Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Penélope ClearWatter





Parte III





Com um gesto firme puxou o tecido e liberou a ereção, não pode conter a respiração. Era maior, do que jamais imaginara, mas aquilo apenas fizera sua curiosidade aumentar. Com outro movimento o livrou da Box, e enfim o segurou entre seus dedos. Era rígido, e seus dedos não se fechavam sobre ele, e a extensão era algo louvável, tão comprido. Que ela não pode pensar em como seria dentro dela. Era evidente que sabia toda a lógica do sexo, mas aguentar algo tão grande dentro de si, certamente não poderia ser tão fácil, ou seria.





_Se eu fizer direito! Você não sentira tanto! - ele disse arrastado.














_Como sabe... - ela não pode evitar enrubescer.





_Você está me medindo e pensando. Posso imaginar o que se passa em sua mente. - ele disse convencido, e os olhos dela brilharam em desafio.





_Pode mesmo? – ela disse, e se abaixou, abrindo a boca, e levando-o a boca, de maneira suave.





Draco tremeu, quando sentiu a língua quente, e a boca se fechar sobre a ponta de sua ereção. Praguejou de satisfação e ela sorriu. De boca cheia, cheia dele.





Era atrevida! Hermione Granger era atrevida. Ele concluiu quando a viu trabalhando sobre ele, de maneira tão atenciosa, ela o queria louco, e havia conseguido seu intento, e o estava satisfazendo muito, muito! Ele não pode conter segurar os curtos cabelos dela. Eram macios entre seus dedos, ela era ótima, mas ele a ajudou a encontrar o ritmo. A ajudando empurrando e voltando sua cabeça na hora certa. Não queria de maneira alguma a forçar ao que ela não quisesse, mas ela queria, e cada vez o engolia mais. Era um excelente aprendiz...





_Inferno! - ele disse quando ela parou e passou a língua sensualmente na ponta, avermelhada e sensível.





Hermione pode sentir o gosto do pré-semem, em sua língua, e ouvi-lo gritar inferno. Sorriu vitoriosa. Com um movimento ele se sentou e a levou, consigo.







_Espera eu não...





_Sim, por hora terminou com sua experiência.





_Por hora?





_Sim, não posso mais brincar agora. – ele disse sério, e a deitou de costas. Queria apenas se meter dentro dela, e chegar ao ápice. Mas não faria assim.





Dessa vez ele a o olhou ali, e a despiu rapidamente, separou as coxas e a admirou, e ele não sorriu. Estava ali do sorriso de deboche, do sorriso de escárnio, de prazer. Ele queria estar ali, sobre ela. E era importante para ele. Ele não podia dizer como acontecera, mas se era importante para ela, era para ele também. Ele debruçou e a beijou nos lábios rapidamente. Não era exatamente o que ele queria, mas pareceu inapropriado beijá-la entre as pernas primeiro. Ele era um cavalheiro! Ah aquele feitiço devia ter trocado a personalidade dele também.





_Draco! - a voz dela o trouxe para a realidade, e ele se viu olhando para o sexo dela, acariciando devagar – Você está com uma expressão estranha! O que há de... - ela ia dizendo e ele a interrompeu.





_Desejo! É o que sinto!- cara de idiota, era o que gostaria de dizer, mas não podia.





Se abaixou e a provou com a língua. Era quente, o leve sabor salgado o envolveu como um tiro, e ele soube que estava apaixonado por Hermione Granger. Não apenas pelo sexo iminente, mas ela estava impregnada em seu pensamento e em seu coração.





Hermione choramingou, quando a pressão em seu clitóris aumentou, e ele a umedeceu freneticamente, sem se importar com os gemidos, e o quanto os quadris dela se contorciam.





Após alguns momentos, ele se sentou e a colocou sobre as pernas dele. Seus olhos brilharam maliciosos.





_Vem. Pode controlar assim. Porque se eu for pra cima de você, não vai ter jeito.





Ela sorriu. Estava enrubescida. Mas não se fez de rogada abriu as pernas sobre a cintura dele.





Ofegou, e se segurou nos ombros dele, enquanto ele mordiscava a pele de seu pescoço, e forçava devagar a cintura dela para baixo com uma mão, a outra deixando seu membro no encaixe perfeito.





Hermione parou um pouco, respirou fundo e desceu o corpo, ela tinha a impressão de que sempre agia assim, nervosa quando era algo que ela não conhecia, sempre fora assim nas NOm’s. mas na escola que ela havia estudado não tinha NOm’s tinha? Porque pensar naquilo nesse exato momento. O gemido rouco de Draco fez sua mente voltar, e o calor se acender em suas entranhas. A ponta da ereção dele estava no limite, era impossível, ele ir mais, sem causar dor.





_Quando estiver pronta!- ele sussurrou em sua orelha, e ela desceu todo o peso do corpo de uma só vez, o impacto da dor, a fez querer se levantar depressa, mas ele a conteve, também, estava transtornado, mas ela tinha que continuar.





Hermione o olhou, o suor descia pela testa dela, colando os cabelos à pele. E ela pode notar que para ele também era difícil, e ela sentiu lagrimas nos olhos. Doía! Mas algo em seu peito também doía. Amava o noivo, mas algo estava errado. Ele não estava agindo como deveria.





_Passou? - ele perguntou entre dentes, tentando não se mover.





_O que está errado? Você está... - ela disse também muito suada e trêmula.





_Penélope... Eu estou me segurando para não... Avançar com você. Quero que seja perfeito. – ele gemeu.





_Me ajuda... Eu... – ela disse confusa sem saber o que queria.





Ele segurou as nádegas dela e a ajudou a descer devagar. Ela gemeu com o desconforto, mas seguiu o ritmo. E aumentou a velocidade. Ele sorriu e a beijou fortemente, mas ela se livrou dos lábios dele, gemendo muito.





_Draco... eu...- ela não conseguiu terminar a frase.





E ele entendeu a deixa, se revirou com ela, ficando por cima. Ele se arremeteu com força, a fazendo tremer. Draco não tinha escolha, queria aquilo, precisava daquilo, e ele fez forte e firme, capaz de deixá-la sem ar.





_Draco! - ela gritou o nome dele, alto, se agarrando aos ombros dele.





_Que foi? - ele perguntou ainda se movendo.





_Eu não sei, mas não pare, eu acho que estou...





_Gozando, minha noiva. É essa a palavra. Goze. Vamos quero que goze. – a amiguinha do Potter, namoradinha do Weasley gozando com ele, pra ele.





Ele sentiu a intimidade dela o apertar fortemente e pensar nela como Hermione aumentou ainda o desejo dele, e ele se deixou gozar dentro dela...





******





Não houve trocas de palavras depois, adormeceram abraçados, exaustos. Draco foi quem acordou primeiro, e permaneceu imóvel, seu nariz enfiado, nos cabelos dela, era ali seu lugar, permaneceu assim até senti-la se mexer.





