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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Venenoso: Gato e Rato


Venenoso: Gato e Rato

Hermione acordou uma hora antes de suas colegas de quarto. Correu para o banheiro, aplicando-lhe doses excessivas de feitiço reparador. Até o momento Parvati e Lilá haviam tropeçado para fora da cama. Hermione estava sentada na dela, vestida com seu uniforme, os cabelos em seu costumeiro coque “a lá McGonnagal”, de olhos brilhantes e fazendo lição de casa que ainda não tinha sido atribuído.





_Hermione! Como você pode estar fazendo lição de casa? Este é o primeiro dia de aula! – Lilá reclamou indignada.

_Eu perguntei a McGonnagal, se ela poderia me passar algum dever de casa extra para o verão, Lilá. – Hermione disse baixinho, olhando para as páginas escritas, Parvati gemeu e jogou um travesseiro nela.

_Ela quer se manter como a sabe-tudo de Hogwarts. – ela sussurrou para Lilá. Elas sorriram uma para a outra e terminaram de se arrumar. Hermione desceu as escadas e olhou em volta do salão comunal, Harry e Rony estavam esperando por ela enquanto jogavam xadrez.

_Garotos! Vamos chegar atrasados para o café da manhã, vamos! – Hermione disse, exasperada e esperando que os garotos lhe ouvissem.

_Mas Mione, nós temos que terminar este jogo! Vá na frente! – Ron gemeu em resposta. Hermione olhou apreensivamente para o buraco do retrato, onde um grupo de meninos do sétimo ano estavam de pé.

_Mas, Ron... – ela disse, acenando com a cabeça para o grupo, Harry revirou os olhos.
_Hermione, você é tão tímida! O que você acha que eles vão fazer? Comer você? Assá-la sobre o fogo como uma multidão de bárbaros? São grifinórios! – ele disse, fazendo Ron engasgar de tanto rir... Hermione simplesmente estava lá, parada e Ron suspirou.

_Oh, vocês aí! Hermione vai passar pelo o retrato. Saiam da frente. – Ele gritou. Hermione parecia devastada e sacudiu a cabeça freneticamente, olhando para os meninos brincalhões que estavam agora a rir e zombar dela. Ron gemeu, agarrou Harry pelo braço, e caminhou com Hermione no meio da multidão e até o grande salão. Ela sorriu, felizmente quando os meninos sentaram-se em ambos os lados dela.

_Hermione, você vai ter que superar a timidez! – Harry exclamou. Hermione sorriu levemente e comeu sua comida, olhando para seu prato, como sempre fazia. Harry revirou os olhos e decidiu deixá-la em paz.


****

As corujas voavam por todo o salão para entregar suas encomendas, mas Hermione não prestava muita atenção. Porém quando desviou os olhos do prato, para focar sua visão no teto, ela teve uma surpresa. Duas corujas ainda pairavam sobre ela trazendo duas cartas que ambas deixaram cair em seu colo. A primeira de uma coruja já conhecida dela e dos amigos, mas a segunda carta trazida foi cortesia de uma coruja totalmente irreconhecível. Ela abriu o primeiro envelope vermelho brilhante, uma vez que atraiu sua atenção por causa de sua cor vibrante.



Hermione,

   Como está Hogwarts? Você já está se divertindo com Harry e Ron? Espero que sim. Seu pai e eu estamos saindo em uma viagem de aniversário para Majorca, estou muito animada. Parece muito exótico para um casal de dentistas, não é? Don irá ter a casa para si mesmo, tenho certeza que ele vai gostar disso!
   Eu queria escrever uma longa carta, mas eu tenho um paciente que vem para arrancar os seus dentes siso, e estamos com falta de novocaína. Melhor ligar para os fornecedores em breve...


Estamos com saudade.  Esperamos vê-la em breve.

Com Amor,

Mãe.

