Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Incomplete





INCOMPLETE








Espaços vazios me enchem de buracos
Rostos distantes sem nenhum destino


Hermione parou em frente ao expresso para Hogwarts. Gostaria de poder desaparecer dali. Respirou fundo, ouvindo aqueles amontoados de vozes animadas ao seu redor. Sentiu seu corpo tremer.

- Mione, você está bem? - perguntou Ronald, preocupado, no que ela tentou assentir, mas sua voz não saiu.

- Hermione, eu sei que Hogwarts nunca será a mesma sem você. Mas entenderei se não quiser ir. – disse Harry, compreensivo.

- Eu não vou deixar você sozinho, Harry. - ela disse, devagar, enquanto ele lhe sorria terno – Muito menos deixar o Rony! - ela completou meiga.

Rony retribuiu o sorriso diante daquelas palavras da castanha. Foi quando Gina apareceu pela porta do Expresso, dirigindo-lhes a palavra.

- Ei, encontrei uma cabine. Venham...

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Encaminharam-se todos, rumo à melhor cabine disponível naquele Expresso. Harry e Gina estavam abraçados, sentados lado a lado no banco daquela cabine, enquanto Hermione dormia aninhada nos braços de Rony, num banco à frente do casal. O ruivo parecia não se importar com a amiga ali, ao contrário, acariciava-lhe os cabelos e a face, carinhosamente.

- Merlin, a Mione não sabe o que a espera pela frente. - Gina disse, enfim, quebrando o silêncio na cabine.

- E quem sabe, Gina? - Harry disse, enigmático. - Há momentos, nessa vida, que sinto como se não houvesse destino.

- Você fala isso por causa da guerra Harry, e do... - ela ia dizer o nome, mas ao perceber o olhar reprovador de Ron, parou no mesmo instante.

- Não apenas pela guerra, Gina. Se não houvesse essas malditas profecias, a Mione poderia ser feliz com o filho dela. – ele disse pesaroso.

- Eu tentei Harry, você sabe que sim. Eu quis me casar com ela. – Rony se pronunciou, ainda com Hermione em seus braços. - Eu quis assumir tudo diante de todos, mas ela não quis. Eu poderia tê-la ajudado!

- Rony, você a ama? - Gina indagou ao irmão, sendo direta em seu questionamento.

- Sim, Gina! Eu a amo como uma amiga, não é difícil amá-la como mulher também. – Rony lhe respondeu com um semblante sério. - Ela é inteligente, carinhosa, tem um perfume que me enlouquece. E ficou extremamente gostosa depois dos dezesseis! - Ron comentou, ficando vermelho diante da própria revelação.

- Tarado! – Gina riu, divertida.

Harry sentiu vontade de acompanhá-la naquela risada, também, mas resolveu permanecer sério.

- Mas e quanto à Hermione, quanto ao coração dela? – Harry retomou ao diálogo, novamente. – E o seu coração, Rony?

- O Ron não tem coração, Harry. – Gina respondeu pelo irmão. - Ele ama com o estômago, e pensa com o...

Gina disse divertida, mas Harry tapou a sua boca no mesmo instante, impedindo-a de continuar, enquanto Ron a olhava contrariado. O ruivo suspirou uma vez, dizendo, por fim:


- Não acredito que o Malfoy a roubou da gente. Nem que ele teve coragem de colocar aquelas mãos imundas em cima dela. Só de imaginar, tenho vontade de torcer o pescoço daquele louro oxigenado.







- Rony, contenha-se. – Gina o bronqueou. - Aceite, é esse o destino, e até que ela resolva o que fazer, todos vão achar que você é o pai do bebê. Portanto, tenha cuidado. - Gina alertou, por fim.

- Destino? Ora bolas! Destino não existe.

- Um dia, Rony, você vai cair nas teias do destino! - Harry zombou.

- Ainda bem que não será na teia de nenhuma aranha. - ele disse sorrindo, enquanto Hermione se remexia e se aconchegava ainda mais a ele.





Sem você dentro de mim não posso encontrar descanso
Aonde vou ninguém pode adivinhar


Draco gostaria de ter uma cabine só para ele, não queria conversar com ninguém, mas seus amigos sonserinos insistiram em lhe acompanhar. Olhando a paisagem fora das vidraças do Expresso, Draco permaneceu irritado durante boa parte daquela viagem. Não sabia, ao certo, o que tirava sua paz, se é que algum dia já teve alguma. Algo o enraivecia profundamente, mas não sabia o que era ou quando começara, muito menos onde iria parar. Era como se houvesse um grande vazio dentro de si. Algo que ninguém poderia suprir...




Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido


Os meses que se passaram foram tranqüilos, a distância entre Draco e Hermione era considerável. Hermione o vira raras vez e, embora o coração dele tenha disparado, o notou pálido e calado.




Estou acordado mas meu mundo
esta meio adormecido


Naquela noite, o bebê em seu ventre se remexia mais do que o normal. Ainda podia ouvir, em sua mente, os risos maravilhados de Ron e Harry naquela tarde, ao sentirem o bebê se mover dentro dela.




Ron e Harry tiveram um pouco de dificuldade em aceitar aquela situação, na verdade, de início, ambos quiseram matar Draco por tê-la tocado. Mas quando souberam que ela se entregara a ele por amor, ficaram estáticos, sem entender absolutamente nada. Mas Gina os fizera enxergar que o amor era imprevisível e que a amizade entre os três era valiosa demais para ser perdida por orgulho ou qualquer outro tipo de sentimento que pudesse prejudicá-los. Porém, aos poucos, as coisas foram se rearranjando e, em questão de pouco tempo, os dois amigos estavam mais do que super protetores em relação à Hermione e o bebê.

Hermione sentia saudades de Draco, seu quarto a estava sufocando, naquele momento. Sabia que se fosse pega fora do dormitório grifinório poderia levar uma detenção por isso, mas precisava sair dali. Hermione resolveu caminhar pelo castelo, precisava espairecer a mente. Sabia que era imprudente, mas suas pernas pareciam ter vontade própria. E, sem querer, caminhou, instintivamente, direto para uma sala de aula vazia, onde ela e Draco já haviam se encontrado milhares de vezes, anteriormente.

Ao se aproximar da sala, pôde ouvir um som de piano invadindo os corredores. Teve ímpetos de correr e voltar para o seu quarto, mas uma força maior a empurrava cada vez mais em direção àquele som, a impulsionando a seguir adiante e conferir com seus próprios olhos quem estava ali. No fundo, Hermione sabia perfeitamente bem quem estava criando aquela melodia tão doce para seus ouvidos. Ela precisava vê-lo, ao menos por um instante. E, então, seguiu silenciosa.

Draco se encontrava de olhos fechados, a cabeça pendia para o lado, parecia estar sonhando, viajando na canção que seus dedos longos e ágeis produziam. Hermione sentiu um nó se formando no fundo de sua garganta, olhando-o, temerosa de que ele a descobrisse ali. Ela permaneceu inebriada com aquela canção envolvente, por longos minutos... Observá-lo, ali, tocando piano, fez os pêlos de todo o seu corpo se eriçar diante da recordação que começava a invadir sua mente...







Flash Back


- Isso não existe! Como você aguenta isso? – Ron perguntara.

- Da mesma forma que sua mãe aguentou você e seus irmãos, Rony, assim como a minha mãe me agüentou. É a lei da natureza, não podemos detê-la. - Hermione disse divertida, ainda sentindo a mão de ambos sobre seu ventre.

