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sábado, 10 de setembro de 2011

Miedo - cap 20 - Surpresa Inesperada



Surpresa Inesperada

Draco levantou a cabeça de suas mãos, tomou um gole de seu café frio, e deixou cair a cabeça na posição abandonada mais uma vez. Eram 8 horas da manhã, e ele não tinha dormido ainda. O que aconteceu com Hermione na noite anterior, continuou a atormentar seus pensamentos. A luz cinzenta, entrando pelas persianas semi-fechadas, não fez a promessa de um dia brilhante. Os poucos respingos de chuva começaram a cair e Draco gemeu. Nenhum Quadribol hoje. Nenhuma escapada da presença de Hermione hoje. Após a sua saída sem cerimônia de seu quarto na madrugada passada, ela certamente teria muitas perguntas... Ele não estava preparado para responder nenhuma, até para si mesmo. 

Hermione virou para seu lado direito e olhou para o pedaço de luz brilhante na extremidade das cortinas. Ela puxou os cobertores até o pescoço e fechou os olhos, ouvindo o som da chuva. Ela pensou sobre a noite que tinha sentado na janela da torre de astronomia para ver a chuva cair, a noite após suas lágrimas terem salvado a vida de Draco após o jogo de Quadribol. Draco... Ela ainda não tinha pensado sobre o que tinha acontecido na noite passada. O que ela tinha experimentado. Foi a única coisa real, palpável que ela já sentiu depois do amor incondicional que sentia pelos pais e pelos dois amigos mais incríveis que ela já conheceu, Harry e Rony... Bem, por um longo tempo nunca havia se sentido tão bem em toda a sua vida. O fato de que ela esteve com Draco daquela maneira foi um pouco surpreendente.

Seu ventre formigou ao se lembrar dos momentos intensos da experiência.

Durante anos ela havia conhecido apenas o sonserino malvado, cruel, insensível e arrogante, que não media esforços para feri-la com palavras ferinas. Mas bem no fundo do seu coração, Draco era uma boa pessoa, e ela sabia disso. Ainda mais agora que havia mostrado a ela que ele era uma pessoa de confiança. Em cada assunto importante, ele provou que tinha a decência suficiente para ser considerado bastante humano. Ele ainda foi além do que Hermione esperava. Ela suspeitava que ele mantivesse muito bem escondido esse lado bom de seu coração, completamente diferente do que todo mundo viu e ainda vê. Era mesmo uma sortuda por ser a primeira a presenciar em primeira mão o que ela tinha de melhor dentro de si.

Mas o que exatamente ela vê nele? O que ela sente em relação à Draco? Há quatro partes de tudo, ela racionalizou: intelectual, espiritual, físico, emocional. Intelectualmente? Ela pensou em Draco como a um igual: ele era inteligente, independente. E ela gostava de pessoas com esse lado característico ao dela. Espiritualmente? Bem, o espírito é de difícil análise, especialmente em relação às outras pessoas.

Fisicamente? Ela teve que admitir para si mesma que ela era atraída por ele, e isso era uma coisa nova para ela.

Emocionalmente? Bom... Emocionalmente, ela foi atraída para ele também. Ela se sentia bem quando estava com ele. Sentia-se segura. Parecia uma espécie de síndrome de donzela em perigo.

Ela sorriu com esse ultimo pensamento.



Será que ela realmente gostava dele ou não? Ela gostava do que ele representou em sua vida?  Uma espécie de herói?

Draco tinha entrado em sua vida em um ponto tão dramático, era difícil dizer. Ela não conseguia separar as emoções entrelaçadas que ela sentia por ele e as que sentiu quando foi salvo da apreensão de Don.

Hermione fechou os olhos. Estava confusa e parecia não haver solução. Ela não estava chegando a lugar nenhum.



***


Don estava sentado no degrau da frente da casa dos Granger, com o rosto enterrado nas mãos, para evitar a luz que era uma tortura para sua dor de cabeça. Que Natal terrível que ele estava tendo!

Olhando para trás, e vendo a bagunça que estava à sala, ele suspirou cansado.

_Oh, Hermione! Onde esta menina?

Suspirou de novo. A cabeça voltando a doer.

A trancou no porão para que ela soubesse que não poderia desafiá-lo mais. Que não provocasse mais aquele tipo de atrito entre eles.

Outro cara faria à mesma coisa se estivesse na mesma situação?

Ele esperava que ela estivesse bem, onde quer que estivesse. Se ele apresentasse um relatório de pessoas desaparecidas, os Granger viriam para casa mais cedo e ele teria de explicar-lhes sobre tudo, e bem... Ele não queria isso. Como explicaria a sua irmã que espancou sua sobrinha até não querer mais e depois a fez se deitar com ele quase todas as noites contra a vontade dela? Não. Jane jamais o perdoaria se descobrisse.

