Draco e Hermione almoçaram e passaram uma tarde tranqüila sentados próximos a piscina. A conversa foi amena, evitaram assuntos que desrespeitavam aos dois. Falavam sobre assuntos triviais, coisas comuns, evitaram falar do tempo da escola, do casamentos dela, da guerra, sobre o que aconteceu com a família dele, ou sobre as escolhas que fizeram. Preferiram falar sobre o tempo, de qual clima mais gostavam, de flores, de livros, de esportes... Um se surpreendia com o outro a cada momento.
Hermione nunca poderia imaginar que ele gostava de tanto de ler, ou que a suas flores preferidas eram margaridas, um tipo de flor trouxa. Já Draco, surpreendeu-se ao saber que ela tinha uma noção sobre esportes, afinal sempre a considerou tão CDF nunca imaginaria que ela tomasse partido por algum time de futebol, ainda mais trouxa, achava que ela tivesse abandonado totalmente seu mundo. Ele deixara seus preconceitos e passara a conhecer o ‘’mundo’’ dela, ele aprendera a usar e admirar vários coisas que antes abominaria! Aquele era um verdadeiro indicio de sua mudança!
Ela por sua vez, depois da morte de Ron, abandonara um pouco o mundo mágico, vivia entre os dois universos, era uma maneira que encontrara de amenizar a dor pela perda de seu marido.
Envolvidos naquela conversa agradável, não viram as horas passarem e permaneceram lá até as 4 horas. Quando ele convidou:
Que tal nadarmos um pouco?- ela lhe deu um sorriso que o fez prender a respiração, foi um sorriso tímido. - Ah deixa de preguiça!
_Tudo bem! Mas quem chegar por último é a mulher do Snape! – ela sorriu maliciosamente e se jogou na piscina, enquanto ele sorriu boquiaberto e pulou atras dela, nadaram alguns segundos e voltaram a superfície, e ele disse:
_Mulher do Snape? É assim que vocês se divertem?
Ele disse serio e ela ficou apreensiva, afinal ele poderia se ofender com a brincadeira e por um momento ela amaldiçoou a di mesma por ter dito aquelas palavras, mas no momento se sentia tão a vontade que foi inevitável.
Ainda o olhava tentando decifrar aqueles olhos cinzas, quando ele explodiu numa sonora gargalhada que a contagiou e então, riram um bom tempo. Ate que ela mergulhou e ele a enlaçou pela cintura a fazendo voltar a superfície. Os cabelos encharcados, os cílios pesados, ele a encarou e encostou seu corpo no dela. O desejo que ele sentiu por ela daquele momento ultrapassou todos os seus limites, ele queria beija-la, beija-la ate a exaustão, mas ele havia pedido, ele tinha consciência disso, mas precisava tentar, devagar aproximou o rosto do dela, a ponto de ver o sorriso que ele a trazia nos lábios se esvaindo devagar, a medida que ele se aproximava. Seus lábios estavam apenas a milímetros de distancia... Hermione quis aquele contato, mas sabia que não devia querê-lo e o empurrou para longe de si, virando-se rapidamente para sair dali. Ele a segurou pelo braço, forçando-a a encará-lo. Queria dizer alguma coisa, mas tudo parecia inútil, então sem que se desse conta murmurou as palavras:
_Desculpa!
Ela apenas o olhou sem dizer nada e saiu da piscina o deixando sozinho.
Já estava na hora do jantar e Draco não havia encontrado com ela novamente. Quando a avistou, ela estava encostada na beirada da embarcação com o olhar perdido no horizonte.
_Fugindo de mim, Granger?- ele perguntou se postando do lado dela. Hermione não respondeu apenas negou com a cabeça e não pode evitar fungar o nariz, denunciando suas lágrimas. -Você está chorando? O que houve?- ele se preocupou.
_Não é nada! Me deixa vai!
_Não! Você tem que me dizer porque esta chorando! Isso não é normal tivemos uma tarde maravilhosa!
_Por isso mesmo, Draco! Eu preciso ficar sozinha!
Ele a observou por uns instantes mas não fez menção de sair:
_Por que aceitou isso, Hermione?
_Não é da sua conta eu já te disse. – ela respondeu nervosa.
_Granger, eu tenho certeza de que o idiota do Weasley não te deixou na miséria.
_Eu não estou na miséria!- ela se defendeu.
_Então pra que quer o dinheiro?
_Não é parte do acordo prestar contas do que vou fazer com o dinheiro.
_Em que condição o Weasley te deixou?
_Não fale do Rony! Ele teria vergonha de mim! – ela disse como se aquilo a ferisse.
_Você está assim por causa dele? Mas ele está morto!- Ela se virou para sair não tinha obrigação de ouvir aquilo. - Ou!Espera!
