Capítulo 36 – Intrigas e mais intrigas
Quando Hermione acordou naquela manhã, Draco já havia tomado banho e estava vestido para as aulas. Encontrava-se sobre ela, beijando-a._Amor, acorda. Mi!
_Oi! - ela gemeu preguiçosa.
_São quase sete, me arrumei para aula, mas você pode e deve dormir até mais tarde.
_Não queria perder aula, Draco. Mas estou cansada, com uma preguiça. - ela resmungou e ele sorriu.
_Tudo bem. Venho te ver no primeiro intervalo, se estiver disposta pode assistir as últimas aulas da manhã. Mas tenho certeza de que... Vai ficar aqui, quietinha. - ele ordenou carinhosamente e ela sorriu, enquanto o beijava rapidamente e fechava os olhos de novo.
Estava feliz pó ele tê-la acordado antes de sair, mas tudo que ela mais queria era dormir de novo...
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Blaise esperou por Gina num dos corredores. A maioria dos alunos ali eram primeiranistas, que corriam pra lá e para cá.
_Gina. – ele chamou correndo atrás dela, que apertou o passo, o evitando, mas ele se apressou e a alcançou.
_Oi. - ela disse com desgosto.
_Para de me evitar, quero falar com você.
_Falar o quê? Que está afim de transar comigo? Eu tenho namorado, Blaise, e aquele beijo jamais deveria ter acontecido.
_Você e o Testa-Rachada estão a um passo de terminarem. É a nossa chance, termina com ele, Gina. Por favor! - ele pediu carinhosamente e ela parou para olhá-lo.
Encarou-o por alguns segundos.
_Blaise, o Harry é um cara honrado e eu o amo desde menina. Ele está passando por uma fase difícil, teve de lutar, vencer o Voldmort, perder amigos... Isso tudo mexeu com ele. Mas ele é legal, e me ama.
Blaise engoliu em seco, não podia falar de amor. Sonserinos não falavam de amor, ele não falava de amor. E esse era o único trunfo de Potter contra ele. Potter era um cara totalmente voltado e movido por aquele sentimento.
_Também posso ser legal! – ele disse fraco e ela sorriu.
_Sim, você é legal. Mas nunca encontrarei em você o amor que tenho com ele.
Gina disse e saiu apressada, com lágrimas nos olhos.
Blaise ficou parado, pensando na veracidade do que ela dissera.
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Pansy encontrou um aluno, provavelmente do segundo ano da grifinória, e o segurou pelo colarinho.
_Vem cá, pirralho.
_Oie! – o menino falou meio amedrontado.
_Entra aí nessa espelunca da Grifinória e fala pra Vane que eu quero falar com ela. Agora.
_Sim. – o menino respondeu e quase caiu no chão quando ela o soltou. E correu pela passagem do retrato. Voltou minutos depois, seguido por Romilda Vane.
A criança parou próxima às duas. E ficou ali parado, talvez esperando um agradecimento.
_Sai fora. – Pansy rosnou e o menino correu escada abaixo sem olhar para trás. – E aí, conseguiu ficar com o Potter ontem à noite?
_Não. Eu não fui ao local combinado. – respondeu Romilda de mau humor – Vamos sair daqui, não quero ser vista com você.
_Ah, não. – Pansy a olhou com desagrado. - Tudo bem, vamos...
Logo que estivessem numa sala de aula vazia, ela disse:
_Agora, senhorita certinha, conseguiu ou não ficar com o Potter?
_Não. Não pude sair do dormitório ontem. – respondeu com desgosto.
_Por quê?
_Porque levei uma surra da Weasley. - ela contou com raiva.
A face da Pansy se contorceu em espanto.
_Não acredito.
_Ela me pegou no banheiro. E me ameaçou.
Pansy riu.
_Por que está rindo, Parkinson? Também apanhou da Hermione. - Romilda disse com mais raiva ainda.
_Isso não vem ao caso. Mas, olha, isso é um motivo a mais pra você ficar com o namorado dela.
_Não sei se é uma boa idéia, Parkinson. Já me meti em confusões demais. – Romilda falou amedrontada.
_Se você não ficar com o Potter, eu mesma vou ficar. – Pansy disse com um rosnado.
_Está maluca, garota? Qual dos três você quer? Draco, Blaise ou Harry? Não entendo porque quer fazer isso tudo.
_Não é pra entender mesmo. E eu não quero nenhum, só que também não vou permitir que grifinórias idiotas fiquem com os melhores sonserinos. Não é justo!
_E por que você iria querer o Harry?
_Preciso ter acesso ao quarto da vaca, para poder cuidar da minha plantinha... - Pansy disse com um sorriso maldoso.
_Não te quero perto do Harry. Se ele não ficar com a Weasley, ele vai ficar comigo. Com você, não. – Vane disse irritada.
_Então, faça seu trabalho direito, Vane. Preciso alimentar a Mandrágora mais vezes. – ela disse enigmática.
_Pansy, o que você exatamente fez com essa mandrágora? Eu a roubei da estufa pensando que a usaria numa poção. Diga-me. - exigiu.
Pansy sorriu diabolicamente.
_Bobinha. Estou a alimentando com o sangue da Sabe-tudo. Assim, enquanto a planta fica mais forte, ela fica mais fraca a cada dia. - Pansy disse com falso ar angelical.
