesmo estando furioso com ela no momento, e ela com ele. Entrando num carro magicamente ampliado, Hermione sentou entre Harry e Draco, com Ron sentado na frente ao lado de Fred.
_Então, onde está o resto da guarda? – Harry perguntou casualmente, como se ele não se interessasse.
A Sra. Weasley deu uma olhadela de costas para ele, estreitando os olhos.
_Eles estão por aí, querido. Não se preocupe.
_Onde está o papai? – Ron perguntou, olhando para fora da janela.
_Ele não podia ficar fora do trabalho, por isso vim em seu lugar. – Jorge respondeu.
_Então, onde nós todos vamos dormir, mamãe? – Gina perguntou, dando uma cotovelada em Harry para ele desamarrar a cara.
Ele odiava as pessoas tentando protegê-lo.
_Bem, como há muitos de nós, eu imagino que você e Hermione irão dormir juntas, Gina, Draco com Ron e Harry, Carlinhos com os gêmeos, e Gui e Fleur no antigo quarto do Percy.
_Ele não dorme no meu quarto! – Ron guinchou indignadamente, gritando para Draco, que fechou a cara em resposta.
_Sra. Weasley, Draco e eu realmente preferimos dormir juntos. Nós não queremos ser separados. – disse Hermione firmemente.
A Sra. Weasley a encarou com a cara amarrada.
_Remus e Gui disseram que você diria isso. Nesse caso, nós decidimos que vocês dois podem ter um quarto na sede. Gui, Fleur, Remus e Tonks vão ficar lá também. Vocês podem voltar via flú.
_Obrigada, Sra. Weasley. – Hermione disse com um sorriso, acotovelando Draco para dizer algo.
_Sim, obrigado, Sra. Weasley, por permitir que a minha mulher e eu fiquemos juntos, realmente não quero estar longe dela nesse momento. – disse ele com um sorriso afetado.
Todos os homens no carro viraram-se para Draco espantados e, com isso, Hermione ruborizou.
_Quero muito protegê-la, me certificar que ela ficará bem.- ele tentou consertar, sabia, pela cara de todos, que suas palavras insinuaram algo sexual, ou era coisa de sua cabeça? Hermione estava vermelha, ela também pensou algo do gênero.
_Fica quieto, Draco. – disse ela firmemente, em repreensão.
Uma vez que chegaram a Toca, todos pegaram suas malas e entraram. A Sra. Weasley correu até a cozinha para começar o jantar, enquanto os outros levaram suas coisas lá para cima. Draco e Hermione entraram na sala.
_Então, as coisas estão indo bem, não estão? – Hermione disse agradavelmente.
_Além de todo mundo me odiar, está ótimo. Como é que estas pessoas realmente sobrevivem neste lugar? – Perguntou, olhando com desgosto perante a pequena, mas lotada sala.
_Eu gosto dela. – disse Hermione corajosamente - A sala está lotada, sim, mas é muito agradável e acolhedor.
_Quando vamos para nosso quarto? – Perguntou Draco azedo.
_Após o jantar, na hora de dormir. – ela disse displicente.
_Falando em deitar... – Draco começou sugestivamente, sendo cortado em seguida.
_Não vamos falar sobre isso. Não estou com disposição para brigar com você hoje à noite.
_Você nunca está com disposição para qualquer coisa. – Draco murmurou.
Sem responder qualquer coisa, ela rumou para a cozinha e Draco a seguiu... Draco permaneceu quieto durante a maior parte da noite, colado em Hermione, onde nenhum dos rapazes Weasley poderia mexer com ele. Quando Hermione começou a bocejar, tarde da noite, eles se retiraram para o quarto de Grimmauld Place, onde ambos adormeceram imediatamente.
***
Eles estavam na Toca por uma semana e já tinham caído em uma espécie de rotina. Harry e Ron iam jogar xadrez de bruxo enquanto Hermione ia ler, Draco sentado e emburrado por perto. No segundo dia, os seis meninos Weasley, mais Harry, tinham deixado ele de lado e se juntado contra ele, fazendo papel de irmãos mais velhos de Hermione. Desde então, ele estava relativamente perto de sua esposa, utilizando-a como a proteção contra os horrores que os meninos lhe tinham prometido.
_Lendo uma coisa boa? - Draco perguntou, chegando por trás dela.
