Tormentas Cap. 34
A irmandade estava reunida na sala de jantar, os grandes guerreiros, eram um contraste inusitado perto de suas shellans, tão pequenas e femininas, até mesmo Xhex tinha assimilado um pouco de feminilidade quando fora morar na mansão.
Thor pigarreou chamando a atenção para si mesmo. Dezenas de olhares os encararam, e com certeza, foram de seus rostos, para as sua mãos dadas, tendo visto que Minnah estava ao seu lado.
_Ahh! Agora sabemos para que lado os gansos voam não é mesmo? – Raghe disse e todos riram.
_Bom, sentem-se irmãos, há lugar para vocês dois. – O rei disse com um meio sorriso.
Os dois se sentaram.
_E você como está irmão? – Vishous perguntou - Eu pensei que não fosse levantar da cama tão cedo! Mas é bom te ver na ativa.
Tohr apenas assentiu agradecido. E Raghe foi quem continuou.
_Claro! Com terapia intensiva de sexo selvagem. Qualquer um melhoraria em tempo recorde!
_Raghe! – Mary gritou.
Minnah tentou conter o sorriso, mas ao ver que todos riam inclusive Tohr, ela se permitiu sorrir.
A primeira refeição ocorreu com muita alegria e descontração. Não demorou muito para que Wrath se afastasse dos demais, e Minnah o observasse. E logo, como se fosse um pedido dele ela estava ali. Os dois num dos cantos conversando baixo.
_E então? Como você está agora? – ele perguntou.
Ela poderia responder a verdade, dizer-lhe que estava deliciosamente dolorida entre as pernas e que suas veias ainda queimavam levemente onde ele havia mordido. E que se sentia saciada em todos os sentidos. Mas era melhor escolher as palavras.
_Estou bem.
_Não posso ver seu rosto. Mas sinto o calor de sua pele. A marca dele gritante sobre você. E a sua satisfação.
_Estou completa.
_Presumo que estão juntos agora.
_Não acho que seja o caso. – ela respondeu.
_Eu não acho que ele permitira que vá a algum lugar sem ele. Vocês dois se pertencem.
_O tempo dirá.
_Você não entende? Quando um macho se vincula, não há volta. Apenas a morte. Mas não vamos falar sobre isso não é mesmo?
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Tohr não saiu em luta nos próximos dias. Ficava revezando entre repouso, e os trabalhos administrativos no escritório com Wrath. Numa das noites, ele estava inquieto.
_Que foi irmão? Hoje não está bem.
_Estou querendo ir para o campo. Exercitar. Ficar apenas aqui me adoece.
_Bom, pra mim foi difícil acostumar, mas meu estado inválido necessita disso.
_Não fale assim é um bom rei. E tem feito-o maravilhosamente!
_Às vezes agradeço a virgem por estar nessa situação. Se estivesse em minha melhor forma, não conseguiria me manter longe da batalha.
_Imagino, como deve ser.
_E Minnah, ela não fala em lutar?
_Esses dias, tem sido fácil, me fingir de fraco. Isso a desanima. E cansá-la no lado sexual, também é uma boa saída. – ele disse marotamente.
_Sabe que não pode manter isso por muito tempo não é mesmo! A luta está no sangue dela. É uma guerreira nata.
Tohr suspirou fundo.
_Wrath, não sei como o meu lado de macho vinculado reagira. Mas ainda não a quero lutando.
_Entendo. Mas vocês já passaram pó poucas e boas, não acha melhor, a deixar escolher.
_Fico pensando, eu não quero um filho. Mas no fundo queria que aquela noite eu a tivesse engravidado. Seria tão mais prático pra mim. Mas sabe como as gravidezes são.
_Tohr meça as suas palavras irmão. Essa fêmea é fogo!
_Eu sei, entendo. Mas para mim, se ela estivesse grávida poderia mantê-la longe das lutas, até mudar a cabeça dela. Mas isso não pode acontecer. Porque eu não quero um filho. Nunca mais.
_Mas seria um filho seu e da fêmea que ama. Seu e de Minnah. - o rei falou
_Nem dela e nem de ninguém, se isso acontecesse eu piraria novamente.
Não era de seu costume escutar conversas por detrás das portas, mas a porta estava entreaberta e ela passando. As vozes que começaram altas, se tornaram sussurros como se eles não quisessem que as paredes escutassem. Sabia que aquilo não era uma boa coisa, e nem fazia parte das regras de boas maneiras, mas não pode evitar colar o ouvido e escutar parte da conversa.