- Acho que morreria se tivesse um dentro de mim! – Harry disse, provocando uma onda de risos entre eles.




Fim do Flash Back




Flash back


Ela estava vestida apenas com a saia do uniforme, sentada sobre aquele mesmo piano, seus pés tocavam o teclado de maneira desordenada, causando sons irregulares. Suas pernas se encontravam abertas descaradamente e, entre elas, se encontrava Draco. A boca do rapaz sugando avidamente um de seus seios, enquanto uma de suas mãos estava em suas costas e a outra a penetrava com vigor. Ela gemia e se contorcia contra ele como uma gata no cio.

- Draco! – ela gemeu alto. - Draco!

Ele, enfim, deixou os seios dela para encará-la, sua face estava vermelha, demonstrando que também sentia desejo... Muito desejo.

- Eu não agüento mais!- ela disse ofegante.

Ele esboçou um sorriso matreiro antes de dizer, sensualmente, em seu ouvido:

- Você ainda não gozou pra mim, Mione! – ele dizia, aplicando-lhe beijos por todo o corpo. - Eu quero sentir seu gozo em meus lábios, porque eu sei que sou o único homem da face da Terra que pode fazer isso com você, e te deixar assim: louca!

Enquanto dizia suas últimas palavras, ele descia os lábios vagarosamente pelos seios e pela barriga dela. Ao perceber a intenção dele, Hermione interveio depressa.

- Draco! Eu quero sentir isso com você! Quero que esteja dentro de mim quando... Quando... - ela não pôde terminar sua frase.

- Quando finalmente gozar?!- ele a ajudou e ela assentiu, corada.

E, com isso, um sorriso travesso novamente tomou conta dos lábios dele.

- Eu vou estar dentro de você doçura! Mas não agora!

Ele se apossou da feminilidade dela com feracidade, sem que ela pudesse evitar um grito de prazer! Draco a mordiscava, lambia, sugava, reconhecendo cada reentrância de seu corpo. Fazia coisas que ela nunca imaginara ser possível, provocando-lhe sensações prazerosas, sem que jamais houvesse sonhado permitir que alguém a tocasse daquela maneira. Até que aquela pressão em seu corpo ficou insuportável, sentindo sua visão ficar turva, ao mesmo tempo em que seus sentidos pareciam entorpecidos. Evitando ser escandalosa demais, ela segurou os cabelos dele com força, no que ele aumentou o ritmo de sua carícia, penetrando o máximo possível em seu corpo.

Teve a impressão de ouvir um sorriso safado e abafado, por ele ainda a estar acariciando, quando seu corpo inteiro tremeu e ela o retesou, sentindo o melhor orgasmo de sua vida! Ela ainda sentia sua feminilidade latejar de encontro aos lábios dele, que a sugava agora devagar e sensual. Hermione levou as duas mãos à face, tremendo descontroladamente. Quando Draco se afastou, ela sentiu o frio em sua pele, mas logo ele se aproximou dela novamente, aquecendo-a da forma como só ele era capaz de fazê-lo. Com o rosto, abriu passagem entre as mãos dela, sussurrando em seu ouvido antes de beijá-la nos lábios, fazendo-a sentir o gosto de seu próprio corpo.

- Obrigado Mi. Obrigado, por me deixar sentir você!

Ela queria dizer-lhe que era ela quem precisava agradecê-lo por tê-la feito sentir aquilo, mas não conseguiu dizer absolutamente nada. Sentia que ele investia sobre ela, tentando penetrá-la. Hermione abriu as pernas ainda mais, num gesto de puro instinto, e o recebeu dentro de si. Draco não pôde conter um gemido alto e rouco.

- Não!- ela disse, obrigando-o a olhá-la, sem entender.

- Não?

- Não assim!- ela disse sorrindo, agora era a vez dela de manter o sorriso divertido.

Hermione o empurrou quase bruscamente para que ele saísse de cima dela. Draco a olhou ainda mais confuso, mas ela simplesmente lhe estendeu os braços num pedido mudo de ajuda para que ele a descesse. Draco obedeceu no mesmo instante.
Tão logo seus pés tocaram no chão, Hermione colocou uma das mãos sobre o peito nu dele e o empurrou, até que ele se sentasse sobre a banqueta do piano. Deslizou as rodinhas da banqueta até que as costas dele encontrassem a parede fria. Draco respondeu com um sorriso malicioso, agora entendo as reais intenções dela. Hermione não se fez de rogada, abriu as pernas e se sentou sobre ele, fazendo com que Draco a penetrasse profundamente.

Suas mãos seguraram o rosto de Draco, o beijando provocativamente, enquanto seu corpo subia e descia sobre o dele. As pernas dela o enlaçavam pela cintura, usando as paredes atrás dele para apoiar seus pés.
Draco gemia loucamente, enquanto suas mãos agarravam e apertavam firme os quadris e as nádegas dela. Draco tentou ditar o ritmo daqueles movimentos, mas teve que admitir que o ritmo que ela mantinha sobre ele era bem melhor... Muito melhor! Ela subia devagar, quase o fazendo sair de dentro dela, depois descia de novo, lentamente, e, quando ele estava todo dentro dela, Hermione rebolava deliciosamente, devagar, ousada. Depois, num movimento muito rápido, em seguida, retesava seus músculos como se fosse amarrá-lo dentro de si.

Suas bocas ficavam próximas quando ela se abaixava em cima dele, o fazendo gemer, ao mesmo tempo em que ele tentava beijá-la, porém, no instante seguinte, Hermione subia de novo, afastando suas bocas e seus corpos. Ela o provocava assim por minutos e, ao perceber que ele gozaria, se afastou, o retirando completamente de dentro de si, adiando o clímax. Para depois de instantes recomeçarem sua ‘’brincadeira’’. Draco gemeu agoniado e, mais uma vez, mordiscou um dos seios dela. Foi à vez dela de gemer. Sentiu como se ele crescesse dentro de si, pôde sentir a vibração do sêmen dele se preparando para sair, os fazendo flutuar de satisfação. Mas ainda não era a hora, ela queria mais, queria torturá-lo ainda mais.

Quando Hermione tentou se afastar dele, Draco a segurou firme, num movimento rápido e preciso, mantendo a penetração profunda e imóvel. Ela pôde sentir as veias do membro dele se movimentarem agitadas de encontro às suas, enquanto ele gozava. A sensação de tê-lo explodindo dentro de si a levou a um orgasmo inesperado e violento. Não conseguiu evitar o grito de surpresa ao notar que gozaram juntos mais uma vez. E imaginou que aquela sensação poderia se comparar com a colisão de dois feitiços estuporantes: com o mesmo brilho, a mesma força e a mesma intensidade.
Respirando ofegante, Draco jogou a cabeça para trás, encostando-a na parede, enquanto Hermione encostava a sua sobre o ombro dele, ofegante.

- Mi! Eu não sei até quando agüento isso, você é boa demais! – ele brincou e ela sorriu feliz.

***



Fim do Flash Back




Eu rezo para que meu coração pare de doer
Mas sem você eu vou ficar incompleto



Um pigarro a tirou de seus devaneios no mesmo instante...

- Se a sua oclumência fosse um pouco pior, eu saberia o que você está pensando, Granger!- ele disse seco, sem olhar para trás, apenas sentindo a presença dela.

