Parte 1
- Paul?
- Oi! Queria te ver. - ele disse sério, já muito próximo da porta onde ela estava.
- Vá embora, Paul. Você não tem porque querer me ver!
- Sim, tenho muito. - ele disse firme em sua decisão, ao mesmo tempo em que empurrava a porta num gesto brusco. Hermione perdeu o pouco equilíbrio que restava em seu corpo e caiu, pensando desesperadamente que precisava de sua varinha.
- Sai daqui agora! - ela gritou furiosa, enquanto tentava, de forma árdua, se levantar, mas ele a puxou pelos cabelos antes que ela pudesse se erguer totalmente, fazendo com que ela se levantasse bruscamente daquele chão frio.
- Tire suas mãos de mim! Está me machucando!
- Ele não te machuca? Pensei que algumas prostitutas fossem pagas pra isso! - ele disse violento e fechou a porta atrás de si.
Naquele breve momento, Hermione aproveitou para tentar alcançar a sua varinha, mas ele a impediu antes que ela realizasse o ato, jogando-a de novo contra o chão.
- Você vai se arrepender! - ela disse firme, embora tremesse num misto de raiva e medo. – É melhor dar o fora daqui, já fez sua demonstração de machismo! Saí agora!
- Você me deixou louco garota! Fica nessa com esse loirão maluco, que, por sinal, se escafedeu do iate. Então é melhor aproveitar! Eu te ofereci, Hermione... Ofereci o mesmo que ele: dinheiro!
- Eu não estou à venda! – ela gritou, sentia-se péssima ouvindo-o dizer aquelas coisas.
- E por que se vendeu a ele, então? – Paul indagou, havia ironia em sua voz.
- De onde tirou essa idéia absurda?
- Olha aqui, cala a boca! Eu te quero e ponto final. E eu costumo ter tudo o que quero!
- Mas a mim você não terá! - ela disse, enquanto se afastava dele, ainda caída sobre o chão, sem que conseguisse se levantar. Enquanto isso, observando-a, Paul retirava sua camisa e seguia em direção a ela, perigosamente.
- Sim, e quem vai me impedir? Você? Depois que você bateu no capitão, acha que ele vai se importar com o que lhe aconteça?! Seu guarda-costas não está por aqui.
Ele levantou a morena do chão em um solavanco inesperado, parecendo divertido ao observar que ela lutava bravamente para evitar o abraço, mas não sendo forte o suficiente para fazê-lo. Hermione tentou gritar, porém, ele tampou a boca dela imediatamente, enquanto passava as mãos pelos seios e pernas dela de forma libidinosa.
Hermione lutou bravamente contra essas carícias indesejáveis, tentando alcançar sua varinha que estava na cabeceira da cama. Nas circunstâncias em que se encontrava, sua varinha era o único meio de impedir Paul de prosseguir com as ousadias. Pensando nisso, Hermione desejou muito que ele a jogasse na cama. Assim ficaria mais fácil apanhar a varinha, mas ele insistia em mantê-la num canto entre duas paredes.
Ele tentava beijá-la a todo o momento, mesmo à força, enquanto uma de suas mãos estava firmemente enlaçada sobre a garganta dela, evitando que ela pudesse gritar e, assim, chamar as atenções alheias.
- Desgraçado! - ela tentou dizer, imaginando que ficaria com muitas marcas roxas devido àquela luta corporal que estava travando com ele.
Quando viu que não conseguiu evitar o gosto dos lábios dele sobre os seus, ela o mordeu com força e sentiu o gosto de sangue umedecer seus próprios lábios. Com a mordida inesperada, Paul gritou sentindo a ardência sobre o corte em seu lábio inferior, enquanto afrouxava o aperto sobre ela.
- Ai! Sua Vadia! - ele deu-lhe um tapa tão forte, após aquela exclamação, que ela virou o rosto em conseqüência da pancada.
Hermione colocou a mão sobre a face dolorida e começou a chorar, pela primeira vez sentiu medo. Queria que Draco estivesse ali para protegê-la, para defendê-la daquele monstro.
Porém, não pôde pensar mais nada, pois ele a arrastara pelos joelhos, obrigando-a a se deitar sobre o chão, entre a cama e o banheiro. Sem pensar muito, Paul se jogou sobre ela enquanto tentava tirar-lhe a camisola já amarrotada. Ela retirou a mão da face e tentou segurar a camisola junto ao corpo, em um desespero imenso para que permanecesse vestida, assim como buscou manter as pernas fechadas. Ela sabia perfeitamente bem quais eram as intenções dele, e precisaria contê-lo.
