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domingo, 26 de junho de 2011

Miedo - Términos e colapsos



Términos e Colapsos


Hermione espantou a lembrança rapidamente, se concentrando em onde estava naquele momento e não onde antes estivera. Draco estava a observando quase preocupado. Ela o olhou nos olhos e o loiro levantou as sobrancelhas de modo questionador.

_Eu não sou uma idéia pra você explorar, Malfoy. Minha existência não é dedicada única e exclusivamente para o seu entretenimento até que você me descarte. Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, e nunca saberá. – Ela se virou para seguir seu caminho, mas Draco segurou seu braço gentilmente e a virou de frente para si.


_Eu sei sobre Don.


_Você realmente acredita que é só isso que há para saber sobre mim? – Ela perguntou, com um sorriso cansado. Depois, soltou seus braços das mãos dele e caminhou pelo corredor escuro à sua frente, deixando o loiro sozinho.


_Eu vou saber tudo sobre você, Granger. Escreva o que eu estou dizendo. – Gritou Draco, sua voz ecoando de modo lúgubre. Hermione se arrepiou, mas continuou seu caminho por entre as sombras. – Tudo, ouviu?


***


Draco escorregou as costas nas paredes de seu quarto, caindo sentado de modo gracioso. Ele tinha abandonado o conforto de sua cama; tinha algumas coisas sérias para pensar sobre sua nova obsessão. O que ele tinha dito a Hermione era só metade da verdade: ela realmente era a única pessoa por quem ele havia se interessado em muito tempo, mas também era a única pessoa que já o tinha feito questionar seus entendimentos sobre o mundo, outras pessoas e, o pior de tudo, sobre ele mesmo.


Seria verdade que ela – e se ela, outras pessoas também – não tinham apenas uma dimensão como ele sempre achou que elas tivessem? Seria possível que ele não era a única vida inteligente da face da Terra? Os outros tinham problemas, pensamentos sérios, emoções e diferentes humores, também? Talvez ele fosse apenas um nada. Tudo bem, não exageremos. Mas talvez ele não fosse tão esperto assim.


Por quantos anos ele havia visto Hermione como uma condescendente sabe-tudo Grifinória? Nunca havia passado em sua cabeça que talvez houvesse algo além desse julgamento de aparências.


Talvez todos tivessem personalidades e vidas escondidas debaixo das aparências.


Talvez ele realmente fosse um nada.


***


Rony e Harry estavam começando a se preocupar. Eles haviam notado que algo estava diferente. Não havia Hermione grudada neles vinte e quatro horas por dia. Onde ela teria ido? Teria ela de alguma maneira aprendido a ficar sem eles? Ela estava perdendo refeições, chegando atrasada em aulas, e todos esses rumores. Na verdade, era perturbador.


O assunto de sua conversa apareceu através do buraco do retrato no momento exato que eles cogitavam a idéia de ir atrás dela. Eles se animaram.


_Hermione! – Rony exclamou ao vê-la.


_Onde você esteve? – Harry perguntou com semblante questionador. Por trás de suas palavras estava mais do que a preocupação de um amigo, estava a preocupação de um irmão mais velho e ciumento da irmã caçula. – Nós estávamos preocupados!


Hermione parecia um pouco impressionada com o fato de eles terem se lembrado de sua existência. Sentiu-se meio que maravilhada com o carinho que eles tinham por ela e, devido aos acontecimentos dos últimos dias, de repente, ela se debulhou em lágrimas. Rony rapidamente guiou-a a um dos sofás confortáveis da Grifinória e colocou os braços em volta do corpo da morena. Harry os seguiu.


_O que aconteceu? – Ele perguntou, transtornado.


_É que... Eu tive uns dias ruins, e vocês são tão legais e tudo, e... – Hermione engoliu a saliva e começou a chorar novamente.


_Droga, eu tenho detenção agora... Mas se você quiser, eu não vou, Hermione! – Harry ofereceu, olhando para o seu relógio.


_Não, está tudo bem, pode ir! – Encorajou a morena, de modo infeliz e sem olhar pra cima. – Não quero que se prejudique mais ainda Harry. – Ele sorriu e beijou o topo de sua cabeça. Hermione sempre pensando nos outros antes de si mesma. Harry correu se sentindo um tanto quanto culpado. Hermione encostou seu rosto no peito de Rony e soluçou. O ruivo, por sua vez, acariciou suas costas em retorno para confortá-la.


_Hermione, tudo vai ficar bem... Tenho certeza que vai. Você tem a gente! – Ele disse de modo desajeitado, fazendo-a soluçar mais ainda.


_Nunca vai ficar tudo bem! – Ela arfou. – Se você soubesse! – Lamentou, à medida que entrelaçava os braços nas costas de Rony tão fortemente que ele achou que uma de suas costelas poderia quebrar.


_Ai, querida! Rony, o que aconteceu com a Hermione? – A voz preocupada de Gina ecoou de algum lugar atrás deles quando ela apareceu pelo buraco do retrato. A ruiva se apressou na direção deles.


_Eu não sei... – Ele respondeu, sem saber como ajudar. Gina lhe lançou um olhar que ele poderia jurar ser da Senhora Weasley e se sentou ao lado de Hermione.