_Mas... E o bebê dela? – Romilda perguntou assustada.
_Talvez ele precise de uma mãe carinhosa, depois que a dele morrer durante o parto. Vai ser fácil para eu cuidar de um viúvo com um filho pequeno. Depois, é só mandar o pirralho para algum internato...
_Você é diabólica. – Romilda disse assustada.
_Sim, e você vai me ajudar. Por que não vai querer que eu me vire contra você, vai? - Pansy a encarou e Romilda saiu da sala sem dizer nada.
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Perséfone estava almoçando tranqüilamente. Recusava-se a deixar que Parkinson influenciasse a sua vida e tirasse seu bom humor. Porém um aviãozinho flutuou a sua frente. Era em tons vermelhos e, por isso, ela já suspeitava de quem fosse. Pegou-o no ar e abriu, com o coração aos pulos.
“Vai me dizer onde está treinando hoje? Ou terei de escolher um lugar e esperar coincidência? R.W.”
O sorriso em seus lábios surgiu sem que ela percebesse. Olhou para a mesa Grifinória e avistou o ruivo de boca cheia, mordendo uma maçã. Com um gemido, se encolheu no banco e respondeu.
“Não estou afim de treinar hoje, mas se quiser caminhar um pouco pelo campo de quadribol... P.B.”
Rony sorriu quando o aviãozinho retornou, porém dessa vez com as cores sonserinas. Sorriu antes de enviá-lo de volta.
“Por que campo de quadribol e não os jardins que estão tão bonitos nessa época do ano? R.W.”
Perséfone leu a resposta. Não deixaria o ruivo no vácuo.
“Não posso correr o risco de ser vista com um grifinorio, e como quase ninguem vai lá... P.B”
Rony sorriu ao receber a resposta. Ela era muito atrevida, e não deixaria última palavra para ela, não mesmo.
Perséfone abriu o aviãozinho pelo que parecia ser a milésima vez, porém se surpreendeu: não havia palavras. Apenas um desenho de duas pessoas. Um desenho simples, mas eles estavam de mãos dadas e no peito de cada um o escuda da sonserina e da grifinoria, respectivamente. E embaixo havia uma palavra: Amigos!
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Hermione se levantou com muita dificuldade, estava muito cansada, mas queria ir ao almoço. Se Draco havia voltado ao quarto no intervalo da manhã, ela não vira. Mas descera para o refeitório a fim de encontrá-lo. Sentou-se ao lado de Rony, que mal a cumprimentou, pois estava entretido demais trocando aviõezinhos com a mesa da sonserina.
_Terminou? - ela perguntou rindo da expressão boba no rosto do amigo, que sorriu ainda mais abertamente.
_Claro, como você está?
_Bem, muito bem. Agora me explica: como você está? Porque, pelo jeito, o seu interesse na pequena sonserina vai de vento em polpa. – ela riu.
_Ela é legal... Eu só... Sabe, queria saber mais sobre ela.
_Pergunte a ela, oras?! – o amigo a olhou feio
_Você sabe que ela não diria nada. Não foi assim o seu marido? – disse com dificuldade, ainda era estranho saber que Draco era esposo de Hermione. – Sonserinos são calados como serpentes.
_Tudo bem, tudo bem... - ela respondeu rindo – Procuro saber algo sobre ela pra você.
_Já disse que te amo hoje? – o ruivo perguntou de boca cheia.
_É melhor dizer isso na minha presença, Weasley. Pode ser que eu não interprete bem e pense que está cantando a minha mulher. – disse Draco se aproximando e segurando Hermione pelos ombros.
Embora estivesse com uma expressão dura nas faces, se notava que não estava de todo ciumento.
_Oi! - ela disse alegre.
_Bom, Mione, é melhor não dizer que te amo agora. Não com esse trasgo do seu marido em seu encalço. Não quero apanhar essa tarde. Preciso estar com o rosto bonito para... - ele ia dizendo e enrubesceu.
_Hum, Weasleyzinho arrumou uma namorada? - Draco sentou-se interessado.
_Para meu desgosto, uma sonserina. Ah, Merlin... Por que ela não podia ser da Lufa-Lufa ou da Corvinal? Tinha de ser sonserina? Já não basta ter de conviver com um sonserino loiro e idiota? - Rony devolveu em tom de brincadeira. Um dos olhos acompanhando a conversa e o outro grudado em cada expressão de sua sonserina.
_Ah, eu tenho a resposta. É porque os sonserinos são os mais lindos... Charmosos... Cheirosos... Inteligentes... Gostosos... – Draco começou a enumerar convencido.
Rony e Hermione riram animadamente e viram Harry se aproximar.
_Posso me sentar aqui com vocês? – ele perguntou
_Claro. – Hermione respondeu sorridente.
_Hermione, perdi a fome. - Draco avisou e ia saindo quando Hermione o segurou. – Fica aqui comigo, por favor. – ela suplicou com os olhos e ele cedeu.
_Tudo bem com você, Hermione? Soube que esteve na ala hospitalar.
_Estou bem, sim, Harry. Obrigado por perguntar. – ela respondeu séria.
_Harry, você viu a minha irmã? Ela anda meio distante esses dias.
_Estamos com problemas, eu e ela. – ele respondeu cabisbaixo. - Acho que ando sendo muito canalha ultimamente.
Draco o olhou com desgosto. Hermione encarou Rony, que ficou vermelho.
