Textos que podem conter conotação sexual, palavras, atos e cenas descritivas de violência e sexo. Só leia se for maior de idade.

domingo, 19 de junho de 2011

O veneno da Alma - Amor, Ciúmes e Loucura.

 O Veneno da Alma

Ainda sentiu seu corpo tremer violentamente. Já estava ali há uma semana e ainda tremia, podia sentir o cheiro de sangue. Deitou-se na cama baixa, feita de trapos, e olhou para o teto. Uma foto dela imensa, 800x600, estava colada nele, o sorriso doce estampado no rosto. Aquela era a foto dela que ele mais gostava. Lembrava um dos primeiros sorrisos que ela dispensou a ele, quando começaram a conversar...

***


Num segundo, a odiava. No outro, me prendi em seu sorriso...
- Por que me olha assim, Malfoy? Como se não me conhecesse. – ela perguntou calma, apesar da seriedade.
- Porque eu não a conhecia, Granger. Só agora vi a cor de seus olhos e de seus lábios. – disse sem pensar, tentando não soar fraco.
- É cruel, Draco, usar uma cantada dessas para se vingar de mim ou apenas para brincar com o fato de eu ser sangue-ruim. – ela disse e se levantou.
- Espera. - quase gritei, era preciso ganhar tempo, não podia permitir que ela se afastasse. – É sério. Nenhum Malfoy brincaria com isso. – disse ofegante.
- Sim, brincaria, e não estou disposta a correr o risco. – ela tentou se afastar mais uma vez.
Mas eu a impedi e, sem que ela pudesse reagir, colei meus lábios aos dela. No príncipio ela resistiu, porém a obriguei abrir a boca e acariciei a língua dela com a minha. Pude senti-la cedendo em meus braços. Quando a soltei, ela parecia tão aérea quanto eu.
- Só não conte para ninguém. – ela disse e saiu sorrindo.
Desse dia em diante, começamos a nos encontrar...

***

Ainda éramos muito novos para um relacionamento, mas ela era a Sabe-Tudo, a menina mais esperta de toda Hogwarts. Na torre de astronomia, nos deitamos para ver as estrelas. Seu corpo de menina-mulher me enlouquecia. Eu estava descontrolado, tinha pouco corpo para muitos hormônios.  Apesar de combinarmos que não era a hora, naquela noite, não houve outro jeito. Tornamo-nos adultos. Num sexo desajeitado e apressado de adolescentes. Porém me sentia vitorioso, ela era minha. Foi uma maneira de marcá-la como minha. Era seu primeiro e seria seu único homem. Prometi isso a ela enquanto ela chorava por sentir seu hímen rompido.

***

Enfrentar a sociedade não foi fácil. Mas fizemos. O dia em que conheci os pais dela ainda está vívido em minas lembranças...
- Papai, mamãe, esse é o Draco. Nós dois estamos juntos. - ela disse séria, como se explicasse uma matéria.
- Juntos? – o velho me olhou com uma carranca.
- Querida, conversamos com os Weasleys e com alguns bruxos, e... - ela fez uma pausa, me olhando – Sinto muito, a família desse rapaz não é confiável.
Senti o corpo dela enrijecer ao meu lado, eu também estava tenso. Mas respondi.
- A opinião de vocês não me importa, nós vamos continuar juntos. Eu só vim porque achei que seria o certo a fazer, mas me enganei. – disse ríspido.
- Olha só como fala comigo, seu pirralho.
- Sim, um pirralho que transa com sua filha todas as noites! - disse num rompante de ódio, vi Hermione pálida e os pais dela quase desmaiando.
- Fora da minha casa.
- Papai, ele é meu marido. – ela choramingou.
- Marido? Não seja ridícula, minha filha!
- Mamãe, não é isso que os homens são quando nos entregamos a eles? Eu sou do Draco desde que tínhamos quinze anos...
- Oh Meu Deus! – a mãe dela sussurrou.
- Não me faça escolher. - ela disse segurando a minha mão.
- Vá atrás dele, então, não vou aceitar minha filha casada com um comensal de meia tigela. - o pai dela soltou violento.
Queria meter-lhe uma azaração no meio das fuças, mas ela me abraçou chorando. Tirei-a de lá em silêncio.
Como todo casal, encontramos empecilhos no início da nossa vida juntos. Ela queria trabalhar, não permiti. Minha herança ainda nos sustentaria. Mas a mente dela era brilhante demais para ficar confinada. Brigamos muito. Na nossa primeira briga “feia”, quebrei toda a louça da casa. Toda! Ela azarou meu traseiro e fiquei uma semana sem poder sentar. Mas depois transamos por horas... O quesito sexo estava melhorando a cada dia.