Não seria tão fácil assim.
- Socorro!- ela tentou gritar, mas fora atingida, no mesmo instante, por outro tapa contra a mesma face, ainda dolorida, calando-a com o ato.
Segurando os pulsos dela de forma firme, impedindo-a de reagir, Paul mordeu na base de um dos seios dela, fazendo com que ela gemesse de dor e não de prazer, como ele provavelmente estava prevendo que seria. Certamente ficaria uma marca muito feia ali, mas não era com as marcas futuras que ela estava preocupada gora, nem tão pouco era por essa razão que ela iniciou seu pranto. Era apenas porque ela não conseguia mais lutar. E a ajuda parecia nunca chegar...
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Fazia uns dez minutos que Draco chegara novamente ao navio. Mas, antes de ir vê-la, ele precisava falar com o capitão do navio, o qual o atendeu prontamente.
- Eu gostaria de saber se ainda podemos continuar no seu navio depois do que houve ontem, no restaurante. – Draco perguntou, cordialmente, ao capitão, desejando intimamente que ele nem mesmo se lembrasse do incidente anterior.
- Depende, se o senhor e a sua dama se comportarem daqui para frente eu permito que permaneçam neste navio. - foi a resposta seca dada pelo capitão.
- Eu já tenho o anel. E vou colocá-lo no dedo dela ainda essa noite. – Draco disse, parecendo levemente desconfortável com suas palavras. - Ela não vai mais andar por ai... Sem estar comprometida comigo. – afirmou, por fim, e o homem sorriu vitorioso.
- Acho bom, assim fica tudo perdoado. Porém, diga a ela para conter mais seus ímpetos. E tenha cuidado, ela tem uma ótima direita! – o homem disse, calmo e alegre.
- Eu direi. – Draco concordou, sorrindo ladinamente com a piada do capitão. - E tomarei cuidado, também.
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Draco estava no corredor que levava ao quarto que estava dividindo com Hermione. Trazia uma garrafa de champanhe e rosas vermelhas nas mãos. Rosas vermelhas, que simbolizavam paixão. Ela merecia que aquele momento fosse especial, mesmo que não fosse de todo verdadeiro, mas ela merecia, no final das contas.
Ao chegar próximo ao quarto pôde ver que alguma coisa parecia estar errada por ali, já que algumas senhoras estavam aglomeradas no corredor e pareciam visivelmente assustadas olhando umas para as outras. Certamente aquelas fofoqueiras acharam que ele estava lá, com Hermione, e provavelmente estavam imaginando uma série de coisas que eles pudessem estar fazendo no interior do quarto. Mas o que Hermione poderia estar fazendo que despertasse tanto o interesse das velhotas fofoqueiras? Foi quando um grito de dor chegou aos seus ouvidos e ele sentiu um bolo nervoso se formar em sua garganta.
- Hermione!- ele disse, exasperado.
Sem pensar muito no que estava fazendo, apenas focado em descobrir o que estava acontecendo com Hermione, Draco jogou tudo o que estava em suas mãos no chão e seguiu direto para o quarto, driblando as senhoras e, logo em seguida, forçando a porta do quarto que estava fechada por dentro.
Pensou em chamá-la de novo, mas a tosse dela que invadia sua audição mostrava que alguém a sufocava e tal pensamento o fez agir ligeiro, sem falar nada. Não estava nem aí se aquelas trouxas o vissem usando magia, portanto, tirou a sua varinha das roupas e abriu a porta magicamente, sem fazer muito barulho.
Em seus olhos cinzas passaram uma chama vermelha de raiva ao ouvir o choro abafado dela, e ao pensar naquele homem sobre ela a beijando e a machucando sem pudor e sem limites algum. Sem pensar duas vezes, Draco largou a varinha e tirou Paul de cima dela com apenas um puxão firme. Seu peito arfava numa fúria contida.
- O que é loiro? Você pensa que só você pode pagar por ela? Eu também posso! Mas ela não quis então foi na marra mesmo! – ele disse com um sorriso cínico no rosto, o lábio que Hermione mordera sangrava ridiculamente e estava aparentemente muito cansado também, prova de que ela lutara ao máximo até aquele momento.
Draco evitou olhar para ela, que apenas se encolheu num canto, abraçando os próprios joelhos, enquanto chorava agradecendo a Merlin por ele ter chegado, mesmo que ainda estivesse temerosa com o que poderia acontecer com ela.