_Harry, eu te estimo muito, mas se você fizer algo com a Gina que a magoe, eu...
_Rony, isso é problemas deles. - Hermione interviu vendo a expressão assassina do ruivo.
_Qual é, Hermione, deixa o Rony defender a irmã dele, afinal o Potter sabe bem como é interferir na vida alheia. – Draco disse com rancor, olhando para o ruivo. E Harry abaixou mais a cabeça.
_Draco! Não venha por mais pó de Flu na lareira. - ralhou Hermione.
_Ei, o Potter vai colher as mandrágoras que semeou. Ele tem sido um garoto muito sonserino para estar na grifinória! - Draco disse em tom divertido, vendo o embaraço de Harry.
_Do que está falando? O Harry passou por momentos difíceis, mas... - Hermione o defendeu.
_Hermione, eu não mereço. Não me defenda. – Harry disse com olhares suplicantes para ela. - Não tenho sido um bom namorado ou um bom amigo para o Rony e, especialmente, para você. Eu fiz coisas e hoje me ponho a pensar se estava certo.
_Do que você está falando?
_Você não contou a ela? – Harry encarou Draco curioso.
Ele suava muito, queria se redimir de suas falhas, de sua teimosia, mas não sabia se seria tão fácil.
_Isso é problema seu, Potter, não tenho culpa se você agiu como um canalha. – Draco respondeu ríspido.
_Querem parar com isso e me falar logo o que está havendo? – Hermione disse brava.
_É que... Posso ficar sozinho com ela? - ele perguntou tímido.
_Não. – berraram Draco e Rony de uma vez, e os dois o encaravam com olhar nada amigável.
_Rony! - Harry suplicou.
_Harry, você tem agido de maneira estranha ultimamente. A Hermione está frágil, não posso deixar que fale coisas que a magoem. Não mesmo. - Rony disse com muita seriedade e Draco o apoiou com um aceno.
_Vocês dois, querem parar! – Hermione disse resignada - O Harry não me faria mal, não é mesmo, Harry? – ela perguntou o encarando curiosa.
Ele engoliu seco antes de responder.
_Não. Não faria, porém eu tentei interferir na sua vida. Nas suas decisões. – ele disse cabisbaixo.
_Como assim?
_Antes de você perder a memória, eu fui um dos primeiros a virar a cara pra você. Na verdade, todo mundo fez isso, porém eu acho que fui o mais influenciador. Depois, quando você caiu e perdeu a memória, eu tentei fazer com que o Draco te deixasse. Na verdade, eu pedi isso a ele. Exigi. – ele contou suspirando.
_E o que ele disse?
_Me mandou pra puta que pariu, e só não me espancou porque a Gina chegou. E ela também brigou comigo por isso.
_Harry... - Ela disse com olhos cheios de lágrimas – Como você pôde querer que ele me deixasse? Eu espero um filho dele.
_Eu sei, Hermione. Mas me sinto tão mal sobre você ficar com o Draco.
_Você não sabe da nossa vida, do nosso dia a dia! Com certeza alguma coisa mudou entre a gente. E nós somos uma família. - ela disse incrédula, e sentiu Draco segurando a mão dela, como um gesto de apoio.
_Sinto muito. Você não merecia isso vindo de mim. Espero que possa me perdoar.
_Não mesmo, Potter. Não quero a minha esposa perto de você. - Draco disse e se levantou, puxando Hermione consigo.
_Calma, Draco! - Hermione disse se levantando devagar.
_Calma nada. Vamos, te quero longe dele. Ele só quer nosso mal, Hermione, ele não entende que estamos bem. Não me admira se ele se juntar com a Pansy e a Vane para ficar de fuxicos contra nós dois.
Hermione o olhou e suspirou antes de dar tchau para Rony, mas não disse nada a ele. Saiu de mãos dadas com Draco.
Mas logo pararam num dos corredores e ela se apoiou na parede.
_Você está bem?
_Cansada. Draco, não acredito que o Harry estava fazendo isso com a gente. Digo, tentando nos separar e...
_Esqueça-o. Nós não vamos nos separar e ponto. – ele decretou dando um pequeno beijo nos lábios dela.
_Olá, casal mais lindo de toda Hogwarts. – Pansy disse com desdém se aproximando.
Os dois suspiraram cansados.
_Pansy, cai fora. - Draco ordenou bufando.
_Nossa, não sabe receber um elogio? – ela disse falsamente ofendida.
_Não quando ele vem de uma serpente venenosa. - Hermione respondeu.
Pansy arqueou as sobrancelhas e sorriu.
_Draco querido, sabe o trabalho de herbologia? Já nos inscrevi como uma dupla, já que sua adorável esposa está impossibilitada de te acompanhar esses dias.
_Você fez o quê? – Draco quase gritou.
_Ele não vai fazer trabalho nenhum com você. – Hermione disse e deu um passo saindo de perto de Draco indo à direção de Pansy, mas Draco a segurou.
_Só queria ajudar. Afinal, nós duas sabemos o quanto o Draco é bom no que faz – ela piscou maliciosamente – As outras meninas iam querer se aproveitar da situação. Pelo menos assim você não perde, Granger, pois tudo que ele dá a você eu já conheço.
_Pansy, eu te arranco os olhos. – Hermione rosnou tentando se soltar das mãos de Draco, que a segurou ainda mais firme.