Nem ele mesmo sabia como podia ter a certeza de que era ela, ali.

- Pode não ser uma boa idéia entrar na mente dos outros, Malfoy!

- Como me encontrou aqui Granger?

Hermione esboçou um sorriso, como se tivesse gostado daquela sensação de Deja-vú que sentiu, porém, ruborizou ao imaginar como seria se ele soubesse sobre seus pensamentos.

- Não estava procurando por você, Malfoy! Eu apenas costumo passar algumas horas aqui, pensando em nada!- ela mentiu em partes, afinal, ele não poderia saber que freqüentava aquela sala apenas para pensar nele e reviver suas lembranças.

- Que pena, Granger! Esse também é meu lugar favorito! – Draco disse quase ríspido. – Então, agora pode ir, chegou tarde!

- Estúpido! Esse lugar não é seu!

- E nem seu, Granger! – ele disse seco, um tanto rude.

Hermione abriu a boca tentando articular uma resposta, mas não foi capaz disso, apenas se virou para sair. Caminhou novamente para a porta, se voltando para vê-lo mais uma vez antes de sair dali, mas as sombras encobriam seu rosto.

- Com que freqüência você vem aqui Granger? – a voz dele quebrou o silêncio, novamente, quase a assustando.

- Sempre!- foi a resposta seca que ela lhe dera.

- Então, sempre que chego aqui, um perfume feminino está no ar! É o seu perfume Granger?

Hermione se assustou e, ao invés de responder, perguntou retórica:

- E você Malfoy, o que faz aqui todas as noites? Se não o conhecesse, diria que está triste!

- Você não me conhecesse Granger. – disse seco, novamente.

- Mais do que imagina Malfoy!

- Eu pensei que sangues-ruins cheirassem mal! – ele alfinetou, ainda se referindo ao perfume dela.

- Não me espanta a sua ignorância!

- Olha como fala comigo sua... - as palavras lhe faltaram ao se virar e encarar Hermione.

Hermione usava apenas um robe de seda branco que, embora fosse feminino, nada revelava de seu corpo. A abertura deixava seu colo à mostra; os cabelos que ela costumava usar presos estavam soltos, com vários cachos caindo pelo seu ombro; os pés descalços; sua aparência era vulnerável, mas completamente inusitada.


- Sua o quê? Ora, nunca lhe faltaram insultos para mim. Acho que o Draquinho está mesmo mudado! – ela provocou, mas não podia prever a reação dele.

Draco pareceu se ofender com aquela provocação e, com isso, se encaminhou em passos largos até ela, postando-se diante dela.

- Sim, talvez eu esteja mesmo mudado! Mas você sempre será a mesma sangue-ruim, amiga dos Weasleys e do Potter! – ele disse, olhando-a nos olhos, de forma profunda. - Será sempre inferior a mim!

Hermione prendeu a respiração, desde aquele triste adeus não se aproximava tanto dele daquela forma. O perfume de Draco a invadiu, deixando-a perplexa. Num impulso, Hermione elevou uma das mãos em direção ao rosto dele e, antes que pudesse tocá-lo com dedos trêmulos, ele gritou irritado.

- O que você está fazendo Granger? Você ia me tocar, sua imunda!

- Eu... – a voz dela falhou. - Eu...

- Você o quê? Sua idiota! Sangue-ruim! Como ousa querer tocar em mim? – Draco gritava, assustando Hermione com isso. - É um abuso você imaginar que poderia me tocar.

Hermione retrocedeu alguns passos até encostar as costas contra a parede fria. Draco avançou impiedoso sobre ela. Ele a estava encurralando contra a parede, sem muita idéia das conseqüências daquele ato.

- Por que Granger? Por que você pensou que poderia me tocar?

- Me deixe Malfoy! – ela disse, sentindo todo o corpo tremer, sabia que ele não podia se aproximar mais do que aquilo.

- Nunca mais Granger! Nunca mais ouse sequer pensar em tocar em mim, entendeu? Nunca mais!! – Draco disse, segurando o queixo dela num gesto bruto.

Aquele toque, mesmo que fosse rude, afetou Hermione muito mais do que o esperado. Em um momento de desespero para se livrar dele, Hermione fez um gesto brusco e, sem intenção alguma, encostou seu corpo ao dele. Draco levou alguns segundos para segurar, firme, os braços dela e impedi-la de se livrar do pequeno espaço que havia entre a parede e o seu corpo.

- Eu ainda não terminei Granger! – Draco disse, antes de imprensá-la contra a parede e sentir o ventre protuberante dela, de encontro à sua barriga e os seus quadris.

Instantaneamente, Draco procurou pelos olhos dela, como se buscasse respostas para as perguntas que vinham a sua mente em velocidades incríveis. A respiração de ambos era ofegante e, sem temer qualquer coisa, ele soltou um dos pulsos dela, tocando-lhe o ventre com a mão espalmada. Hermione tremia desesperadamente, foi quando sentiu o bebê saltar sob a mão dele.
Draco retirou sua mão no mesmo instante, surpreso com o movimento gerado no ventre dela, como se houvesse levado um choque.

- Não é preciso ter medo! É só o “meu’’ filho! – ela conseguiu dizer num fio de voz.

- Eu... Nunca senti “isso’’ antes!- ele disse, ainda pálido e assustado com a sensação - Então é você a garota grávida de Hogwarts?! A escola inteira está em murmúrios e fuxicos sobre essa tal garota! E é você!

- Me solta, Malfoy! – ela pediu suplicante, mas ele ainda a olhava atentamente nos olhos, como se quisesse tentar entrar em sua mente.

Draco travava uma luta árdua dentro de si mesmo. Estava lutando contra o desejo de brigar e maltratá-la. Draco não sabia o que estava sentindo, apenas deixou as palavras escaparem como num sussurro:

- Granger! Deixe eu senti-lo mais uma vez!

Os instantes pareceram eternos, até que algum dos dois tivesse uma reação. Os olhos de Hermione marejaram e, com um gesto lento, ela livrou o outro pulso das mãos dele. Delicadamente, segurou a mão direita de Draco, postando-a sobre seu ventre. O bebê, mais uma vez, saltou dentro de sua mãe, como se reconhecesse a presença do pai. Ele hesitou e tentou retirar a mão, novamente assustado, mas ela a segurou firme, porém carinhosamente.

Draco fechou os olhos, movendo seus dedos sobre o tecido, carinhosamente, podendo sentir os movimentos do bebê dentro do ventre materno. Sem se dar conta, Draco esboçou um sorriso repentinamente. Na verdade, ele se sentia feliz! Era como se o vazio que estivera sentindo há meses não mais existisse. Hermione o admirava, queria tanto beijá-lo, mas não poderia, já havia se arriscado demais por aquela noite.

- Eu tenho que ir!- ela se obrigou a sair de seus devaneios, acordando-o também.

- Granger...? - ele a chamou, enquanto ela caminhava até a porta.

Draco a observou por alguns instantes, ainda visivelmente abalado pelos recentes fatos. Procurou as palavras certas para o momento.

- Eu guardo seu segredo, se você guardar o meu!

Mais segredos entre ela e o Malfoy?! Não podia ser! Mais segredos...

- E qual é o seu segredo Malfoy? – Hermione perguntou um tanto curiosa.

- Que eu desejei tocá-la e sentir o seu filho!

