Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Anel de Diamantes - Cap. 13 - Confissões

Cap.13 Confissões

Potter,
Estou levando a Hermione ao St.Mungus, ela não passou muito bem essa noite. Mas já esta melhor. Assim que sairmos do hospital eu a deixo em sua casa! Não pense que eu passei a me preocupar com você ! Eu apenas respeito o que a Mione me pediu!
Ass: Malfoy


Eles estavam entrando num dos consultórios do St. Mungus quando Hermione disse emburrada:

- Ah, Malfoy! Não acredito que me fez vir ao medibruxo essa manhã! Eu precisava ir ver o Harry, sabia?

- Sim! Já avisei a ele! Não se preocupe, o santo Potter não vai dar com a cara na porta quando for lá em casa.

- Eu já te disse mil vezes que estou bem, Draco! Foi só um mal estar. – Hermione protestou novamente.

- Ah! Granger! Vamos deixar de teimosia e ver logo o doutor, sim! – Resignada, Hermione aceitou.

Entraram no consultório e o médico sorriu simpático para eles.

- Eu sabia que vocês apareceriam aqui ainda hoje. – o médico falou em um tom sarcástico, embora muito amigavelmente e levemente divertido.

- Ela se sentiu mal durante a noite. – Draco informou ao médico. - Ela acordou para beber água e teve tonteiras.

- Não foi nada sério, Draco! Ele que ficou me vigiando, doutor.

- Tudo bem senhorita! Mas quem decide se foi sério ou não sou eu! - o médico disse, e Draco lhe sorriu cinicamente divertido enquanto Hermione bufava de raiva, como se ambos estivessem contra ela. - Deite-se aqui! - o medibruxo ordenou, apontando para o local em questão, no que ela obedeceu prontamente, deitando-se de costas sobre a maca.

O medibruxo trabalhou alguns minutos em total silêncio. Hermione fitava o teto branco, impaciente, e Malfoy vigiava cada gesto do medibruxo muito atentamente. Em um determinado momento, o medibruxo, entretido com seus afazeres, levantou a blusa de Hermione e baixou a calça que ela vestia para poder apalpar o seu ventre ainda muito liso.

Hermione não pode conter uma expressão de dor e susto pelo toque firme que o doutor impôs sobre aquela região. Imediatamente, Draco se tornou apreensivo.

- O que você está fazendo? - Draco perguntou, sua face muito vermelha, ao mesmo tempo em que tirava o medibruxo de cima dela com um único empurrão.

Hermione levou as mãos à boca em um gesto de puro assombro.

- Ora! Rapaz, sou o médico dela e eu preciso tocá-la!

- Ninguém vai tocá-la a não ser eu! - Draco disse mandão, e Hermione começou a tremer violentamente diante daquela aparente discussão.

- Me respeite rapaz! Eu tenho idade para ser seu avô! Não tenho interesse em burlar de sua ...- o medibruxo hesitou em relação às próximas palavras que diria.

- Noiva! Ela é minha noiva!

- Então me deixe trabalhar! Ou eu o coloco daqui pra fora.

- Você não vai ficar sozinho aqui com ela, seu velho tarado! – Draco gritou a plenos pulmões.

- MALFOY! Pára com isso, agora! Seu burro!- Hermione esbravejou repentinamente, atraindo a atenção de ambos os homens para si - Deixe o doutor trabalhar!

- Mas você gemeu! – Draco protestou, certo de que estava com razão. - Deve ter machucado você! E se machucar o bebê?

- Ora! Ontem à noite fizemos coisas piores e.. .- ela disse e, ao notar o sorriso do medibruxo, parou imediatamente, muito vermelha diante do seu constrangimento.

- Eu me preocupei sim. – Draco se defendeu imediatamente.

- Ei! Se estão discutindo sobre relações sexuais, fiquem tranqüilos, não machucaram o bebê de forma alguma. – disse o medibruxo informativamente. - É normal que ela sinta o corpo dolorido, ou algum incômodo. Mas resta vocês entrarem em um consenso sobre o momento de parar. E mais pro final da gravidez vão ter que usar a criatividade para descobrirem novas posições. – ele completou displicente, e ambos ficaram muito vermelhos e sem graça diante das últimas palavras do médico, fazendo com que este último risse divertido de suas expressões. - Tudo bem, podem ir! Aqui está tudo bem.

O Medibruxo encerrou sua consulta, esquecendo os incidentes desnecessários. Ajudou Hermione a se levantar e completou:

- Como eu disse, a gravidez ainda está muito no início, mas você precisa se cuidar tomando as poções que receitei.

- Obrigada Dr.!- Hermione disse, se levantando e se arrumando.

Quando ela percebeu que Draco encarava o medibruxo com um olhar extremamente assassino, ela o pegou pela mão e o levou para longe dali.

- Vamos querido? – ela disse em um tom falsamente carinhoso.

- Passar bem!- Draco disse a meia voz, e saiu sem olhar novamente para o medibruxo.

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- Eu não acredito que você quase bateu no medibruxo na primeira consulta, Draco. - Hermione disse ao loiro assim que saíram do consultório.

- Ele ia machucar você. - ele disse como uma criança birrenta tentando provar que estava certa.

- Ora! Ele é um medibruxo, e não estava me machucando. Se continuar assim, é capaz que ele nem queira cuidar de mim mais.

- Eu arrumo outro medibruxo, se for o caso. E um bem menos tarado! - Draco disse, visivelmente emburrado.

- Por que você ficou com ciúmes, Draco?- ela perguntou a ele, intrigada. - Você não tem o direto de sentir ciúmes de mim. - completando, por fim, apontando-lhe o dedo contra sua face.

- Eu não estou com ciúmes Granger! – Draco gritou furiosa com aquele pensamento. - Mas exijo que me respeite enquanto você estiver com “meu” filho dentro de sua barriga.

- Respeito? Quem está faltando com respeito Malfoy? Eu? – Hermione perguntou, incrédula quanto ao rumo que aquela conversa estava seguindo.

- Sim, aquele velho pervertido passando a mão em você e você aceitando. Ora Granger, aquele velhote não agüentaria o seu “fogo”!

Hermione abriu a boca pronta para protestar, mas não soube o que dizer. Ficou muito vermelha e, enfim, disse, soletrando muito devagar para que ele entendesse bem o recado.

- Vá. à. merda!

Com aquela atitude do rapaz, Hermione sentiu lágrimas teimosas escorrerem devagar por sua face. Por que diabos ela tinha que estar tão sensível? E por que tinha que chorar dessa forma?

- Hermione!- ele disse como se doesse dentro dele próprio ver aquelas lágrimas - Me desculpe? Desculpe? Não queria te fazer chorar, só que... - ele a abraçou calorosamente.

Hermione queria ter forças para se desvencilhar daquele abraço, mas não tinha. E a única coisa que conseguiu dizer foi, simplesmente...