_Ei, só estou dizendo a verdade, nada além da verdade. Eu sei exatamente como Draco é na cama, sei o que ele gosta de fazer e de receber. - ela disse com um ar safado.
_Parkinson, suma daqui! – ele ordenou.
_Por quê? Vai soltar sua ferinha encima de mim? Não creio que ela agüente muita coisa com esse barrigão. Enorme do jeito que está, vai acabar rolando as escadas de novo. - Pansy riu alto. – Afinal, ela é a imagem da desgraça.
_Pansy, eu estou grávida, não morta. Eu juro que te quebro a cara. - Hermione disse alto e com muita raiva – Me solta, Draco!
_Não. – ele disse e abraçou Hermione pelas costas.
_Me solta! - Hermione exigiu, vendo a Parkinson rindo com deboche.
_Que foi? Está acontecendo alguma coisa aqui? – Gina chegou e Hermione se sentiu aliviada. Sabia que a amiga a ajudaria com Pansy.
_Ah, que fofo! Chegou a besta ruiva para fazer parte do show de horrores.
_Sim, onde você é a atração principal, porque vai estar desfigurada. – Gina disse e foi pra cima de Parkinson com tudo, porém Draco soltou Hermione e segurou Gina com a mão livre.
_Não vai se meter em confusão, Weasley. – Draco ordenou.
_Você não manda em mim, Malfoy. – Gina replicou e tentou se soltar.
_Claro que não, Draquinho. Talvez o Blaise mande nela, ou o Potter, mas você não. Afinal, você não quis trepar com ela, não é mesmo? – Pansy se encostou a parede, rindo – Ah, cena patética!
Harry chegou no exato momento em que Draco não podia mais segurar as duas e, vendo que Gina correria até Pansy com um instinto assassino, ele a segurou pela cintura.
_Epa! Aonde você vai?
Draco ficou feliz de ver o testa rachada, pois, embora achasse que a Pansy merecesse aquela surra, ele não queria que Hermione corresse o risco de se machucar e muito menos que Gina ficasse em detenção ou algo assim por bater na Pansy.
_Nossa! Melhor eu ir embora, as coisas aqui estão esquentando. - ela riu – As feras estão soltas... Uma baleia, uma trestália ruiva e um corno assumido. Cuidado, Potter, essa sua cicatriz pode abrir a qualquer momento e o chifre se tornar público. – Pansy disse e saiu em disparada rindo.
Porém deu de cara com Blaise, que a segurou.
_Anda provocando as meninas de novo, Pansy?
_Me solta, Zabini. – ela disse ríspida, porém se virou rapidamente, notando o olhar ciumento de Gina sobre eles, e resolveu aproveitar o momento. – Sei que gosta de se agarrar a mim... Como nos velhos tempos. – ela disse melosa e se esfregou nele, beijando lhe o pescoço sensualmente.
_Para com isso, Pansy. - ele disse bravo e a empurrou.
_Qual é, Blaise? A gente fazia coisas muito piores, até você resolver ficar de na... - ela foi interrompida por Blaise, que caminhou os passos que os separavam e rodeou o pescoço dela com a mão.
_Se você me prejudicar, Pansy... - ele rosnou baixo, com a traquéia dela apertada em seus dedos.
Pansy esperneou e grunhiu por socorro.
_Oh, Merlin. – Draco reagiu e correu até o amigo, puxando a mão dele. Mas ele não desistiu, estava furioso. – Para, Blaise. – Draco ordenou – Você vai matá-la. Para.
Porém Blaise não ouvia ninguém. As vozes de Gina e Hermione pedindo para que ele parasse não foram ouvidas. Pansy já estava com a face vermelha e seus olhos lagrimejavam enquanto ela lutava debilmente para se soltar de Blaise.
_Para, Blaise solta ela. Blaise! - Hermione gritou.
_Blaise, você vai matá-la. Harry, faça alguma coisa! – Gina berrou para que Harry, que olhava atônito. Draco continuava tentando fazer com que Blaise soltasse a sonserina.
Harry caminhou rápido, se aproximou e ajudou Draco a empurrar Zabini para longe de Pansy.
_Não me toque, Potter! - Blaise gritou e empurrou Harry de volta com força o suficiente para fazê-lo cair.
Gina e Hermione gritaram assustadas com a reação dele.
_Você está louco? Eu estou te ajudando. – Harry gritou ficando de pé e tocando o braço de Blaise.
_Já disse para não me tocar. – Blaise deu um soco violento em Harry, que caiu de novo.
_Desgraçado! - Harry levantou antes que Gina pudesse chegar até ele. Revidou o soco que levou.
Em questão de segundos, Blaise e Harry trocavam pontapés e socos pelo corredor. Draco tentava separar, mas realmente tinha interesse que Blaise batesse mais, portanto se limitou a segurar Harry e pedir que Blaise parasse. Mas como o amigo não o ouvia muito, isso dava Harry a uma pequena desvantagem.
_Draco Malfoy, estou vendo o que está fazendo. É melhor parar agora!- Hermione gritou enfurecida.
_Parar? Estou tentando separar esses dois idiotas. – ele disse inocentemente, soltando Potter.
_Harry, para, por favor, Harry... - Gina suplicou vendo Harry bater em Blaise dessa vez.
