Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Série Pais e Filhos 2 - Capítulo 2



Capitulo 2
            _Inferno! –V praguejou segurando a menina e a puxando de encontro a si. Precisava sair dali o mais rapido possivel.
            A criança se agarrou a seu pescoço e gritou apavorada ao ver o mostro a sua frente. Vishous deu duas passadas rápidas em direção a janela, já que o dragão estava entre eles e a porta. Ouviu o grito do lesser ao ser partido em dois, segurou firme a cabeça da criança a forçando entre seus ombros, e pulou contra a vidraça. Com sorte o mostro interno de Rhage não os seguiria. Temia machucar a criança, mas só tinham aquela alternativa... seu traseiro bateu duro no chão, conseguiu evitar que a criança sofresse com o impacto da queda. Rolaram alguns metros pelo gramado, Vishous a segurando firme, cumprindo a sua missão em protegê-la.

            Blay e Quinn se aproximaram rápido.
            _Você está bem companheiro? – Blay perguntou vendo Vishous tentando se levantar desajeitadamente.
            _Sim. – ele respondeu sem tirar os olhos da menina que agora estava sentada na grama úmida.
            _Parece que a fera de Hollywood está a solta novamente. – Blay comentou.
            A criança olhou para cima, os três de pé ao lado dela. Por um momento V, pode sentir a angústia dela de ser tão pequena e frágil, perto deles. E se lembrou de quando era apenas um prétrans no acampamento de Bloodletter. Sacudiu a cabeça tentando se livrar dos pensamentos.
            A fera de Raghe emitiu um barulho tão alto que todos olharam para a casa. Podendo ver pela janela a sombra das escamas, da face pontuda, e dos dentes afiados. A pobre menina começou a chorar e a tremer. Se levantou rapidamente assustada e segurou nas pernas de Vishous procurando proteção, seu rostinho ensanguentado, alisando no couro negro colado a sua coxa.
            _Eu estou com medo... eu estou com medo. – ela dizia com a sua voz infantil.
            Vishous olhou para a garotinha, seus olhos de diamantes brilhando intensamente. Num ato impulsivo levou a mão enluvada para a cabeça da garota... por algum motivo sabia que ela precisava de um toque.
            Seus olhos encontraram os olhos dispares de Quinn e os azuis de Blay que pareciam interrogações que pulavam em sequência.
            _Não digam nada.
            Ele rosnou entre dentes e se abaixou, pegando a menina no colo, que se agarrou ao pescoço dele tão forte, que ele se sentiu sufocado.
            _Calma. Ele não vai vir aqui. - V dissse baixo próximo ao ouvido da menina, queria dizer que cuidaria dela que a protegeria, mas sua voz falhou... em nome de Deus o que estava havendo com ele?
            _Ele comeu.... ele comeu... ele comeu...
            _Sim, ele comeu. Ele come os sujeitos malvados. Mas você é uma garotinha boazinha não é? – V tentou dizer doce, com a voz mais afável. Mas falhou sua voz inrrompendo como um trovão fazendo a garotinha voltar a chorar.
            _Ele comeu o Mitry, comeu o Mitry...
            _Comeu quem?
            _O bebê da tia Clary, ele comeu o bebê. – a menina disse embolado.
            _Escuta, eu não estou entendendo nada. Qual é o seu nome?
            _Ele comeu o Mitry...- a menina chorou ainda mais.
            _Qual é o seu nome? – Vishous perguntou mais uma vez passando as pontas dos dedos sobre a testa suja, tentando tirar a franja do corte que ainda jorrava sangue.
            _Mag. – ela disse com um soluço.
            _Então Mag, sei que está com medo mas eu estou aqui –V engoliu em seco, como se as palavras custassem a sair- Vou cuidar de você.
            A menina fungou um pouco apertou os olhinhos verdes como esmeraldas, e o olhou nos olhos. Como se criasse coragem para falar.
            _O Mitry estava lá. No cantinho da sala, quando o moço branquelo conseguiu entrar e... – ela fez uma pausa fungando – eu não sei onde esta a mahmam.
            Blay e Quinn se olharam... haviam ajudado os civis adultos vivos sairem dali. E eles não deixavam suas crianças para trás, se aquela garotinha ainda estava ali, certamente a sua mahmam, havia sido enviada ao fade. V olhou para eles, não precisavam de muito para entender que aquela criança provavelmente estava orfã. Restava saber quem era Mitry.
_Quem é Mitry? – V perguntou, tentando reunir paciência para aquele ‘’interrogatório’’, gostava de exigir as respostas de outra maneira, mas ter uma garotinha chorosa e ensanguentada agarrada a seu pescoço, o fazia pensar diferente.
            _Ele é o bebê da tia Clary, o único macho da nossa casa... ele está lá dentro com o monstro... – ela disse chorando de novo e escondendo o rosto da curva do pescoço de Vishous.
            _Pela Virgen escriba! – Blay sussurrou correndo para dentro da casa, sendo seguido por Quinn.
            V ficou parado ali, sentindo o corpinho tremer de encontro ao seu e ofegar com os soluços por chorar demais...

