Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Miedo - Cap.13 Chuva




Chuva

A chuva começou lentamente. Ela caia suavemente no chão, alimentando-a. O céu estava cinza claro e a grama esmeralda, brilhante.

Mas ela não parou. As nuvens escureceram e a chuva lavava o castelo e os terrenos da escola, batendo sobre as coberturas e janelas.

A chuva continuou caindo. Inundando os jardins. Correntezas formadas na grama. O lago subiu. A lula gigante ficou mais visível. 


Hermione sentou-se em uma janela na torre de astronomia. A chuva caia tão rápido que a sua visão se distorcia. Lençóis de água se formavam no telhado abaixo da janela em que ela estava. Era sábado de manhã, 7:00. Ela tinha acordado às 6:30 e não foi capaz de voltar a dormir. O som da chuva incomodava. Ela tinha esse sentimento irracional de que todos seriam levados. Talvez Deus estivesse limpando a lousa novamente. Talvez em algum lugar alguém estivesse com pressa, arrumando os animais para colocar na arca. Ela levou seu cobertor até a torre de astronomia e ficou sentada em silêncio, perdida em seus pensamentos mórbidos.



***

Draco estava deitado na cama, naquela noite ele não havia conseguido dormir direito. Ele escutou a chuva também. Ele se virou para o lado, fechou os olhos e puxou os cobertores em torno da cabeça, tentava abafar o som. Mas ele ainda ouvia a chuva.


***

Dumbledore estava sentado com McGonagall em seu gabinete e conversaram calmamente. O tilintar de suas colheres contra as canecas parecia tão doce e leve contra o rufar da chuva forte.

***

O café da manhã foi subjugado. Hermione fez o seu caminho para baixo com Rony e Harry em silêncio. Viu Draco e desviou o olhar cansado. Os círculos sob seus olhos haviam escurecido ainda mais.

Depois do café os estudantes seguiriam o caminho para Hogsmeade. O vento estava tão forte que seus guarda-chuvas entortariam se não fossem cuidadosos. Hermione, Rony, Harry e Gina foram juntos, juntando-se sob dois guarda-chuvas. Hermione usava roupas trouxas pela primeira vez, jeans, blusa e um suéter, uma capa de chuva amarela e botas de chuva amarelas. Harry usava uma roupa similar, e Rony e Gina olharam para eles com curiosidade. Apesar de seus guarda-chuvas protegerem, os quatro amigos chegaram a Hogsmeade ensopados. Hermione enxugou o rosto com a manga da blusa encharcada, sacudiu os cabelos que pingavam. Eles colocaram os pés no tapete molhado do Três Vassouras, e se aqueceram com cerveja amanteigada.


_Eu preciso ir às compras de Natal. Você pode ficar com o guarda-chuva Harry. Eu não   vou precisar. – Hermione disse passando o objeto para o amigo.

_Bem, eu já tinha feito minhas compras, eu só quero ir para Zonko's. – Rony disse. E Harry e Gina ficaram calados.

_Eu só vou ver vocês quando voltarmos à Hogwarts, ok? Portanto não se preocupem comigo. – Hermione abraçou os amigos e estava prestes a sair quando Harry a fez parar.

_Tem certeza que você não precisa do guarda-chuva? – Harry perguntou, pegando o braço dela casualmente

_Não Harry. Eu já estou molhada, mas mesmo assim obrigada! Hermione riu levemente.

_Bem, não vá pegar um resfriado agora, isso seria horrível! – Gina disse, sentindo o rosto dela com mão para ver se ela estava gelada.

_E tome cuidado! Não vá à rua principal, este lugar pode ser perigoso. Na verdade, acho melhor eu ir com você.  – Rony já se levantava quando ela o interrompeu.

_Não Ron! Eu vou ficar bem! Eu sei como cuidar de mim. E eu tenho a minha varinha, lembram-se? – Hermione balançou sua varinha, murmurando alguma coisa baixinha e foi instantaneamente seca, exceto os cabelos, que eram imunes a feitiços secantes. Ela sorriu para os amigos e saiu porta a fora antes que eles pudessem fazer mais algum comentário.


***

Ela já estava a bastante tempo dentro da loja. Andou pelos corredores à procura de presentes. Encontrou um papel de embrulho bonito e um espelho mágico. Imaginou que Gina se divertiria muito com ele, assim como algumas figuras que se movimentavam sozinhas para seu pai. Tinha certeza que ela ia adorar. Sempre gostava dos suvenires que ela levava nas férias.