_Não quero ouvir suas asneiras, Malfoy!
_Tá bom, só me responda mais uma coisa, por que não pediu esse dinheiro ao Potter? Ele tem condições de te dar isso é muito mais, e sem te cobrar nada em troca! E ele faria isso por você num piscar de olhos.
_Sim, ele faria mais eu não quis! Ele tem família! Não é certo ficar pedindo dinheiro a ele sempre que eu precisar.
_Mas a mulher dele é sua amiga! Ela também a ajudaria!
_Sim, Malfoy, os Potter me ajudariam, os Weasleys me ajudariam, só que tem um detalhe: eu não quis e não quero a ajuda deles.
_E por quê?
_Você pergunta demais! E que tal se eu te fizer perguntas também? Por que contratar uma mulher para gerar seu herdeiro? Você é saudável e tem condições de gerá-lo já que exigiu uma fecundação natural. Esses casos são usados quando o homem não pode gerar o herdeiro, e precisam de uma fecundação artificial!
_Não seja tola! Você não está em Hogwarts e não precisa dar uma de sabe-tudo, e se quer saber eu respondo! Eu não quero compromissos com ninguém, não quero nenhuma mulher querendo meu filho, ou exigindo pensão, ou direito de visitas. E não vou lutar na justiça para cuidar do meu herdeiro. Então para evitar problemas, evitamos as mulheres! – ele disse cínico. - eu quero um herdeiro, e é para isso que as mulheres servem!
O sangue de Hermione subiu para o rosto tamanha a raiva que sentiu dele daquele momento, pensou que sua fúria explodiria em formas de palavras, mas essas morreram em sua garganta , e sua frustração veio em formas de lagrimas. Ele tentou mais uma vez sair, mas ele a segurou novamente.
_Desculpe-me! Não era bem isso que eu ia dizer, mas eu só tentei ser verdadeiro. Você esta sofrendo assim porque se sente culpada pela tarde agradável que tivemos!
Enfim eles souberam que se compreenderam pela primeira vez, e ele a puxou para si e a abraçou. Hermione se sentia sozinha, precisava de um abraço, precisava de um amigo, de um carinho. E Draco naquele instante representava tudo que ela tinha e precisava.
Ele acariciou os cabelos dela, consolando-a como se fossem velhos amigos.
_Calma, eu vou tentar melhorar com você! Sabe, a sua fama de durona está indo por água abaixo! Não acredito que a sabe-tudo tão forte que eu via por Hogwarts esteja chorando assim.
_È que dói demais perder um amor, Draco!
Naquele momento pensou que poderia algum dia compartilhar a dor dela, mas era impossível, já que amor não fazia parte de seus sentimentos, amor não significava nada para ele. Nada!
_Talvez um dia você encontre um novo amor, Hermione! Um amor que te faça feliz!
_Meu coração nunca mais terá dono Draco! Nunca!
Ficaram em silencio por um tempo, até que ele a chamou para jantar. E jantaram praticamente em silencio, deram um breve boa noite e cada um entrou para seu quarto.
***
Na manhã seguinte, Hermione optou por seguir até a piscina mais uma vez, mas quando chegou o local já estava animado. Todos se divertiam muito inclusive Draco que conversava no bar alegremente com as duas moças que falaram dele no dia anterior. Ela se sentou totalmente longe deles, para que ele não pudessem vê-la, mas era um lugar perfeito para ela observar a conversa.
O papo animava cada vez mais, Draco passava a mão galantemente no cabelo de uma delas, enquanto sussurrava alguma coisa no ouvido da mesma. E a outra quando percebeu que sobrava na cena, deu um jeito de dar o fora.
Alguma coisa dentro de Hermione se agitava sem parar, ela não podia dizer o que era, mas aquela cena fazia seu estômago embrulhar. Com raiva, ela levantou e saiu apressada, ia ficar no quarto. Saía tão apressada que se assustou apenas ao trombar em alguma coisa ou em alguém, que a segurou firme pelos braços para que ela não caísse.
_Desculpa! Fui uma estúpida andar correndo dessa maneira! Mil perdões!
_Que isso não foi nada!
Hermione se assustou com o vozeirão que o rapaz tinha, era um moreno alto, com um corpo escultural, e o sorriso que a fez derreter.
_Vem, está com muita pressa?
_Não! - ela disse gaguejando- Eu só ia no meu quarto!
_Mas o que uma morena bonita dessa vai fazer no quarto uma hora dessas, ao menos que tenha companhia.
_Não, imagina... - ela disse muito encabulada, ele a olhava descaradamente, ela não sabia o que fazer, não tinha experiência nenhuma com esses tipos de situação.