Ela sorriu carinhosamente com aquelas palavras, uma onda imensa de satisfação a invadindo internamente.

- Tudo bem Malfoy! Tudo Bem!

Hermione saiu da sala ainda com um sorriso nos lábios, sentia-se contente e confiante. Afinal, mesmo que ele não se lembrasse dela, o seu amado Draco estava lá: doce, sensível e carinhoso.




Vozes distantes
me dizem que eu devo seguir em frente Mas eu estou nadando em um oceano
completamente sozinho


Os dois meses seguintes transcorreram todos calmos, sem que houvessem muitas novidades. Era de tardezinha, agora, o sol já estava se pondo ao longe no horizonte. Hemione, Ron e Harry estavam nos jardins, deitados sobre um grande lençol conjurado por eles. Draco os observava de esgueira, atrás de uma coluna próxima dali, tentando se manter escondido da melhor forma possível. Hermione e os dois amigos riam, brincavam acariciando o ventre dela. Draco não podia enxergar muito daquela cena, nem mesmo poderia, afinal, os feitiços que Hermione usava eram suficientemente poderosos para esconder a sua barriga, agora enorme. Mesmo assim, ele sabia sobre a gravidez que ela escondia de todos.

- Hermione, você acha que vai ser um menino ou uma menina? – Harry perguntou, despreocupado.

- É claro que é um menino! – Rony tomou a palavra antes que ela o fizesse. - Não vê como se meche? Deve estar jogando quadribol!

Todos eles riram com aquela piada, ao mesmo tempo, divertidos.

- Sim, Rony, ele deve estar usando meu baço como o pomo de ouro!- Hermione disse, gargalhando feliz.

Os outros dois a seguiram na mesma risada, ainda com suas mãos postas sobre o ventre dela, sentindo os chutes cada vez mais fortes do bebê.
Como o Weasley tinha coragem de deixar o Potter tocar a barriga de sua mulher, daquela maneira tão descarada? Era isso que Draco se perguntava, naquele momento, os observando em anonimato. E como eles ainda podiam rir diante daquela cena? Se Hermione fosse a mulher de Draco, ele jamais deixaria seu melhor amigo encostar as mãos nela daquela forma. Mas ela não era a sua mulher, era simplesmente a sangue-ruim, a Granger que odiava tanto. E ele jamais tocaria nela de novo, jamais!

Quando saiu do dormitório, naquela manhã, Hermione encontrou com Gina pelos corredores. A ruiva voltava do refeitório, estava eufórica, correndo a passos largos em sua direção.

- Mione! Aconteceu algo! – Gina disse ofegante - A escola inteira já sabe!

- Como? O que Hogwarts sabe? – Hermione não entendia, estava confusa e curiosa. - Não me diga que é sobre mim?

- Sim, os alunos estão em polvorosos. – respondeu ligeira, observando a expressão de espanto e incredulidade da castanha. - Rony e o Harry estão de detenção, por terem agredido os alunos que fizeram piadinhas de mau gosto sobre você!

- Ah! Meu Deus! Gina, o que eu faço agora?! – estava visivelmente abalada, entrando em desespero pela situação. – Além de nós, só havia uma única pessoa que sabia sobre isso!

Hermione sentiu a raiva subir pelo seu corpo e se alojar em seu rosto, agora em chamas. Sabia perfeitamente bem quem poderia ter espalhado sobre sua condição aos demais alunos do castelo.

- Quem? – Gina perguntou espantada.

- Ele! Ah, ele vai se ver comigo, e será agora mesmo! – disse isto saindo muito depressa dali.

Hermione deixou Gina pra trás, estava completamente tomada pelo ódio e pelo desejo extremo de acertar suas contas com quem sabia que havia causado tudo aquilo. Gina corria apressada atrás dela, tentando impedi-la de cometer uma besteira qualquer, mas nem um exército seria capaz de deter aquela fúria que ela estava sentindo.

Hermione adentrou no refeitório a passos largos, ao mesmo tempo em que todos os olhares recaíram sobre ela, mas isso não a intimidou de forma alguma. Ao longe, avistou os cabelos louros de Draco e se dirigiu até ele, depressa. Draco conversava sobre Quadribol com os amigos, de forma animada, entre risos, até que, de repente, todos estivessem olhando espantados para algum ponto bem atrás dele. Em um movimento rápido, Draco se virou para visualizar o que era motivo de espanto para os amigos e, antes que pudesse absorver a imagem que tinha a sua frente, foi atingido por um soco certeiro bem no meio do seu nariz.

Instintivamente, ele levou a mão sobre a área afetada, sacando sua varinha com a outra mão e apontando-a bem na direção de seu agressor, ainda levemente atordoado.
Seus olhos quase soltaram das órbitas ao ver que seu agressor era simplesmente a Granger.

- Você ficou maluca Granger? O que pensa que está fazendo? – soltou toda sua ira de forma gritante. - Só porque está na boca de Hogwarts inteira, pensa que está podendo?

Hermione respirou ofegante, sustentando aquele olhar de ódio.

- Não ouse falar de mim Malfoy! Nunca mais!

- E por que eu perderia tempo com uma sangue-ruim? – ele continuou a sessão de ofensas, também sentindo a raiva tomando-o por dentro completamente.

Não estava gostando de ser acusado injustamente, daquela forma, mas não diria isso a ela, nunca. Se Hermione pensava que ele era o responsável por toda a fofoca a respeito dela, assim seria. Draco não perderia seu tempo tentando fazê-la entender que todas aquelas acusações eram sem fundamentos, apenas iria obrigá-la a ouvir poucas e boas por todo aquele seu atrevimento.

- Uma sangue-ruim que se deleita na cama de seus amigos. – Draco completou, ainda focando seus olhares nos dela. - Você sabe, Granger, qual dos dois é o pai do seu filho? Já que você deve ser vadia o suficiente para estar na cama dos dois.

- Cala a boca! - ela disse fraca, como se todas as suas forças tivessem se esvaído de repente.

- Não sabe, não é mesmo, Granger? Mas acho que fez a escolha errada. – prosseguiu com todas as suas ofensas e alfinetadas, sem medo algum de estar magoando-a com isso. - Escolher o pobretão do Weasley para assumir seu filho foi uma péssima escolha. Poderia dizer que esperava um filho do Potter, aposto que seria bem mais vantajoso, financeiramente. Afinal, essa seria a única chance dessa criança não ser um sangue-ruim de merda, ao menos status o Potter poderia dar a ele, não é mesmo?

Hermione se sentiu ultrajada diante da acusação, ainda mais por saber que eles eram os únicos responsáveis pela existência daquela criança.

- Não fale do meu filho! Não o chame assim!- ela disse, com o choro engasgado em sua garganta.

Draco apenas sorriu ordinário, por quase fazê-la chorar.

- Desgraçado! Cretino! Eu o odeio! – ele riu com o desespero dela, até que ela prosseguisse em seu desabafo - Vá para o inferno Malfoy! Seu filhote de comensal! Imundo! Quem você pensa que é? Um seguidor das trevas? Um covarde que só pensa em si mesmo?

Draco se sentiu profundamente ofendido com todas aquelas ofensas e, por isso, vacilou por alguns instantes para encontrar uma resposta sensata ou à altura.

- E você, Grange, quem pensa que é? Uma vadia que não sabe quem é o pai do seu filho?