_Não, Gina. Esse desgraçado vai ver só. Há dias que ele está me infernizando. – Harry falou ofegante e levou um soco de Blaise.
_Eu não te infernizo, eu quero a sua namorada, não percebeu, idiota?- Blaise disse e levou dois socos.
_Seu centauro sem mãe, vou matar você se ousar tocar na minha Gina, entendeu? - Harry gritou furioso atacando Blaise novamente.
_ Que cena... Interessante. - fala Snape chegando junto a Minerva. - Então eu chego, logo depois de passar meses me recuperando da batalha final, e no primeiro dia, o que encontro? Sonserinos e Grifinórios trocando socos nos corredores.
_Vergonhoso, senhores e senhoras. - fala Minerva com um tom de voz que faria até Voldemort tremer. - Espero que estejam prontos para algumas punições. Os monitores chefes envolvidos em tamanha confusão!...
_Foi ele que começou! - fala Pansy aprontando para... – Todos contra mim. Ele tentou me matar.
_Sua falsa, quem começou foi você! - Hermione disse nervosa, temendo que os professores acreditassem em Pansy .
_Eu fui agredida! – ela disse mostrando seu pescoço marcado pelos dedos de Blaise.
_Não dou a mínima! - fala Snape seco. - Cada qual para sua casa. Agora!
_Isso não vai terminar assim! Essa Pansy é uma vaca de asas sem mãe. – Gina gritou.
_Olha o linguajar, senhorita Weasley. – Minerva corrigiu rapidamente.
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Perséfone observava tudo de um dos corredores, torcia para que Blaise enforcasse a Pansy e que Draco e Blaise espancassem o Potter. Rony se aproximou por trás dela cautelosamente.
_O que está havendo?
_Ai, que susto! Psiu. A coisa está feia. E seus amiguinhos e sua irmã estão no meio. A cobra da Pansy tirou todo mundo do sério. – Ela contou baixo.
Rony espiou por cima dela...
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_AGORA!!! - ruge Snape com a voz forte e eles se separam imediatamente. - Sr. Malfoy e Srta Granger. Acompanhe-nos.
_É Sra. Malfoy, agora. - fala Hermione olhando para Snape.
_Que seja. - fala Snape com desdém. - Acompanhe-nos, por favor. É hora de esclarecermos essa história.
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_Ah, não! A Pansy não vai sair impune assim, não vai mesmo. – ela disse brandindo devagar a sua varinha
_O que está fazendo?
_Aramisembaratic!
Ela disse baixo apontando para Pansy, e Rony viu, com olhos perplexos, Pansy caminhando sozinha pelo corredor, com passos incertos. Ela sentiu a azaração e passou a mãos pelo cabelo.
O mesmo estava enrolado e espetado como arame. Pansy gritou de raiva. E os dois riram.
Ele olhou travesso para ela e disse:
_Pode melhorar. – ele disse balançando a varinha sem dizer nada.
Os fios de arame que os cabelos de Pansy havia se tornado viraram pequenas serpentes, que se agitavam pela cabeça dela.
_AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!
O grito de Pansy ecoou pelos corredores e todos que ainda estavam no local da confusão olharam em direção a ela, que corria voltando para o lado dos professores. Pedindo socorro.
Gina e Hermione começaram a rir. Draco olhou para Hermione desconfiado.
_Qual de vocês fez isso?- Minerva gritou. Todos levantaram as mãos, mostrando que não estavam com as varinhas.
Snape olhou direto pelo corredor, tentando avistar outros alunos.
_Ops, hora de dar o fora. – Rony disse baixo, e segurou a mão de Perséfone. Saíram em disparada.
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Minerva preparou um banco no corredor do lado da entrada da diretoria. Snape avisou.
_Todos serão ouvidos, porém espero que não haja mais confusões. Nem azarações, muito menos socos e pontapés. Caso desobedeçam, serão expulsos num piscar de olhos.
_Professor, posso ser ouvida primeiro? Estou muito cansada – Hermione pediu pálida.
_Não devia, mas venha, senhora Malfoy. – Snape disse a contra gosto.
_Ah, isso não vale, ela está dizendo isso para ter tempo de falar contra mim. – Pansy reclamou.
_Cale-se, Senhorita.
_Meu marido pode ir comigo?
_Venham. – Snape disse e os dois o seguiram.
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Ganharam os corredores numa velocidade sem igual. Seus pés atropelavam os passos, as pernas moviam-se freneticamente. Os risos foram inevitáveis, bem como a proximidade entre eles. Quando as pernas falharam e o ar faltou, Perséfone escorou-se numa das paredes, curvou o corpo para frente e apoiou as mãos nos joelhos flexionados. Os lábios entreabertos, buscando ar, pelos quais ainda saíam o delicioso som de risos, para deleite de Ron Weasley.
_Eu vou pega-los, suas pestes! – grita Filch. – Madame Norra!
_Droga, aquele velho tá atrás da gente. - diz Rony parado frente a ela, que cessou os risos.
_Você é doido. Com todos aqueles gritos e a correria, quem não nos escutaria? – diz com um quê de ironia na voz, embora com um sorriso divertido.
_Você que estava gargalhando pelos corredores, espertinha! – uma mão grande, porém gentil, afagou carinhosamente seus cabelos.
_Você é a pessoa mais barulhenta que eu já vi. Daria para ouvir seus passos em Hogsmeade, Weasley. – disse endireitando-se e passando a mão nos cabelos revoltos, tentando abaixa-los.