P.S. Papai diz que teve um dia extraordinário, uma nova pesquisa mostra que realmente que o flúor caseiro ajuda os dentes melhor do que ele tinha pensado!

Hermione sorriu levemente. Cartas de seus pais eram sempre curtas, mas o amor era sem fim. Ela pegou a carta seguinte, um branco com um pouco de vermelho descorado, dando um tom rosado na aba.

_Oh, Hermione recebeu uma carta de amor! – Ron brincou, sorrindo. Hermione corou e abanou a cabeça negando.

_Não é não! – foi tudo o que ela conseguiu balbuciar. Enfiou a carta no meio de suas pernas e voltou a comer. Ela abriria o segundo envelope mais tarde.


****


Em Poções, quando ela tinha acabado de terminar as suas poções e estava esperando os outros a fazerem o mesmo, ela discretamente tirou a carta e abriu-a ansiosamente. Ela esperava que fosse de seus pais novamente, talvez falando sobre alguma ilha exótica que descobriram, ou de sua madrinha na Suíça, Stina Olskie. Mas quando ela tirou a carta e viu a tinta preta e a caligrafia no topo, o seu sangue gelou. A carta viera de casa, viera dele...


****


Malfoy se sentou ociosamente, tendo terminado as suas anotações, olhou ao redor da sala com total desinteresse. Sentia-se demasiado preguiçoso, logo após o verão de luxo para agitar suas travessuras usuais entre os grifinórios, ou mesmo usar o favoritismo de Snape para sua vantagem. Em vez disso ele se pôs a observar a sala, olhando os grifinórios e sonserinos interagir com diversão ligeira. Eles eram tão hostis entre si, se referindo as casas de origens de cada um! "Oh, você está vestindo verde, você deve estar mal e conspira para me matar!" ou, "Oh, você está vestindo vermelho, você deve ser um tomate apodrecido na fruteira!" Ele nunca tinha ficado preso à ilusão de que as pessoas de casas separadas eram muito diferentes, mas mesmo assim, era uma boa desculpa para se ter o desprezo de outros conhecidos. Se ao menos houvesse essa saída fácil para o seu desagrado da Sonserina, ele meditou. Ele realmente odiava a todos. Eram todos iguais a ele. Lamentava, as crianças prejudicadas, tão ingênuo, mesmo sem saber! Todos sempre dependentes de alguém.


Seus olhos caíram sobre Hermione, e ele sentiu-se um pouco tolo, olhando para suas características, o epítome da experiência dolorosa. Ele já tinha visto alguns dos grandes do mundo... não é muito ruim, mas um pouco. Talvez ela fosse à exceção à sua avaliação. Quando ele olhou para ela, perguntando-se o que do “grande mundo mau” tinha visto, ela discretamente puxou um envelope do bolso da veste, observando para ter certeza de que ninguém viu. Ela puxou a carta lentamente, e apenas a parte superior estava em exibição quando os dedos congelaram, e seu rosto brilhou de horror. Seu interesse foi repicado. Tudo o que ele podia ver era a letra do remetente, e ele realmente viu ela se encolher de medo? Talvez a carta dissesse: “Voldemort e Companhia" ou algo assim. Malfoy riu baixinho para si mesmo quando ela deslizou lentamente a carta para o colo, enquanto ele ficou ali, assistindo o jogo das emoções que voou sobre o rosto expressivo dela... O que ela poderia estar lendo? Sentiu-se possuído por uma vontade súbita de descobrir. O que fez a grifinória ficar com tanto medo?

Hermione tentou abrir a carta com as mãos trêmulas, quase cortando seu dedo na ponta afiada do papel frisado. Ela ficou tão desesperada, e como já tinha anotado tudo que estava escrito na lousa sobre poções, não percebeu o seu nome sendo chamado, até que alguém bateu fortemente em sua mesa.

_Srta. Granger? Por favor, responda à pergunta. – Snape disse arrastadamente, suas palavras foram chicotadas através dos ouvidos de Hermione como os ventos frios. Hermione empalideceu quando ela olhou para a expressão maliciosa no rosto de Snape.