Passando pela parte didática da loja, um letreiro lhe chamou a atenção, onde a simples introdução "ao Mundo Mágico", que foi concebido especificamente para os pais dos trouxas, a fez entrar, viu uma revista com uma foto de um casal dançando na frente, seria o presente ideal para sua mãe. A gravura dançava de acordo com a música que tocasse. Encontrou algumas revistas que Lavander e Parvati iriam amar e seguiu em frente. Ela tinha um estojo novo para manutenção de vassouras para Rony, além de decidir dar-lhe algum dinheiro para gastar. Só não estava conseguindo decidir o que dar a Harry.

Ela ficou na rua, olhando para as lojas ao seu redor e se perguntando em qual delas entraria primeiro. Observou uma loja que ela não tinha notado e caminhou em direção a ela para dar uma olhada. Leu o letreiro: Loja Jóia de Brinquedo. Ela sorriu e entrou, um sino anunciou sua entrada. A loja estava empoeirada e, obviamente, não recebia muitos visitantes, mas encontrou as coisas das prateleiras bem interessantes. Ela finalmente decidiu levar para Harry uma caneta que escrevia em qualquer cor que você pensasse e um bloco de papel, no qual as folhas se transformavam em aviõezinhos e saiam voando com a mensagem escrita até o destinatário. Lembrou-se dos memorandos no Ministério da Magia e sorriu. Harry também compraria. Ela trouxe os itens para o balcão, mas quando olhou em volta não havia ninguém lá. Ela tocou a campainha sobre o balcão e esperou ser atendida, mas ninguém a atendeu. Ela tocou novamente, e decidiu aguardar apenas mais alguns minutos antes de desistir. O que ela havia escolhido nas prateleiras eram coisas bem legais, para sair e ter que deixar para trás. Tocou a campanhia novamente. Enquanto esperava, observou o que estava em exposição no balcão. Havia vários livros e algumas canetas e relógios. Mas nada disso lhe chamou a atenção. Seus olhos pararam em algo mais vistoso. Um pingente de prata na forma de um dragão, com olhos de esmeralda a fez ficar vidrada. Assim que o viu pensou em Malfoy. Ela não tinha planejado dar-lhe nenhum presente de Natal, mas ele parecia tão perfeito... Era a cara do sonserino.

 Houve uma tosse e um velho afastou uma cortina de trás do balcão e foi mancando até a caixa registradora. Ele tinha um cabelo curto e castanho, e um pouco de barba grisalha. Seus olhos eram de uma cor incomum: verde com tons marrons.

_Olá. Desculpe a demora, eu estava no sótão. Não recebo muitos clientes aqui. Por isso passo a maior parte do tempo lá em cima – Ele deu de ombros e sorriu desculpando-se, e olhou os itens que ela tinha colocado sobre o balcão. – É isso, menina? – Ele perguntou, olhando para ela com uma sobrancelha levantada. Hermione respirou fundo.

_Na verdade... – Ela fez um gesto em direção à vitrine. – Eu gostaria de dar uma olhada no pingente de prata com formato de dragão, que o senhor tem aqui na vitrine, por favor. – Ela disse, indicando com o dedo o objeto que ela queria. O velho sorriu.

_Ah, boa escolha... Esse objeto não é um simples pingente. Grava e reproduz bem. As instruções estão incluídas. – O senhor abriu a caixa com uma chave que estava no pescoço, tirou o pingente para fora e colocou em uma pequena caixa preta com as instruções. Ela pagou os objetos e ele entregou-lhe os embrulhos. – Agradeço-lhe muito senhorita, foi um prazer negociar com você. Espero que vocês tenham um Natal maravilhoso. –
O velho sorriu uma última vez e, em seguida, desapareceu por trás das cortinas.

Hermione deixou a loja e foi para a Dedos de Mel para obter alguns deleites para o exterior dos presentes, e depois saiu novamente. A correnteza ainda estava a escorrer forte pelas ruas, chegando às calçadas enquanto a chuva continuava a cair, agora um pouco mais fraca. Hermione deduziu que tinha terminado todas as compras e que não havia esquecido ninguém. Quando estava prestes a voltar para Hogwarts, houve um forte estalo de trovão e um relâmpago iluminou o céu. Uma forte rajada de vento veio e uma das suas sacolas mais leves soltou-se de sua mão, e foi sendo levada pela forte enxurrada.

_Que droga! – Hermione gritou.


Ela perseguiu a sacola pela rua, saltando sobre as pedras, e tentando não se molhar ainda mais. Quando finalmente capturou a sacola fujona, um homem passou correndo e a empurrou fazendo com que ela escorregasse em uma poça d'água e se molhasse mais do que já estava, sujando-se de lama dos pés a cabeça. Ela ficou lá por um momento resmungando contra o mal educado que partira e não tivera a decência de lhe pedir desculpas e nem de ajudá-la a levantar. As pessoas que passavam, simplesmente a olhavam com curiosidade e as crianças riam de sua situação constrangedora.