- Me leva pra ver o Harry, Draco!

E ela sabia que não estava em condições de ir sozinha. Odiava quando esse pensamento de dependência passava por sua mente. Depender de Draco Malfoy! Mas ela estava grávida, e ele era o pai do seu... Ops, não, ele era o pai da criança. E, por enquanto, ela precisava dele. Embora aquele bebê estivesse dentro dela, ela não tinha alternativas: precisava dele e precisava cada vez mais a cada segundo.

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Gina não podia acreditar no que seus olhos viam. A situação estava pior do que Harry imaginava. Ela podia visualizar perfeitamente bem através das vidraças. Draco e Hermione estavam abraçados bem diante da entrada de sua casa e, embora o rosto dela estivesse escondido contra o peito forte do rapaz, ela podiam jurar que a castanha estava chorando...

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- Que horas venho te buscar, Hermione? – Draco perguntou, afagando os cabelos dela, e por um momento perguntou a si mesmo onde tinha aprendido a ser tão carinhoso. Sabia como tratar uma mulher, mas ela tinha o dom de fazê-lo mostrar o que de melhor havia em si.

- Vou pedir o Harry para me levar pra casa. – Hermione disse a ele.

- Não quero que fique sozinha.

- Eu vou ficar bem. – ela assegurou a ele.

- Tem certeza? – ele disse a encarando, queria discutir e dizer que ela ficaria na Mansão, mas sabia que não podia brigar com ela naquele momento. Por isso, ele suspirou derrotado.

E, naquele momento, Gina abriu a porta da frente e os dois a olharam.

- Te vejo mais tarde. - ele disse, beijando-a nos lábios, e depois olhou para Gina que estava vermelha e irritada como se fosse mandar um avada contra ele. - Calma, ruiva! Não estou atacando a sua amiguinha não.

- Bom mesmo. – Gina disse, irritada. - Sou muito mais brava do que meu marido. Eu acabaria com você antes que pudesse dizer sonserina.

O loiro passou as mãos pelos cabelos de Hermione e aparatou dali sem dizer mais nada, deixando-as sozinhas.

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- Hermione!- Gina disse e foi até ela para abraçá-la. - Ainda bem que você apareceu! Meu marido ia enlouquecer, e os Weasleys iam ficar definitivamente vermelhos se a queridinha da família não aparecesse. Me conta o que houve, Hermione.

- Certamente não serei mais queridinha de ninguém. - ela disse triste, expondo seus sentimentos. - Desculpa Gina!

- Não me assuste. Vamos entrar! Você quer tomar alguma coisa?

- Se você tiver, quero um pouco de café! Estou louca por café! Mas o Draco é um porre!- ela disse meio encabulada.

Ambas adentraram a casa modesta em que Gina morava com seu marido, Harry. Sentaram-se à mesa e serviram-se de café, enquanto iniciavam uma nova conversa.

- Hermione Granger! Comece a me explicar! – Gina ordenou, simpaticamente. - Estou tentando me convencer que foi um seqüestro, mas... Aquele beijo carinhoso... Aquela caricia em seus cabelos... O que foi aquilo?

- Onde está o Harry? – Hermione perguntou, cortando-a imediatamente.

- Ele chegou ontem uma pilha, queria ter trazido você pra casa de qualquer jeito! – Gina explicou para ela. - Mas ele foi cedo para o Ministério despachar umas correspondências, mas disse que logo volta para falar com você.

- Bom, melhor assim. Se você resolver me expulsar da sua casa faça antes que ele chegue e poupe trabalho a ele, Gina.

- Nossa Mione. – Gina exclamou, assustada com aquelas palavras.

- Eu estou grávida, Gina! – Hermione disse, seu tom de voz levemente alterado. - Grávida do herdeiro Malfoy!

- Isso eu já sei, Mione. Agora me diga como isso aconteceu?

Hermione não pode conter um sorriso diante daquela indagação. Não era o tipo de questionamento que ela estava esperando ouvir.

- Ora! Pensei que você soubesse, Gina.

- Ah!! Como você consegue brincar comigo? Eu estou curiosa! - Gina riu também.

- Bom, eu e ele, dormimos juntos há algumas semanas e, como era de se esperar, eu engravidei. – Hermione disse, soando tudo muito óbvio.

- Ah! Simples assim! – Gina ironizou, como se ela não soubesse como se conceberia um filho. - Como se reencontraram? E onde isso começou? Quando?

- Calma Gina! – Hermione tentou interrompê-la, sendo bombardeada com todas aquelas indagações. – Olha, a história é a seguinte: eu me vendi a ele.

- Como assim se vendeu? Como uma ...- Gina estava assustada por pensar naquela palavra. Certamente “meretriz” e “Hermione” não combinavam em uma mesma frase.

- Como uma o que, Granger? – Perguntou Harry, muito sério, de pé diante da porta da cozinha.

Hermione prendeu a respiração com a aparição repentina do amigo, não estava esperando por aquilo. E Gina simplesmente levou a mão aos lábios.
Os olhos de Harry estavam estranhos. Hermione gelou quando o amigo se aproximou e disse:

- Então Hermione, você se vendeu como uma o que? - ele insistiu, queria ouvir dela aquela palavra.

- Harry! Eu... - ela não sabia o que dizer. Por mais que tivesse pensado nesse assunto, aquilo era muito difícil.

- Vamos Hermione, eu quero saber! – Harry insistiu ainda mais, estava sério

- Harry! Calma!- Gina pediu ao marido, vendo a face da amiga empalidecer diante deles.

- Calma? Calma Gina? Eu passei a noite inteira imaginando se minha amiga ia voltar viva e inteira da Mansão Malfoy e você vem me pedir calma?! –Harry gritou e ambas ficaram assustadas, poucas vezes viram ele assim.

Hermione sentiu as lágrimas voltando a lhe sufocarem. Por que tinha que ser tão fraca? Mas ouvir Harry gritando com ela e com a Gina era demais. Por um minuto queria que Draco estivesse ali! Não! Isso nunca! Seria desastroso demais!

- Eu dormi com ele em troca de dinheiro! Para que ... Ele pudesse ter um herdeiro. - ela disse, muito baixo e tremendo muito, era como se não quisesse admitir aquelas verdades.

- Por dinheiro? Hermione! Onde está a Hermione que eu conheci? – Harry disse entre gritos, estava exaltado. - Aquela que tinha preceitos? Pra que diabos você queria dinheiro? - ele gritou de novo, dessa vez muito mais firme - Eu te daria o quanto precisasse Hermione! Não precisava se vender como uma qualquer!

- Harry! Eu não podia te pedir! – ela disse chorando, era inevitável.

- Porque não? Nunca te neguei nada. – Harry protestou, precisava entender aquela história toda.

- As pesquisas do hospital precisavam de uma grande quantia para terminar o processo. E não era justo pedir a você ou aos Weasley de novo. – Hermione explicou, esperando que ele entendesse.