Hermione estava enrolada em uma confortável poltrona em frente à lareira. Ela o encarou e sorriu.
_Bater a cabeça na parede é melhor que isso. E você, o que esta fazendo?
_Tentando fugir daqueles seus amigos. Eles estão tentando me dar um diploma por eu ter me casado com você. – Ele gesticulou para deixá-lo sentar, ficando frente a ela.
_Não há espaço. Além disso, estou pronta para tirar um cochilo aqui e agora. – Hermione bocejou com sono.
_Você não pode ir dormir. – Draco choramingou. – Você tem que manter os imbecis longe de mim. Agora, levanta daí! – Ele a puxou para sair da cadeira e sentou. Ela o encarou.
_Onde eu deveria sentar agora? – Draco sorriu abertamente a ela e puxou-a para seu colo.
Colocando suas pernas em um dos braços da cadeira, ele envolveu um braço em torno da cintura dela, puxando-a para descansar em seu peito. Ele se afastou um pouco, permitindo que o braço dela passasse por suas costas.
_Agora, cochile. – disse ele.
Ela serpenteou ao seu redor, tentando ficar confortável, suspirando. Finalmente, se acomodou escondendo a cabeça em seu pescoço. Hermione suspirou satisfeita.
_Você realmente não quer Harry e Ron te chateando, não é? – Ela sussurrou.
_Não. Eles não correriam risco de te acordar, por isso estou perfeitamente seguro aqui. Leia o livro ou durma.
Hermione fechou os olhos. Isto realmente não é assim tão diferente da forma como nós dormimos, ela pensava. E ele realmente é quente...
Dez minutos depois, Ron entrou na sala.
_Oi, Malfoy, não foi por meio da... – ele gaguejou com a cena na frente dele.
Hermione e Draco estavam enrolados em uma cadeira, juntos. Chegando mais perto, ele viu que ela estava dormindo, a cara enterrada no pescoço de Draco, um braço desaparecendo por detrás dele, o outro dentro de sua camisa. Draco, por sua vez, estava com um braço em volta de sua cintura, mantendo-a segura em seu peito. Ele tinha um livro aberto em seu colo e estava lendo.
_Weasley, feche a boca antes que uma mosca entre. – ele sussurrou sorridente, para o garoto espantado. – Você não gostaria de acordar Hermione, agora, gostaria?
Ron fez uma carranca, mas saiu. Ele não queria ser quem iria acordar Hermione. Ela iria provavelmente enfeitiçá-lo ou algo assim.
Uma hora mais tarde, Hermione soltou um suspiro, aconchegando-se para se aproximar do calor que parecia circulá-la. Ela sentiu um braço se apertar ao seu redor.
_Você cheira bem! – ela balbuciou em seu aquecido pescoço.
_Eu? – Draco perguntou, se divertindo com os murmúrios sonolentos dela.
Ela era realmente linda, ele pensou, quando ela acorda. Todas as ruguinhas, as bochechas ligeiramente rosadas, ela era uma bela visão.
_Sim, você. – ela respondeu, respirando profundamente e sorrindo em seu pescoço. – Você é tão quente. Como você pode ser sempre tão quente? Você é como meu aquecedor particular.
Draco sorriu.
_Bem, seu aquecedor precisa usar o banheiro. – Ele a pegou e se levantou, colocando-a na cadeira. Quando ela resmungou um protesto, ele beijou o topo da sua cabeça e disse-lhe – Já volto. – Quando ele retornou, poucos minutos depois, ela estava dormindo novamente. Gentilmente, ele a pegou no colo e voltou para a mesma posição de antes. Dentro de minutos, ambos adormeceram...
***
_Hermione? Draco? O jantar está quase pronto. Vão se lavar. – Sra. Weasley chamou, entrando na sala.
Ela parou, assustada com a visão na frente dela. Hermione e Draco abraçados em uma cadeira juntos. Draco tinha os braços bem embrulhados em torno de Hermione, segurando-a firmemente contra seu corpo, em cima da cabeça dela, suspirando suavemente. Hermione, por sua vez, tinha sua cabeça escondida sob seu queixo, uma mão em sua camisa, e a outra em um livro. Ela olhou para cima e sorriu para a Sra. Weasley.
_Quanto tempo nós temos? – Ela sussurrou, tendo cuidado para não mexer a cabeça.