Paul ainda teve a audácia de tentar avançar sobre Draco, como se adivinhasse que era exatamente isso que Draco estivera pretendendo fazer. Não que estivesse descartada a idéia de matá-lo, mas foi melhor que Paul insistisse na luta. Sem muito esforço, Draco bateu nele o mais odiosamente que foi capaz, levando-o ao nocaute de forma fácil. O loiro nem ao menos parecia cansado.
Mesmo que Paul já estivesse desmaiado, Draco continuou batendo contra ele e gritando uma infinidade de palavrões que Hermione nem se quer conhecia.
- Desgraçado! Você só tem força para bater em mulheres!
Hermione cruzou os braços contra a barriga, seu estomago revirava violentamente, e ela não pôde evitar o enjôo e a onda de vômito que viera de repente. Levantou um pouco a cabeça, mas não tinha forças para tirar os cabelos da face, e acabou vomitando ali mesmo, sujando o chão e o próprio cabelo.
Ela não viu o momento em que chegaram, ouviu apenas os ruídos de vozes em volta de si e sabia que havia muitas pessoas naquele quarto. Hermione podia reconhecer muitas das vozes que penetravam em seus ouvidos, principalmente a do capitão e a de alguns seguranças que tentavam manter Draco longe de Paul. Os gritos irritados do loiro ainda ecoavam em todo o aposento, definitivamente ele estava exaltado.
- Tira ele daqui! Senão vou usá-lo para alimentar os tubarões! Some com ele! – Draco esbravejava a todo o tempo.
Dois brutamontes e o capitão seguraram Draco com força, agora mais calmo, mesmo que ainda estivesse com ímpetos de avançar sobre Paul novamente, e desta vez seria para matá-lo. Ao mesmo tempo uma senhora se dirigia até Hermione e tocava-lhe o rosto cautelosamente.
- Capitão! Precisamos de um médico! Ele a machucou muito! Chame um médico!
Foi a voz da mulher que fez Draco reagir e, enfim, olhar para Hermione. Antes de se aproximar dela, pela primeira vez, ele disse aos demais que estavam naquele quarto.
- Saiam todos! Agora! Saiam!
- Mas Senhor Malfoy, ela precisa de cuidados!- a velha insistiu.
- Sai!- ele berrou impaciente, observando a expressão assustada que a senhora estampou em sua face.
- Tem certeza?- o capitão perguntou, novamente.
- Só mantenha aquele cara longe de mim, e principalmente dela! Senão eu juro que o jogo no mar! – Draco disse calmo, ainda sem olhar para Hermione, que parara de vomitar, mas que tremia descontroladamente.
Alguém, naquele momento, lhe entregou as rosas e o vinho que ele havia jogado pelos corredores diante do desespero de defender Hermione. Recebendo as rosas e a garrafa nas mãos, Draco as colocou em um canto qualquer.
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Se aproximar de Hermione foi muito mais difícil do que surrar o desgraçado que fizera aquilo com ela. Ele tocou o rosto suado dela de forma suave, temendo machucá-la ainda mais.
- Eu sinto muito. - Ele disse num fio de voz, e ela usou o que restava das forças em seus braços para abraçá-lo.
Com aquela demonstração clara de afeto, eles choraram juntos por alguns minutos.
- Eu vou cuidar de você, Granger.
Draco a carregou para o banheiro e a colocou sentada sobre o sanitário, enquanto voltava ao quarto por alguns instantes. Hermione mal conseguia se firmar sobre o sanitário, sua cabeça girava violentamente, e desejou que ele não a deixasse ali, só, por muito tempo. Mas ele voltou logo em seguida, e a tomou nos braços novamente, após despi-la da calcinha e do que sobrara da camisola.
Ele tentou evitar as lágrimas, ao carregá-la pelo banheiro, mas seus olhos inevitavelmente passeavam pela sua pele ferida e marcada, obrigando-o a visualizar todos aqueles hematomas e, assim, deixando que as lágrimas escorressem por sua face sem que ele pudesse evitar.
Havia visto a varinha dela sobre o criado-mudo, certamente ela não conseguira alcançá-la a tempo, caso contrário aquele maldito jamais teria feito aquilo com ela.
Dos braços dele ela pôde ver que o quarto fora magicamente ampliado, e uma enorme banheira de água morna e perfumada estava ao centro do aposento. Com delicadeza, Draco a colocou dentro da água, que a envolveu como uma carícia prazerosa.
- Você precisa descansar. - ele disse, apanhando sua varinha e levando-a até a testa dela.