- Você sabe muito bem, que daríamos sem problemas, Hermione. – Harry insistiu, era inacreditável que ela duvidasse disso. - Já fizemos isso tantas vezes.

- Por isso mesmo, Harry! Vocês têm suas próprias famílias. Não podem dar tudo o que possuem em nome de uma causa que é minha. – ela enfim reagiu, deixando o torpor inicial de lado.

- Opa! Causa sua não! - Gina se intrometeu diante daquela discussão, se achava no direito disto. - Estamos falando da doença que matou meu irmão! Isso é problema nosso!

- Não Gina! Eu não quero atrapalhar a vida de ninguém! E vocês já me ajudaram muito.

- Me diga, Hermione, o que você vai fazer agora? – Harry perguntou a ela, prolongando ainda mais aquela discussão. - Pelo que sei você não tem muitos bens! Doou tudo que tinha e que o Rony deixou pra você. Perdeu seu emprego, não quer mais saber de nada, como vai cuidar dessa criança? Eu não me importo em fazer isso por um filho seu, mas sei o quanto é orgulhosa.

- Eu não vou ficar com ele Harry. - ela disse, séria, mas sua garganta estava muito apertada, como se tivesse engolido uma melancia inteira.

- Como não vai ficar com ele? -Foi Gina quem gritou, fazendo com que Harry parasse imediatamente de andar nervoso pela sala e a encarasse.

- Eu vendi o meu corpo e a criança ao Malfoy. – Hermione disse a eles, sentindo um aperto forte em seu peito com aquelas verdades.

- Você ficou louca! Perdeu o juízo! – Harry se sentou ao lado dela, seu tom de voz não muito alterado.

- Foi um contrato de barriga de aluguel... Mas eu não sabia que era ele! Eu juro, Harry! Eu não sabia! – Hermione estava sendo sincera, e queria que o amigo notasse a verdade em suas palavras. - Eu só queria ajudar as pesquisas. – ela chorava muito.

Gina foi até ela, abraçando-a para tentar acalmá-la. As lágrimas escorriam incessantes por sua face, assim como os soluços que surgiam.

- Você vai ter que entregar o bebê a ele?- Harry perguntou com o coração aos pulos, ele amava Hermione, e vê-la naquela enrascada o machucava muito.

Hermione assentiu fracamente.

- Ah, Merlin!- Gina disse a abraçando forte. - Em que merda você se meteu?!

- Ele machucou você? – Harry perguntou, recuperando o tom preocupado e amigável.

Hermione apenas negou. Novamente estava sendo sincera.

- Ah, Mione! - Harry se levantou e Gina a soltou para que o marido pudesse abraçar a castanha.

- Harry, eu preciso tanto de você! – Hermione disse, abraçando-o forte contra seu corpo.

Hermione e Harry choraram juntos, abraçados, enquanto Gina preparava uma poção calmante para a castanha. Tão logo tomou a poção, ela adormeceu, ali mesmo naquela sala, sentada entre os braços de Harry.


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Depois de deixar Hermione na casa do Potter, Draco seguiu direto pra casa e chamou seu advogado. Ele havia mandado um recado no dia anterior avisando que o relatório sobre o passado de Hermione estava pronto.

- Então Draco, tudo correndo como o esperado? – o advogado disse assim que adentrou a Mansão.

- Até agora sim. Ela já está grávida, mas tem a saúde frágil e requer alguns cuidados. E quanto ao relatório?

- Claro, claro, o relatório. - o advogado disse, andando até uma mesa próxima.

Ele apoiou sua maleta sobre a mesa e retirou uma pasta grossa de dentro da mesma. Sentou-se e fez sinal para que Draco se sentasse também. O advogado continuou a relatar, entregando a pasta para o loiro:


- Bem, poucos anos após saírem de Hogwarts, Hermione Granger e Ronald Wesleay se casaram, cerca de um ano após o casamento dos Potter. O casamento deles ia muito bem, mas com cerca de 7 anos após a união, a doença de Ronald Weasley foi diagnosticada: leucemia aguda. A leucemia é uma doença que atinge o sangue e tem origem na medula óssea, e as causas são desconhecidas. Existem vários tipos de leucemia e para cada tipo um tratamento diferente.

- Eu já ouvi falar dessa doença e de casos em que houve cura completa. - Comentou Draco.

- Existe cura sim, para alguns casos. O complicador do caso do Weasley foi azar: nenhum dos 6 irmãos dele eram compatíveis para um transplante de medula. O caso dele foi longo e sofrido, doloroso para toda a família, de acordo com as pesquisas que eu fiz com os funcionários do St. Mungus. Depois da morte do esposo, Hermione começou a se dedicar quase que integralmente à causa da doença, tentando arrecadar fundos para pesquisas em todos os tipos da doença, mas dedicando-se mais aos casos em crianças. Ela também se dedicou em campanhas de estímulo à doação de medula, já que o fator que mais causa mortes na maioria dos casos curáveis é a falta de doadores.

Draco ouvia atenciosamente cada informação que o advogado lhe passava, e não podia deixar de sentir orgulho de Hermione. Estava admirando-a profundamente pelo tempo, carinho e atenção que dedicou ao Ronald durante seu tratamento e pelo altruísmo demonstrado por ela por tudo o que fazia pelas crianças que sofriam da mesma doença que matou seu marido.

- Ela é uma boa moça! Ela doou tudo que tinha com o propósito de curar e ajudar. – O advogado disse a ele. - Ela está pobre, Draco. Vive apenas com uma pequena quantia mensal! Os familiares do Sr. Ronald ajudaram com algumas doações, principalmente o Potter, que não preciso dizer que é melhor amigo dela. E me parece que também assumiu o dever de cuida dela.

- Sim, isso eu sei. – Draco disse desgostoso - Deixe as coisas como estão. Agora é só esperar o meu filho nascer! Ela nunca deve saber desse relatório! Não quero magoá-la. – ele disse pesaroso agora.

- Malfoy, aconteceu alguma coisa além do que eu saiba nesse cruzeiro? – o advogado lhe perguntou, curioso e suspeitando de algo.

- Nada que o senhor deva saber. - ele respondeu mau educado.

- Você e ela não se envolveram emocionalmente não é mesmo? Um Malfoy não faria isso!

_Não. Não faria! – Draco concordou com ele, mas não tinha mais tanta certeza disso.

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Harry e Gina observavam uma Hermione completamente adormecida, em um dos quartos de sua residência.

- O que eu faço agora Gina? Eu prometi ao Rony cuidar dela, e veja só? Ela está metida com o nosso pior inimigo. – Harry disse pesaroso.

- Sim, amor, ela está numa confusão. Mas olha, vamos pegar leve com ela. – Gina disse, compreensiva com a situação.

- Por que ela fez isso, Gi? Por quê? – Harry indagou à esposa. - Eu a teria ajudado.