A conclusão era, Tohr não havia mudado, ainda não a quereria na batalha. E se ela tivesse ficado grávida! Por Deus, aquele pensamento era mesquinho! E a forma firme como mencionara que não queria um filho. E se houvesse uma criança? Ele piraria. Não aquilo ela não permitiria. Não era possível estar grávida. Mas se caso acontecesse, bem só haveria uma saída... e definitivamente não era enlouquecê-lo.
***
Tohrmenth entrou no quarto e encontrou Minnah se preparando para sair.
_Onde vai?
_Quero ir ao Shopping, preciso ir mais cedo. Logo que a noite cair, as lojas fecham as onze. – ela respondeu seca.
_Vou com você. Só tomarei um banho e...
_E pode ir aonde quiser.
_Que?
_Não te quero atrás de mim Torhmenth me dá um tempo!( N/A: Ah lá em casa... eu ccom Torhmenthzinho e ia pedir tempo? Ele que teria que pedir um tempo pra eu sair de cima dele kkkk)
_Minnah que bicho te mordeu? Certamente não fui eu! – ele brincou e ela sorriu.
Caminhou até ele com um suspiro de resignação e o beijou nos lábios docemente.
_Posso ir com você?
_Não. Eu vou sozinha! Não irei atrás de lassers!
_Mas do jeito em que atrai, não precisa ir atrás, eles vão atrás de você!
_Não mesmo...
_É só um banho rápido não te atrasarei de forma nenhuma!
_Ok! Seja rápido! – ela disse e se sentou na cama.
Ele a beijou mais uma vez, e saiu.
Logo que ouviu o barulho do chuveiro, ela disse:
_Não ouse me encontrar Torhmenth!
_Minnah, você não vai fazer isso!- ele gritou do banheiro e ala riu alto.
_Já fiz guerreiro!
E saiu em disparada. No corredor trombou em John Matthew. E ele sinalizou.
‘’Onde vai com tanta pressa? Posso saber?’’
_Fugindo de um certo guerreiro, que me marcou. John tente mantê-lo em casa ok. Eu preciso desse tempo pra mim!
‘’Tentarei, mas tome cuidado ok? Está armada?’’
_Não precisarei essa noite.
‘’Como pode ter certeza? Tome!’’ – ele estendeu a própria Glock – ‘’Melhor prevenir.’’
Ela sorriu e saiu da mansão.
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A gargalhada escandalosa de Raghe se uniu a de Vishous e de Butch, enquanto Torhmenth estava sentado desolado, num dos sofás da sala de visitas da mansão.
_Ela te enganou seu paspalho! Não acredito caiu no golpe do chuveiro! – Raghe riu alto.
_Vou falar com Wrath para pedir exames de inteligência para os seus guerreiros. – Vishous zombou.
_Não brinquem, eu não podia sair pelado correndo atrás dela.- Tohr respondeu mau humorado.
__Deus me livre e proteja de uma cenas dessas! – Butch falou e riram alto.
_Só preciso me concentrar no sangue dela e encontrá-la.
_Você já parou para pensar que ela pode querer ficar sozinha um pouco? – Vishous disse.
_Mas ela não pode ficar sozinha... – ele resmungou
_Pela virgem Torhmenth ela não é uma garotinha inocente de cinco anos. Ela sabe se defender. – Raghe disse ficando sério.
Um assovio chamou a atenção de todos, era John e Xhex que entrava na sala.
‘’Ela está armada. Eu dei a minha arma quando ela estava saindo sem nada.’’
A face de Tohr se contorceu, e antes que pudesse falar Xhex disse:
_Cuidado com as palavras Vampiro! Sua fêmea é muito mais esperta do que você imagina! Eu entendo a preocupação de vocês, mas puta merda as shellans não são de vidro! John meu homem, eu já vou, tenho umas pendências, mando mensagem assim que der ok! – ela disse e o beijou rapidamente nos lábios, e saiu.
_Esfria a cabeça cara! – Vishous disse e também saiu para a noite.
_Podemos caçar juntos? Que acha irmão como nos velhos tempos! – Raghe convidou.- Entre para o banheiro chegado e eu te espero bem aqui! Prometo! – Raghe disse com deboche, e logo Torhmenth se pôs a correr atrás dele.