***
Cheguei em casa tarde naquela noite, sabia que haveria briga, ela estava na varanda fumando. Embora achasse o máximo quando ela fumava, sabia que podia fazer mal a ela. E a simples idéia de vê-la doente me fez tremer.
- Boa noite. – disse ainda de longe, não sabia o humor dela, era perigoso me aproximar.
- Boa, principalmente para as putas com quem trepou essa noite, não é mesmo? – ela respondeu ríspida.
- Para meu azar, a única puta com quem quero trepar essa noite é você! – respondi num impulso e, no outro instante, ela já estava sobre mim, me socando e me batendo.
Arrastei-a para dentro. Ela estava descontrolada. Joguei-a sobre o sofá, porém ela se desequilibrou e bateu na mesinha de centro. Levei alguns segundos para entender a queda dela. Aproximei-me o mais rápido possível, ajudando-a a se levantar. Logo que ela se livrou da vertigem causada pela queda, desferiu uma tapa no meu rosto com tanta força que senti os dedos delas estalando e minha face ardendo.
Senti meu peito arder. Eu não estava com puta nenhuma, havia trabalhado até mais tarde. Aquilo era apenas reflexo do meu próprio ciúme. Maldito ciúme. Eu não merecia aquela tapa. Por essa razão, devolvi, com força, atingindo-a a face esquerda. Ela gritou com o impacto e levou a mão a face que estava, com certeza, dolorida.
- Desgraçado. - ela berrou aos prantos enquanto tentava me atingir de novo.
Lutei contra o ímpeto de bater nela novamente e a segurei, tentando beija-la. Pedi perdão muitas vezes até que ela se acalmasse em meus braços. Soluçando, a ouvi dizer que me amava.
- Também te amo!
Respondi sincero.
- Então, me mostre que você não estava com outra. - ela pediu tirando a minha roupa.
Fiquei excitado, talvez ela quisesse apenas transar, mas eu sabia que ela queria ver se havia algum indício de outra mulher. Não havia! Eu não estive com mulher nenhuma.
Senti a boca dela gulosa pelo meu corpo, me atiçando. Adorava vê-la sugar meus mamilos e mordiscá-los com força, enquanto as mãos dela iam e vinham sobre meu membro teso. A boca gulosa tomou o lugar de suas mãos, e ela sugou forte e com maestria. Maestria e prática que adquirimos juntos. Gemi roucamente, não agüentaria muito. Afaguei os cabelos dela gentilmente. Ela se dedicava e eu adorava aquela dedicação. Avisei antes de começar a gozar, mas ela fingiu não ouvir e preferiu se entregar ao prazer de me sentir explodindo em seus lábios. Respirei exausto e fiquei ali, sentindo-a me limpar e me livrar de qualquer vestígio de esperma.
Descansei por breves minutos. Minha vez de retribuir. Fiz ela se sentar em cima da mesa de centro e abrir as pernas. Porém, ataquei primeiro seus seios. Ah, como eu adorava chupá-los com força. Ela gemia descontrolada, enquanto meus dedos friccionavam seu clitóris com força.
Ela gozou duas vezes sem que eu sequer a penetrasse. Fiz questão de lamber toda a sua femilinidade latente e escorregadia. Depois, bastaria beijar-lhe a boca, fazendo-a sentir aquele gosto, e ela estaria pronta de novo. Virei-a de costas. Era assim que ela mais gostava. Joguei meu coro contra o dela com força. Podia sentir meu pênis batendo fundo dentro dela. E ela gritava a cada estocada, e como eu adorava ouvir seus gritos. Esse era um dos poucos momentos que ela deixava de ser contida. Gozamos suados e entrelaçados... Eu a amava com toda a minha alma. Amava o cheiro, o gosto, os gritos, nossas brigas, nossos risos. Só em imaginar outro homem olhando para ela sentia meu corpo arrepiar, meu coração acelerar. Ela era minha. E nenhum outro homem tinha direito de olhar para a minha mulher. Saber que outro homem a olhava me enlouquecia, imaginá-la ser tocada me ensandecia...