- Eu sei. A minha preocupação maior não é essa agora, Harry. Será mesmo que ela vai entregar o filho para o Malfoy?

- Ele não vai tirar o bebê dela! Não vai mesmo. - Harry disse tenso, estava certo disso.

- Onde você vai?- Gina perguntou ao observar Harry se movimentar.

Antes de sair dali, Harry beijou Gina nos lábios rapidamente e pediu carinho...

- Cuide dela, Gina.

- Ah! Merlin! Aposto que ele vai atrás do Malfoy! - Gina pensou consigo mesma, observando-o se afastar. - Ah querido, só não volte muito arrebentado ok? E machuque-o também!- Gina disse para si mesma, e saiu do quarto deixando Hermione dormindo.

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- Gina! – Hermione chamou pela amiga, ainda tentando se localizar, havia acabado de despertar de seu cochilo.

- Oi! Estou aqui!

- Quanto tempo eu dormi? – Hermione perguntou, erguendo-se da cama.

- Um pouco apenas. – Gina respondeu, sorrindo terna.

- Um pouco?- ela quase gritou, e a amiga assentiu. - E onde está o Harry? Ainda está chateado comigo?- ela perguntou triste, por fim.

- Ele ainda não chegou. Ele saiu depois que você dormiu.

- Onde ele foi?- Hermione perguntou assustada, já imaginando as confusões que ele poderia causar, principalmente se encontrasse o Draco pelo caminho.

- Fica calma! E ele não está chateado com você! É só que essa é uma situação delicada. – Gina disse a ela, mantendo-a calma já que a situação da castanha era delicada. – Amiga, me diga uma coisa... Você pretende entregar seu filho pra ele? Estou angustiada com isso.

- Eu não quero esse filho Gina, nunca quis! – Hermione disse depressa, expondo o que realmente sentia diante de toda aquela situação. - Eu quero salvar aquelas crianças no hospital. Quero dar a elas uma chance de viver!

- Mas e seu filho, Hermione? – Gina indagou. - Ele vai ser criado sem uma mãe? Por um Malfoy?

- Ele é o pai dele, Gina! Já conheço o Draco o suficiente para saber que ele não será um pai como Lucius. Ele vai amar essa criança! – Hermione disse com um tipo de frieza que Gina não reconheceu.

- Talvez sim! Mas ele vai precisar de uma mãe! Hermione, você não pode abandonar seu filho!

- Ele não é meu! É do Draco! – Hermione quase gritou suas palavras.

- Ótimo, então porque ele não o concebeu e o gerou sozinho? Merda Hermione, você não vai conseguir não amar essa criança. – a ruiva disse, realmente irritada.

- Não é filho do Rony. – ela disse frágil, sem exaltar sua voz como esperaria que fosse.

- O Rony está morto, é por essa razão que você se deitou com o Malfoy! – Gina disse depressa. - Não use o nome do meu irmão para essa atrocidade de não amar o filho que gerou com outro. – a ruiva sabia que estava sendo dura, mas Hermione precisava ouvir aquilo.

- Gina, não torne as coisas mais difíceis para mim! Eu não vou me envolver com essa criança.

- Hermione, ela está dentro de você! - Gina quase gritou, estava vermelha e irritada com aquela conversa.

- Mas não no meu coração. - Hermione disse com lágrimas nos olhos. - Eu vou pra minha casa!- ela disse se levantando e se preparando para sair.

- Hermione, me escuta. – Gina pediu, precisava de uma última tentativa para convencê-la.

- Não Gina! Já tenho coisas demais para escutar da minha própria consciência! Não venha me dizer o que eu devo ou não fazer!

- Como se você se importasse com isso não é mesmo?! Sempre metendo os pés pelas mãos, Hermione.

- Tchau Gina, Obrigada! – Hermione a cortou, ríspida.

- Mione! Eu não falo por mal!

- Eu sei, mas também não é por bem! Você quer me atormentar, mas não vai conseguir. Eu amo o Ronald e vou ser fiel ao que sinto por ele! Meu coração não pertencerá a nenhum outro homem e nem a nenhuma criança! E quer saber? Eu vou ver o que o Harry está fazendo.

Hermione aparatou antes que Gina pudesse dizer ou fazer algo a respeito.

- Burra! Burra! Burra!

Gina praguejou consigo mesma, gritando como se adiantasse de algo.

- Hermione me espere!

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- O que diabos pensa que está fazendo? – perguntou Harry, abrindo brutalmente as portas do escritório da Mansão Malfoy.

- Desculpe, senhor. – surge o elfo doméstico, torcendo as mãos, preocupado, e implorando perdão diante da intromissão do Potter. - Ele simplesmente invadiu.

- O que quer, Potter? – pergunta Draco, enquanto assinava alguns papéis em sua escrivaninha.

Ao seu lado estava o seu advogado, ambos agindo naturalmente.

- O que pensa que está fazendo com a Hermione? – pergunta novamente Harry, se aproximando da mesa e encarando Draco fixamente.

- Você não é da família dela, até onde me lembro. – fala Draco, sem nem olhar para Harry enquanto assinava alguns contratos. – O que lhe importa isso?

- Ela é como se fosse minha irmã! – rosna Harry vendo que o advogado mantinha uma calma assustadora.

- Doutor, por favor explique para este... idiota, o que é um contrato. – fala Draco calmo para seu advogado.

- Senhor Potter, a Sra. Hermione Weasley assinou um contrato formal e mágico, no qual ela aceitou os termos. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. – fala o advogado calmo ao recolher os últimos contratos que Draco assinara. – Tudo correto e dentro da lei.

- Não acredito nisso. – fala Harry sem nem olhar para o advogado. Apenas encarando Draco.

- Pode acreditar. – fala Draco sério. – Eu nem sabia que era com ela que eu tinha assinado o contrato. Só soube depois de tudo sacramentado.

- Por que acho que isso é uma vingança sua? – pergunta Harry sorrindo friamente.

- Por que eu perderia meu tempo com isso? – pergunta Draco sério. – Ainda mais com ela???

- A quero livre desse contrato! – fala Harry sério.

- E eu quero ser o rei do mundo. – fala Draco sorrindo friamente. – Acho que nenhum dos dois vai conseguir o que quer.

- Olha aqui, Malfoy. – fala Harry se contendo a muito custo. – Liberte-a do contrato. Agora!

- Doutor? – chama Draco sério. – Explique a ele, por favor.

- Explicar o que? – pergunta Harry sem entender.

- Não existe como se libertar de um contrato desses. – explica o advogado. – A magia no contrato obriga os dois a cumprirem o que foi acordado. As conseqüências seriam... Melhor nem pensar nisso. Não há como fugirem ao acordo.

- Você não pode simplesmente cancelar o maldito contrato?? – pergunta Harry dando um soco na mesa.

- Nem se eu pudesse. – fala Draco com desprezo levantando-se e encarando Harry. – Por que eu faria isso?

