Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tormentas 37



Cap. 37

Fritz passou a ligação para Beth, que atendeu alegre.

_Olá Beth!

_Minnah? Enfim você ligou! Estávamos preocupados.

_Eu sei. Como estão as coisas? Todos estão bem? – ela perguntou tímida.

_Sim, sim estamos todos bem. Mas me fale de você.

_Não trabalho mais para os humanos.

_Precisa de alguma coisa? Como está o... – Beth parou como se não quisesse mencionar a gravidez.

_Não posso mais trabalhar para os humanos, a minha barriga já aparece proeminente. Já são dez meses, não arriscarei a saúde da criança. – ela disse seria.

_Volte pra casa menina, deixe que cuidemos de você.

_Não posso! Como ele está?- ela perguntou segurando as lágrimas.

_Ele está cada vez mais taciturno. Luta com garra, mas vê-se que está com o coração ferido. Minnah não podem se machucar assim!

_Beth sinto saudades de vocês. Mas ainda não posso... não sei como ele reagiria, não posso suportar a rejeição dele.

_Caramba Minnah, quer que eu conte a ele?

_Não. – ela praticamente gritou.

_Me prometa que se precisar, vai nos procurar. Prometa-me.

_Não minha amiga! Sabe que não prometerei o que não poderei cumprir.

_Minnah, sabe que se quisermos a encontrar, encontraremos. Sabe que se ele quiser.

_Mas ele não quer. E isso já basta pra mim.

_Se cuida Minnah!

_De lembranças minhas a todos... menos... – ela não pode falar – Adeus Beth!

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****Meses Depois****

Tohrmenth saiu na noite, sentindo o ar frio em sua pele morna. Sentiu-se vazio. Embora estivesse saciado. Alimentava de umas das escolhidas regularmente, o sangue era tão forte, que ele estava em sua melhor forma. Lutava bravamente a cada noite. A sociedade lesser estava enfraquecida, desde que eles atacaram o centro de iniciação tempos depois de Minnah chegar à irmandade. E depois daquele grande feito, haviam embargado mais duas iniciações. O que davam uma vantagem. Não que não houvesse feridos na irmandade. Sim havia, mas Jane era boa e rápida com o bisturi, agulhas e linha.

Se pegou pensando em Minnah!

_Inferno! – era melhor ir a luta mesmo, não queria pensar nela. Mas porque seu coração estava tão pesado, como se algo de ruim estivesse acontecendo. Concentrou-se no sangue dela.

Nada! Já havia se passado muito tempo desde que estiveram juntos. Sentiu uma onda enfraquecida de seu sangue em algum lugar ao leste da cidade. Na zona mas afastada. Mas era um eco tão fraco que ele teve duvida de que existisse mesmo e se ele seria capaz de rastreá-lo.

_Perdido na noite irmãozinho!- Raghe se aproximou sorrateiro, tanto que assustou o irmão – Não é bom que esteja nas ruas com a mente assim. Posso jurar que está pensando em uma fêmea.

_Não penso mais em fêmeas, apenas me alimento delas. E achei que ser sensitivo era função de Vishous não sua.

_Ei, não sou sensitivo! Que coisa mais brega! Sou um cara durão! – Vishous disse chegando e os três riram juntos.

**********************************************************************************************

Minnah se encolheu na cama mais uma vez, eram exatamente 72 horas desde a primeira contração forte. Estava sentindo o enrijecimento do ventre e a dor incomoda, já fazia muitas semanas. Mas há 72 horas atrás, achou que fosse desmaiar diante da dor que a atingiu quando pegara uma tigela de cereal. Só pode recolher muito mais tarde, quando a dor amenizou. Já havia perdido a conta de quantos banhos tomara, naquelas horas, mas ainda continuava transpirando em excesso.

Caminhou devagar pelo quarto, sentindo a roupa úmida entre as pernas, avisando que estava perdendo sangue novamente. Abriu a gaveta, e olhou as roupinhas ali, limpas e bem arrumadas. O Moises estava sobre a cômoda, esperando até que a criança fosse colocada ali.

Minnah sentiu seus olhos arderem. Queria ficar sozinha, mas estava fraca demais, e se ela sucumbisse a fraqueza? Como sua criança escaparia? Quem zelaria por ela. Com lagrimas nos olhos, pensou em como era ruim e triste não ter ninguém. Mas ela tinha, a irmandade inteira estava disposta a ajudá-la. Ela era quem havia se recusado. Sentiu seu ventre remexer, seu filho merecia uma chance de viver. E imaginar tirar isso daquela criança lhe pareceu tão injusto. Pegou o telefone e discou...