Pensou em falar muitas coisas, mas a verdade era que não queria falar nada. Era uma loucura. Mas a amava, e não era a Penélope que ele queria. Queria a Granger, queria consertar o erro, queria voltar a trás e encontrar uma maneira de conquistá-la. Mas as chances de que ela se apaixonasse por ele, era mínima, uma única em bilhões. E ele não queria perdê-la.





_Minha mãe cantou uma música para mim. - ele disse calmo, a apertando num abraço terno.





_Hum. - ela não entendeu o assunto, mas permaneceu em silêncio, era esperta o suficiente, para saber que era uma confissão, mesmo que ela não entendesse o porquê.





_Era uma música trouxa. Uma canção de ninar. Eu adorava, cantava, e dormia pensando nessa canção. Não falava de amor, falava sobre uma jovem mãe cantando para seu bebê. Eles eram sozinhos. Chamava-se Rock and Roll Lullabye. Acho que mesmo tendo meu pai, me sentia como na canção. Até que eu a procurei entre os cantores bruxos, e ela me disse que era trouxa. Eu nunca mais a ouvi. Evitei canta - lá, lembra - lá, mas com você, me lembrei dela. Era uma época em que existia algo bom em mim, e você trouxe isso de volta.





_Porque está me contando isso?





_Só quero que saiba, que mesmo que tudo prove o contrário, há algo de bom em mim.





Hermione se virou e o encarou.





_Sempre te amarei seu tolo. Não importa o que eles digam. - ela disse beijando os lábios dele com carinho.





Ele sorriu pálido. Sabia que não seria assim, tinha certeza.





***************************





Draco e Hermione desceram para o café da manhã, de mãos dadas, todos os olhavam de banda, a notícia do estresse dela durante a noite se espalhara rapidamente, e certamente o fato de terem dormido juntos também. Ninguém podia ter certeza do que fizeram durante a noite, mas o fato de serem noivos estarem trancados a sós durante uma noite era algo meio óbvio. Estavam tomando café quando uma coruja chegou para Draco, era da professora Minerva, o chamando ao seu escritório naquele momento.





_Acha que ela sabe que dormimos juntos?- Hermione perguntou preocupada.





_Sim, as paredes falam nesse castelo. - ele respondeu fingindo irritação - Mas não me importo. Vou lá, termine o seu café tranquila nos encontramos depois.





_Ela devia ter me chamado também.





_Fica tranquila! – ele disse e a beijou e saiu depressa.





***********************





Logo que Draco se anunciou a porta foi aberta.





_Que bom que veio rápido Sr. Malfoy. Sente-se. – Draco obedeceu – Eu vou ser direta. O que aconteceu essa noite?





_Penélope se sentiu indisposta com alguns pesadelos. – ele respondeu seco.





_E passou a noite em seu quarto? Sabe que ainda não restabelecemos muitos feitiços desse castelo depois da guerra, e com o fim das casas, é realmente impossível manter os meninos longe dos quartos das meninas ou vice e versa. - ele disse séria – Contamos com o bom senso para que não haja questões sexuais dentro desse castelo.





_Somos noivos!





_Draco Malfoy, eu não sei o que está fazendo, mas sei que está entrando por um caminho muito perigoso. Sabemos muito bem, onde as escolhas erradas nos levam, sabemos quando não há saída.





Draco permaneceu em silêncio, e disse calmamente, após alguns instantes.





_Eu sabia exatamente qual caminho tomar, antes de me apaixonar. Você já se apaixonou professora?





Minerva não esperava aquela pergunta, e enrubesceu.





_Não estamos tratando de minha vida pessoal.





_E nem da minha. Posso ir?





_Sim. – ela respondeu com um suspiro resignado.





*********





Draco não perdeu tempo, olhou no seu relógio, a conversa com Minerva durara cinco minutos, então havia em média de 10 minutos que Hermione estava sozinha. O que já era demais. Não queria precipitar as coisas, e com Potter, Weasley e Parkinson na cola, era melhor evitar...





********





Ela não permaneceu sozinha mais do que cinco minutos.





_Oi! - Harry se sentou ao lado dela. - Você está bem? Soubemos que teve algum contratempo.





_Foram apenas sonhos ruins, nada mais.





_Trouxe um pouco de suco de pepino silvestres, talvez você goste, não tinha aqui nessa mesa. - ele ofereceu a taça.





Ela tomou sem reservas, o primeiro gole, o segundo, e sorriu:





_É bom!





Ele sorriu e olhou para algum lugar atrás dela, e viu Ronald com a varinha apontada para ela, e ele murmurou alguns feitiços e ela ficou paralisada.





_O quê?- ela resmungou antes de se levantar, apressada e olhar para trás encontrando Ronald. – O que estão pensando em fazer? Eu estou tonta! Harry eu... Está embaçado. - ela reclamou sibilando e Harry se aproximou.





_Mione? Olhe para mim! – Harry pediu.





_Eu não estou bem...





Draco entrou no salão a tempo de ver Hermione sibilando e Harry a amparando. Não precisou de muito, para imaginar que estavam tentando tirar o feitiço.





_O que diabos estão fazendo? – ele gritou, e Hermione o olhou.





A imagem que se formou na mente de Hermione foi de um Draco muito jovem, e ele falava com descaso, sangue-ruim... Sujeitinha de sangue-ruim.





_Sangue-ruim! - ela disse quase inaudívelmente. E Draco gelou.





Instantes depois ela andou até ele com passos vacilantes, e ele caminhou depressa, ela parecia prestes a cair.





_Draco! Draco! - ela repetiu várias vezes antes de desmaiar diretamente nos braços dele.





_Oh! Inferno!





_É ela não é Malfoy? É a Hermione! - Ronald gritou.





Draco a ajeitou no chão e acariciava o rosto dela. Sem dar ouvidos a Ronald.





_Pen... Penélope? Pode me ouvir! Penélope!





_Para com isso, ela não é Penélope. É a Hermione, eu quero cuidar dela. – Harry exigiu furioso. E Draco apontou a varinha para ele, com uma mão livre, já que com a outra, segurava o corpo inerte de Hermione.





_Se encostar nela, juro que te mato aqui mesmo Potter. Tente tirá-la de mim e te mato. – ele disse muito sério. E logo vários professores apareceram inclusive Minerva.





_Por Merlin meninos! O que fizeram com a senhorita ClearWatter?





_É Granger! – Harry e Rony disseram em uníssono.





_Não me interessa isso! Malfoy, quero que leve sua noiva para a área hospitalar nesse instante. – ela ordenou olhando feio para Harry e Ronald.





_Vou levá-la para meu quarto! – ele respondeu se levantando.





_Disse área hospitalar senhor Malfoy, não sabia que tinha problemas auditivos. - ela respondeu ríspida.





_Eu posso cuidar dela ok? Sei que posso.





_Sim, e Madame Ágata também. Ela é uma ótima medibruxa. Vamos agora! E eu o acompanharei. E senhor Potter e Weasley espero não ver nenhum dos dois naqueles corredores, próximos a enfermaria.