Mãos apressadas ajeitaram a roupa torta sobre o corpo delgado, apertaram o nó da gravata que pendia em seu pescoço e movia a saia um pouco mais para a esquerda, firmando-a sobre o quadril arredondado. Os olhos famintos de Ronald acompanhavam cada movimento, seus pés instintivamente movendo-o para mais perto.
Sabendo que estava tudo mais ou menos próximo ao aceitável, Perséfone levantou a cabeça e encontrou os olhos azuis cobalto do ruivo encarando-a intensamente. Uma das mãos dele foi parar em sua nuca, puxando-a para mais perto... As mãos femininas, suadas pelo nervosismo, não sabiam onde se encaixar. Ela não sabia o que fazer com os braços, com a cabeça, com os lábios... Mas gostava da sensação de sentir o hálito de menta dele tão próximo aos seus lábios...
_Miau! – o som os interrompeu abruptamente, fazendo-os se afastarem.
Madame Norra os encarava com seus olhinhos de gata, desafiando-os com sua postura ereta. Outro miado. Passos no corredor.
Desespero. Divertimento.
_Vem comigo.
Ela sentiu sua mão ser envolvida pela do ruivo com firmeza e deixou-se ir. Um riso formou-se em sua garganta e morreu em seus lábios enquanto ela corria desgovernada mais uma vez.
_Entre aqui, vamos, rápido. – sussurrou ele em seu ouvido. Arrepio.
_Certo. – entrou em seguida. Uma porta fechou-se atrás dela. – Tem certeza que não está me raptando, Weasley?
_Depende. Você pode ser raptada? – disse movendo-se de encontro a ela, o que não era muito difícil, dado o mínimo espaço do lugar.
_Não. – responde com um sorriso enviesado que ele não chegou a ver, uma vez que estava no mais completo breu.
_Foi o que pensei. Por isso, nós estamos apenas nos escondendo do Filch... – de repente, a voz dele estava sussurrando as palavras ao pé de seu ouvido, as mãos firmemente presas em sua cintura. – Por tempo indeterminado.
_E o que faremos nesse tempo indeterminado? – perguntou com a voz alterada devido ao nervosismo que o momento provocava nela.
_Eu posso pensar em milhões de coisas... Mas não acho que você irá gostar muito. – uma risada rouca, divertida e curta escapou dos lábios de Ron, adentrando no ouvido de Perséfone como chocolate, fazendo-a derreter.
_Eu não poderei saber se gosto ou não se você não me mostrar... - sua voz foi silenciada pelos lábios do ruivo, que se aproximavam cada vez mais dos dela.
Sentiu mãos grandes e gentis subirem por sua coluna, encontrando apoio em sua nuca, fazendo um gostoso arrepio perpassar-lhe todo o corpo. Seus olhos se fecharam e seus lábios entreabriram levemente, esperando pelos lábios dele.
Tudo o que Ron poderia dizer é que os lábios dela eram perfeitos. Macios, suaves, cheios. Roçou-os levemente sobre os seus, para logo pressioná-los com mais energia. A mão que estava sobre a cintura feminina trouxe-a mais perto, com um aperto delicado.
Ela estava quase em pânico. “E agora? O que eu faço? SOCORRROOOOO!”. Ela tremia levemente, seus olhos firmemente cerrados, as palmas das mãos suadas, os braços tensos, estendidos ao longo do corpo. O que fazer com eles? Onde pôr as mãos? Merlin, Merlin, Merlin! Ele havia movido os lábios sobre os dela, abrindo-os ainda mais. “O que eu faço agora?”.
O desespero a fez fechar os lábios inconscientemente. Ron se afastou, sentindo-se rejeitado. Suas mãos deixaram o corpo dela e ele virou de costas. Um pedido de desculpas tomou forma em sua garganta e morreu em seus lábios.
_O que disse? - perguntou ela tremendo.
_Desculpa.
_Pelo que? - perguntou em pânico.
_Claramente, você não quer que isso – ele fez um movimento com as mãos, indicando os dois – Aconteça.
Como ele podia dizer isso? Como ele podia dizer isso se ela estava, claramente, desejando de todas as formas que isso acontecesse há anos? Como ele podia dizer isso vendo seu nervosismo, suas mãos que tremiam, seus lábios que quase imploravam pelos dele?
_Cala a boca, Weasley.
Sem aviso prévio, ela o virou e colou seus lábios nos dele pela segunda vez naquela noite. Seus braços, que antes não sabiam o que fazer, passaram ao redor do pescoço do ruivo, puxando-o ainda mais para perto.
Ele, surpreso, não fez nenhum movimento de inicio. Quando deu-se conta de que estava mesmo beijando-a, levou-a de encontro a parede mais próxima, colando seu corpo ao dela. Uma de suas mãos na cintura da moça. A outra nos cabelos, acariciando-os e impedindo-a de se afastar outra vez.
Não interessava que ela não soubesse beijar ainda, ele, definitivamente, sabia. Apenas abandonou-se aos lábios do ruivo, deixando-o guiá-la. Ele o fez com maestria. Quando sua língua tocou o lábio dela, ele sentiu um gostoso arrepio atravessar o corpo feminino. Os lábios não negaram entrada. Ela tinha sabor de maçã.