_Oh, Merlin! Que vergonha. - Ela disse. Uma lágrima de desespero misturando-se com as gotas de chuva que caiam em seu belo rosto.

Pelo menos suas sacolas eram de plástico e seus presentes estavam a salvo. Seu desejo  era se levantar e sair dali o mais rápido possível, mas o desespero a paralisou e então ela simplesmente permaneceu sentada ali, deixando a chuva encharcar suas roupas. Ela espirrou quatro vezes seguidas, e então gemeu. Este não era realmente um bom dia. O frio era a última coisa que ela precisava. Ela desejava no momento ter ficado com Harry, Ron e Gina. Ou, no Três Vassouras. Ou que algum de seus amigos fosse encontrá-la e tira-la dali.

_Hermione? – Ela ouviu seu nome bem alto, mas só percebeu que tinha alguém perto quando a mão da pessoa tocou em seu ombro. Ela olhou para cima.

_Oi. – Ela disse simplesmente. Quem mais poderia ser? Malfoy, claro. A vida era assim...

Cruel.

_Oi? ... Oi? – Ele perguntou exasperado. – O que você está fazendo sentada nessa poça de lama? Você vai morrer de frio desse jeito!  Vamos – ele falava enquanto tentava ajuda-la a se levantar. – Eu tenho um quarto alugado na Cabeça de Javali. Venha comigo.


Ele puxou o braço dela, mas ela não se moveu. Seu cabelo estava grudado em sua face e suas vestes estavam completamente encharcadas e sujas. Ele olhou para ela através da escuridão e da chuva descendente.

_Hermione, você está bem? – Ele perguntou tentado entender por que ela não se movia. Ela olhou para ele.

_Eu acho... – Ela ia dizer que talvez não fosse uma boa idéia, mas antes que ela argumentasse ele se abaixou e a pegou no colo com sacolas e tudo, e correu  para a pensão.


Eles quase não chamaram a atenção no bar quando entraram por este estar totalmente lotado. Draco levou-a até as escadas, subiu, abriu a porta do seu quarto, e a fechou com um chute. Ele depositou-a em uma poltrona, e ela focou a porta quando percebeu o que ele estava fazendo. Pelo canto do olho, Hermione viu quando ele tirou a camisa e a secou com a varinha, em seguida tirou os sapatos e as meias e fez o mesmo feitiço. Sacudiu o cabelo deixando-o todo desalinhado na cabeça. (N/JÔSY: GUTIIIIII guttiiiii gente, imaginei ele que nem um cachorrinho se secando hauahau Mal, sorry não resisti compartilhar a imagem da minha mente com voces. Lindo esse Draquito).



O quarto era uma cor pêssego, desbotado e mal iluminado, e os móveis precários, apenas uma cama de solteiro, uma mesa de cabeceira e um guarda-roupa de duas portas. Havia uma porta que levava ao banheiro e uma janela que se via apenas um pedaço do beco. Draco havia depositado Hermione na única poltrona do quarto. Draco tirou as sacolas de suas mãos e colocou para o lado, mais precisamente no chão do lado esquerdo dela. Ele voltou alguns segundos depois para Hermione que continuava com os olhos grudados na porta. – Oh, céus porque ele não vestia a camisa novamente? Era tudo que sua mente perguntava.

Ela só saiu desse torpor, quando seu organismo alertou-a de maneira rápida. Ela espirrou 6 vezes seguida.

_Oh, Mérlim! Não me diga que você pegou um resfriado? Isso é terrível! – Ele disse abanando a cabeça, que ainda estava molhada. Ela olhou para ele e sorriu.

_Não é nada demais. Eu vou ficar bem. Agora eu tenho que ir. Tenho que voltar para a escola, antes que fique mais tarde do que já está. – Ela disse, começando a deslizar para fora da poltrona. Mas Draco a impediu colocando a mão em seu ombro.

_Você está brincando comigo? Hermione está escuro e perigoso lá fora. E, além disso, há uma tempestade! O vento está realmente muito forte e há trovões e relâmpagos! - Como se para provar seu ponto de vista, a sala iluminou-se e houve um barulho alto. -Você não pode ir. Eu já escrevi para os professores dizendo que eu estou aqui, basta mandar a mensagem de novo, avisando que está aqui comigo. Você não vai sair.


Draco cruzou os braços em uma forma que significava que ela não teria como discutir. Hermione estava cansada demais para discutir de qualquer maneira mesmo.

Ela espirrou de novo.

_Ok. – Ela disse simplesmente.