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Hermione acordou, e olhou para o teto branco. O cheiro de poções a atingindo em cheio. Seu estômago revirou, mas não tinha forças para se virar. Pensou que sufocaria, estava em pânico quando, mãos gentis a viraram.





_Ei, calma. Estou aqui! Calma.





Os ouvidos de Hermione só podiam ter algum problema, conhecia aquela voz arrastada desde que... Entrara na escola. Mas aquele tom era surpreendente. Abriu os olhos, e pode ver o cabelo loiro emoldurando o rosto fino. Sentiu seu corpo tremer, não era uma boa estar com ele, onde diabos estavam todos que a deixaram acordar com Draco Malfoy?





_Penélope? Penélope? Está bem? – Draco respirou ofegante, aquele olhar, algo estava acontecendo com a mente de Hermione, não era possível que aqueles dois idiotas tivessem retirado seu feitiço.





Os olhos castanhos se arregalaram ainda mais, e ela se arrastou para longe dele, com um movimento retirou a mão dele do rosto dela.





_Penélope ? O quê está acontecendo?





Os anos de humilhação, as lágrimas, as ofensas, o receio, a dor na mansão Malfoy, piscavam em sua mente em flash como um pisca-pisca de natal. Mas ele era seu noivo não era? Era sim. E eles haviam feito amor. Ele tinha sido tão delicado. Tão...





_Draco... Draco! - ela saltou sobre ele rapidez, e o apertou forte – Draco, porque essas coisas me passam pela minha cabeça? Porque eu às vezes... Sinto que não sou eu?





_Me abraça forte! Me abraça! – ele pediu sabendo que seria o fim- Você está quente.





Nesse momento a enfermeira Ágata entrou, e exigiu examinar a paciente. Draco saiu e esperou no corredor. Meia hora mais tarde a mulher saiu.





_Ela esta com febre alta. Tentei baixá-la e não consegui. Está dizendo coisas desconexas. É como se... - ela não soube o que dizer.





_Houvesse duas personalidades nela?





_Sim, mas é só porque a coitadinha está delirando, acho que precisaremos levá-la ao Sant’Mungus.





_Dê mais um tempo. Ela vai melhorar.





A enfermeira saiu sem dizer nada o deixando sozinho.





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Harry e Ronald entraram na enfermaria no meio da noite, não havia pessoas pelos corredores, e foi fácil entrar sem serem vistos.





_Mione? Hermione? – Harry chamou delicadamente e ela abriu os olhos.





_Oi Harry! Olá Rony! – ela disse com um sorriso pálido – Vocês demoraram aparecer. Eu suponho que tenha vencido Voldemort não é mesmo Harry? Quem destruiu a ultima Horcruxe?





_Mione, é você mesmo? – Rony perguntou apreensivo.





_Claro. Quem mais poderia?





_Então me diga o que aconteceu na câmara secreta?





_Bom, destruí a taça, e depois, você bem... Me beijou! - ela disse e enrubesceu, mas não tanto quanto Ronald.





_Você está bem? Esta de volta! O que o ele fez com você?





_Ele? Harry, como se sente agora que tudo acabou?





_Draco Malfoy! Ele enfeitiçou você Hermione! - Rony se exasperou.





_Hermione? Não conheço essa pessoa, ela era sua amiga não é? É uma pena ter desaparecido. Meu noivo, o Draco me disse que ela era muito inteligente.





Rony e Harry se olharam desanimados, e se despediram rapidamente a deixando sozinha.





_Inferno Harry. Inferno! Eu vou matar ele, se ela não voltar ao normal. Juro que mato esse infeliz. Ele fudeu com a mente dela.





_Espero que tenha sido apenas com a mente Rony. Não sei o que ele fez, mas ela o ama. Algo nela ama aquele bastardo. Vamos esperar ela sair da ala hospitalar... E vou pedir ajuda ao ministério.





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Blaise foi ao quarto de Draco, saber como estavam às coisas. Estava preocupado com o amigo. Sabia que a guerra mudava as pessoas, e a sede de vingança também. E Draco estava muito diferente.





_Olá. Pode falar comigo um minuto?





_Olha, se veio me encher, ou qualquer coisa do gênero não é um bom momento! Não mesmo!





_Está voltando à memória dela, não está? Eu estive a observando às vezes ela age como uma esnobe sonserina, às vezes como a tapada da Granger.





_Ela está ficando com as duas personalidades. Eu acho que a própria memória dela, tem forçado, e pode estar acabando com meu feitiço. – ele contou triste.





_E o que pode acontecer? Ela vai enlouquecer para sempre. Nem Penélope, nem Hermione. – Blaise concluiu e Draco gemeu, sabia que era a única verdade.





_Vou devolvê-la ao Potter e ao Weasley! – ele disse num fio de voz.





_Você não queria vingança? Já teve. Ferrou com a amiguinha deles, ela nunca mais será a mesma. - Blaise sorriu – Às vezes tenho medo de você sabia?





_Eu vou retirar o feitiço, ela voltará a ser Hermione Granger, é a única maneira de não enlouquecê-la.





_Mas... Não faz sentido.





_Claro que não faz. Não vou perdê-la para sempre. Não serei o responsável pela insanidade dela.





_Você já é. Mas não entendo porquê mudou de idéia.





_Digamos que há algo diferente em mim. Apenas isso. Agora me deixa sozinho, preciso me preparar.





_Cara você está muito estranho! - Blaise disse saindo.





_Melhor, sinal de que estou bem. Sempre me achei estranho! – ele resmungou.












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Draco não dormiu bem aquela noite estava preocupado, quando ouviu um barulho no corredor, e logo percebeu alguém entrando em seu quarto.





_Draco!





_Her... - ele se sentou na cama rapidamente e acendeu as luzes – Penélope?





_Eu não queria ficar lá sozinha. Não queria.





Draco a encarou, a camisola branca, era comprida, mas ela estava descalça, os cabelos curtos emaranhados, a face vermelha, demonstrando que certamente ainda tinha febre. Levantou-se rápido, vencendo a distância entre eles com agilidade e a beijou. Um beijo profundo, que ele sabia que seria o último.





Ela sorriu quando ele a soltou.





_Adoro quando tem esses rompantes. Mas você está tenso. Posso te ajudar?





Merlin, ela que estava em apuros, ele era o culpado e ela querendo saber se ele precisava de ajuda. Maldito espírito grifinório, sempre tão nobre. Ele merecia a morte. E ela se preocupando. Quando ela soubesse a verdade, que ele a havia sequestrado, e se aproveitado de sua incapacidade, que ele havia alterado sua mente, e a exposto como um troféu. Que ele havia deliberadamente roubado a sua virgindade, e que havia estragado a sua mente. Não haveria perdão. Nunca!





_Pode meu amor! Vem cá. Deitei-se ainda está com febre e fraca. - ele a ajudou a se deitar.





_Já disse que adoro seu cheiro?





_Não hoje.





Ela sorriu e ele ficou sério, seus olhos cinza, tristes.





_Eu amo você!