- Como é que é? – pergunta Harry.

- Foi uma surpresa pra mim também, Potter, mas realmente a Granger é muito “fogosa” na cama. – fala Draco sorrindo. – Por que eu abriria mão dela?

- Para continuar vivo? – pergunta Harry sério enquanto socava Draco que deu dois passos para trás. – Nunca mais fale assim dela. Ela não é uma das suas... prostitutas!

- Eu... creio que vou me retirar. – fala o advogado não querendo ver a briga.

- Fique! – fala Draco sério. – Precisarei de uma testemunha quando eu for chamado para explicar por que matei de pancadas o “menino-que-sobreviveu”! – fala Draco sério acertando um soco nos dentes de Harry que recuou dois passos. – E sim, ela é o que eu quero que ela seja!!! Ela me pertence!

- Isso é o que vamos ver! – fala Harry acertando um soco em Draco que recua atingido pelo golpe. – Precisa pagar para ter um filho??? – pergunta Harry de forma ferina.

- E você? – pergunta Draco atingindo o nariz de Harry que recua. – Nem casando com a “fêmea-coelho-Weasley” conseguiu ter filhos????

- Vou te matar de pancadas! – fala Harry desferindo novo soco em Draco o atingindo no nariz.

- Só o dia em que o mundo acabar! – rosna Draco atingindo os dentes de Harry com outro soco.


“Acho que eu deveria vender ingressos!” – pensa o advogado sorrindo ao ver os dois continuarem a trocar insultos e golpes. – “A luta do século do mundo bruxo! Hummmmm! Eu poderia ganhar uma grana por isso!!”

- É a tinta para o cabelo, não é mesmo? – pergunta Harry com partes do rosto já meio que deformadas pelos golpes, enquanto acertava um soco no peito de Draco. – Te deixou broxa? Por isso precisa pagar para conseguir um filho???

- E você? Não conseguiu nem transar com a Cho Chang!!! Por favor, Santo Potter!! Qualquer um dormiria com ela!!!! – responde Draco acertando o queixo de Harry com mais um golpe.

- Escolha! – fala Harry atingindo Draco com mais um soco. – Ou liberta Hermione do contrato ou vou te bater até o mundo acabar!!!

- Babaca! – rosna Draco acertando outro soco em Harry. – Ela me pertence! É minha mulher! Você é que está apanhando!

- Ahnnnn..... senhores? – chama o advogado tentando encerrar aquela briga.

- Cale-se! – gritam Harry e Draco ao mesmo tempo, enquanto voltam a trocar sopapos.

- É que eu penso que.... – o advogado tenta novamente falar, mas é interrompido pelos dois.

- Cale-se! – gritam os dois enquanto tentam ao mesmo tempo se estrangularem ao rolar pelo chão agarrados.

- Admita, Potter! Sente-se passado para trás, não é mesmo? Eu tomei sua amiguinha!! – fala Draco ao acertar uma cotovelada no nariz de Harry que sente o seu nariz ser quebrado.

- Ahhhhh! Mas você admitiu sua inferioridade e se deitou com uma sangue ruim, não foi? – pergunta Harry dando uma cabeçada no nariz de Draco, o quebrando também.

- Senhores, creio que é melhor encerrarmos isso e.... – o Advogado nem viu de onde veio a cadeira que passou perto dele, mas entendeu que era para ficar em silêncio.

- Você é um cara morto!!! – fala Harry sério.

- Não. Você é um cara morto! – fala Draco sério.

Ambos pegaram suas varinhas e ficaram frente a frente, prontos para se matarem. Foi quando suas varinhas foram arrancadas de suas mãos. Quando os dois, surpresos, olharam para a porta, viram Hermione e Gina os encarando furiosas.

- Oi, amor. – fala Harry sorrindo envergonhado. – Faz tempo que estão aí??

- Desde o “fêmea-coelho-Weasley”!!! – fala Gina furiosa ao ver o estado dos dois. – Sentem-se que vamos tratar seus ferimentos e depois vamos conversar como adultos.


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O advogado saíra de esgueira sem ser percebido. Sabia que aquilo era pessoal, certamente aquela briga ia ficar muito feia! E era hora de seu cliente arcar sozinho com as conseqüências de suas decisões absurdas!

...
Draco e Harry estavam em poltronas opostas naquela sala. Gina murmurava feitiços em Harry, assim como Hermione os fazia em Draco. Cada vez que um deles tentava falar, elas os impediam. Quando estavam definitivamente bem, Gina foi a primeira a iniciar o assunto. Caminhou até Malfoy e se abaixou para ficar na altura dele. Colocou o dedo em riste contra a face dele e disse...

- Nunca mais se refira a mim como “fêmea-coelho-Weasley”! Porque, senão, você não vai sobreviver para conhecer seu herdeiro! Ouviu bem?

Draco a olhou pasmo, desde quando ela era tão bonita? E falando assim com ele... hum! O Potter fizera uma ótima escolha!

- Sim, mas então... – Draco se achou no direito de se defender, respondendo ríspido. - Explique ao seu marido que não vou aceitar afrontas em minha própria casa!

- Ora, então não se meta com minha família! – Harry disse bravo, e Hermione foi até ele.

- Oh! Harry!- ela disse melosa e o abraçou.

- Epa! Porque só eu levo bronca? Ele quebrou meu nariz!- Draco falou manhoso. E Gina e Hermione riram diante de suas palavras.

- Ora, Malfoy, seja homem! Vocês não têm mais dez anos! – Gina disse e perceberam que o clima estava amenizando.

- Como se eu não soubesse!- Draco resmungou.

- Sei que ainda tem a mentalidade de uma doninha albina de oito anos, mas... Tente agir como adulto! – Harry provocou com um sorriso no rosto.

- Harry!- Hermione se zangou, arrancando um sorriso do Malfoy.

- Olha aqui, estamos aqui por uma razão. E vamos discutí-la agora! -Gina anunciou, atraindo todas as atenções.

- Sim! Cadê o advogado para romper esse contrato estúpido? – Harry disse, olhando ao redor.

- Acho que ele se mandou!- Gina disse enquanto eles olhavam pela sala.

- Não há como se romper isso! Entenda Potter! Sua amiguinha deliciosa está gerando meu herdeiro! – Malfoy disse.

Harry enrubesceu e Gina ficou boquiaberta. Era aquilo mesmo que devia se esperar de um Malfoy.

- Draco! Eu arranco a sua língua!- Hermione disse muito brava. – E olha aqui, vocês dois: eu assinei esse contrato consciente do que poderia acontecer! E nem eu nem o Malfoy sabíamos! Foi um tiro no escuro! Foi o destino!

- Não sabia que acreditava em destino Granger! – Draco disse, sorrindo ladinamente.

- Não acredito Malfoy! Não depois que “ele” se foi! - Hermione disse, se referindo a Rony - Apenas acho que podemos conviver com nossas diferenças!