*****
Aquela era a terceira boate humana que entrava naquela noite. Pediu um drink e observou as garçonetes e as dançarinas. Garçonete? Aquilo nunca daria certo, se um cliente desistisse de um pedido ela faria o infeliz beber ate a taça, enfiaria aquilo goela abaixo num piscar de olhos.
_Oi! Calmo aqui!
_Sim, até a meia-noite! Depois isso vira um inferno sobre a terra. – a moça simpática comentou limpando o balcão e preparando uma bebida.
_Estou atrás de um emprego. – ela disse sem rodeios.
_Olha bonitinha, você tem uma cara de anjo, e devia voltar pra catequese.
Minnah sorriu, com sorte mataria alguém antes de voltar pra casa.
_Mesmo? Fui expulsa de lá, por mau comportamento. – ela sorriu enigmática – Sou muito mais forte do que pareço. Com quem eu falo?
_Ah uma vaga! Mas para dançarina! Que tal subir lá... e mostrar se pode dançar! – ela disse sarcástica, mostrando a pista vazia.
Minnah olhou a pista muito interessada, como se medisse a distância. Tirou sua jaqueta de couro e entregou a garçonete, com um meio sorriso.
_Minha Glock está nesses bolsos, um amigo que estimo muito me deu antes de eu sair. Caso eu não a devolva, você terá ele e eu atrás de você, como dois cães de caça.
A mulher apenas sorriu, gostava quando apareciam garotas atrevidas assim no bar.
_Colocarei junto com minha bolsa. Não teremos problemas, agora vá até lá, que as pessoas certas estarão de vendo!- - ela disse ainda com deboche.
Minnah venceu a distancia e subiu no patamar de madeira, o DJ percebendo a intenção, trocou a musica por uma balada sexy, e as luzes a sua volta se acenderam. Não havia volta, Minnah estremeceu e fechou os olhos quando ouviu palmas e assovios.
Seus pés não vacilaram. Fechou os olhos, e se deixou embalar pela batida ritmada da musica. Lembrou-se de Tohr e gemeu, ele a mataria. Mas não antes que ela o tivesse enlouquecido de tesão. Dançou, dando o melhor de si, queria que ele estivesse ali, seus movimentos sensuais era para ele, somente para ele, mas uma turma de humanos é que apareceu ali perto babando, e aplaudindo, em sua mente ela via, ele. Torhmenth, seu pênis ereto para ela, mas ele não tocaria, ela apenas dançaria, dando o melhor de si.
_Tira ela de lá e a traga pra mim. Agora! – Kirk, o dono da casa noturna avisou, enquanto ia para os fundos, era no estacionamento 2, que ele gostava de tratar de negócios inicialmente, claro.
Não demorou para que Minnah estivesse enfrente a ele.
_De onde você veio? E trabalha pra quem?
_Se trabalhasse para alguém não estaria rebolando meu traseiro por dinheiro! – ela respondeu sarcástica.
_Há quanto tempo faz programa? – ele perguntou sem rodeios.
_Não faço. E se tiver se interessado no meu trabalho, será só dança, posso vestir roupas diferentes, de acordo com os fetiches desses filhos da puta. Mas nenhum toca em mim, jamais.
_Vadia pudorosa!- um dos guarda-costas riu.
_Tenho tanto pudor quanto a puta de sua mãe!- ela respondeu.
_Wolll Boa na língua você é gracinha! Estou mesmo precisando aumentar o faturamento do clube.
_Apenas dança. Nudez sensual. Mas nunca, nunca programa.
_Certo! Setenta e cinco por cento da renda!
Minnah sorriu de lado. Era um ladrão mesmo.
_Vou procurar outro lugar pra dançar. – ela disse e se virou para sair.
_Ei, cinquenta é pra mim, vinte e cinco para os guarda-costas que vai precisar! Acha mesmo que conseguiremos mandar você intocável dentro desse lugar?
_Não preciso de um segurança!
_É pegar ou largar!
_Façamos diferente, eu derrubo seus três seguranças em cinco minutos. E fico com sessenta por cento. – ela disse interessada.
Os homens riram debochados.
_Três, e se quiser manda vir mais algum lá de fora!
_Fechado!- Kirk disse sarcástico.
Um dos brutamontes se pôs no meio do pátio, e estalou os dedos.
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