Raiva foi o item principal para que ela reunisse suas forças e levantasse o braço, novamente, com um tipo de força até mesmo desconhecida para ela, acertando um novo soco no nariz de Draco, com os punhos firmemente fechados. Draco se curvou de dor, levando as mãos ao nariz e constatando a presença de sangue ali.

- Um dia você ainda vai amargar cada uma dessas palavras que está dizendo! – disse para ele, irritada, seus olhares transbordando o ódio - E saiba que isso está doendo mais em mim do que em você!

Dizendo isto, Hermione ainda lhe direcionou um último olhar de fúria, antes de sair dali com a mesma raiva com que entrara no refeitório. Todos haviam assistido àquela discussão completamente estarrecidos.

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No banheiro do dormitório feminino, Hermione chorava convulsivamente enquanto vomitava. Estava extremamente nervosa, e era por isso que Gina tentava acalmá-la, sabia que aquilo não lhe fazia bem algum.

- Tenha calma, Mione! Você não pode ficar nervosa dessa maneira! – suplicou à amiga com olhares de pura piedade. - Se o Rony e o Harry vissem você assim, eles não iriam sair da detenção nunca, porque eles iriam tentar matar o Malfoy!

- Gina, eu prometi a ele que não o socaria de novo! Eu prometi! - ela disse, sentindo uma pontada forte em seu peito, lembrando da noite da despedida quando ele lhe sorriu tão carinhoso e brincou sobre o soco que levara no terceiro ano.

- Mas ele mereceu, Mione!

- Ele não é o meu Draco, não é! – dizia isto em prantos.

- Não amiga! Esse não é o seu Draco!

Gina a abraçou forte, consolado-a.

- Eu quero o meu Draco de volta, Gina! Eu o quero de volta!

- Ah, Mione! – Gina sabia que não poderia realizar aquele pedido.




Amor, meu amor
Está escrito em seu rosto
Você ainda se pergunta se cometemos um grande erro


Draco estava sentado nos jardins, remoendo a humilhação que havia passado no café da manhã. Não tinha a intenção de se vingar, mas provavelmente ficaria mal diante dos outros sonserinos por deixar a sangue-ruim impune a tamanha ousadia.

- Ei, Draco! Você não vem? - disse um amigo sonserino. - Fica com essa cara de tonto enquanto está sendo vingado!

- Do que está falando? – perguntou, intrigado.

- A Pansy consegui encurralar a Granger no salão comunal, e não há nenhum Grifinório por perto. Parece que elas vão duelar!- ele contou, feliz.

- O quê? Mas a Granger não pode duelar. – disse, em um sobressalto, preocupado. - Ela está grávida!

- E daí? E o filho é do Wesley, não é?

- Sai da frente!- disse atônito, levantando depressa.

Draco correu direto para o Salão Comunal, estava incrivelmente preocupado com Hermione e com as insanidades que Pansy poderia cometer. Não sabia, ao certo, porque estava se sentindo daquela forma, nem porque estava se importando com a “sabe-tudo”, mas sabia apenas que precisava encontrá-la antes que fosse tarde demais. Ao entrar no salão, pôde ver um número razoável de alunos que presenciavam a cena. Abriu caminho entre eles em questão de segundos.

Draco prendeu a respiração, sentindo seu coração disparar. Hermione estava no centro daquele círculo de expectadores, seminua. Seu conjunto branco composto de calcinha e sutiã rendados, assim como sua barriga enorme de grávida, estavam à mostra. Ela tremia convulsivamente, chorando em silêncio, mas permanecia estática no meio daquele salão. Seus cabelos estavam desarrumados e lhe encobriam os olhos, sua varinha estava na mão de Pansy, que ria junto com os outros, diante da humilhação que estava obrigando Hermione a passar, expondo seu próprio corpo.

Num segundo, Draco usou um contra feitiço para quebrar aquele que Pansy havia lançado em Hermione, anteriormente. O feitiço que havia deixado a castanha parada e presa no centro do salão. Naquele mesmo instante, com o balançar de varinha do sonserino, o corpo de Hermione cedeu, com seu peso, e ela caiu de joelhos sobre o mármore.

- O que você pensa que está fazendo? Ficou louca? – ele gritou com Pansy, antes de se dirigir à Hermione em passos rápidos.

Em um ato ligeiro e impensado, simplesmente espontâneo, Draco despiu sua capa e se abaixou ao lado de Hermione, cobrindo-a. Tocou os ombros dela num gesto de apoio e carinho, tentando tranqüilizá-la.

- Ela mereceu Draco! Essa sangue–ruim o humilhou essa manhã! – Pansy esbravejou, achando que estava com a razão.

- Isso é problema meu, Pansy! Você não tem o direito de se meter nisso!

- Qual é, Draco! Parece que não gostou de vê-la mostrar a todos o que um feitiço idiota escondeu durante todos esses meses! – Pansy se divertia à custa daquela situação constrangedora. - Mostrar o que o Weasleyzinho fez com ela! Esse momento deveria ser presenciado pela escola inteira, assim como foram os socos que ela te deu essa manhã!

- Sim Pansy, deveria! Principalmente pelos grifinórios, que iriam te engolir viva por fazer isso! – disse, impaciente e, visivelmente, irritado. - É muito fácil atacá-la assim, indefesa, longe dos amigos.

- Você está defendendo a sangue ruim?

- Estou! E se você se aproximar dela de novo, vai se arrepender por isso! - ele disse, apontando o dedo para ela, num tom de ameaça.

Draco estava irado com aquela atitude ousada de Pansy, aquela brincadeira de extremo mau gosto. Por alguma razão, ainda inexplicável para ele, o loiro sentia um tipo de compaixão por Hermione, até então desconhecida. Queria protegê-la de todos aqueles olhares curiosos, queria poder desfazer aquela situação humilhante. Draco se abaixou próximo à ela, novamente, e sussurrou em seu ouvido.

- Vamos sair daqui!

- Eu... Não posso. - Ela conseguiu dizer, num fio de voz.

Hermione estava realmente muito abalada com tudo aquilo. Draco a observou, notando a fragilidade dela ali, enrolada em sua capa sonserina. Sentiu um aperto fundo em seu peito. Estava se importando com ela mais do que deveria, e era por isso que se pegava, por vezes, repreendendo-se mentalmente, mesmo que não conseguisse deixar de tentar protegê-la.

- Vem, eu tiro você daqui! – disse, sabendo o que teria de fazer.

Draco passou um dos seus braços sobre os ombros dela e o outro sob as pernas, acolhendo-a em seu colo. Todos os sonserinos olhavam, estarrecidos, aquela cena. Hermione enlaçou os braços ao redor do pescoço dele, instintivamente, afundando o rosto no ombro do rapaz.

Estavam agindo como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. O que não deixava de ser verdade, pois Draco costumava carregá-la daquela maneira sempre que encontravam uma cama para se amarem. Mesmo que Draco não soubesse o quão natural era para ele o gesto de tê-la em seus braços, podia perceber que estava agindo instintivo demais no momento, fato que o intrigava.

Os sonserinos, boquiabertos, abriram passagem para eles. Draco saiu dali com ela nos braços, rápido como um furacão. Ele não sabia para onde a levaria, não disse uma palavra enquanto se afastava o máximo possível de seus ‘’amigos’’ sonserinos. Tentou articular alguma palavra, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu o aperto dos braços dela em seu pescoço se tornar mais frouxo, ao mesmo tempo em que o pescoço dela tombava para trás.