_Mione, o que aconteceu? – Hermione se jogou nos braços de Gina, ainda soluçando. _Ok, vou te levar lá pra cima. Rony faça uma sopinha de frango e levite-a pro meu quarto, tudo bem? Deus, garotos são tão inúteis. – A ruiva levou Hermione para seu quarto e colocou-a embaixo das cobertas antes de sentar-se e fechar as cortinas. Um bom aconchego era o que a amiga precisava na opinião de Gina.


_Agora, florzinha, quer me contar o que aconteceu? – Ela perguntou gentilmente, tirando o cabelo do rosto molhado de Hermione de modo preocupado.


_Eu não sei, Gina! Tudo! Eu não gosto de Neville e nem nunca gostei, eu só sai com ele porque ele me pediu e eu não sabia o que dizer! E agora esses rumores sobre eu e Malfoy... E Harry e Rony me amam tanto, e você também, e eu não mereço tudo isso! Eu não sei mais o que fazer! – Ela caiu no choro de novo. Gina esperou que ela se acalmasse antes de começar a falar.


_Bom, a história do Neville é óbvia; a gente dá um jeito nisso de manhã. Ele vai superar. Eu conheço uma garota legal da Lufa-Lufa que acha ele uma gracinha. E sobre Harry, Rony e eu, é claro que nós te amamos, e você merece isso, sim! Somos nós que não te merecemos, Hermione! – Gina disse, sinceramente. – E o Malfoy, bem... os rumores são verdadeiros? – Ela perguntou meio em dúvida.


_Eu não sei, Gina... Tem alguma coisa acontecendo entre nós, mas eu não consigo entender o que é! Mas definitivamente não é um affair louco e cheio de paixão como andam dizendo por aí. – Foi tão bom conversar com alguém que Hermione estava se sentindo um pouco mais calma.


_Mas então quem liga pra rumores? Eles vão passar em uma semana ou duas. Ninguém tem que ficar se metendo nos seus affairs. Eles não têm nenhuma prova disso. De qualquer jeito, só deixe rolar. A gente não te ama menos por isso! – Gina ainda estava preocupada com qualquer interação com Malfoy, mas pelo menos não era tão ruim como Stacey Winter havia contado.


A sopa de Rony chegou e Hermione tomou-a agradecida, se sentindo faminta depois de perder o jantar e de chorar tanto. Ela assuou o nariz, Gina lhe fez uma massagem e ela dormiu se sentindo muito melhor. A ruiva, com cuidado, levantou da cama de Hermione e fechou as cortinas antes de se retirar e descer as escadas.


Os garotos ainda estavam acordados, sentados perto da lareira parecendo muito preocupados. Gina insinuou seu caminho entre eles.


­_Ela está bem. Só um pouco estressada. Não gosta nem um pouco de Neville, como qualquer um com pelo menos meio cérebro perceberia. Pobre coitado, ela vai ter que terminar com ele logo. Melhor do que alimentar esperanças. – Rony e Harry pareceram um tanto quanto culpados, havia lhes parecido que Hermione estava se dando bem com Neville. – E sobre – Gina continuou – aqueles rumores sobre ela e Malfoy causariam um colapso em qualquer um.


_Eles não são verdadeiros, são? – Harry perguntou nervosamente. Recentemente ele e Rony haviam chegado à conclusão de que talvez essa fosse a causa de Hermione estar tão estressada. Ficar com Malfoy traumatizaria qualquer um.


Gina ficou quieta por um momento, pensando no que Hermione havia lhe dito.


_Eles definitivamente não estão tendo um affair louco e cheio de paixão. – Ela disse, antes de subir para seu quarto. Não foi muito tempo depois que a ruiva subiu que os garotos perceberam que aquela não havia sido uma resposta completamente direta.


Lá em cima, Hermione acordou sentindo um repentino peso em seu peito, mas o ignorou achando ser somente um desconforto passageiro e voltou a dormir.


***


A morena acordou na manhã seguinte com uma dor de cabeça quase tão violenta quanto seu choro havia sido, com o nariz entupido e os olhos perceptivelmente avermelhados. O café da manhã estava quase terminando. Levantou da cama o mais rápido que seus músculos doloridos permitiram – ela se sentia como se tivesse corrido uma maratona –, se trocou, penteou o cabelo e escovou os dentes, observou a pele com poucos hematomas, marcas causadas por Don, antes de correr escada abaixo em direção ao salão principal, onde Harry e Rony haviam guardado um lugar para ela entre eles. Eles estavam muito atenciosos, servindo-lhe todas as suas comidas prediletas no café da manhã e se oferecendo para carregar suas coisas durante o percurso até a primeira aula, Transfiguração. Hermione se sentou ao lado de Neville e num ato de covardia, entregou um bilhete onde se lia:


Neville, você é muito legal, mas eu acho que a gente ficaria melhor como amigos, ok? Bom, se você estiver interessado, eu conheço uma garota da Lufa-Lufa que realmente gosta de você!


Hermione.


Neville balançou a cabeça em concordância e sorriu, tendo esperado por isso. Ele estava triste, claro, mas de qualquer jeito eles não tiveram uma relação de verdade, tiveram? E uma garota gostava dele? Pequenos milagres acontecem!


Hermione se sentiu mais leve depois disso.





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