***
            A fera estava solta, estava mais arisca do que de costume, bufando, suas escamas subindo e descendo rapidamente, suas narinas bem abertas sentindo o cheiro do sangue negro, espalhado pela grande sala. Um barulho num dos cantos chamou a atenção da fera... que se virou rapidamente para o embrulho de panos num dos cantos. O choro estridente e infantil ecoou alto...
            Blay e Quinn congelaram quando viram a fera rosnando para o pequeno embrulho em panos azulados no chão...

***

            Raghe sabia que algo estava errado precisava retomar o controle de seu corpo, o choro chegava a seus ouvidos... não podia ser... sabia que seu mostro interior atacava a tudo e a todos que não fosse a sua shellan... precisava tomar o controle, o mais raápido possivel, se quisesse salvar a vida daquele que chorava tão sentido... gritou a plenos pulmões, e sentiu um estalo dentro de si, como se algo se partisse ao meio.
            O grande corpo de Raghe praticamente caiu úmido e trêmulo ao lado da criança, que ainda chorava. O corpo inteiro de Raghe doía, mas pelA primeira vez ele viu aquela criança, sua visão deixando de estar embaçada aos poucos, pode notar o rubor nas faces do pequeno rosto molhado por lágrimas.  Se arrastou o máximo que pode se aproximando do pequenino.
            As pequenas mãos brancas e rechonchudas se estenderam e o tocaram no rosto. Raghe tremeu ainda mais com o contato quente do pequeno. Tentou sorrir, as mãoszinhas escorregaram na umidade de seu rosto, o calor das mãos pequenas espalhou pelo seu rosto dominando todo o seu corpo. A criança parou de chorar...
            _Oi! – Raghe disse.
            _Mahmah! – o bebê disse e sorriu entre as lágrimas.
            _Ei, não sou sua Mahman, posso estar melecado, mas isso não é gel de cabelo.
            _Nanão Mahmah nanãoo.
            _Isso mesmo pequeno não sou sua Mahman.
            O pequeno começou a fazer beicinho e a chorar e estendeu os bracinhos chorando...               Raghe estava trêmulo, sempre ficava mal depois das transformações, mas não podia negar aquele pedido.
 O menino era muito branco. Tinha grandes olhos azuis, não devia ter muito mais que um ano de vida. E seus cabelos eram muito cacheados e loiros, ele parecia um anjo.
            _Vem cá.- Raghe disse puxando os bebê com suas maõs trêmulas, que para ele pareceram grandes demais, mas o bebê se abandonou a elas com total entrega, e se deitou junto de seu rosto.
            Blay e Quinn entraram na casa no exato momento em que Raghe completamente nu, trêmulo e coberto de algo gosmento, estava enrolado no chão arrastava a criança de encontro ao seu peito e se aninhava a ela.
            Eles se olharam completamente atônitos. Foi John que chegou rapidamente e fez sinal perguntando o que estava acontecendo. Eles apenas apontaram para a cena a frente, Jhon analisou a situação e assoviou chamando por Xhex que estava ali perto.
            Logo que ela chegou Jhon lhe explicou a situação e ela se aproximou.
            _E então Hollywood? Tudo bem? – ela se aproximou sentindo a confusão e o carinho na  mente de Raghe, pode captar o medo e a insegurança do pequeno, que tinha quase o mesmo tamanho do seu filho.
            E embora ele tivesse medo, ela viu que ele confiava no homem que estava abraçado a ele.
            _Quero ir pra casa. – Raghe suspirou 
            _Cubram ele, e o levem para o carro.- Xhex ordenou pegando a criança, que hesitou em ir para seu colo.