Ninguém atendeu, e o bip soou avisando que ia para a caixa postal, a fez entrar em pânico. E se eles não a quisessem mais.

_Whrat, - ela gemeu, aquilo era uma hora infeliz para uma contração, trincou os dentes, e todos os pensamentos coerentes lhe fugiram da mente – Whrat eu preciso de ajuda! Não quero ficar sozinha!

Foi à única coisa que saiu, e ela precisou desligar rápido, antes que o grito preso em sua garganta se soltasse. Ela gemeu e gritou a plenos pulmões.

_Inferno! Como pode doer tanto assim! Isso não é certo! - resmungou para si mesma, e entrou no banheiro mais uma vez.

A necessidade de ir ao banheiro era mais do que freqüente. Ainda sangrava muito, mas qualquer coisa entre suas pernas a incomodava demais. Arrastou-se até a cama, e esperou a nova onda passar. Chorou sozinha, como uma fêmea faria. Depois enxugou as lágrimas, pensando no quanto deveria ser forte. Tinha alma de guerreiro, não sucumbiria. Não sabia quando ouviriam a sua gravação, e se a atenderiam. Se ficasse ali certamente não teria salvação. Lembrou de seus dias de lutas e treinamento, seu corpo tão forte. Certamente não era uma boa coisa, estar no centro de Caldwell nesse estado. Sem poder lutar, seria um alvo fácil, e talvez valioso nas mãos dos redutores. Não se importava mais se ela mesma não sobrevivesse, mas queria que sua criança tivesse ao menos uma chance.

Vestiu o roupão sobre a túnica vermelha que usava, e pegou as chaves do carro. Colocou uma SIG no bolso, pensou na bolsa de bebê que comprara. Nem colocara nada dentro.

O frio da noite a atingiu como um tapa. E ela então percebeu que fazia muito tempo que não saia de sua casa. Muito. Em casa conseguia tudo o que queria, não precisava sair. A caminhada até a garagem demorou muito mais do que o habitual, colocou o carro na frente da casa. E pensou, que precisava ir ao banheiro novamente. Mas a distância parecia tão cruel naquele momento.

Fez o trajeto, evitou olhar para cama, senão deitaria ali novamente. Quando passou pela cômoda, pegou o Moises, poderia precisar dele, antes de voltar para casa. Colocou um cobertor branco encima dele e voltou para fora.

A chave estava na porta, quando ouviu vozes perto de si... Tão perto.

***************************************************************************************

Wrath ouviu a ligação e apertou o redial. Dez toques se passaram e ela não atendeu. Praguejou e então Beth chegou.

_Nallun, o que houve que está tão irritado?

_Minnah ligou pedindo ajuda! Mas não atende a porra do telefone! – ele disse preocupado- Desculpe Lellan, essa minha boca.

_Não se preocupe, meus ouvidos já ouviram coisas piores do que isso! Deixa-me tentar! – segundos depois – Infernos!

_Vou mandar mensagem para Blaylock e Qhuinn, eles estão em campo, mas devem ir até ela.

_Alguns guerreiros já estão retornando, eu ouvi música alta e barulho da sinuca, na sala de jogos.

_Sim, deve faltar mais ou menos uma hora para o amanhecer.

Whrat falava, quando a porta se abriu.

_Meu senhor, viemos informar que... - Raghe entrou primeiro e já ia falando

Mas o semblante preocupado do rei e da rainha o fez parar.

_O que houve? Algum dos nossos feridos? A cidade está calma...

Vishous e Thor entraram logo atrás.

_Que cara é essa meu irmão, viu um fantasma? – Vishous sorriu, e acendeu um dos seus cigarros.

Beth engoliu em seco, não havia porque manter aquela farsa, e Minnah que a perdoasse, mas tinham ido longe demais.

_É a Minnah!

_Bom, vou nessa, isso não é assunto meu! - a voz de Tohrmenth soou rancorosa, e ele deu as costas rapidamente.

Beth pegou o telefone e colocou a mensagem de voz, para que todos ouvissem.

‘’Whrat, - houve uma pausa – Whrat eu preciso de ajuda! Não quero ficar sozinha!

_Porque estão me mostrando isso? É tão simples! – ele sorriu amargo – A deixem sozinha! Eu implorei que ela voltasse, eu pedi. Mas ela não quis e agora liga assim de repente? Simplesmente a deixem. – ele deu mais um passo em direção a porta.