- Sim, mas ele deveria ter mantido as mãos longe de você!- Harry retrucou

- Ora Potter! Sai dessa! Sua esposa é a Ginevra Weasley! E para conceber é preciso de muito mais do que um aperto de mão!- Draco ironizou.

- Cala a boca Malfoy! A Hermione tem toda razão! – Gina disse, firme em suas palavras. - Esse é um contrato que não pode ser rompido, então assumiremos as conseqüências dele. Há muitas águas para rolarem até o nascimento dessa criança. Então vocês dois tratem de se tratarem com respeito!

- Isso! Respeitem uma mulher grávida! - Hermione disse num súbito ataque de humor! E Gina concordou, afinal, os dois a queriam bem.

Por fim, as duas riram cúmplices e vitoriosas.

__________________________________________________________________________________


O hospital estava vazio, mas logo que Hermione entrou ela pode notar diversos olhares sobre si.
A diretora geral logo veio ao seu encontro.

- Senhora Weasley! Que prazer! Quanto tempo! Estava com saudades!- a mulher de meia idade a abraçou carinhosamente.

- Eu também, mas precisei me ausentar! Mas, enfim, estou aqui! Como vão as coisas?

- Bem. Aquela sua última doação nos ajudou muito, ainda temos muitos testes pela frente, mas a quantia que a senhora conseguiu foi exorbitante e, com certeza, nos tirou do vermelho! – a diretora disse, sorridente e grata.

- Que bom, Sra. McIntyre! Eu faria tudo de novo! Onde está a Fantine? – Hermione perguntou pela garotinha de olhos azuis e cabelos vermelhos que ela adorava.

Fantine já nascerá com aquela triste doença. Seu pai abandonara a sua mãe e a jovem mulher então lutava pela vida da filha. Ela conhecera a criança ainda quando Rony era vivo. Ele mesmo se encantara com ela, numa das visitas ao hospital, e como a estadia da criança ali era sempre freqüente, era comum ele passar muito tempo junto da menina!
Hermione viu as feições da velha senhora mudarem.

- O que aconteceu com ela?- Hermione perguntou apreensiva.

- Calma! Ela não está muito bem, os médicos responsáveis dizem que ela está num estágio final!

- Ah! Não!

- A doença avançou muito nas últimas semanas, não conseguimos impedir o avanço com as poções e medicamentos trouxas.- a mulher disse e notou Hermione pálida e cambaleante. - A senhora está bem? - perguntou preocupada, por fim.

- Eu quero vê-la!- Hermione disse, respirando fundo.

- Quer um copo d’água? – a mulher ofereceu

- Não! Obrigada! Quero vê-la apenas.

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O quarto era bem arejado e só havia uma cama. Alguns desenhos encantados de bichinhos pulavam pra lá e pra cá, alegrando o ambiente, mas com certeza não deixava de ter a cara de um hospital. A menina dormia serena, coberta por lençóis brancos, os cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro.
Hermione sentiu o nó na garganta, era como ver a imagem de Rony nos seus últimos dias de vida. Se aproximou devagar e tocou a pela fria da garotinha.
Ela poderia ter sido a filha deles. Ela era bonita, esperta... Eles poderiam ter tido filhos como ela. Pelo menos agora ela teria por quem lutar! Não se sentiria tão sozinha! Tão sozinha!

- Tia Mione!?- a menininha disse acordando, a sua voz estava fraca, mas Hermione pode ver o brilho nos olhinhos azuis.

- Oi querida!

- Você sumiu! Eu tava com saudades!

- Desculpe! A tia Mione teve problemas!

- Eu também tia!- a menina disse humilde.

O coração de Hermione disparou. O que eram seus problemas diante dos problemas daquela pobre criança! Aquela criança que lutava para viver? Tinha sido presenteada com a vida! Com amigos! Com um amor! Tinha vivido esse amor em plenitude, e por que, agora, tinha que ter problemas? Por quê? Fantine era tão pequena! Tão vulnerável! Fantina, sim, tinha grandes problemas.
Uma lágrima pingou pesada dos seus olhos.

- Tia, tá chorando porque eu estou mais doente ainda?

- Não, meu anjo, estou chorando por mim! Por você eu não choro! Você não precisa de lágrimas.- Hermione sorriu, e aquele foi um dos sorrisos mais difíceis de sua vida.-Você precisa de sorrisos!

A menina sorriu com o que ela disse e segurou a mão de Hermione.

- Tia! Eu me lembro do rapaz que vinha com você! Você gostava muito dele né?

- Muito!

- Sabe! Eu acho que ele ta no céu e quando eu for pra lá! Eu digo que você mandou um beijo! – Hermione não pode dizer nada apenas assentiu triste, não podia mais conter suas lágrimas. -Tia! Eu estou com sono! Vou dormir! Estou muito cansada.

- Tudo bem! Descanse meu anjo! Descanse! – ela disse e a menina se ajeitou fechando os olhos.

Hermione beijou ternamente a testa da menina e saiu, deixando-a descansar.

__________________________________________________________________________________


Já era tarde da noite quando bateram na porta. Harry e Gina estavam num amasso delicioso. Mas, mesmo assim, Gina seguiu rindo pela interrupção e foi abrir a porta.

- Você? – ela disse espantada e um pouco envergonhada por estar com uma minúscula camisola azul-marinho de seda.

- Oi! Você viu a Hermione? Ela está aqui? – era Draco quem estava ali, diante da ruiva.

Naquele momento, Harry chegou à porta e estava com os cabelos desgrenhados. Em uma atitude inesperada ele abraçou Gina pelas costas, demonstrando toda a cumplicidade do casal, o que fez despertar em Draco uma pontada de inveja, fazendo com que seu estomago apertasse.

- Pensei que ela estivesse em casa! – Gina disse, se preocupando.

- Eu estava lá. Chamei por ela o tempo todo e ela não responde.

Harry e Gina se entreolharam. Malfoy era a imagem de um homem desesperado, sua roupa estava amarrotada, seus cabelos em desalinho, cheirava a álcool e estava muito pálido.

- Eu vou ver se consigo falar com ela. – Gina disse e aparatou para a casa de Hermione na mesma hora.

- Entra!- Harry convidou o loiro num impulso, estava sem camisa, vestia um samba-canção de cetim preto com bolinhas azuis e, naquele momento, se sentiu muito desconfortável na frente de Draco.

Draco respirou fundo, precisava se sentar e se acalmar. Precisava saber dela. Já fazia 48 horas que não conseguia falar com ela.

- Senta, vou pegar um whisky pra gente! - Harry disse gentil - Acalme-se! Pelo que eu conheço dela, ela esta trancada naquela casa desde ontem!

- Mas e se ela estiver passando mal? – Draco pensou nessa hipótese.

- Não está. Calma!