Sussurrante, Draco executou um feitiço que a fez perder totalmente os sentidos. Mas Hermione sabia que estaria bem, mesmo que desacordada, pois ele estava ali ao lado dela... Cuidando dela. Era sua certeza absoluta.
Uma das mãos dele segurava Hermione delicadamente por detrás do pescoço e, com a outra, a qual mantinha a varinha em punho, ele fez com que um dos botões de rosas flutuasse até ele. Quando a rosa estava próxima o suficiente, ele a pegou. Colocou-a sobre o chão, bem próximo a ele, e murmurou um tipo de cântico como se estivesse enfeitiçando a rosa com sua voz. Depois, pegou-a suavemente entre os dedos e depositou um beijo calmo sobre ela, roçando seus lábios pela superfície camurça da flor.
Com lágrimas nos olhos ele a mergulhou completamente dentro da água, acima do corpo de Hermione, que dormia tranquilamente naquela banheira, completamente alheia ao ritual que se seguia em sua volta.
Com suavidade, ele passou o botão de rosa molhado pela face machucada de sua morena, muito devagar para que não a ferisse com aquele movimento. Exatamente onde as pétalas acariciavam, restaurava a sua pele machucada. Primeiramente, ele a passou na região dos olhos e, depois, sobre os lábios, que se restauraram rapidamente dos pequenos cortes que sofrera.
Continuou silenciosamente naquele ritual, passando a rosa pelo pescoço dela, que continha muitas marcas vermelhas causadas pelos dedos que tentaram sufocá-la. Continuou sua trilha de cura pelo colo, muito marcado por chupões e mordidas, até que alcançasse um dos seios onde havia uma marca muito roxa visível.
Levou o botão de rosas aos pulsos vermelhos e inchados, certamente por terem sido fortemente apertados e torcidos por Paul. Lentamente, levou as pétalas suaves pela pele vermelha e roxa na base dos seios. Com calma, ele apoiou o pescoço dela contra a banheira para que pudesse ter ambas as mãos livres. De forma vagarosa, Draco retirou as pétalas da rosa uma a uma. A imagem daquelas pétalas boiando na água sobre o corpo de Hermione era algo que fez com que ele suspirasse profundamente. Draco tocou a superfície da água sem afundar a mão dentro da banheira, agitando a mesma e murmurando algum encantamento que fez com que as pétalas desaparecessem da água, como se houvessem sido diluídas e absorvidas pela mesma.
Draco aprendera aqueles feitiços com a sua mãe. A Sra. Malfoy costumava dizer que aquele era um segredo que lhe pertencia, apenas, sem estar contido em nenhum livro. Ele já a vira realizando o encantamento em seu pai várias vezes quando este voltava de algum combate. Embora soubesse que ele nunca merecesse aquele tratamento, Lucius era o amor dela.
Contudo, era a primeira vez que Draco o realizava e estava inseguro quanto a estar realmente fazendo tudo corretamente. Com uma das mãos, segurou a cabeça dela e muito lentamente a mergulhou na água, para que ela fosse totalmente submersa. Draco a manteve lá apenas alguns segundos, pensou que ela talvez despertasse, porém, ela continuou na sua inconsciência tranqüila.
Sabendo que ela não despertaria tão cedo, e descanso era tudo o que ela precisava agora, Draco a levou para a cama e a enxugou delicadamente. Ai final do processo, mesmo muito desajeitado com a situação, ele a vestiu com uma outra camisola branca que encontrou no quarto, porém, tão logo o tecido estivesse totalmente em contato com a pele dela, o mesmo mudou de cor, deixando o branco azulado para se tornar vermelho-sangue...
Ela dormia tranqüila, as mãos repousavam sobre a camisola de forma inconsciente. Draco retirou a caixinha de veludo que trouxera consigo na viagem, havia estado no bolso da sua calça aquele tempo todo. Se ainda tinha alguma dúvida de que iria dar a ela o anel de família, o anel que fora de sua mãe, essa duvida se esvaiu ao vê-la tão frágil, tão serena.
Mesmo trêmulo, ele segurou delicadamente a mão direita dela e, lentamente, escorregou o Anel de Diamantes pelo dedo dela.
Diamond ring, wear it on your hand
Anel de diamantes, use em sua mão
It's gonna tell the world, I'm your only man
Vai dizer ao mundo que eu sou seu único homem
Diamond ring, diamond ring
Anel de diamantes, anel de diamantes
Baby, you're my everything, diamond ring
Baby, você é tudo para mim, anel de diamantes
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