_Não deixarei que ele dê a luz a seu filho ao relento! – Wrath disse sério e Tohr se virou tão rápido como se seu pescoço não tivesse osso algum.

_O que disse?

_Minnah espera um filho seu! Ela prometeu que pediria a minha ajuda quando essa criança estivesse nascendo.

_Que Porra! Vocês são loucos? Ela está... Caralho! – Tohr praguejou cambaleando, e Raghe tentou segura-lo - Para o inferno todos vocês! Sabiam disso desde o principio? Que porra! Seus fodidos desgraçados!

_Calma Tohrmenth! - Vishous pediu, quando notou a luz piscando, com a energia emanada dele.

_Calma caralho nenhum! Então foi por isso que ela ficou tão distante! Foi por isso que ela não deixou que eu me alimentasse dela, eu sentiria. E o cheiro dela, por isso tanta distância!

_Tohr, por favor! Eu a quero em casa, sã e salva. – Beth gemeu – Vou pedir que alguém a encontre, e...

_Eu não posso mais rastreá-la. - ele disse passando as mãos pelo cabelo nervoso- não posso mais.

_Vishous você pode rastreá-la pelo GPS não pode?

_Em dois minutos.

_Deus! Falta quanto para amanhecer? – Tohr perguntou nervoso acariciando o próprio braço.

_Temos 50 minutos. – Raghe disse, sério.

_Porque ela fez isso comigo? Eu tinha o direito de saber!

Vishous entrou na sala no momento seguinte.

_Rua Paul Rain, número 150.

_Fica do outro lado da cidade. - Beth gemeu- Vão demorar.

_Dez minutos, se eu dirigir! – Raghe se animou.

_Vamos logo! - Tohr saiu pela porta sem dizer nada.

***************************************************************************************

O cheiro doce invadiu, as narinas de Minnah, e a fez apertar a arma em seu bolso.

_Merda!- ela praguejou.

_Ora! Vejamos que a racinha anda cada vez mais descuidada! – um dos rapazes de cabelo branco disse.

_Te dou uma chance de viver! Vire-se e parta! – ela disse o mais firme possível, seu corpo querendo se curvar a dor de outra contração.

Os dois redutores riram, e avançaram. Um deles a pegou pelo cabelo e a jogou contra a lataria do carro. E ela bateu as costas com um gemido.

_Deveria te matar agora! Seria uma perda irreparável para a irmandade.

_Mas tê-la em nosso poder será mais divertido. - ele disse chegando o rosto muito próximo ao dela.

_Gosta de brincar com a comida Sr.M?

O redutor próximo a Minnah, olhou para o comparsa e sorriu.

_Pior pra você, porque eu não! – ela disse e disparou a arma na altura da coxa, e empurrou o homem para longe dela.

Tudo foi uma confusão, ela não podia lutar, as contrações estavam piores, ela disparou a arma e se afastou. Que a virgem a ajudasse.

Tentou entrar no carro, quando uma bala passou zunindo pelo seu ouvido. Se abaixou desajeitamente, preferia pensar assim, do que acreditar que suas pernas cederam ao seu peso.

Logo que o Escalade entrou na rua indicada pelo GPS, puderam sentir a presença dos redutores. Raghe acelerou o Maximo contendo o impulso de jogar o automóvel sobre um deles. Mas precisariam de transporte não podiam arriscar.

Antes de parar Tohr pulou, e partiu para cima do redutor que mirava para o carro, e o atacou.

Vishous e Raghe olharam apreensivos, e orgulhosos. O cheiro que ele exalava pela fêmea em perigo a fúria com que ele atacara o inimigo.

_Tohrmenth! – Minnah gemeu, estava no limite, não sabia quanto tempo mais agüentaria aquela tortura, gritou ao sentir algo se romper dentro dela e vazar pelas suas pernas.

A bolsa estourara, se remexeu se encostando no meio fio. Gritou. Seu filho nasceria. Ouviu tiros, gritos, mas não conseguia se concentrar. Raghe desceu rapidamente do carro, Tohr não precisaria deles, não mesmo aqueles dois redutores estavam destruídos.

Raghe deu a volta no carro dela, e se abaixou ao chão.

_Minnah?

_O Thor, ele lutou? Ele esta vivo?- ela perguntou ofegando entre lagrimas.

Raghe tirou rapidamente a camisa e enxugou o rosto dela.

Torhmenth deu alguns passos para avistar o lado do carro para o qual vira ela correndo.