_Mas porque diz isso tão tristemente?





_Porque é provável que jamais se lembre disso!





_Lembrarei, porque eu também amo você!





Draco apontou a varinha e murmurou os encantamentos certos, pode vislumbrar ela perdendo os sentidos. Estava acabado... Estava completamente acabado...





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Hermione acordou e pode ouvir vozes baixas ao redor de sua cama.





_Harry ela está acordando... - Rony alertou e ela abriu os olhos.





_É você? Está tudo bem?





_Rony! – ela balbuciou e logo o abraçou forte. - Harry!





Os três se abraçaram alegremente.





_Me contem o que aconteceu na guerra. Você venceu? – ela se dirigiu a Harry.





_Estou aqui não estou? – ele disse sorrindo feliz.





_Hermione, a guerra já acabou há meses. - Rony disse indiscreto.





_Meses?- ela pareceu não entender- E onde eu estava? Esse tempo todo? Que não sabia disso?





_Não sabemos no principio, você estava desaparecida, até que quando voltamos... Você...- Rony de repente não soube o que dizer.





_Você estava aqui. É isso! Mas enfim, o ministério quer falar com você? Fazer exames e...





_Vocês dois são péssimos mentirosos, e seja qual for a verdade que quero ouvi-la. Nesse momento.- ela disse muito seria.





_Senhorita Granger?- Minerva chamou em tom duvidoso.





_Até a senhora? Sou eu professora e fico muito feliz em vê-la. – Hermione sorriu.





_Merlin! É bom ter a senhorita aqui novamente Granger! Granger! Isso soa tão bem!- A professora disse completamente eufórica, e Ronald a abraçou novamente.





_Vocês podem me dizer o que há? O que eu perdi?





_Vamos deixar os três as sós. - a professora disse para a multidão que estava ali, Hermione acenou para alguns amigos, Luna, Neville, Gina.





_Então, alguém pode me contar, o que está acontecendo?- ela exigiu logo que estavam as sós.





Harry deu um longo suspiro e achou melhor começar, Rony, não era exatamente a pessoa mais certa para aquilo.





_Mione, alguma coisa aconteceu com você. Mas não sabemos o que. Depois da guerra te procuramos por dias, por fim as esperanças foram diminuindo, mas acabando nunca! Eu sabia que você estava viva! Tinha que estar. Em algum lugar... e então o tempo foi passando, dias e noites, e nada de você aparecer. Fomos forçados a voltar a nossa vida, mas voltar para Hogwarts era uma esperança de estar mais próxima a você. E então de repente, você aparece com Draco Malfoy!





_Com quem?- ela quase gritou.





_Draco Malfoy te apresentou como Penélope ClearWatter, noiva dele.





_Esta brincando não é?





_Não. Você estava com ele, namorando, beijando, na sonserina. Sempre com ele. Como um casal apaixonado.





_Ele me enfeitiçou? Aquele verme maldito? - ela ficou muito nervosa.





_Sim, alterou a sua aparência e... – Rony disse e tocou os cabelos, e só então, ela passou as mãos pelos próprios cabelos, e se levantou num pulo, procurando pelo espelho na parede do canto do quarto.





_Não acredito! Eu vou esfolar ele inteiro! – ela fez menção de sair, e Harry a segurou.





_Calminha ai!





_Meu cabelo Harry! Aquele desgraçado mexeu no meu cabelo, na minha mente... e...- ela não pode falar, a palavra ficou em sua garganta.





Coração. Ele havia mexido em seu coração também. Respirou fundo e disse:





_Me solta agora Potter, e me diga onde ele está. E evite que eu me demore mais do que o necessário para encontrá-lo.





_Ele será levado pelo ministério, mas pelo que entende, ele já deu sua palavra de que não vai fugir. O ministério não pode apreendê-lo em flagrante, porque você nunca relutou em estar com ele. – Ronald tentou explicar.





Harry a soltou e ela saiu do quarto, alucinada, seu único objetivo, era encontrar aquele loiro maldito.





Seus passos, pareciam pesados, a medida que sua mente se ajeitava, chegando ao lugar, suas idéias se ordenando, suas lembranças, se manifestando suavemente. Ele nunca havia sido mal com ele. Cuidara dela, sempre fora carinhoso, sempre fora fiel. Tinha ciúmes, era arrogante, mas isso era dele, e ela aprendera a conviver com isso. Era feminina, se sentia sensual, sexy. Sentia-se feliz! Parou naquele momento, não podia dar mais nenhum passo. Seu peito estava em chamas, era feliz, pelo simples fato de amá-lo. Amava Draco Malfoy. Ele a amava. Era recíproco. E eles haviam feito amor.





_AH!- ela gritou se escorando numa das paredes frias.





A realidade caindo sobre sua cabeça, cruelmente. Havia se entregado a ele. E o pior, por querer, ele não a forçara... Ele não mentira...





Flash





_Você tem certeza de quem eu sou Draco?





_Tenho. – ele respondeu sincero, sabia que ela era a Granger, sabia que era sangue-ruim e sabe-tudo!





_Então me basta. Se você sabe quem eu sou, nada mais importa. - ela o beijou calorosamente.





Fim do flash





Ele sabia, que ela era a Granger. Ele não mentira. Ele estava apaixonado por ela. Ele havia confiado, nela, havia contado sobre uma musica trouxa. Ele ... a amava. O choro forte a dominou, e seus joelhos dobraram, e ela caiu aos prantos.





Harry e Rony a seguiam de perto, e foi Harry quem a pegou nos braços.





_Calma! Shiii, não chore, vai ficar tudo bem! Vai ficar tudo bem!





_Nunca vai ficar bem Harry, nunca mais...





*****************************





Draco estava sozinho naquela torre há dias. Apenas os elfos apareciam com comida, e Minerva, para colocá-lo a par da situação. Zabine fora proibido de se aproximar, acusado de cumplicidade no crime. Mas aquilo era um castigo muito menos do que ele merecia, e reviver aquele momentos ao lado dela, era melhor do que qualquer coisa. E enquanto não tirasse isso dele, estava ótimo. Mesmo que ferrassem a sua mente, seu coração, o que sentia jamais poderia ser mudado, por ninguém.





Se aproximou da janela, o dia estava frio, típico do inverno, mas não havia neve. Já estava anoitecendo e muitos, alunos retornavam ao castelo. Seu coração estava quente tinha saudade. Olhou para o pátio, de lá podia ver alunos passeando pelo caminho. Mas num canto, observando o lado negro, havia uma figura Solitária, observando a paisagem.





Seu peito ardeu, queria poder gritar, queria poder chamá-la olhá-la nos olhos ao menos mais uma vez. Mas não podia fazer aquilo, e ela jamais o ouviria. Foi então que pegou a sua varinha e murmurou:





_Expecto Patrono! – a luz emergiu de sua varinha, fraca a principio, mas se tornou forte, e explodiu em forma de uma lontra, o rodeou, antes de sair pela janela, e se aproximar dela.