Quando sua língua tocou a dela, ele poderia jurar ter saído faíscas. Cegando-os para todo o resto, tornando-os conscientes apenas da presença um do outro. O beijo se tornou mais quente e intenso. Ron sentiu a hesitação dela, mas não deixou-se abalar. A mão em sua nuca guiava-a no que fazer. “Não que ela precise muito...”
O ar começou a rarear, mas eles não se importavam. Até que a ardência em seus pulmões tornou-se impossível. Separaram-se devagar, esticando o tempo o máximo possível. Suas testas colaram, os lábios se encontravam vez ou outra na busca por oxigênio. Ela foi a primeira a fazer alguma coisa. Desenganchou os braços do ruivo e se afastou dois passos. Pôs a mão na maçaneta. Sua respiração irregular completamente audível.
_Eu acho... que já podemos sair. - disse ela com a voz baixa.
_Eu também acho. - quase xingou-se por dizer isso, mas nada mais lhe vinha a mente.
_Então... Hum... Tchau.
_Tchau.
Ron só pôde ver sua silhueta nos corredores escuros, em direção às masmorras. Um sorriso formou-se em seus lábios. Havia sido tão... Uau. Com esse mesmo sorriso idiota pintado na face, subiu as escadas em direção a grifinória. Deitou-se e dormiu. Sonhou com uma bailarina de cabelos negros e em seus doces lábios de maçã.
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_Diretora, eu sinto muito. Mas onde eu estou a Parkinson vai atrás, sempre em busca de confusão. - Hermione se defendeu.
_Sim, mas não é a primeira vez que vocês duas se estranham. Gostaria de saber o motivo. – Minerva perguntou curiosa.
_Ela quer meu marido! – Hermione disse enrubescendo. - Ela não aceita o fato de estarmos juntos.
_Mas isso não cabe a senhorita Parkinson.
_Fale isso para ela, não para nós. - Draco disse - Além do mais, eu tenho suspeitas de que ela esteve diretamente ligada à queda de Hermione da escada.
_É uma acusação séria, Sr. Malfoy. Tem provas? - Snape perguntou.
_Não, ainda não. Porém ela tem aprontado pequenas coisas, pequenas intrigas. – Draco disse irritado por não ter provas.
_Isso é um tanto que... Irrelevante para uma acusação desse porte, Sr. Malfoy. E creio que a escola não é o âmbito para esses tipos de picuinhas. Creio que devesse manter ainda mais em sigilo sua vida pessoal.
_Em sigilo? Eu não transo com a minha esposa pelos corredores, se é isso que quer saber. E sobre beijá-la ou abraça-la ou andar de mãos dadas, isso é um direito que me assiste. - Draco disse ficando cara a cara com Snape.
_Contenha-se, Sr. Malfoy! - Minerva interferiu bravamente. – Façamos o seguinte: procurem distância da senhorita Parkinson, pedirei o mesmo a ela.
_Obrigada. – Hermione murmurou pálida.
_A senhora me parece pálida, Sra. Malfoy! Não quero que volte a ala hospitalar. Terei que pedir que se retire da escola até o final da gravidez. Não posso admitir que fique na escola correndo riscos. – Minerva disse preocupada.
_Eu só preciso dormir um pouco. Vou me cuidar.
_Ótimo, estão dispensados. Sr. Malfoy, cuide para que sua esposa permaneça na cama por um tempo, e longe de confusões.
_Sim, senhora. – Draco respondeu.
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_Sr. Potter, eu pensei que depois da guerra se manteria longe de intrigas, já que não há nenhum mistério a ser desvendado. – Minerva disse séria frente a Potter – Pode me dizer por que trocou socos com o Sr. Zabini?
_Foi a Pansy quem começou. Ela andou fazendo fofocas, e então eu e o Zabini nos desentendemos porque ele quer a minha namorada.
_Tem algo a dizer sobre isso, senhorita Wesley? – Snape perguntou.
_O Harry está com ciúmes. É isso. E eu tenho sido amiga do Zabini. - ela contou cabisbaixa.
_Ele dá de cima dela descaradamente. - Harry quase gritou – E eu queria saber o que a Pansy me diria sobre vocês, porém ele tentou enforca-la.
_Chega de fuxico, Sr. Potter. Caso queiram resolver a vida amorosa de vocês dois, façam entre quatro paredes ou ao menos respeitem a imagem da escola. O Sr. está terminantemente proibido de conversar com a senhorita Parkinson.
_E o Potter, você e a Senhorita Weasley podem discutir a relação enquanto arrumam a biblioteca para a Madame Pince durante todas as noites da próxima semana.
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_Senhor Zabini. O senhor tem que responder uma acusação gravíssima. Por que, em nome de Merlin, tentou estrangular a Senhorita Pansy? – Minerva perguntou e Blaise ficou em silêncio.
_Porque ele é um covarde e bate em mulheres indefesas. - Pansy gemeu na cadeira ao lado.
_Cale-se, senhorita Parkinson, todos aqui sabemos o quanto é ardilosa e não tem nada de inocente. Eu, por exemplo, duvidaria até de suas virtudes. – Snape disse e Minerva o desaprovou com o olhar.
_Está me ofendendo, professor. – ela se fingiu de afetada.
_Mesmo? Então prove sua inocência em todas as situações. Essas e as passadas. É melhor não tentar medir forças comigo, senhorita. – Snape disse frio.