_Então aceita tomar um refresco comigo! Tem muitos ambientes nesse iate sabia? Meu nome é Paul! Paul Bratt!
_Hermione Granger!
Ela lhe sorriu, e começaram a caminhar lado a lado. Realmente o salão de jogos era interessante, num primeiro momento sentaram-se no bar, mas preferiram evitar o álcool, optando por sucos naturais.
_Você já jogou sinuca?
_O que?
_Vem vou te ensinar! – ele a puxou pela mão.
Entretidos no jogo ela não viu os olhares dos presentes sobre eles. Ele curvava a coluna sobre ela a ajudando a segurar o taco, os quadris dela empinavam para trás de encontro a ele. Que dava as instruções em seu ouvido. Hermione estava verdadeiramente empolgada com o jogo, algum engraçadinho disse:
_É Paul! Essa está no papo!-Ele se virou e deu um sorriso safado para os amigos que e voltou sua atenção para Hermione.
Era a jogada dele... Paul deu a volta na mesa e ela o admirou dando uma tacada certeira, sendo aplaudido por aqueles que assistiam ao jogo. Hermione também queria mostrar que era capaz, e sem a ajuda dele, rodou pela mesa duas vezes a procura de uma posição que a favorecesse. O grupo próximo a porta agradeceu a escolha que ela fizera. E sem pensar ela se posicionou segurou firme o taco, empinou o corpo pra trás pronto, fez sua mira. Ouviu assobios, pois sabia que a canga que usava na cintura devia estar um pouco aberta e curta na parte traseira, deu um sorriso, era bom se sentir desejada. Fez alguns movimentos e enfim acertou a bola, com um movimento preciso e certeiro acertando a bola necessária para virar o jogo. Levantou os braços com um gritinho de vitória, se sentia feliz, e quando ouviu a algazarra na porta se virou para ver o grupinho de rapazes que ria tanto para ela.
Deparou-se com um Draco enfurecido parado na porta. Ele havia presenciado as três últimas jogadas, a que Paul a segurara, a que ele fizera sozinho, e por fim a jogada que fizeram os marmanjos presentes babarem. Da porta ele pode vislumbrar o contorno de suas nádegas através da canga, e os movimentos que ela fazia, inconscientes talvez, mas que eram extremamente excitantes! Ele prendera a respiração para não brigar com aqueles idiotas que a olhavam com cara de tarado.
Hermione engoliu em seco e o olhar dele dizia mil palavras, e ela soube que era melhor ir embora!
_Tenho que ir agora, Paul! Depois nos falamos! – ela disse saindo apressada e passou por Draco, que permaneceu mais alguns minutos vendo os marmanjos falando e olhando para ela.
Ela caminhou o mais rápido que pôde e entrou no quarto, mas antes que a porta batesse atrás de si ele entrou, demonstrando sua fúria com a voz:
_O que você pensa que esta fazendo?
_Eu? Nada demais! Só não tava a fim de ficar sozinha!
_Acho que deveria falar isso pra mim, não acha? Afinal fui eu quem te trouxe nessa viagem.
_Devia pensar nisso enquanto se esfrega com qualquer uma!
_Eu não tava me esfregando com ninguém, e além do mais, estava conversando com uma garota não me exibindo para um monte de marmanjos tarados. Eles estavam quase te engolindo!
_Estavam é? Então é melhor cuidar mais de mim Malfoy e não me deixar sozinha num lugar cheio de homens que me vêem como mulher, não como um objeto de procriação!
Ela disse com muita raiva. Ele se aproximou perigosamente, e a puxou para si a assustando, mas naquele momento ela não teve medo, seu receio se foi quando ele beijou o seu pescoço.
_Eu tentei Hermione, tentei te provar o quanto te acho mulher, mas ‘’você’’ teve medo!- ele disse enquanto a apertava.
_Você me machucou, Draco! – ela disse sentindo as pernas tremerem e ele roçar o corpo atrevidamente no dela, prendendo as mãos em suas costas.
_Eu não vou te machucar de novo! – ele se afastou para encará-la.
_Não prometa o que não pode cumprir, Draco! Você vai sempre me machucar de uma maneira ou de outra, é sempre assim, sempre foi e sempre será!
Draco sentiu toda a excitação indo embora. Por que ela tinha que falar tanto? Ele a soltou como se aquele contato lhe causasse dor, virou as costas e saiu batendo a porta. Trêmula, Hermione se jogou sobre a cama e cobriu o rosto com as mãos, desanimada!
***
Quando saiu do quarto pela manhã, Hermione encontrou Draco como uma sentinela a sua porta.
_Onde você vai?- ele perguntou e ela o olhou pasma.
_Tomar café da manhã, se não se importa!