Hermione tinha os olhos fechados, sua face não expressava sentimento algum. Ela havia desmaiado.

- Droga Hermione! Que droga! – esbravejou, ferozmente.

Draco sabia onde era a passagem para a Grifinória, era no quadro da mulher gorda, então, rumou para lá, rapidamente. Precisava entregá-la ao Potter e ao Weasley o mais depressa que pudesse, eles saberiam cuidar dela. Ele não sabia a senha, e isto o preocupava. Mas, para sua surpresa, assim que se postou à frente do quadro, a mulher da pintura esboçou uma expressão de espanto, ao mesmo tempo em que soltou um ruído preocupado diante do estado de Hermione, abrindo a passagem para que ele prosseguisse com a castanha nos braços.

Draco apenas balançou a cabeça em sinal de agradecimento, ajeitando Hermione em seus braços e rumando direto para dentro do salão.




Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido


Para seu completo alívio, as pessoas que esperava ver eram os únicos presentes naquele Salão Comunal Grifinório. Gina foi a primeira a notá-los, liberando um grito de assombro no mesmo instante em que os visualizou.

- Mione?

Harry e Rony se viraram rapidamente, ao escutarem a interrogação de Gina, ambos igualmente espantados com a cena diante deles. Harry foi o primeiro a correr até eles, segurando as mãos gélidas de Hermione e chamando-a repetidas vezes. Percebendo que a castanha não estava respondendo aos seus chamados, tomou-a dos braços de Draco sem aviso prévio algum.

O vazio que Draco sentiu, naquele mesmo instante, não foi apenas devido ao peso que Harry tirara de seus braços, ele tinha certeza que não. Mas antes que pudesse pensar no assunto, visualizou a figura de Ron sobre si, empurrando-o e o jogando contra parede antes que ele mesmo pudesse reagir à agressão. Rony agarrou firme o seu pescoço, prensando-o contra a parede do salão comunal.

- O que você fez? O que você fez com ela, seu idiota?

- Eu não fiz nada! - Draco tentou gritar suas palavras, mas Ron o enforcava.

- Você a machucou! Você não presta Malfoy, fale logo, o que fez com ela? – o ruivo insistiu furioso.

- Não... Fui eu Weasley. Tire suas mãos de cima de mim, agora! - conseguiu dizer, empurrando Ron para longe de si.

Rony se afastou um pouco dele, apenas o suficiente para que Draco pudesse voltar a respirar. Porém, no instante seguinte, novamente o segurou pelo colarinho.

- Fala logo Malfoy. Você planejou isso para se vingar dela não foi? Como teve coragem, ela é uma mulher!

- Sim Weasley, sua mulher, não é mesmo?- ele disse com uma ponta de ciúmes - Então deveria cuidar melhor dela e mantê-la afastada dos sonserinos. Onde estavam afinal?

- Não vem Malfoy. – Harry se pronunciou, aproximando-se perigosamente dos dois. - Alguém trancou a porta e não conseguimos sair daqui, aposto que isso é tudo armação sua!

- Ora Potter, se fosse armação minha eu não estaria aqui!

- Malfoy, ela está sem roupa, e desmaiada. O que você fez? –Rony perguntou com tanta raiva que poderia até mesmo matá-lo naquele momento.

- Fala Malfoy! – Harry se aproximou ainda mais. - Ou eu ajudo o Rony a acabar com você agora mesmo!

Draco permaneceu calado diante da injustiça que estavam cometendo com ele. Poderia chamá-los para um duelo, seria perfeitamente capaz de duelar com os dois, mas não faria aquilo, ao menos não enquanto seus olhos ainda podiam visualizar Hermione desacordada sobre o sofá, enquanto Gina tentava acordá-la.

- É melhor tirarem as mãos de mim. – Draco conseguiu dizer, por fim. – Ou, da próxima vez, deixo os sonserinos fazerem picadinho da sangue-ruim.

- Não fale assim dela! –Ron vociferou.

-Rony, deixe-o pra lá, é melhor levá-la para Madame Ponfrey. - Gina chamou, angustiada, observando um duelo inevitável. -Ela precisa de nós! Harry, por favor!

Gina os olhou suplicante, ao mesmo tempo em que Ron e Harry recuaram, afastando-se de Draco e entendendo que Hermione era quem realmente importava naquele momento.

- Se você se aproximar dela novamente, eu mato você, Malfoy! Entendeu? Eu o mato! - Ron disse, apontando com o dedo para o rosto dele.

Harry não disse absolutamente nada, apenas o olhou com desprezo. Aproximou-se de Hermione e a pegou nos braços, novamente, saindo pela porta rapidamente, enquanto era seguido por Rony e Gina em seu encalço.
Quando Gina passou por Draco, retirando-se dali, ele a segurou pelo braço, de leve. Precisava saber se Hermione ficaria bem, mas não seria capaz de confessar que sentia esse tipo de preocupação pela castanha. Gina o encarou nos olhos e disse, calma, entendendo perfeitamente bem a situação.

- Ela vai ficar bem, Malfoy! Não se preocupe.





Estou acordado mas meu mundo esta meio adormecido


Hermione acordou muitas horas depois, um pouco atordoada, percebendo através das janelas que já deveria ser madrugada. Observou o ambiente a sua volta e notou, também, que estava na ala hospitalar. Mas antes que pudesse assimilar todos os acontecimentos recentes, percebeu que alguém se aproximava, rapidamente, de sua cama.

- Oi, Mione, que bom que acordou! – Rony exclamou feliz ao vê-la acordada. – Tudo bem com você?

- Sim. Só ainda não me localizei direito! – ela disse, sorrindo fraca.

Rony a ajudou a se lembrar dos acontecimentos, mostrando Harry adormecido em um leito logo ao lado dela.

- Vocês passaram a noite aqui? – havia um tom de incredulidade em sua voz.

- Sim, mas logo vai amanhecer! – confirmou - Temos uma detenção logo cedo, então, espero que se cuide, porque você vai precisar ficar um pouco sozinha.

- E quanto à Gina? – indagou, sentindo a falta da amiga.

- Ela foi dormir, teve uma detenção até tarde e terá outra logo bem cedo, também!

- Por quê?– Hermione perguntou triste.

- Por quebrar a cara da Pansy Parkinson! – Rony sorriu com a resposta.

- Como assim quebrar a cara?

- Gina foi buscar a sua varinha, mas acabou dando uma surra na Parkinson, como numa briga trouxa, sem magia, sem varinhas. Ela arrancou tanto cabelo da sonserina que daria pra fazer uma peruca! - Rony contou, rindo e orgulhoso pela irmã - Dizem que a Gina arranhou tanto a cara da Buldogue que não restou muito dela. Dizem, também, que ela ficou parecida com um ralador de batatas.

- Exagerado!- Hermione não pôde evitar sorrir diante daquelas piadas todas - Ah! Coitada da Gina! Vocês todos estão de detenção por minha causa!

- Não foi por sua causa! Por que eles tinham que se meter com você?

- Meu Deus! Porque eu fui bater no Draco?! – exclamou indignada consigo mesma.

- Porque ele mereceu! A Gina me disse que foram dois ótimos socos!- ele tentou brincar, mas ao ver que Hermione estava realmente triste foi até a cama e a abraçou carinhosamente.

Rony tentou passar a ela algum tipo de tranqüilidade. Sentou sobre a cama dela, ao mesmo tempo em que ela se aninhou nos braços dele, chorando por longos minutos.