_Você parece um rato afogado. – Draco falou tirando suas botas e a capa de chuva que não serviu para mante-la seca.


Puxou o suéter que ela usava pela cabeça sem encontrar resistência da parte dela. E usando sua varinha secou suas roupas também. Ergueu-se com a capa de chuva e a pendurou atrás da porta. Realizou um feitiço de secagem nas meias e nas botas, e depois lhe apertou os cabelos com uma de suas toalhas personalizadas com as letras “DM”. Hermione assistia passivamente a tudo isso. Quando ela estava em casa sua mãe fazia essas coisas para ela. Ele ficou atrás da poltrona e olhou para ela. Ela olhou para trás. E espirrou. Ele sorriu e a levou para cama entregando uma caixa de lenços que ele acabara de conjurar. Fez com que ela ocupasse o leito e voltou-se para a poltrona com um livro que pegou na mesinha de cabeceira. Secou a poltrona com mesma toalha que havia secado os cabelos dela e sentou-se para ler.

Hermione olhou para ele, e assuou o nariz. Eles ouviram o som da chuva lá fora.

_Vá dormir Hermione. – Ele ordenou. – Eu vou dormir no chão, improviso alguma coisa.

Voltou à leitura. Hermione espirrou e usou um lenço.


Após cinco minutos, ele olhou para cima novamente. Ela ainda estava olhando para ele.

_O que ainda faz acordada? Vá dormir. – Ele ordenou, irritado por descobrir que ela não estava dormindo.

_Estou com frio. – Ela disse baixinho, com medo de levar outra bronca.

_Ah, desculpe, achei que o fogo mágico que produzi já tinha aquecido o quarto o suficiente.


Hermione olhou a pequena chama, crepitar fracamente dentro de uma tigela. Só ela mesma para fazer uma chama daquela no mínimo descente. Quase sorriu.

Draco levantou-se, foi até o guarda-roupa, pegou o cobertor – também com suas iniciais – e colocou em cima dela.

Ela virou-se para o canto e olhou para ele, como se o convidasse a se deitar ali com ela. Percebendo isso Draco repetiu o mesmo que dissera antes.

_Eu disse que ia dormir no chão. Não se preocupe comigo. Sei me virar!

Ele disse, abanando a cabeça.

_Estou ainda estou com frio. - Ela murmurou baixinho.


Draco suspirou. Colocou seu livro de novo na mesinha de cabeceira, ao lado da caixa de lenços dela, foi até o interruptor perto da porta e desligou a luz, deitou-se na cama ao lado dela, bem na beira da cama, tomando o cuidado para não tocá-la. Olhou para o teto e fechou os olhos. De repente sentiu uma mão em seu braço, puxando-o para mais perto.

_Você vai cair. – Hermione disse, fungando.


Ela puxou-o um pouco mais, mas ele não se movia. Então ela se aproximou mais. Ele olhou para o teto novamente. Ele não estava tão cansado. Sentia-se apenas desconfortável. Malfoy não estava acostumado a estar na cama com as meninas de uma maneira tão serena como esta. Sempre havia algo a mais para se fazer. Então podia-se dizer realmente que ele estava dormindo com Hermione. Ele olhou para o teto novamente e piscou.

Hermione se encolheu mais e avançou lentamente na direção dele. Até que finalmente, antes que ele tivesse inteiramente relaxado, ela estava aconchegada ao seu lado com o braço envolto em torno dele, e sua cabeça descansando em seu peito nu.

Ele olhou para baixo, se perguntando como tinha deixado isso acontecer enquanto ele olhava para o teto. Ele colocou um braço em torno dela, e olhou novamente para baixo. Sua respiração havia se ritmado e ela agora dormia serenamente. Ele se sentiu um bichinho de pelúcia, no qual as crianças que tem dificuldade para dormir se agarram tentando buscar de alguma forma um pouco de paz. (N/Jôsy: Ah eu quero um bichinho desses, aposto que tem muitas que quererm...)

_Hermione? - Ele sussurrou.


Ela não respondeu. De repente, ele sentiu-se muito quente, e cansado.

Acabou adormecendo naquela posição mesmo.

A chuva caía em cima de Hogsmeade, e relâmpagos e trovões seguiam seu percurso na tempestade. Mas o sono embalava os sonhos de dois seres que dormiam abraçadinhos no quarto alugado do Cabeça de Javali.


            **************************************** N/A 2.: A josy fez dois comentários em duas partes que eu mudei na fic. rsrsrsrsrsrsrs...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Lutando contra o plágio:

Licença Creative Commons
A obra Romances Josy Chocolate de Jôse Luciana Ferreira foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported.
Com base na obra disponível em romancesjosychocolate.blogspot.