_Com quem?
_Eu tava pensando em te chamar, mas pelo jeito você terá companhia! – ela disse, olhado a morena que andava se engraçando para o lado dele.- Qual é mesmo o nome da vadia?
_Ficou maluca? Ela não é vadia!
_Não? Ela sabe muito bem que está acompanhado por mim, e fica que nem uma galinha arrastando asas pra você!
_Não conhecia esse seu lado ciumento! – ele esboçou um sorriso, e ela o fuzilou com o olhar.
_Vá à merda!- Ela saiu e ele a acompanhou. Sentaram-se juntos, e ele começou a puxar assunto.
_Está uma linda manhã, não é mesmo?- ele perguntou e ela não respondeu. - Talvez a piscina seja uma ótima idéia!
_Sim! E eu vou transfigurar o meu biquíni numa peça ainda menor como a das vadias sebosas!
_Você não ousaria usar algo tão pequeno?
_Quer pagar pra ver?- ela desafiou o olhando nos olhos.
_Droga Hermione você é ciumenta pra burro hein?
_Eu vou para o quarto!- ela disse saindo. Draco não a seguiu terminou seu café a tranqüilo. E já era quase hora do almoço quando ele foi atrás dela.
Entrou no quarto em silêncio. Ela dormia serena, mas o rosto úmido era prova de que ela havia chorado. Droga! Porque ela tinha que ser tão mimada?
_Hermione, está na hora do almoço! Acorda! Eu não quero ficar sozinho lá no restaurante! Hermione! –ele se sentou na cama, e depois dobrou o corpo sobre o dela que se encontrava deitada de lado. Ela resmungou alguma coisa e se aninhou ainda mais no próprio corpo. - Vamos lá preguiçosa! Acorde!- ele chamou em vão, então ele tocou os braços dela e a virou de frente na cama.
Os cabelos dela estavam revoltos sobre o travesseiro, ela ainda vestia a camiseta cavada que usara na hora do café. A calça estava jogada pelo chão nos pés da cama, sinal de que ela estaria só de calcinha de baixo do lençol, ele suspirou fundo, não quer acordar não é?
Draco sem pensar duas vezes subiu em cima dela e a beijou nos pescoço, no colo, ate vê-la remexer debaixo de seu corpo e espreguiçar sonolenta.
_O que você está fazendo seu tarado!- ela esbravejou assim que abriu os olhos, ele afastou-se dela apoiando cada braço do lado do corpo dela e dando um sorriso tão lindo que a fez suspirar.
_Te acordando!- ele disse divertido
_Nunca mais faça isso, Draco Malfoy!- ela disse sentindo-se estranha, queria poder brigar, mas gostara de ser acordada daquela maneira.
_Ora! Decida-se! De repente você prefere que eu te acorde com outro banho de água fria!
_Atreva-se e conhecerá verdadeiramente uma maldição imperdoável! – ela disse seria, mas por algum motivo eles acabaram sorrindo.
E sorriram um para o outro verdadeiramente, mas não foi possível sustentar aquele sorriso. Ele se abaixou sobre ela e beijou-a no rosto bem próximo a boca, o que a fez gelar! Os lábios dele passeavam pelo rosto dela numa caricia delicada, aos poucos ele colocou o peso de seu corpo sobre o dela, e ela não pode evita ser levada pela caricia! Os lábios dele eram quentes, talvez porque ele ficara muito no sol, estava bronzeado, e a pele de exalava um cheio de colônia que a surpreendeu. O cheiro familiar de homem a fizera quase perder o juízo. Quase! Pois estava atenta a cada movimento dele. Pode sentir o volume da excitação dele a apertando. Ele a desejava! Ela gemeu extasiada e entreabriu os lábios, e ele sussurrou em seu ouvido com uma voz sensual:
_Me desculpe, Hermione! Mas eu vou beijar você!
E antes que ela pudesse protestar, sentiu os lábios úmidos dele sobre os seus. Hermione prendeu a respiração, pensou em fechar a boca, mas foi tarde a língua dele a invadiu. Draco passava a língua entre os lábios dela devagar. O coração de Hermione queria saltar do peito de tão acelerado, e ela permaneceu imóvel, tentando não mover a língua, lutando contra o desejo insano e sugar os lábios dele com volúpia. Não fechou os olhos, pois sabia que se o fizesse ela se deixaria levar. Então ficou a observar os olhos fechados, os cabelos platinados que caiam levemente sobre a sua própria testa. Draco insistiu na caricia, mas após alguns instantes percebeu que realmente ela não reagiria. Afastou-se dela que estava com os olhos abertos o observando beijá-la. Ela devia ser completamente maluca!
Nenhum dos dois disse nada, por alguns instantes...

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