- Mione! - ele a chamou, enquanto afagava seus cabelos. - Agora que todos sabem sobre o bebê, saiba que a minha proposta ainda está de pé. Se quiser, eu me caso com você. Assim ninguém poderá falar nada que a desmoralize. - ele disse terno

- Não, Ron. Eu não posso aceitar isso! Não é certo com você!

- Ora! Não é todo dia que eu a peço em casamento e ofereço o meu nome ao seu bebê!

- Rony! Se eu não amasse tanto aquele crápula, eu me apaixonaria por você! – ela disse com a voz levemente embargada, ainda chorando contra seu peito.

- Ah! Não fale assim, me faz lembrar que o Malfoy é melhor que eu, porque ele conquistou o seu coração e eu não!- Rony fingiu uma chateação que não sentia, na verdade.

- Sim. Você conquistou meu coração, quando o encontrei naquele expresso pela primeira vez! Você é meu amigo e ele meu amante! São coisas diferentes!

- Eu poderia ser seu amante, se quisesse! – ele se afastou, piscando malicioso para ela, que sorriu amigável de volta.

- Está me cantando, Ronald Weasley? – brincou, esboçando um tom de voz irônico. - Deixe esse seu charme de Don Juan para as outras. Eu sei muito bem que anda conjurando camas por aí, para se deitar com um monte de garotas!

Hermione estava, finalmente, recuperando o seu bom humor, aquilo deveria significar algo bom.

- Estou apenas tentando provar que você é uma mulher muito esperta! Mas que precisa de mim para se livrar dessa enrascada!

- Não Ron, não insista, por favor, não vou me casar com você! – manteve-se firme em suas decisões. - Você tem a sua vida, suas garotas, e eu não vou fazer isso com você.

- E qual sobrenome vai dar ao seu filho?- ele perguntou, ficando serio no mesmo instante.

- Granger. Apenas Granger! – ela disse, num misto de decepção e alegria.

- Oh Hermione! – Rony pareceu lembrar de algo. - Quero te contar uma coisa!

- O que foi?- ela respondeu, ainda pensando sobre o sobrenome que daria ao seu filho.

- Não foi ele!

- O quê?

- Não foi o Malfoy quem contou a todos sobre a sua gravidez. – disse, sério, observando a expressão de espanto no rosto de Hermione.

- O quê? Você está brincando? Então quem... - ela perguntou, pálida.

- A Parkinson estava na enfermaria quando eu e o Harry viemos buscar aquela poção fortificante para você, há uns três dias lembra? Ela é mulher, sabe para que essas poções servem. Além do mais, a Madame Ponfrey disse seu nome.

- Aquela vaca! – Hermione se mostrou irritada – Meu Deus, e eu o acusei daquela maneira!

- Sim, por mais que eu tenha gostado dos socos que deu nele, foi injustamente.

- Merlin! E ele ainda me tirou das mãos dos sonserinos?! Ah, Rony! – ela choramingou, aninhando-se ainda mais no amigo ruivo. - Ele disse coisas horríveis a meu respeito, me acusou de ser uma... – Hermione hesitou em repetir a ofensa, mas o fez - ...De ser uma vadia!

- Ele não sabe o que diz! Ele ficou com ciúmes! Mione, ele é um idiota, acha que a odeia, mas ele a ama, na verdade. O Malfoy só disse aquilo porque foi injustiçado.

- Será? – ela perguntou insegura.

- Pode ter certeza, linda! E se ele der bobeira, eu a roubo dele!- Ron brincou, fazendo-a rir.

Nesse exato momento, Harry acordou.





Eu rezo para que meu coração pare de doer
Mas sem você eu vou ficar imcompleto



Por trás da cortina da enfermaria, Draco podia observar Hermione praticamente deitada sobre o colo de Ron, que alisava os cabelos dela carinhosamente, enquanto ela chorava, contra o peito dele. Foi quando sentiu seu coração disparar ao vê-la sorrir entre lágrimas, certamente ela já estava bem. Pouco tempo depois, Potter acordou e, com o coração aos saltos, Draco o viu se aproximar dos amigos. Harry a abraçou, beijando-a muitas vezes na face. Os três pareciam felizes, apesar de tudo, era como se ainda fossem como quando eram apenas crianças. Viviam sempre em confusões, mas, no final, sempre faziam as coisas darem certo. Com uma súbita raiva o atingindo forte, Draco saíra dali a passos ligeiros, não precisava ver mais nada.

Naquela noite, a sala de aula com o piano lhe pareceu o melhor refúgio, afinal, seus amigos o estavam evitando, o que lhe era extremamente bom, tendo visto que ele não queria mesmo falar com absolutamente ninguém. Seus dedos tocavam o piano de forma delicada, como se tocassem em um coração. O perfume doce invadiu suas narinas, como em tantas outras vezes, então ele parou instantaneamente sua melodia, dizendo num tom frio:

- O que foi? Veio me bater de novo?

- Eu sei que não foi você! Eu vim lhe pedir desculpas, sabia que estaria aqui. – ela disse insegura, observando-o ainda de costas para ela.

- Mas eu não aceito Granger! Como sempre, estúpida!

- Tudo bem! – ela disse muito triste, fazendo menção de afastar-se dali.

Sem entender o porquê, Draco sentiu um aperto em seu peito. Virou-se para vê-la, não entendia como, mas, agora, olhá-la nos olhos se tornara algo extremamente importante para ele. Muito mais do que desejava que fosse.

Um leve arrepio percorreu todo o seu corpo, ao se virar e fitá-la. Hermione estava incrivelmente bonita, com seus cabelos presos em um rabo-de-cavalo, usando uma camiseta branca colada ao corpo e um macacão cinza, que estava extremamente largo nela, mesmo que marcasse perfeitamente bem a forma saliente de seu ventre. Agora, sua gravidez não precisava mais ser ocultada por nenhum feitiço, tendo visto que aquilo não era mais segredo algum em Hogwarts.

As palavras lhe faltaram, naquele momento, Draco conseguia apenas observá-la e admirá-la. Hermione era tão jovial, tão linda! Com certeza, seria uma mãe carinhosa e dedicada!

- Como vocês estão? – ele perguntou gaguejando, não era o que pretendia falar, mas foi o que seus lábios pronunciaram.

Como podia estar interessado em querer saber sobre o filho da Sangue-ruim com o Weasley?! Devia estar ficando maluco.
Hermione sorriu terna, como se enfim encontrasse sua paz.

- Estou bem, e o bebê também! São coisas normais em uma gestação.

- Não achei certo o que a Pansy fez! Foi uma atitude muito imprudente, ela poderia ter machucado você. - ele disse calmo, mas ela sabia que ele encontrava dificuldades para lhe dizer aquilo.

- Mas está tudo bem. É o que importa pra mim. E você se importa comigo? – indagou a ele.

Porque ela tinha que perguntar justo aquilo?! Ele se importava sim, mas não ia dizer isto a ela, nunca!

- Não. E você sabe que não! – ele tentou soar sarcástico, mas não conseguiu, sua voz saiu falha como um menino mimado que recusa um doce que adora.

Ela suspirou diante da resposta.

- Tudo bem, Malfoy! Obrigado por me tirar de lá! – Hermione disse a ele, por fim, se referindo ao episódio do salão. - E me desculpe por te acusar injustamente!