Harry sorriu, jamais se imaginou naquela situação: recebendo o Malfoy em sua casa, e ainda por cima o confortando. É, realmente, as coisas estavam mudando...

_______________________________________________________________________________________

- Hermione! Abre essa porta! Eu sei que você esta ai! Mione!- Gina insistiu, gritando sem parar.

Insistiu por mais cinco minutos.

- Se você não abrir eu vou entrar assim mesmo!

Gina ouviu passos lentos e, enfim, a porta se abriu...
Hermione estava com os olhos vermelhos, estava pálida, tinha o rosto inchado e os cabelos revoltos.

- Eu só quero ficar quieta Ginevra!

- Quieta? Mione, você esta passando mal!- ela acusou sem se importar da amiga ter usado seu primeiro nome.

- Não Gina! Estou bem. Vomitei a tarde inteira, aquilo que eu nem comi! Só que to precisando dormir! O chato do Draco bateu na porta o dia inteiro! Me deixem em paz! Agradeço a preocupação de vocês, mas eu quero ficar sozinha! – ela disse cansada.

- Tudo bem, mas primeiro vou fazer um chá para você! Tomou as poções?

- Tomei, mas nada para no meu estômago! – ela olhou para a amiga, precisava tanto de um abraço -Ai Gina!

Gina entendeu imediatamente e a abraçou carinhosamente, reconfortando-a.

____________________________________________________________________________________

- E ai? - Harry e Draco perguntaram em uníssono quando Gina aparatou em casa novamente.

- Ela está bem! Está dormindo agora! - Gina informou.

- Ela passou mal? E o bebê?- Draco perguntou agoniado.

- São enjôos Draco! Normal! Ela quer ficar sozinha! Desrespeitá-la agora e contrariá-la só vai piorar. Ela esta vivendo algo difícil e novo! Vamos compreendê-la.

- Você acha mesmo que posso dormir tranqüilo? – Draco disse, angustiado.

- Pode sim. Ela desativou os feitiços de aparatação pra mim. Prometo dar uma olhada nela ao amanhecer e te mando uma coruja avisando.

- Você faria isso?- Gina e Harry sorriram amigáveis - Pode dormir! Nós cuidamos dela!
- Obrigado!- Draco disse com uma certa relutância. Apertou a mão de Harry e em seguida de Gina, e percebeu o sorriso vitorioso de Harry.

Assim que Draco chegou à porta, virou-se na direção do casal e disse...

- Ei Potter!

- Oi . – ele respondeu, curiosa para saber o que o loiro diria.

- Gostei do modelito! Mas se tivesse desenhos de trasgos seria ainda melhor! – Draco disse, contendo um riso.

- Filho d...- Harry esbravejou, mas ele havia saído e provavelmente aparatara do lado de fora.

Gina não pode deixar de rir diante da irritação de Harry! Apesar de tudo, se sentia animada!

- Vamos lá! Venha, não se irrite com bobeiras. – ela disse a ele, puxando-o para perto de si. – Venha me mostrar a força de um trasgo montanhês! - Ela o beijou rindo muito e ele não resistiu e riu também!

_____________________________________________________________________________________

Hermione acordou no meio da noite, sentia seu corpo arder! Estivera tendo um sonho... Sonhava que ainda estavam na praia, e que Draco a possuía com fervor. Seu corpo estava banhado de suor, estava distante dele há quase quinze dias. O via quase todos os dias, mas eram encontros extremamentes secos e distantes. Encontravam-se em algum bar, ou na presença de Harry e Gina apenas porque ele fazia questão de vê-la e se certificar de que ela e a criança estavam bem.
Porém, naquela noite, ela se sentia estranha. Sentia falta do cheiro dele, do gosto dele. Não queria ficar sozinha. Lembrou-se das inúmeras vezes que ele dissera: - Se precisar de qualquer coisa... Qualquer coisa que seja... Me procure imediatamente!
E, naquele momento, ela precisava... Precisava matar seu desejo! Saciar seu corpo! Se encher de pecados! Seu corpo tremia, estava incontrolável! Será que aquela mudança assim de libido tinha a ver com a gravidez? Ela não tinha certeza absoluta, mas certamente era. Passara quinze dias sem nenhum desejo, sem nada que lhe lembrasse ou fizesse sentir apetite sexual. Mas agora era como uma onda que a inundava, e se ela não tivesse satisfação agora... Enlouqueceria.
Mas não podia simplesmente chegar pra ele e dizer algo como:
- Oi! Draco! Estou aqui porque meu primeiro desejo de grávida é sexo! Então, por favor, satisfaça!
Tinha que pensar numa maneira... Ah! Sim, não era a toa que era chamada de sabe-tudo!

_____________________________________________________________________________________


 Eros Ramazzoti - Estoy Pensando en Ti



São situações humanas
Os momentos de nós dois
A distância, as paixões
Encontrar uma razão
Hoje... como sempre
Estou pensando em ti... sim você já vê


Draco se levantou para beber água naquela madrugada. Podia conjurar um copo ali no quarto, mas não queria. Descer até a cozinha lhe faria bem. Sentia um vazio enorme. Era estranho, vivera muito tempo sozinho, e depois ficara muitos dias com Hermione. Agora a solidão parecia ainda maior. Ficar sem os carinhos dela o tornou um homem ainda mais rude, mais centrado em si mesmo e em suas dores. Tomou a água sem vontade. O que faria sem o amor dela, sem os carinhos, sem os prazeres?

São apenas contradições humanas
Sentir-se feliz, sentir-se triste
Essas transições emocionais
Todas lembranças do que nós temos
É, você sabe que é verdade
Eu simplesmente não consigo parar de pensar em você


anel


Draco voltou desolado para o quarto, sabia que aquela seria mais uma longa noite de solidão. Tinha a cabeça baixa, mas não pode deixar de se surpreender com a figura ao lado da porta de seu quarto.
Ela estava sentada bem diante da porta de seu quarto. Semi-nua! Sua lingerie vermelha a mostra. Nos pés saltos vermelhos faziam uma combinação perfeita com a roupa intima.
Os cabelos dela estavam mais escuros que o habitual, e mais lisos também, e caiam sensualmente sobre seu rosto, ombros e joelhos. Sua cabeça pendia sensualmente sobre um dos joelhos, e seus lábios umidamente vermelhos eram a encarnação do pecado.
Draco engoliu em seco, devia estar sonhando... Sim, com aquele olhar devorador que ela lhe lançava, só podia ser um sonho.

- Você é real? – ele quase gaguejou

- Se você quiser! – ela disse sorrindo maliciosamente e passou a língua nos lábios, num gesto que sabia que o provocaria.



Ambos se fitaram com olhares desejosos por longos minutos, como se lessem suas almas... Seus desejos... Seus anseios mais profundos. E era inevitável não confidenciar que se desejavam... Que se desejavam ao extremo!
Draco estendeu a mão pra ela. Ela sorriu e aceitou, e ele a levantou do chão com um puxão, fazendo-a colar os seios contra o corpo dele.