            John tirou sua jacketa e cobriu o máximo que pode de Hollywood, o que não foi muito, tendo visto o grande tamanho do macho. Blaylock e Quinn carregaram Hollywood enquanto o pequeno se esperniava no colo de Xhex que embora falasse palavras suaves em seu ouvido, não obtinha resultados. Tão logo sairam encontraram V com a menina ainda agarrada ao seu pescoço.
            Xhex o olhou curiosa, e um sorriso travesso atravessou seus lábios, e V mostrou a sua presa.
            _Não se atreva a rir. Você também não esta se dando bem com esse pequeno.
            _Só tenho paciência com a minha própria prole. – foi a vez dela rosnar.
            _Ele não comeu o Mitry, não comeu. - a menina segurou o rosto de V, o obrigando a olhar para ela, as mãos suaves e infantis.
            _Não, ele não comeu o Mitry.- ele queria responder chama-la de algo carinhoso, mas simplismente não sabia. –Tudo vai ficar bem. – ele disse pesaroso, sabia que para ela não ficaria bem, não depois de perder toda a familia num ataque daqueles.
            ‘’Voce viu o Poli? Ele vai precisar de você, ele inalou alguns filhos da puta.’’
            Jhon disse a V. Enquanto os outros colocavam Raghe dentro do escalade, e Xhex tentava entrar com a criança que esperniava.
            _Me dê ele. – Raghe pediu fraco, e Xhex não hesitou em entregar, afinal estava maluca por se livrar daquela criança.
            O menino logo se aninhou a Hollywood choramingando e se aquietou fechando os olhinhos, e antes que o carro pudesse se mover os dois estavam dormindo.
            Xhex acenou para o carro e voltou para junto de seu hellren e para perto de V e da garotinha.
            _V.
            V virou-se instantaneamente e viu Butch se aproximar aos tropeços.
            _V? – ele repetiu ao ver Vishous com uma menina no colo, ergueu a sombrancelha surpreso, nunca poderia imaginar que veria algo assim.
            _Meu Amigo! – V disse visivelmente preocupado – Mag, fique aqui está bem? Eu já volto. – ele disse colocando a menina no chão. E caminhando depressa para Butch.
            _V, nunca imaginei que viveria para isso. Para ver você com uma criança nos braços. Eu pensei que gostasse de algo mais duro em seus braços.- Butch disse enquanto V o erguia o abraçando.
            _Não pense mal de mim meu caro, ainda sou um cara durão.- V respondeu no ouvido dele, e retirou a sua luva com um único puxão. Seu corpo se acendendo de encontro ao do Poli, o livrando de toda a escuridão na sua pele e na sua alma...
            Mag olhou com os olhos atentos, a angústia crescendo em seu peito infantil.
            _PARA V! PARA ELE ESTÁ DOENTE, E VOCÊ ESTA MACHUCANDO ELE! PARA V! PARAAAAAAAAAAAA! –  a pequena gritou desesperada.
            John antecipadamente a segurou pelos ombros, quando ela fez menção de se aproximar... ela se debateu e mordeu a mão de Jhon que gritou sem soltar som algum e a soltou.
            V e Butch puderam vislumbrar a pequena correndo e se jogando contra eles. Sabiam que seria fatal...
            V pulou para longe de Butch ao mesmo tempo que Butch o empurrava. A menina caiu entre eles, mais precisamente encima de Butch, V os olhava atônico... foi por questão de segundos....



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Lutando contra o plágio:

Licença Creative Commons
A obra Romances Josy Chocolate de Jôse Luciana Ferreira foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported.
Com base na obra disponível em romancesjosychocolate.blogspot.