Ofegando viu ela conversando baixo com Raghe. Rosnou tão alto, que os dois o olharam. Minnah sentiu vontade de chorar, sentia saudade. Amor. Era isso, o amava, irremediavelmente ela o amava.

_Porque fez isso? – Tohr se abaixou próximo a ela.

_Eu... você não queria uma shellan, não queria um filho. Não podia... - o grito dela cortou a noite, e assustou os dois machos que empalideceram.

_Vamos sair daqui, faltam menos de meia hora para amanhecer. – Vishous avisou.

_Preciso levá-la para Jane ou para Havers. - Tohr disse pegando Minnah nos braços.

_Não dÁ tempo Tohr! – ela gemeu de olhos fechados.

_O quê?- os três perguntaram em uníssono.

_Não vai dar tempo! - ela chorou, e se agarrou ao pescoço de Tohr.

_Vai sim, lellan, tem que dar.

Raghe acelerou o Maximo que podia. Falando palavrões, e infringindo todas as leis possíveis e as não possíveis.

Vishous ligou para a mansão.

_Wrath, preciso falar com a Jane urgente.

Logo que ela estava na linha ele disse:

_Jane, ela está se contorcendo e gritando muito. Acho que essa criança vai nascer aqui! O que eu faço?

_Para o carro um minuto. Acha que podem fazer isso? – Jane perguntou aflita - Preciso ao menos saber se dá tempo de chegarem até aqui, ou se precisarão de um abrigo.

_Ta, Hollywood para um minuto. – logo que Vishous pediu Raghe freou, e Vishous desceu e abriu a porta de trás.

Minnah estava cansada e parecia lutar para manter a lucidez, Tohr estava pálido, e a segurava como se fosse impedi-la de sair de perto dele.

_Então faço o que agora Jane? - ele perguntou ao telefone.

_Veja se já coroou.

_O que? - Tohr e Minnah olharam assustados com o grito de Vishous.

_Vishous me escuta é isso ou nada, ou faça você, ou outro terá que fazer. - Jane disse séria.

_Bosta! Tohr precisamos saber se...

Antes que ele falasse Tohr rosnou, mostrando as presas. Sabia que Vishous teria que tocá-la, mas ela era a fêmea dele, e nenhum macho a veria ou a tocaria.

_Hollywood segure o celular! Torhmenth me escuta seu bastardo. A vida deles depende disso. Você está aqui, olha nos meus olhos, eu não a tocarei, um segundo alem do necessário. Temos fodidos 20 minutos.

_Vishous, meu irmão, eu... - Tohr dizia e o odor de sua vinculação se fazendo mais forte.

_Escuta! - Vishous entrou no carro, estava apertado, a mão enluvada, ele pousou no ombro de Torhmenth, e se equilibrou com os joelhos na ponta do banco.

Minnah gemeu, e reclamou da dor, com palavras que nenhum deles podia entender. Tohr se acalmou com o toque firme de Vishous e ele levou a mão boa entre as pernas de Minnah.

_Então, sente alguma coisa? Jane quer saber se pode sentir a cabecinha dele. - Raghe falou muito nervoso.

Num segundo Vishous se afastou do carro, e pegou o celular dele.

_Está perto, mas não coroou ainda!

_Ótimo a tragam pra casa! - foi à resposta de Jane.

***************************************************************************************

Minnah ofegava o tempo inteiro sua respiração irregular, era estranha, e deixava os três machos agoniados. Ainda bem que todos os portões estavam abertos, e quando Raghe cantou os pneus na porta da frente da mansão, todos estavam lá. O rei a rainha, os irmãos e suas shellans, embora o amanhecer estivesse há apenas dez minutos, todos estavam lá.

Jane e Beth foram as primeiras a se aproximarem do carro, Vishous e Raghe saltaram assim que parou e foram abrir a porta de trás, para ajudar Tohrmenth.

_Chegamos Minnah, agüenta firme. – Tohr disse pegando ela nos braços, mas quando deu dois passos, ela enrijeceu o corpo e tremeu.

_Me põe no chão. Thor, ah!

_Minnah! - Jane acariciou os cabelos delas.

_Jane está vindo! Agora! - ela gritou e chorou ao mesmo tempo.

_Um lençol agora! - Jane gritou e logo Beth estendia o lençol que alguém arrancara da maca, e entregara a ela. Jane estendeu o lençol rapidamente e ordenou a Tohr - Coloque-a aqui! Agora!

_Precisamos entrar! O dia esta nascendo. - ele protestou olhando a distância ate a porta.

_Anda logo Tohrmenth! Temos cinco minutos. Rápido agora!

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