- O que você quer de mim? – ele perguntou com a voz rouca, próximo ao ouvido dela, fazendo-a estremecer.

- Quero sentir seus lábios nos meus... Em meus seios... Na minha barriga... Na minha...- ela não pode continuar, sentiu-se ruborizar.

- Onde?- foi ele a gemer e apertá-la pela cintura.

Ela sorriu sedutoramente:

- Você saberá!

- Quero ouvir você me dizer... – ele insistiu.

- Me leva pra cama! Estou pegando fogo!- ela disse com um sorriso safado, e ele retribuiu o sorriso compartilhando da mesma loucura que a consumia!

Ele atendeu ao pedido, não costumava negar um pedido de uma dama, principalmente sendo de Hermione: a mãe do seu filho. Ele segurou as pernas dela, forçando-a a subir sobre ele e enlaçar as pernas em sua cintura máscula, enquanto ele a carregava para o quarto.

- O que quer que eu faça? – ele perguntou apertando os seios dela sobre o sutiã meia taça.

- Me ame! Me lambe! Me cheire! Me chupe! Me morde e me arranhe!

- Uau!- ele não podia deixar de sorrir, e seu membro rijo saltou diante das palavras dela.

Draco desceu a mão devagar por sobre a barriga dela e logo chegou à intimidade da castanha, que já estava úmida.

- Você está quente!- ele concluiu.

- Muito!- ela disse e chupou a língua dele com força, obrigando-o a gemeu.

Enquanto trocavam aquele beijo, Draco se empenhava em tirar a calcinha minúscula do caminho e esfregava a feminilidade dela com gestos lentos.

Não eu não posso finger
Todo o tempo que nós gastamos poderia morrer
Vamos sentir de novo
Todo o amor que nós sentimos então

Corações magoados mas cada um
Essa barreira tem que derrubar
Estou pensando em você
Estou pensando em você

Vão unidas sempre assim
As vezes piores, as vezes melhores
Mas atravessando nós iremos longe
Hoje... olho para o céu
Com os pés no chão, porque
Ser humano é o que quero ser
Com minhas mãoe eu alcançarei você
Que vida sem um sonho para alcançar?
Segure a minha mão e nunca me deixe ir



Deslizou seus lábios possessivamente da boca dela para a curva de seu pescoço, traçando uma linha de beijos. Ela cheirava à pêssegos frescos! Beijando, mordendo, lambendo! Seus dedos agora a penetravam devagar. Numa tortura mútua! Ele a sentiu mover os quadris descontrolada, enquanto os músculos de sua vagina apertavam os dedos dele, que se deliciavam com os espamos do corpo umedecido. Com a outra mão, ele retirou o sutiã com um gesto firme, arranhando de leve a pele macia! Revelou os mamilos rosados e completamente túrgido dela, que ele fez questão de apertar primeiro com os dedos, fazendo-os enrijecerem ainda mais.
Hermione fechou os olhos fortes enquanto a língua quente rodeava seus mamilos, os umedecendo com bastante saliva. E, quando ele o sugou com força, Hermione arqueou o corpo e não pode deixar de gritar com a onda forte de prazer que a atingiu. E foi ai que ela gozou a primeira vez depois de muitos dias. Com os dedos hábeis dele dentro de si e a boca sugando fugazmente seus seios, ela não tinha como evitar o gozo. Ele esperou alguns momentos para que ela se acalmasse. E, então, continuou as caricias no colo e seios dela. Draco retirou os dedos de dentro dela e agora friccionava-os por toda a extensão da feminilidade dela, com movimentos suaves. Estavam muito umedecidos pelo próprio gozo dela.

Vão unidas sempre assim
As vezes piores, as vezes melhores
Mas atravessando nós iremos longe
Hoje... olho para o céu
Com os pés no chão, porque
Ser humano é o que quero ser
Com minhas mãoe eu alcançarei você
Que vida sem um sonho para alcançar?




A respiração dela já estava normalizada.

- Satisfeita? - ele sussurrou no ouvido dela, e beijou-lhe a orelha sedutoramente.

- Não muito!- ela disse lânguida.

- O que você quer agora?

- Sentir você! Em meus lábios, pulsando entre eles, e se despejando em mim!- ela disse de forma sensual.

Com aquelas palavras, Hermione o empurrou para que ele se levantasse, deixando-o de pé na beirada da cama. Com gestos rápidos, ela se colocou sentada bem em frente a ele. Ambos sorriram maliciosos. A mão de Hermione se fechou sobre o membro dele, iniciando movimentos firmes para cima e para baixo, fazendo a pele branca se movimentar sobre o músculo duro como ferro. E foi a vez dele fechar os olhos e delirar com o contato.

Vão unidas sempre assim
As vezes piores, as vezes melhores
Mas atravessando nós iremos longe
Hoje... olho para o céu
Com os pés no chão, porque
Ser humano é o que quero ser
Com minhas mãoe eu alcançarei você
Que vida sem um sonho para alcançar?
Segure a minha mão e nunca me deixe ir

Parte da vida juntos
Mas que futuro alcançar?
São coisas da vida
Nunca me acostumarei, não vou, não vou

Sim, você sabe que é verdade
Eu não consigo parar de pensar em você


A masculinidade dele estava ligeiramente avermelhada, e se mostrava sensível. Convidativa! E Hermione provou dela.
Ousadamente, ela passou a ponta da língua devagar sobre o membro rígido dele... Experimentando! A sua língua umedecia toda a região por onde ela passava, e ela podia ver a pele ficar cada vez mais rosada, como se todo o sangue dele estivesse indo naquela direção...


Gemidos roucos...Lambidas leves!
Gemidos roucos...Lambidas fortes!
Gemidos agoniados...Chupada leves!
Gemidos agoniados.....chupadas fortes!
Gemidos contínuos... Êxtase próximo!
Grito preso na garganta... Chupadas continuas!
Grito ecoando no ar... Prazer iminente!
Gozo explodindo...Satisfação...


Deitaram-se lado a lado. Draco sentia seu corpo tremer enquanto a aninhava em seus braços. Não sabia o que dizer a ela, todas as palavras lhe pareciam tolas e estúpidas. Então, se limitou a apertá-la de encontro ao seu peito e a beijá-la nos lábios, que tinham, no momento, o sabor do seu prazer.
Hermione estava satisfeita, já tinha realizado alguns de sues desejos... Mas não todos. Aquela noite seria longa....


Esta noite que passa lenta, tocando-me
Trato de confrontá-la, de agarrá-la
Se nossos corações sentem a batida ou estão perdidos como um barco no mar
Eu quero lembar, i nunca posso esquecer
Oh... não consigo parar de pensar em você
Eu só não consigo parar de pensar em você
Estou pensando em você
Eu não consigo parar
Eu não...

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