Hermione estava distraída pensando nas surpresas do destino, e no que faria dali pra frente. Precisava ser cautelosa, seu coração mostrava uma verdade, que seu cérebro racional estava tendo dificuldades de aceitar. Estava apaixonada, completamente.





Distraída só percebeu o patrono, quando ele a tocou, a luz forte a envolveu e quando ela olhou, havia uma lontra, ali, rodeando as suas pernas, e seus braços. Ela sorriu, era como a dela. O patrono dela. Olhou para o alto do castelo, e pode vê-lo a olhando enigmático. O calor emergiu de seu peito como brasa.





Se olharam com atenção, parados, incapazes. Suas mentes trabalhando efusivamente, tentando controlar o incontrolável.





Hermione esticou a mão, tentando tocar a figura iluminada, ele conseguira, era uma prova de que ele era, e podia ser ainda melhor? Ou seria apenas para se safar? Confusa, Hermione saiu.





Draco sentiu o coração saltar do peito, ao vê-la junto com seu patrono, estava orgulhoso de si mesmo, depois de uma vida de fracasso, havia sido capaz de conjurar um patrono. Sorriu. Era verdadeiro, não era sarcástico, não era debochado, era real, verdadeiro, era um sorriso feliz, um raio de sol ao meio de tanta escuridão.





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A idéia de ir ao Sant’mungus, foi recusada pela milésima vez, essa manhã, se eles quisessem continuar a examinando seria ali. Não iria ficar trancafiada em um hospital. Os dias seguintes foram estranhos, ela nunca ficava sozinha, e as pessoas evitavam mencionar seu algoz. Mas ela se sentia vazia, solitária. Se pegava pensando nele o tempo todo. Soubera que ele estava numa das torres do lado leste do castelo. Sozinho. Isolado. E ela se pegou pensando em como ele estaria.





A medibruxa do ministério chegou e se preparou para uma conversa. Desinteressada, olhou a medica de meia idade a sua frente.





_Você tem evitado falar, mas sei que tem muito para dizer.





_Pensei que desistiria mais facilmente. – respondeu sem vontade.





_Já sabe que não. Então me diga o que houve nesse tempo. Tempo em que esteve com Draco Malfoy. Sua recusa, só vai trazer mais sofrimento a você, aos seus amigos. – a medibruxa disse pacientemente.





_E a ele? Causarei sofrimento?





_Ele não vai fugir, já deu sua palavra, esta na torre, esperando. E eu creio que esperaria a vida inteira. Ele anda diferente, segundo as pessoas que o conhecem.





_Ele nunca me tratou mal, as lembranças que tenho, são ótimas, carinho, mimos, e... - ela não pode terminar.





_E...?





_É difícil, amar quem se deveria odiar. Mas o amo, e fazer amor com ele, foi a melhor coisa da minha vida! – ela disse sonhadora, deixando todas as reservas de lado.





_Abuso?- a medibruxa se preocupou.





_Não foi uma violação, eu queria. E permiti ser amada, naquele momento ele não me mentiu. Eu perguntei se ele sabia quem eu era, e ele disse que sim. Então eu confiei nele.





_Isso deve amenizar a situação dele. Vou falar com os advogados.





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Estavam sentados na beira do lago negro, seus olhos estavam na torre, em que vira o dois dias antes, mas nada... Ele não aparecia. Ronald e Harry conversavam distraídos sobre amenidades, mas ela sabia o quão preocupados eles estavam, apenas tentavam disfarçar para não sobrecarregá-la ainda mais. Ronald a abraçou carinhosamente, e ela percebeu os gestos afetuosos. Ele lhe dirigiu um sorriso e de repente se lembrou do quão bonito era. Seus lábios rosados e carnudos em contraste com os dentes extremamente brancos enchiam-na de luz. Luz. Sem dúvidas o sorriso de Rony enchia seus dias de luz. Mas a escuridão ainda assolava-a. Escuridão vinda de um sorriso que se desenhava no canto dos lábios finos e extremamente pálidos.





Jamais poderia retribuir aquele amor, seu coração pertencia a outro. Triste, ela se levantou.





_Vou me deitar um pouco. - ela disse lançando um ultimo olhar para ao torre, inútil, ele não estava lá.


























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A noite passou rápida, e o sol nasceu brilhando forte.Hermione Acordou com um bolo na garganta naquela manhã. Há dias que nem sequer vira sombras dele na torre do castelo, mas sabia que ele estava lá, ele apareceria se quisesse. Mas naquele momento nem sequer conseguia sentir sua presença em nenhuma daquelas paredes, nenhum daqueles corredores... em lugar nenhum. A angústia tomava conta de sua mente e corpo.





Entrou no refeitório, e pode ver Rony e Harry conversando distraídos.





_Askaban é pouco. O beijo do dementador, é o que ele merece. Mas fico feliz dele penar um pouco em Askaban antes de receber o beijo.





‘’Não poderiam tê-lo feito. Não naquele momento. Se alguém tinha de matá-lo, esse alguém era ela.”





_Onde ele está? – ela quase gritou se aproximando na mesa.





Harry engasgou e Rony a olhou pálido.





_Diga logo? Para onde levaram Draco Malfoy? – ela berrou a plenos pulmões, completamente insana.





_No lugar que ele merece. A prisão dele está decretada. Merlin, enfim ele esta no lugar que merece. – Harry disse calmo.





Hermione sentiu seu corpo tremer, e Ronald continuou:





_Aquele miserável, filho da puta, merece a morte. Eu mesmo o mataria se tivesse oportunidade!





_Cala a boca! Cala essa maldita boca! Se encostar nele, eu mato você... - ela disse num rompante, e saiu correndo.





Os dois amigos ficaram boquiabertos.





Minerva McGonagal, estava conversando com um dos aurores, quando Hermione Granger irrompeu na sala, sem qualquer aviso.





_Professora! Onde ele está? Para onde o levaram?





_Está se referindo a... - ela estava surpresa, Hermione era sempre tão educada, nunca agiria daquela forma.





_Ele mesmo? Para onde levaram Draco Malfoy? – ela perguntou irritada.





_Askaban é onde ficam os criminosos.- o auror respondeu com descaso- Eu sempre soube que aquele filho de uma cadela, nunca daria o que presta, sempre foi como o pai. – acrescentou indevidamente o homem alto a sua frente





Hermione sentiu o sangue ferver, e apontou a varinha para o auror e antes que a diretora pudesse fazer algo, ela estuporou o homem, o jogando contra uma pilha de livros. Logo que caiu o auror se preparou para atingi-la, Harry e Ronald entraram na sala, e apontaram ao homem imediatamente. A diretora experiente logo lançou uma protego entre Hermione e o homem que estava prestes a atacá-la. Barrando também qualquer feitiço que Harry e Ronald lançariam.





_O que está havendo aqui? - a diretora exigiu.





_Eu quero vê-lo? Quero ver Draco Malfoy!





_Porque está fazendo isso Hermione? Ficou louca? – Rony perguntou tentando tomar as varinhas das mãos dela.