Apenas fez pensamento positivo para que ela estivesse viva e bem em algum lugar, e não no fundo de um lago.

Seria uma pena se alguém a tivesse encontrado e depois dado cabo da vida dela, ela era uma menina linda, e tão obediente, apesar de tudo. Don tomou mais um gole de cerveja, tornou a olhar para o sol poente, sorriu amarelo para o vizinho do outro lado da rua que lavava carro e entrou na casa.



***



A rápida batida à sua porta assustou Hermione do livro que estava lendo. Hogwarts: Uma história. Ela saíra escondido do quarto até a biblioteca para pegar o livro.

_Sim?

_Posso entrar? – Draco falou do outro lado da porta. Hermione estava esperando um dos elfos domésticos ou Dra. Wink. Ela se sentou na cama rapidamente, alisando os cabelos e as roupas quando reconheceu a voz.

_Sim. – Draco empurrou a porta, para revelar-se de pé atrás dela. Com as duas mãos para trás e olhando incisivamente para seus sapatos ele deu apenas dois passos para dentro do quarto.. Hermione olhou para ele antes de olhar para suas mãos, corando um pouco quando se lembrou da noite anterior. Ela havia sido tão intensa que sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha.

_Boa noite. Eu só vim aqui para saber se você já quer descer para jantar... E se depois... – ele gaguejou um pouco. – E se depois você gostaria de andar de trenó comigo? Acho aquele objeto fascinante. Não sei como os trouxas inventaram algo que se possa andar na neve sem tocar nela... Acho que você vai gostar muito...

_Draco, eu sei o que é andar de trenó. Sou uma trouxa, lembra? – Hermione disse apontando para si mesma.


_Oh, claro. Desculpe. – É muito louco, sabe? Eu nunca vou entendê-los. – Hermione sorriu e Draco se calou. Um silêncio tomou conta deles até Draco quebra-lo. – Bom, vou deixar você se arrumar. Chame se precisar de alguma coisa. – Draco girou sobre os calcanhares, prestes a ir embora quando ouviu Hermione.

_Eu adoraria andar de trenó com você Draco. – Hermione ficou de pé, sorrindo para ele.

_Vou estar lá embaixo. Pegue um casaco. Está bem frio lá fora. – Falou. E então ele saiu, presumivelmente para obter um casaco mais quente.



Hermione sorriu. Apesar do que aconteceu ontem à noite, ela sabia que seus sentimentos por Draco eram autênticos, mesmo ela não sabendo exatamente quais eram os dele.



***

"Sinos anel. Você está ouvindo na pista, a neve é brilhante
A bela vista estamos felizes hoje andando em um paraíso de inverno... "


Draco cantarolava o resto da canção enquanto alegremente colocava um par de botas de inverno. Ele tinha se vestido como um trouxa. Colocou um suéter verde e uma jaqueta preta, o cachecol verde e prata e luvas deram o toque final. Ele estava começando a achar que o Natal desse ano seria muito mais feliz.                                                                                                                                                    Presentes, alegria, canções, grandes árvores enfeitadas, união e muita festa... O que mais poderia pedir um sonserino?

Ele se virou em direção à escada e gritou:



_Hermione, vamos!



Ele estava animado.

Draco ouviu passos na escada e se virou, sorrindo, só para olhar o rosto calmo de sua mãe. Seu sorriso se desfez dando lugar ao um ar preocupado.

_Olá filho. Não me diga que você tem um visitante do sexo feminino, enquanto nós estamos longe? – Ela disse, sua voz como a água fria da fonte congelada no jardim da mansão.

_Mãe! – Ele exclamou surpreso. – O que senhora está fazendo em casa? Eu não esperava vê-la tão cedo. O pai não está com você aqui, está? – Draco se esforçou para manter a sua voz tranqüila.

_Não. É claro que não querido, ele ainda está na casa de campo. Eu só queria dar uma checada em você. Você está de férias e não deu tempo de recebermos você no dia que voltou. Vim saber se você não quer se juntar a nós? Você poderia até mesmo trazer sua amiga, desde que ela não seja de mau gosto. Hermione?... É esse o nome dela? – Narcisa falou enquanto subia as escadas até onde Draco estava parado.

Draco olhou para o final do corredor, direto para a porta onde Hermione ainda estava e agradesceu por ela não ter escutado ele chama-la.



_Hermione?! Hermione?! Acho que já ouvi esse nome em algum lugar...

Narcisa conhecia esse nome, mas não estava conseguindo associar o nome ao rosto da pessoa.