Ela não quis acordar Draco, ainda porque ele estava descansando de forma pacífica. Ele não tinha dormindo bem ultimamente, por isso este pequeno cochilo seria certamente bom para ele.
_O jantar estará pronto daqui a dez minutos. – sussurrou a Sra. Weasley de costas, comovida com a visão dos dois abraçados.
Ela e Arthur costumavam fazer isso várias vezes antes do casamento.
_Eu vou acordar Draco em um minuto. – Hermione prometeu.
A Sra. Weasley acenou em entendimento e deixou a sala, indo para cima buscar Gina para ajudá-la com a mesa.
_Draco. – disse suavemente Hermione, se movendo de volta para seus braços para olhar para ele. Ele continuou a suspirar suavemente. – Draco, é hora de acordar. O jantar está quase pronto. – Seus braços esticados ao seu redor quando ela se afastou, tentando trazê-la de volta ao seu peito.
_Não quero acordar. –ele balbuciou nos cabelos dela. – Está tão confortável. Volte a dormir, Hermione.
_Não, Draco, é hora de acordar. Nós podemos dormir mais tarde.
_Assim, desse jeito? Promete? – ele disse com os olhos fechados e um sorriso no rosto.
_Sim, Draco, eu prometo que podemos dormir desse jeito. – disse Hermione, rindo.
Ele abriu um olho e a encarou.
_Mulher, primeiro você me acorda e então você dá uma risadinha de mim? Isso não é muito legal. Eu vou ter que te punir. – ele segurou os braços dela junto ao corpo com só um braço dele fazendo cócegas nela com o outro.
_Não! Draco, pare com isso. Por favor! – Hermione pediu entre risadas, rindo com as sensações. Draco riu, continuando a fazer cócegas nela até que ela implorou por misericórdia.
_Você pretende me despertar de um cochilo de novo? – Ele exigiu.
_Nunca. – ela arfou.
_Ok, então. Vamos comer. Estou morrendo de fome. – Ele deixou ela se levantar e a seguiu.
_Damas primeiro. – ela disse divertida e o empurrou, forçando-o a cair novamente na cadeira.
Ele levantou-se e sorriu para ela, agarrando a sua mão. Ela o puxou em direção à cozinha. Ele a seguiu, rindo.
Quando Harry os viu, tão descontraídos, fez cara feia.
_Oh, arranjem um quarto, não querem? E da próxima vez que vocês decidirem cochilar, encontrem um lugar mais privado que a sala. A última coisa que algum de nós queria ver era vocês dois abraçados ou qualquer que seja a porcaria que vocês chamam isso.
_Segure sua língua, Harry. – disse a Sra. Weasley enfaticamente, chegando por detrás de Draco e Hermione.
_Achei muito fofo. – disse Gina, seguindo a Sra. Weasley para a cozinha.
Harry encarando-a. Gina pôs a língua para fora como resposta.
_Boa noite, amor. – disse o Sr. Weasley alegremente, entrando na cozinha e beijando a sua mulher sobre a bochecha. – O que tem para o jantar?
_Carne assada. – A Sra. Weasley respondeu, sorrindo calorosamente para seu marido.
Durante o jantar, Hermione estava muito calada, pensando. A cada momento ela olhava para Draco, sentado ao lado dela, comendo calmamente. Gina tentou conversar com ele, mas ele estava respondia apenas em monossílabos.
Certamente, ele havia mudou nos últimos dois dias. Talvez por ele ter sido “jogado” em um ambiente hostil, talvez foi o medo de morrer, mas ele tinha mudado. Ele foi simpático... carinhoso... suave com ela. Ele riu hoje. Ele era brincalhão, quase amoroso com ela. Era realmente correto ela continuar rejeitando-o, negar algo que os dois queriam? Ela realmente queria morrer sem experimentar tudo que a vida tinha para oferecer-lhe? Talvez ela não amasse Draco, talvez ela nem sequer gostasse dele, mas ele estava lá. Não poderia negar que ele era um pouco atraente, e ele era seu marido. E ele a queria.
Sua vida tinha fugido do seu controle, precisava retomar as rédeas de seu destino, mas uma coisa tinha certeza. Ele estava mudando, e por causa dela. A convivência com Hermione simplesmente o deixava mais leve, mais feliz, com menos medo de tudo. Ela era atrevida, impertinente, doce e linda! E seu coração pedia a presença dela a todo momento...
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