_Hum-hum... – ela negou grunhindo – eu... Eu... Professor... – ela gaguejava.

_Isso faria com que a poção fermentasse, tornando-se altamente tóxica para os seres humanos! - disse uma voz no fundo da sala.


Todos, até mesmo Hermione, girou para olhar para o dono da voz. Snape olhou para ele para estragar sua diversão, assim como Harry e Ron. Para a surpresa do professor era ninguém menos que Draco Malfoy. Os outros estudantes voltaram para suas anotações, já que era Malfoy, e ele foi imprevisível. Quem sabia o que estava fazendo? Apenas Hermione e ele ficaram frente a frente, olhares fixos por sobre as cabeças de seus pares. Draco levantou uma sobrancelha interrogativamente e Hermione olhou para baixo, incapaz de manter o olhar em seus penetrantes olhos cinza... Ela sentiu que poderia retirar todos os seus obstáculos, faixa de distância da fachada, e deixar apenas as matérias-primas, menina ferida e nua para o mundo zombar. Ela voltou para suas anotações, murmurando alguma coisa para se lembrar brevemente antes de copiar na sua caligrafia bem feita e de bom gosto, tudo o que a varinha de Snape escreveu na lousa.



Ela tomou como consolo o modo como os rabiscos negros lotaram o espaço em branco, as páginas intactas, lentamente, seriam preenchidas por sua letra. Toda sua concentração foi no trabalho e à classe foi superior. E agora ela ousou olhar longe do seu caderninho. Ron puxou seu braço.

_Vamos, Hermione, nós vamos chegar atrasado para o almoço! – ele disse ansiosamente, antecipando uma grande refeição. Afinal, a aula de Snape deu fome, que se não fosse o apetite de Rony poderia se dizer que dera enjôo, (mas neste caso, foi fome mesmo).

Hermione acenou, sorrindo ligeiramente em garantia, e seguiu os meninos para fora da sala. Eles estavam a poucos passos de distância, quando ela percebeu que havia esquecido sua pena.

_Garotos! Deixei minha pena na sala de aula! – exclamou ela, virando-se para olhar para a sala de aula, para em seguida, voltar-se para Harry e Ron. Eles olharam com fome.

_Hermione! Eu realmente preciso comer alguma coisa! – Ron gemeu, dando de ombros e furando o seu lábio inferior com os incisivos.

_Sim, eu também. – Harry concordou, também fazendo beicinho. Hermione olhou para a porta da sala poções, de volta a eles, de volta à porta da sala de poções. Tentando se decidir.



_Mas... Bem... Ok. Não tropece nos seus lábios! – ela disse, meio brincando, meio rabugenta. Harry e Ron sorriram e saíram. Hermione olhou para a porta de Poções novamente.




_Não há ninguém lá, Hermione! Até mesmo Snape está indo para o almoço! – ela dizia para si mesma, caminhando decididamente em direção à porta aberta, os olhos entrando e saindo das sombras.



Ela enfiou a cabeça na sala de aula, fazendo a varredura antes que entrasse, continuou olhando ao redor. Onde estava sua pena? Tinha certeza que havia deixado naquela mesa ali... Ela deu um passo para trás quando viu Draco Malfoy, sentado no seu lugar habitual, sorrindo para ela com calma. Como ela tinha saudades dele! Pensou com ironia.

Ela teria corrido porta afora, mas ele estendeu sua mão pálida para que ela pudesse ver sua pena, descansando ali, convidando-a para vir buscá-la. Ela simplesmente olhou para pena por um momento em silêncio, até que seus olhos encontraram os de Malfoy. Algo desconhecido brilhava nos olhos gelados e ela tremia um pouco. O que ele queria com ela? Ela deu um passo em frente e viu o seu sorriso aumentar.