Draco percebendo que a qualquer momento a mãe lembraria dela, usou de sua sagacidade na esperança de distraí-la.

_Oh não, a senhora não conhece! Ela é uma amiga que está passando por um momento difícil, e eu não quero deixá-la sozinha, ou sujeitá-la à apreciação do pai também. Ela precisa relaxar agora. – Ele sorriu alegremente, desejando que ela fosse seguir em frente. Ela olhou para ele com desconfiança por um momento. Tenso e apreensivo, Draco pediu a Mérlin que sua mãe deixasse esse assunto de lado. E parece que Mérlin decidiu ouvir suas preces. Narcisa deu de ombros e saiu para seu quarto. Minutos depois ela voltava com uma bolsa de mão e descia as escadas.



_Sabe onde estamos. Se mudar de idéia venha nos visitar.



_Claro mãe. Pode deixar, se eu mudar de idéia apareço por lá, sim.



_Certo. Então até mais querido. – Draco fechou os olhos quando ela se inclinou e beijou-lhe o topo da cabeça.



Seu filho era velho o suficiente para se envolver com quem ele quisesse. .

_Bem, acho que não há muita razão para eu estar aqui, então, não é? Eu deixei todos os presentes sob a árvore, e surpreendentemente tive a precaução de comprar algo para um companheiro do sexo feminino. Mas ainda acho que vocês dois deveriam ir para casa de campo cear conosco hoje à noite. Adoraria conhecer sua amiga filho.



_Vou perguntar a ela mãe. Se ela estiver disposta aparecemos por lá.



Sua mãe sorriu para ele antes de estender os braços para envolvê-lo num abraço. Draco realizou o gesto nervosamente. O comportamento carinhoso de sua mãe o deixava tenso às vezes. Isso o deixava desconfiado. Sua tendência era geralmente perigosa quando se comportava assim.

Ele não tinha a idéia real do que ela pensava a respeito de ele ter uma convidada em casa, ou mesmo se ela realmente não lembrava quem Hermione era. Afinal ele já falara tantas vezes nela nas férias. Narcisa era fumaça e espelhos, e a única pessoa que poderia descobrir com facilidade seria Lucius. Sua mãe lhe deu outro abraço apertado antes de se virar para ir embora.



_Feliz Natal, Draco. – Ela disse sem constrangimento.



Draco balançou a cabeça aliviado.  Hermione apareceu no topo da escada, sorrindo.

_O que você ouviu? – Draco perguntou olhando para ela. Ela parecia bastante saudável Suas bochechas estavam coradas de calor, um efeito encantador, pensou ele.

_Todos os segredos obscuros de sua família. – Ela disse sorrindo. – Na verdade, apenas: Felix Natal, Draco. Sua mãe é bastante imponente, não é?

 Ela desceu as escadas, ainda sorrindo para ele. A onda de emoções que sentiu quando ela se aproximou o surpreendeu.

_Sim. Ela é definitivamente a autoridade em pessoa. Só perde para meu pai. Você não viu nada, e espero que nunca veja. Seria perigoso demais despertamos sua ira.

Ele sorriu, prendendo sua atenção nela enquanto se aproximava.

_Bem, quase despertamos. E acredito que não vai ser fácil quando ela descobrir sobre nós. E o fato de que eu sou uma nascida trouxa vai pesar muito.



 Hermione virou sentado à beira de uma cadeira para ajeitar as botas vermelhas que calçara no quarto.

 A mente de Draco trabalhava a mil. Houve um "nós"? Ele era um 'nós' com Hermione? Ele sentia-se numa confusão imensa, mas observando Hermione, ele se acalmou. Sua casualidade disse-lhe que não havia nada planejado ou implícita em sua sedução. Ela talvez não soubesse o que estava fazendo. Ela era diferente das outras garotas com quem ficara. Talvez por isso ele foi perdendo seu autocontrole lentamente, centímetro por centímetro. Porque o que estava crescendo entre eles era completamente, sem dúvida, totalmente natural. Ele voou para fora de seu devaneio quando Hermione pigarreou limpando a garganta, e ele percebeu que ela estava olhando para ele por alguns instantes.

_Tudo bem? – Ela perguntou.



_Sim. – Malfoy respondeu tentando não ficar muito constrangido por causa da distração. – Podemos jantar agora?

_Claro. Estou morrendo de fome.

_Hum. Então vamos matar sua fome antes que ela mate você. – Ele brincou divertido.



Hermione riu. Draco segurou sua mão enluvada e a conduziu até a sala de jantar onde a mesa já estava toda preparada esperando por eles.



Uma hora depois, Draco a conduziu para o jardim coberto de neve. A noite estava fria como ele havia dito.

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N/A: Espero que gostem. 

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