_Fiquei Ronald, não quero que machuquem ele. – ela gritou.





_Ele só terá o que ele merece, aquele comensalzinho de quinta! – o homem se indignou e Hermione o atacaria novamente, porém foi segurada por Harry e Rony.





_Vamos sair daqui! – sugeriu Harry, Hermione relutou, mas saiu acompanhada pelos dois melhores amigos.





O caminho até a Grifinória foi feito em silêncio, e logo que chegou Hermione se jogou pesadamente no sofá.





_Hermione, me explica o que está acontecendo. – Ronald pediu





_Eu não o quero em Askaban. – ela disse seca.





_Mas é o que ele merece! – ele exasperou-se.





_Não Rony, ele não merece. - ela foi taxativa.





_Hermione, o cara te seqüestrou, te usou de todas as formas e... – ele hesitou.





_E me deixou grávida. Mesmo assim não o quero em Askaban. – ela gritou em plenos pulmões, estava nervosa.





_O quê? – os dois perguntaram em uníssono.





_Eu não posso deixar o pai do meu filho em Askaban. E eu não quero isso. - ela disse baixo.





_Hermione...- ele gaguejou – Isso é o mesmo que desejá-lo.





_Não é Ronald, é mais que isso. Mas eu o desejo sim. Amo-o Ronald, muito mais do que deveria, muito mais do que queria. – ela disse muito fraca.





Os olhos azuis brilharam enfurecidos.





_Então me esqueça. Esqueça que eu existo. Esqueça que fomos amigos, nunca mais mencione o meu nome. Nunca mais se lembre de mim!





_Ron... – Harry o alertou, já que o amigo parecia prestes a cometer algo insano.





_Não precisa ser assim Ron! – ela disse com lágrimas nos olhos.





_Precisa sim, pelo jeito você tem queda por cafajestes não é mesmo? Eu fiz tudo direito sempre. E ele? Ele te seqüestrou, te estuprou e te fez um filho! – Rony cuspiu as palavras – Talvez eu devesse ter feito o mesmo.- ele gritou na frente dela, e ela se levantou,e o encarou por alguns segundos.





Hermione sentiu raiva, muita raiva, e levantou a mão, descendo-a com força sobre a face do amigo. O estalo ficou no ar, por alguns segundos que pareceram eternos.





_Ron... – ela balbuciou





_Você fez a sua escolha Hermione. – ele disse gélido.





_Não é justo! – ela disse entre lagrimas.





_Justo? Não me venha falar em justiça. Eu te amei, e você amou outro. Me responde mesmo que você o tire de askaban, e se ele não te quiser, o que vai fazer?












_Eu estarei feliz, por ter feito a coisa certa.





_Me esquece. – ele disse saindo, sem olhar para trás.





Harry olhou triste o amigo saindo e Hermione se encolheu no sofá chorando.





***************************************





Draco Malfoy se livrou das mãos do carcereiro, enquanto era empurrado para dentro da sala. Olhou a tradicional camisa listrada, os sapatos esfarrapados, a roupa cheirava a suor, e ele a arrancou com raiva. Olhou a sua volta o quarto estava escuro e cheirava a coisa velha. O colchão sujo e esfarrapado fazia par com os sapatos. Fechou os olhos com desespero, e a única coisa que pode ver, foi ela sorrindo.





_Eu mereço, mereço isso, por todo o mal que causei em sua vida.





Sentou-se no colchão e abaixou a cabeça. Não ele não choraria. Não que ela não merecesse. Era ele que merecia agüentar tudo calado, sem derramar uma lágrima.





********************************************





Os meses se passaram... Normalmente rápidos, para Hermione Granger. Havia uma vida a ser cuidada. Não havia mais guerra, não havia mais medo. Todos a sua volta pareciam felizes por ela. Ronald havia partido há algumas semanas para morar na Romênia, não podia dizer que sentia falta dele. Eram amigos, mas ela estava magoada demais. Pensou nas palavras duras trocadas, jamais perdoaria Ronald se ele tivesse feito o que Draco Malfoy fizera, mas perdoar Draco Malfoy era muito mais fácil, só não podia entender o por quê?





_Porque você o ama. – Harry respondeu.





_Harry! Sai da minha mente!- ela disse e o abraçou.





Ela morava num pequeno apartamento que Harry providenciara para ela, e ali adorava se isolar sempre. Ele era seu anjo da guarda. Mesmo quando assumira que amava o crápula que destruíra a sua vida, mesmo quando tomava qualquer decisão. Ele sempre estava lá. Harry Potter.





Harry a abraçou e beijou no rosto e acariciou a sua barriga.





_Estou tentando tira-lo de lá, antes que ela nasça, mas não sei se conseguirei. - ele disse triste.





_Esperarei.





_E se ele não quiser ficar com você? Já pensou nisso?





_Não importa. Eu só o quero livre. Apenas isso.





********





Draco Malfoy terminou de comer o prato de sopa rala, e gordurosa que lhe foi servido. Ainda continuou com fome, mas já tinha se acostumado com isso. A fome era uma necessidade que sua mente podia controlar por um grande tempo. Jogou o prato no chão, e pensou no tempo que estava ali. Era muito, uma eternidade a seu ver. Olhou para os dedos, sujos e calejados, passou as mãos por seus cabelos, estavam presos e ensebados, deviam estar até pretos como os do Snape, ele pensou e sorriu. Queria tanto poder cortá-los, sabia que tinha emagrecido muito, devia estar muito feio.





_Claro que ainda com charme lógico! – ele disse mais para ouvir o som de sua voz, seria bom para que não pudesse esquecê-la, já que passava a maior parte do tempo em silencio.





_Muito charmoso mesmo! Mas é melhor tomar um banho e se vestir. Tem um advogado querendo falar com você. – o carcereiro disse.





Ele acompanhou, estava curioso, estivera umas duas vezes apenas na presença de um advogado, e se recusara a falar qualquer coisa.





Não demorou muito para estar sentado, na sala de visitas, de frente para o homem alto, que ele reconheceu como sendo o mesmo das outras duas vezes.





_Então, hoje o senhor precisará falar.





Draco apenas arqueou a sobrancelha e o olhou com descaso.





_Por quê? Simples. Consegui sua liberdade provisória.





Draco permaneceu em silencio, e o advogado sorriu. Antes de continuar.





_Sempre teimoso assim? Antes que me encha de perguntas. Não está na condicional, não deve serviços públicos, e não corre o risco de voltar à prisão. Seu processo chegou ao fim, e você foi absolvido.





Sem um julgamento? Sem que ele soubesse? Estranhou.





_Quem? – ele disse enfim.





_Quem?





_Sim idiota, quem mandou você? Quem me tirou daqui?





_Está pronto para voltar para casa senhor Malfoy?





_Digamos, que não preciso voltar para a minha cela, para uma despedida. – ele disse azedo, e o homem sorriu.





_Bem que me avisaram do seu humor. Vejo que tempos aqui não o mudaram.





_Não, ainda sou o mesmo esnobe de sempre.