Hermione o encarou nos olhos, seus olhares se encontrando num tipo estranho de intimidade. Vasculhavam-se por completo através da íris de seus olhos. Não que usassem a legilimência para isso, eram apenas dois seres humanos: um homem e uma mulher tentando enxergar além do que seus olhos podiam ver.

Foi Hermione quem interrompeu aquele contato visual, ao perceber que ele não diria absolutamente nada. Saiu a passos lentos dali, enquanto sentia o olhar de Draco sobre suas costas.
Ao se perceber sozinho novamente, Draco abaixou a cabeça sobre o piano, desabafando:

- Ah! Granger! O quê está acontecendo comigo? O quê? – ele se perguntava, como se ela pudesse responder.

Mas ela não responderia àquela indagação, pois caminhava pra longe dali, direto para seu dormitório a passos lentos e com lágrimas nos olhos...




Eu não quero prolongar isso
mas eu não consigo deixá-la
Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido


A guerra estava se aproximando, afetando Harry diretamente. O moreno estava mais pálido, ultimamente, mais magro e com olheiras profundas.
Era um dia qualquer, Ron estava ao lado de Hermione, enquanto Harry estava deitado sobre o colo de Gina, que o acariciava nos cabelos.

- Ele vai atacar Hogwarts!- Harry disse em um impulso repentino.

- O que você disse? Harry, você está bem?

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Hermione andava sem rumo pelos corredores de Hogwarts, estava trêmula, não sabia o que fazer ou para onde ir. A escola inteira era como um campo de batalha, agora. Ron havia se afastado dali com Gina, correndo direto para a Ala Oeste, onde iriam ajudar Luna e Neville que enfrentavam sozinho um grupo grande de comensais. Hermione e Harry seguiram ligeiros para a Ala Norte, ainda buscando um meio de vencer o Lorde das Trevas. Caminharam a passos rápidos até as Masmorras, até que percebessem que havia presenças a mais por ali. Em um segundo estavam sozinhos, e, no outro, estavam cercados por vários comensais.
A mão de Harry suava segurando a dela contra a sua.

- Mione!– ele chamou por ela, desesperado. – Corre! Sai daqui! Fuja!

- Não vou deixar você sozinho!

- Mione, vai! – ele insistiu.

- Não sem você!

Harry a olhou por um instante, lembranças felizes invadindo sua mente. Harry a amava muito, Rony e ela eram as melhores pessoas que a vida colocara em seu caminho. Então, decidiu lutar... Por eles.
Apesar de Harry estar com sua mente conturbada, ainda conseguia manter a sanidade e pensar nela, na saúde dela, e no bebê que ela trazia em seu ventre. E foi essa a fonte de energia que lhe deu forças para driblar e vencer os comensais que estavam em seus encalços.
Correram mais um longo caminho, até que Harry cedesse sobre seu peso e caísse de joelhos sobre o chão. Levou sua mão sobre sua cicatriz e gritou.

¬- Harry? Harry? O que foi? Está me ouvindo? – ela perguntou, se abaixando ao lado dele.

- Fuja, Mione! Ele está vindo atrás de mim! Não quero que esteja por perto!

- Mas Harry... – ela tentou protestar.

- Nada de mas, Mione, você sempre fez de tudo por mim. Se ele chegar e você estiver comigo, ele vai matá-la! – Harry insistiu, suplicando para que ela o obedecesse. –Rápido, Mione, vá embora! - Harry gritou nervoso.

- Harry!

Hermione começava a derramar suas lágrimas e, chorando, tocou a face dele carinhosamente. Harry beijou-lhe a palma da mão, retribuindo o gesto afetuoso.

- Agora vá, Mione! Por favor!

- Eu não tenho medo, Harry! – Hermione insistiu, tentando convencê-lo.

- Mas eu tenho, Mione! - ele gritou alto, sentindo a dor em sua cicatriz ainda mais forte, mais uma vez. - Vá!

Harry ordenou, ferozmente, e ela soube que tinha que obedecê-lo.
Cansada de andar sem rumo, Hermione entrou numa das salas de aula vazios e se sentou por alguns instantes. Pela primeira vez tinha medo, e essa sensação a incomodava tanto quanto a dor forte que sentiu no ventre.

As duas sensações fizeram com que ela gemesse angustiada. Não sabia onde Draco estava, mas sabia que ele lutava do lado contrário, e encontrá-lo pelos corredores seria até mesmo perigoso. Hermione sabia que Draco poderia atacá-la, sem que houvesse alternativas, senão duelar com ele. Hermione se recusava a pensar naquela hipótese. Então, ouviu um grito de Harry se sobressaindo ao som da batalha. Não podia ficar ali, tinha que achar Ron e pedi-lo para ajudar Harry.
Levantar daquela cadeira lhe custou um esforço maior do que esperava, então se curvou novamente, sentindo a dor ainda mais forte, um tipo de dor que ultrapassara seu corpo como se fosse dividi-la ao meio.

- Não, meu Deus, agora não! - ela resmungou, de olhos fechados.




Estou acordado mas meu mundo esta meio adormecido
Eu rezo para que meu coração pare de doer
Mas sem você eu vou ficar incompleto


Hermione respirou fundo e seguiu, saindo da sala cautelosamente e com a varinha em punho.
Caminhar era doloroso, e a dor forte a pegou mais uma vez sem preâmbulos, obrigando-a a gritar e fechar os olhos. Um pouco tonta, se encostou contra a parede e respirou fundo por mais algumas vezes. Pôde sentir a presença de alguém. Teve medo de abrir os olhos e constatar de quem se tratava.

Até que uma respiração próxima a seu rosto a fez criar coragem o suficiente para abrir os olhos e tirar suas próprias constatações.
Aquele homem parado a sua frente não era o Draco que conhecia. Não era o Draco que ela amava. Ele estava pálido, abatido, tinha algo de sombrio e feroz em seu olhar. Por um minuto, ela achou que ele fosse lhe mandar a maldição da morte. Milhares de dúvidas passaram por sua cabeça, naquele instante, uma delas era se deveria reagir ou não?!

Tinha que pensar em seu filho, Draco não a perdoaria se ele fizesse algum mau contra a criança. Então, em um gesto rápido, Hermione levantou sua mão e murmurou um feitiço. Por frações de segundos, antes dele voar para trás e cair distante dali, Hermione pôde ver um lampejo de preocupação e carinho em seus olhos, como se o seu Draco estivesse de volta. Naquele curto momento, ela não se sentiu incompleta.

Draco a olhava firme, era a chance que tinha de lhe lançar a maldição da morte e acabar de vez com a sangue-ruim. Mas por que seus dedos tremeram de encontro a sua varinha, ao mesmo tempo em que sua garganta e sua mente insistiram em saber se ela estava bem?

Antes que Draco articulasse qualquer palavra, ele viu os lábios dela se mecherem e um feixe de luz vindo direto de sua varinha atingir-lhe no peito. Com o impacto daquele feitiço em seu peito, Draco caiu a uma distância razoável dali, mas não sem antes olhar fundo nos olhos dela e perceber que era ela quem o completava. Constatou, naquele instante que sem Hermione ele se sentia incompleto ...

 CONTINUA... em Always on My Mind



P.S.: Essa história é contituída de três fics, leia na sequência:
1 _Kiss and Say Goodbye
2_Incomplete
3_Always on my mind = Parte1,Parte2, Parte3 

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