A irmandade estava toda reunida, em grandes mesas. Na sala de refeições. A mesa mais suntuosa era onde estavam os membros mais antigos da irmandade e suas shellans. O som de conversa e bebida era alto, até que Fritz anunciou a rainha. Todos se levantaram e se curvaram enquanto Beth entrava de mãos dadas com uma fêmea.
Bella sorriu ao notar Minnah cabisbaixa.
_Irmãos. Apresento-lhes essa fêmea, que foi encontrada na transição por nosso irmão Tohrmenth, e trazida até nós. Se não fosse assim ela padeceria sem ajuda. Que fique claro não somos uma instituição de abrigo, mas somos gentis com nossa raça. E essa fêmea precisa de abrigo e ensinamos. Pois é completamente leiga no que diz respeito a suas origens. E de que adiantará nossa devoção a nossa raça. Se deixássemos nossas mulheres abandonadas e sem proteção? Minnah é um de nós. Não deve ficar no abrigo de shellans abandonadas e sem cuidados, pois essa não é a situação. Quero aproveitar o momento para parabenizar Marissa pelo ótimo trabalho de colhimento. Mas por um pedido especial de minha shellan, Minnah permanecerá aqui... Na mansão.
Torhmenth evitava olhar para cima, e encarar Minnah. Ela preferiu passar o tempo brincando com a borda da toalha de mesa.
_Creio eu, que esse é um lugar sagrado, pois aqui vive a primeira família, e as linhagem. Sendo assim quero que Minnah aprenda os costumes aqui. Junto de mim e de Wrath. - Beth tomou-a palavra.
_Amo-te lellan, tanta devoção a nossa raça. Obrigado! E que a virgem abençoe cada passo de sua vida. - Wrath disse no antigo idioma.
_Sou tremendamente abençoada Wrath, por ter você. – Beth sorriu, e se sentou.
Só então os outros membros da irmandade seguiram seu exemplo.
Mas Minnah continuou de pé, com os olhos fixos, no vampiro a sua frente. Espreitava-o com curiosidade e receio. Gostaria de agradecer-lhe. Mas ele a evitava.
_Minnah!- Beth chamou suavemente, segurando o pulso dela- sente-se conosco. - Beth a encarou e notou as presas, largas. Era inevitável. Ela ainda tinha fome.
E era inegável o fato que de todos os machos era a Tohr quem ela queria.
Minnah soluçou e olhou para Beth como quem implora ajuda. E Beth a compreendeu. Acenou positivamente e ela saiu em disparada subindo as escadas.
_Acho que alguém precisa terminar o trabalho que começou. - Raghe disse indiscreto.
Tohr o olhou com descaso.
_Que foi? Ora Tohr não é segredo que você está na dela.
Tohr se levantou como um furacão. E partiu para cima de Raghe furioso.
_Cala essa maldita boca! –ele gritou enquanto Vishous e Butch seguravam-no.
_Calma meu irmão, foi só uma brincadeira. Mas pensando bem tem todo o fundamento. Você está afim dela! – Raghe se levantou.
Não fugiria de combate algum, mesmo que fosse contra um dos seus irmãos. Thor o olhava furioso, não se importava em perder, mas lutaria.
_Ei, Tohr... - Vishous colocou seu dedo enluvado na jugular de Thor e todos puderam sentir a tensão dele se esvaindo.
_Tohrmenth vá fazer companhia a fêmea, e procure saber se ela precisa de algo. Isso é uma ordem. – Wrath falou e Vishous e Butch soltaram Tohr que saiu depressa, seguindo a direção que Minnah seguira.
_Raghe sempre falante! Irmão não é todo dia que entremos na frente de um trem em alta velocidade e saímos ilesos. Você é forte, mas não conte sempre com a sorte. - Vishous alertou severo.
_Uau! O Tohr está precisando aliviar! Ele anda muito nervosinho. - Raghe comentou.
_Vamos deixar que ele se entenda sozinho. Ele já tem coisas demais naquela cabeça. – Wrath disse serio.
_E pelo jeito logo terá em outra cabeça também...- Raghe resmungou.
_Nallun!- Mary o beliscou e o que fez um coro de risadas irromperem na mesa.
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Minnah caminhou rápido para a varanda do segundo do terceiro andar da mansão. Não sabia bem onde tinha visto, mas confiou em seus instintos, e logo estava lá, na sacada, sentindo o vento ameno em seu rosto. Sentiu um cheiro forte que sabia não ser do vento. Virou-se para trás ofegante procurando a fonte daquele cheiro, que a embriagava.
_Quero falar com você?
Ele disse, mas ela não respondeu nada, abraçou-se ao próprio corpo deu as costas pra ele, olhando a noite tranqüila.
_Minnah, eu se que não sou umas das melhores companhias dentro dessa mansão, mas... - ele começou incerto.
_Você me alimentou no foi? Foi o seu sangue que eu tomei, para conseguir passar por isso?- ela perguntou friamente.
_Foi.
_E porque eu ainda sinto fome, mas uma fome diferente... Fome de... - ela não foi capaz de completar.
_De sangue. Isso é normal após a transição, os vampiros precisam de... Muito sangue nessa época. - Gostaria de lhe dizer que os machos também gostavam de sexo, mas era completamente dispensável.
_Eu... Porque não me deixou lá? Era simples. Era a penas ter me deixado... - ela disse com a voz embargada.
_Mesmo depois de ter salvado você. entenda que não somos uma aberração! Não somos uma lenda. Minnah entenda o que você é.
_Sim, eu entendo. Entendo também que não sou bem vinda nesse mundo a qual eu pertenço. – ela explodiu gritando.
_Sim você é bem-vinda.- ele disse num fio de voz.
_Bem vinda por você?
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