_Não creio que esteja em condições de esnobar... nem um mendigo.





O homem disse e Draco o fuzilou com o olhar.





_Podemos dar um jeito nisso...





***************************************





Draco não entendia nada do que estava ocorrendo, um dia estava lá preso, praticamente a correntes, e no outro fora absolvido? Não fazia sentido, mas não estava ligando, o ar fora daquelas paredes o oprimiu. E ele se pegou pensando em como as pessoas olhariam para ele. Se já era mal visto por se Malfoy, pioraria agora que seria um ex-detento de askaban. Respirou fundo, e pensou no quanto almejou a sua liberdade, e agora? O que fazer? Estava livre! Poderia procurar Hermione, se desculpar. Não que fosse adiantar. Mas o que diria? Deixariam ele chegar perto dela? Não, era resposta mais provável. Totalmente provável.





Arrumou-se de má vontade. Mas logo estava pronto. Apresentável. Se olhou no espelho. Quantos meses, não se via. Sentiu saudade de outrora, quando sua imagem mostrava um garoto pomposo e metido. Mas agora era diferente, e ele percebeu que não era saudade. Não queria ser aquele mesmo garoto. E mesmo que vivesse mil anos, não voltaria a ser como antes. Ele arrumou os cabelos despontados, empurrando-os para trás, a roupa parecia grande demais e desajeitada. Ou talvez ele que estivesse magro demais e feio.





Respirou fundo e saiu. Não era mais um maricas que chorava em frente a um espelho. Quando entrou na sala, foi dizendo, enquanto apertava o cinto em sua cintura.





_Podemos ir. Essa roupa não é de grife como as que eu usava em askaban mas serve.





Demorou alguns segundos para o perfume doce invadir, suas narinas. E percebeu que não estava na sala somente com o advogado.





_Bom, essa é a mulher responsável por sua liberdade!





Draco se virou e pode vislumbrar a silhueta a sua frente. Estava de costas, os cabelos curtos, estavam bem penteados, nem um fio fora do lugar. Vestia uma roupa social, saia e terno, era uma roupa certamente cara.





Teve dificuldades de respirar, seu coração parecia prestes a saltar do peito.





_He...- ele gaguejou sua garganta seca o impedindo de falar.





_Percebo que a arrogância e a soberba ainda são traços seus. Talvez askaban não faça milagres como dizem.- ela disse lentamente arrastando a voz de propósito.





_Hermi... mi...- ele não pode dizer.





_Sim, Hermione, não creio que seja devido chamar-me de Penélope.





Ela disse e se virou devagar. Draco pode ver os lábios bem feitos, cobertos por batom carmim, a pele cuidadosamente maquiada. Os gestos eram firmes, e ele a analisou. Era como se ela fosse à mulher que ele criou. Espera vê-la um dia, mas esperou encontrá-la de cabelos crescido, ar assustado, cercada pelo Potter e o Weasley. Mas ela estava ali, sozinha, altiva. Linda! Sentiu orgulho, e alívio. Não havia destruído o que havia de melhor nela, ela estava forte. E ele teve certeza de que ninguém pisaria nela. Ninguém.





Hermione olhou o homem a sua frente. Pareceu tão magro, indefeso. Sofrido. Mas os olhos cinzas eram os mesmos, frios e cruéis.Uma expressão de sarcasmo tomou conta da face da garota, sem que ela precisasse se esforçar. Exatamente da maneira que aprendera com ele. Os olhos cinzas se tornaram vermelhos diante da expressão dela.





_Veja, acho que estamos dos lados opostos agora. Ah você não esta inconsciente, não é mesmo? E a sua memória esta intacta. – ela foi sarcástica.





_Hermione... eu...





_Queria se desculpar? Dizer que sente muito? Inútil Malfoy!





_Não. Só quero entender o porquê me tirar de lá. O motivo de não me deixar apodrecer lá. – ele disse sincero, evitando, olhar para ela.





Ela sorriu, e caminhou perigosamente pela sala.





_Você não merece saber.





Nesse momento o advogado saiu os deixando sozinhos.





Draco sentiu seu rosto queimar de raiva, não estava em condições de exigir uma resposta. Mas também não iria implorar por ela. Ele era Draco Malfoy não implorava nunca. Nem mesmo por Hermione.





_Gato comeu a sua língua? Pelo que me lembrava era mais falante. – ela debochou.





_Pare de representar a sonserina vingativa, não combina com você. – ele disse e a encarou.





_Aprendi bem minha lição Draco? Aliás foi você que despertou esse meu lado cruel, sonserino, esnobe não é mesmo?





_Aonde quer chegar?





_Eu? Aonde você queria chegar com essa merda toda Draco Malfoy?





_Foi um plano falho, de uma vingança idiota e infantil, que nunca daria certo, porque eu... - ele não podia dizer que havia se apaixonado.





_Sempre medroso. Não consegue admitir o que sente. Ainda tem vergonha de ter se apaixonado pela sangue-ruim? Pela sabe-tudo idiota!





Ela desafiou, mas ele não se moveu. O silêncio pesou entre eles, como um ataque de socos e pontapés. Machucava. Não queriam dizer ofensas, mas era da natureza deles se ofenderem. Agora não havia máscaras, nem magias, eram apenas Draco e Hermione ali, mas nenhum era forte o suficiente para dizer nada.





O choro alto e estridente, fez Hermione saltar, sem se importar com Draco, ela saiu da sala, deixando a porta aberta. No quarto ao lado, caminhou até o berço e pegou a pequena criança que estava vermelha de chorar.





_Shiu... shiii... And she would sing sha na na na na na na na ... It will be all right sha na na na na na.... Sha na na na na na na na ... Now just hold on tight





Draco estremeceu, quando ouviu a voz dela num sussurro, cantando algo que era dele. Ou pelo menos ela julgava ser assim.





_Hermione? – ele chamou, já que ela estava de costas para ele mais uma vez.





Ela se virou, e ele pode ver a pequena cabeça, coberta por cabelos loiros, finos e brilhantes. As mãozinhas gordinhas se agitando pelo ar.





Hermione sentiu frio e calor com aquele olhar. Ele estava bravo, bobo, confuso.





_De que ia adiantar você saber? Não ia alterar em nada. – ela disse fria, e beijou a pequena cabeça, acalentando a criança.





_Alterar em nada. Essa criança... Ela... - ele gaguejou trêmulo.





_A concebemos em Hogwarts, nasceu há três meses. É um amor de criança. Me deu trabalho para nascer, mas eu superei e supero qualquer coisa por ela. – Hermione sorriu terna, quando a criança parou de chorar.





_Ela?





_O nome dela é Penélope.





Draco sentiu suas pálpebras tremerem, seus olhos ardiam choraria. Sem dúvida ele choraria.





_Nossa? Nossa filha?





_Sim. Uma Granger Malfoy! - ela sorriu entre lágrimas.





E ele abriu um sorriso largo, era engraçado pronunciar esses dois nomes e eles serem pertencentes a uma mesma pessoa.