_Senhor Zabini, o senhor não se pronunciou. – Minerva insistiu.
_Eu estou afim da Weasley, por isso briguei com o Potter. – ele disse sério.
_E por que tentou enforcar a sua amiga?
_Ela não é minha amiga. Ela é uma vadia que jogou a Hermione da escada, e que vive aprontando, ofendendo as pessoas pelos corredores. – ele disse num rompante.
_Ah, conta pra eles, Zabini, que é porque eu sei que você estava aos beijos com a Weasley na festa da sonserina. – Pansy disse arrogante e Snape e Minerva se olharam.
_Bom, aqui é uma escola, caso ainda não tenham percebido, e aqui não é lugar para brigas e desentendimentos e muito menos conquistas amorosas. Caso você dois se interessem por pares que já sejam compromissados, como o caso do Senhor Zabini e da Senhorita Weasley, e da Senhorita Parkinson e do Senhor Malfoy, ambos devem deixar essas pendências para fora do âmbito escolar. Não estou aqui para resolver problemas amorosos, mas caso eles não estejam dispostos a abandoarem seus pares, vocês devem parar de interferirem na vida alheia. - Minerva disse.
_E, senhorita Parkinson, há uma acusação grave contra a senhorita. Nessa sala, muitos afirmaram que a senhorita tem haver com a queda sofrida pela senhora Malfoy.
_Eles não gostam de mim, professor. Eles não gostam, e tudo que acontece colocam a culpa em mim. Muito me admira que não tenham insinuado que eu sou a responsável pela gravidez da Granger. – ela disse indignada, porém atrevida.
_Não aprecio seu sarcasmo, senhorita! Talvez seja bom usa-lo quando tiver lavando sozinha os banheiros do segundo andar. – Minerva disse.
_Não é justo! Eu quase fui estrangulada, e ainda fizeram meu cabelo virar arame e depois serpentes. - ela disse indignada.
_O penteado combinou com a sua pessoa, senhorita.
_Que detenção o casal Malfoy levou?
_Isso não é da sua conta.
_Mas e o Zabini? Ele me enforcou.
_O senhor Zabini cuidará dos vestiários depois dos jogos de quadribol do próximo mês.
_E quanto à azaração que recebi? Ninguém será punido por isso?
_Não. Primeiramente, por não sabermos quem foi o responsável. E talvez devesse cultivar menos inimizades, seria mais fácil descobrir quem atenta contra a sua pessoa.
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Logo tivessem dispensado os dois últimos alunos envolvidos na confusão, Minerva disse:
_Professor Snape, o senhor deu falta de algum outro aluno nessa confusão?
_Claro. - ele disse com a boca curvada num breve sorriso – Tinha um ruivo a menos nessa confusão.
_Ou talvez não, ele apenas deve estar sendo mais esperto do que os demais. Essa azaração na Parkinson não foi tão à toa assim. - Minerva disse pensativa.
_Realmente, porém foi devidamente merecida. - ele não conteve um sorriso se lembrando do desespero de Pansy ao ter a cabeça cheia de serpentezinhas saltitantes.
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Os dois dias seguintes foram calmos.
Gina não falou com Harry ou Blaise. Parkinson parecia que tinha evaporado do castelo. Blaise estava um tanto taciturno, andando calado e cabisbaixo. A situação de Harry também não era diferente. Draco se desdobrava em cuidados com Hermione, que estava se sentindo mais fraca a cada minuto. Madame Pomfrey já havia estado no quarto umas três ou quatro vezes naquele dia, mas não tinha certeza de que tipos de poção ministrar, e as que usavam não pareciam surtir efeitos. Hermione se levantava pouco, e já estava ficando deprimida com a situação.
Rony e Perséfone também se afastaram depois daquele primeiro beijo trocado no armário. Ambos se sentiam confusos, entretanto muito envolvidos, e a cada hora a saudade entre eles triplicava como se fossem dias.
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O jantar foi servido como habitualmente. Hermione e Draco foram caminhando devagar, a barriga dela estava pesada e a cada dia maior.
Quase no final do jantar, Minerva levantou-se, deu três batidinhas ritmadas com o talher de prata na sua taça, para chamar a atenção dos alunos.
_Atenção, alunos! – disse ela sem precisar elevar a voz além do necessário, sua presença de pé silenciara os alunos em poucos instantes.
_Bom, tenho o prazer de lhes informar que a escola promoverá um baile especial. A Guerra foi vencida mais uma vez, e este fato merece uma digna comemoração, que ainda não foi realizada. Tomando para si esta mais que prazerosa tarefa, Hogwarts promoverá um grade baile, aberto para todos os alunos.
Ela disse e o grande salão se irrompeu em cochichos. As pessoas comentavam umas com as outras... Os rapazes, já de olho em quem iriam convidar. E as meninas, no que iriam vestir.
_Atenção, por favor! – chamou Minerva novamente – O baile será dentro de quinze dias, então providenciem seus pares e suas vestes. Hogwarts estará em festa.
Ela disse com o que parecia um sorriso nos lábios de papelão. Sentou-se e tomou um gole do vinho em sua taça, com divertida repreensão nos olhos, devido à balburdia que se instalara no salão.
“Mas não será assim no final. Não é para todos que terminará em festa...” - Pansy pensou maquiavélica.
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