Gato e rato, gato e rato... Era tudo o que continuava passando por sua cabeça enquanto ela ficava um braço de comprimento longe dele, lentamente, estendeu a mão, nunca olhando para seu rosto, concentrando-se na pena que ela tomou de seus dedos e tentou retirar-lhe da mão, mas o gato envolveu sua mão ao redor dela mais rápido do que ela pudesse piscar, e então o rato foi preso.


Hermione arregalou os olhos enquanto tentava, em vão, puxar seus dedos para longe de sua mão de dedos longos. Ainda olhando para a mão pálida da cor de pêssego pequena, com firmeza em sua maior dimensão. Ela olhou para ele, visto como seu sorriso ampliou-se, os dentes brancos brilhando na perfeição de todos os seus encantados.

_Solte-me... – ela disse sua voz que era um suposto comando, saindo num sussurro de terror. Cada músculo em seu corpo estava tenso, pronto para fugir logo que ele a deixasse ir.

_O que tinha na carta? – ele perguntou incapaz de apagar o sorriso de triunfo em seu belo rosto. Embora seu tom fosse sério. Ele havia capturado o rato.

_Não era nada. – parecia uma mentira até para ela. O sorriso aumentou em seus lábios, o olhar triunfante, mais pareciam carnívoros.

_Quem mandou para você? – ele perguntou, cheirando a sua vitória. Ele sabia que ela iria responder, ainda que relutantemente.

_Ninguém importante. – a voz de Hermione balançou um pouco e ela se forçou a respirar fundo.

_Quem? – ele acentuou a sua pergunta e a trouxe para mais perto dele. Hermione observou seus olhos selvagens, e se encolheu lutando novamente para se desvencilhar. Seu aperto era firme.

_Meu tio... D-Don. – Hermione balbuciou incapaz de esconder seu medo, pensar em encontrar esse homem lhe deixava em pânico. Ele sabe, ele iria ver. Ele não podia ver tudo?

_Você tem medo de seu tio Don? – Malfoy perguntou baixinho, enquanto ela desviou seus olhos para longe dele e olhou para o chão. Ela lentamente recuperou parte de sua concentração.

_Não. – ela sussurrou, ainda olhando para o chão.

_Você tem medo de mim? – ele perguntou sorrindo mais uma vez. Ele sabia que ela estava mentindo, mas também que ele não a deixaria mais em paz, não depois de hoje... Seus olhos se chocaram com os dele mais uma vez, e o medo não inconfundível para qualquer um.

_Não... Sim. – ela respondeu, tornando-se mais uma vez cativa dos olhos que pareciam tão poderosos, em todas as suas vulnerabilidades. Ele sorriu levemente, quase languidamente, e lançou mão dela quase tão rapidamente quanto antes, talvez até mais rápido. A reação de Hermione veio um pouco tarde, ela ficou simplesmente olhando para ele por alguns minutos antes que ela percebesse que ele a tinha deixado ir. Sua mão fechada firmemente em torno da pena e olhou para ele em choque, antes de olhar para ele de novo, totalmente desnorteada. Quem conhecia as regras para este jogo? Ela deu um passo para trás e tropeçou em suas próprias vestes, antes de virar e fita-lo mais uma vez. Seu temor e confusão transformaram-se em medo. E ela correu para fora da sala, largando a pena e não se importando em deixá-la para trás.


Sua risada seguiu, zombando dela, uma vez que tocou repetidamente em sua cabeça. Ele a ouviu correndo pelos corredores, fugindo dele. Tudo o que ele fez foi segurar a mão dela por um momento e perguntar-lhe sobre uma carta. Ele não poderia ajudar. Ele riu. Ele ainda ria quando se inclinou e pegou a pena caída, girando em seus dedos, como ele queria usar a sangue-ruim um pouco. Um brinquedo novo.

Brincando de gato e rato com Hermione Granger. Pôde comprovar ser mais interessante do que ele já tinha pensado...




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