_Uma Granger Malfoy! – Ele repetiu testando a sonoridade daquele nome.





Hermione ajeitou a menina em seu colo, de modo que ela ficasse de frente para Draco.





_Olha Penélope, é seu pai. – ela disse suave.





E Draco pode ver o rosto da filha. Os olhos eram cinza, como os dele, o cabelo platinado. Era linda!





_Ela é perfeita!





_Ela é uma Granger, era de se esperar! – Hermione sorriu da confusão no rosto de Draco.





_Você vai me deixar tocá-la ao menos uma vez? – ele perguntou baixo.





_Sabe que não merece pelo que fez. - Hermione disse triste.





_Mas é a única coisa que desejo na vida nesse momento. - ele foi sincero.





Hermione sentiu seu nariz coçar, mostrando que choraria.





_Eu te tirei de Askaban, não foi para ficar comigo ou com ela. Só não queria que continuasse lá.





_Agradeço. Porque eu merecia continuar lá, embora não quisesse.





_Não estou reclamando a paternidade da minha filha.





_Mas eu estou.





Hermione sentiu o coração saltar. Inferno! Será que ela tinha errado tanto assim, em querer e lutar pela liberdade dele? Será que havia errado?





_Estou reclamando a única mulher que amei. E que amarei. A única pessoa que eu quero comigo. – ele disse sem coragem de – Mas entendo se me privar desse direito... - ela o interrompeu.





_Cala essa boca Draco. Você já errou demais, sei o quanto é mesquinho, então não tente bancar o mocinho ok? - ela disse





E então ele venceu a distância e a pegou de surpresa, com cuidado para não tocar a pequena, ele segurou o rosto dela, e a beijou. Hermione aceitou o beijo, o queria muito, suas línguas se acariciaram com calma e carinho.





_Acredito que possamos dar certo. – ele sussurrou com os lábios ainda colados aos delas





_Claro que se você deixar de ser um arrogante prepotente.





_E você deixar de ser a santinha sangue ruim.





Eles sorriram. E se beijaram novamente.





_Sim, eu também acredito.





_Podemos tentar. Eu quero estar ao seu lado. – ele disse.





_Uma vez você me disse que me amava, e sei que amou a Penélope ClearWatter. Mas e a mim? Hermione Granger você é capaz de amar?





Ele suspirou profundamente.





_Não posso afirmar o momento, mas eu sempre amei você, desde que esteve comigo. A Penélope foi apenas uma fachada. - ele sorriu de lado sedutor.





_Não é mais. Não é mesmo Penélope? – ela beijou a filha, que resmungava em seu colo.





Os dedos finos de Draco enfim tocaram o topo da cabecinha, e ele estremeceu.





_Nossa Penélope! – ele resmungou. E ela passou as meninas para os braços dele que a recebeu desajeitadamente – Nunca peguei um bebê.





_Amo-te Draco Malfoy. – ela disse distraída, vendo a imagem dos dois.





_Amo a ti também Hermione Granger.





********************************************





‘’... O inesperado, pode acontecer na vida de um homem que comete erros. Erros que podem ser fatais, e eternos. Eu agradeço a Merlin, por ter cometido um erro que me levou ao paraíso. ’’





Draco Malfoy,





Auror.





45 anos.





Casado há 25 anos com Hermione Granger editora chefe do semanário das Bruxas.





2 filhos.





Penélope Granger Malfoy, 26 anos.





Enzo Granger Malfoy, 10 anos.












Hermione sorriu, ao ver o que a filha preparara para a edição daquela semana. A frase a emocionou, ainda mais que estava com saudades do marido que viajara numa missão há 15 dias. Um pigarro chamou a sua atenção e ela olhou para a porta.





_Complete a edição, a frase: um homem completamente apaixonado e necessitado de sua esposa!





Ela sorriu e se levantou rapidamente, Draco a olhou, mesmo depois de tantos anos, conservavam a mesma vitalidade, e ela estava ainda mais bonita, ele a observou, os cabelos dela em cachos perfeitamente arrumados, caindo sobre os ombros com delicadeza.





Abraçaram-se fortemente e ele sussurrou em seu ouvido:





_Seus cabelos estão lindos! Adoro eles assim!





_Eu sei. Tenho arrumado eles dessa forma, desde que viajou, afinal você não tinha dia de voltar, e queria estar linda, do jeito que sei que você gosta! – ela disse dengosa, e beijou-o no pescoço.





_Enzo mandou uma carta. Está em detenção com o Potter. – contou sorrindo – É a terceira esse semestre. Espero que tome providências Draco Malfoy.





_Potter. Sempre pegando no pé dos Sonserinos. Vou falar com o Potter.





_Precisa falar com seu filho! - ela se indignou – Ele estava lançando feitiços embaixo das saia das meninas, para ventar e ele ver suas calcinhas.





_Oh! - Draco se espantou – Tenho que conversar com Enzo, para ser mais discreto, pode fazer isso, mas não precisa ser pego! – ele falou divertido.





_Eu vou te azarar Draco Malfoy. – ela quase gritou.





_Pode ser depois de... - ele fez um ar sugestivo – Estou morrendo de vontade sabe...





_Tudo bem, depois te azaro! – ela disse e aparataram juntos...







FIMMMMMMM





Nota autora: Tive uma exata crise de risos, quando vi quem era a aminha amiga! O que é normal, tendo visto que ela me faz rir tanto. Aliás a conheço a tanto tempo... e sempre que estou com ela no MSN alguém me chama de doida, porque começo a rir e não paro. Bom, tenho algumas coisas em comuns com essa pessoa, principalmente os gostos musicais kkkk Nirvana não gosto muito, apenas algumas musicas, Come as you are( espero que se escreva assim mesmo) é minha preferida. Bom difícil escrever pra essa pessoa. MUITO! Acho que tenho tendência a melar tudo, e ela não gosta de Doces. Hauahaua Nc? Puta merda, quando disse que tanto fazia ter ou não ter. quase enlouqueci, Merlin, fazer uma fic sem nc? Affão. Daí um dia me diz que podia ter mas não fazia questão, daí pensei, aah pelo menos umazinha! Hauahaahu Acho que fiz o possível pra não virar uma romance mexicano, do tipo Maria do bairro, tive tantas ideias... minha mente fervilhou... podiam seqüestrar o filho deles, colocarem fogo na casa dela... essas coisas a estilo Talia! Kkkkkkkkkkk mas me segurei bravamente. Espero do fundo do coração que goste. Porque eu amei escreve-la pra tu! Beijocas Juliane Fernandes.





P.S: Trabalheira encaixar essas frases ops testamentos Né? hauahuahau

Um comentário:

  1. Olá! Só passei para dizer que eu adorei a fic (que novidade, rsrsrsrs)! Principalmente o final super romântico. Josy sem comentários, perfeita como sempre! Agora deixa eu ir lá para "Perdida em seus olhos". Estou viciada nesse site!
    rsrsrsrsrsrs. Beijos, até mais!

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