 ***

Mais um dia... Um dia de vida inútil e sem razão. Olhava para as fotos delas espalhadas pelo quarto, podia jurar que ela ria de mim, da minha desgraça. Desgraça que eu mesmo causei. Porém as lembranças vêem a minha mente como um filme, como se assistisse a minha vida, ali, diante de meus olhos, como se eu não estivesse mais em mim. E, de certa forma, não estava mesmo. Pois no momento que a perdi, deixei de viver. E meu castigo seria relembrar de tudo insanamente...

Flashback

 Olhava a sua imagem no grande espelho do quarto. Arrumara-se com esmero para a festa das nomeações do Ministério. Ele era bonito demais para ter uma mulher simples ao seu lado, por isso tanta vaidade naquela noite em especial. Com um sorriso, admirou a sua imagem no espelho.
 Seu vestido era longo. Tinha um tom de vermelho intenso, que combinava perfeitamente com sua pele clara. Era de um tecido suave que moldava-se com perfeição ao seu copo, dando luxuriosa atenção a cada curva. Era no modelo tomara-que-caia, que deixava
à mostra o seu busto claro, somente o suficiente para aguçar a imaginação, fazendo-a formar as mais pecaminosas cenas.
 Trazia no braço uma pulseira de prata que, embora discreta, chamava atenção para a quantidade de brilhantes ali presente. Brincos caríssimos estavam pendurados em suas orelhas, ajudando a compor o visual. Maquiara-se com cuidado, temendo exagerar. O destaque estava por conta dos olhos. O restante da maquiagem serviu apenas para aperfeiçoar sua beleza natural.
 A porta abriu-se e ela não pôde conter um suspiro. Gemeu. Ele estava magnífico. Só percebeu que estava sem respirar quando a ardência em seus pulmões foi insuportável. Ele tinha esse efeito devastador sobre ela. Bastava a sua presença para que sentisse a pele queimar, a luxúria domina-la e a excitação se converter em umidade entre suas pernas.
 - Que vestido é esse? – perguntou seco. Ela pareceu murchar.
 - Fui a Paris ontem a fim de comprá-lo. Gostou? – encarava a imagem dele através do espelho. Não teria controle sobre as próprias ações se girasse em seu eixo, encarando-o de frente.
 - Foi a Paris sem me avisar? Sozinha? – a voz dele mudou de tom. Estava mais fria, irracional.
 - Não me demorei mais que algumas horas e...
 - Horas? Você passou horas em Paris? O que fez por lá que demorasse tanto tempo?
 Ela suspirou, derrotada. Ele não se importava que estivesse bonita. Não lhe interessava que se arrumara para ele. Ele só se importava com as poucas horas que levara para encontrar o vestido sem sua presença.
 - Já disse que não é de meu agrado que saia de casa sem mim, Hermione. Acaso não me ouviu?
 Uma mão forte marcava a pele do braço, machucando-a. Era sempre assim. Ele sempre tinha um acesso de ciúmes quando ela saía sem avisá-lo. Mas eram saídas tão banais que ela não achava que merecessem tanta importância. Lembrava-se que ele ficara possesso com um bom rapaz que a ajudou no supermercado quando ela escorregara no piso molhado.
 - Draco, eu apenas comprei o vestido e voltei pra casa.  Ao contrario de você, que passa horas fora todos os dias. - ela disse magoada.
 - Trabalhando, Hermione, passo horas no trabalho. – ele disse ríspido.
 - Ótimo, não seja ridículo, Draco, sabe muito bem que me esforço para conter o ciúmes que sinto quando sai de manhã e volta somente a tarde. Por que não pode se esforçar para entender que fui comprar um vestido? Um vestido! – ela gritou, demonstrando também sua possessão.
 - O que me lembra que não vai sair com esse vestido daqui.
 - Como é? – agora chega. Soltou-se do braço dele com brusquidão, esfregando com uma das mãos a marca que ele fizera.
 - Você não vai sair daqui com esse vestido indecente! – gritou ele.
 - Indecente? Indecente? – explodiu. – Ele não é curto, não é decotado, não tem as costas nuas! – enumerou as características de todos os vestidos que ele chegara a destruir.
 - Praticamente mostra os seus seios! Basta alguém esbarrar em você que ele cai! E esse tom de vermelho? Vermelho de prostituta!um vestido tão indecente que chega a ser imoral!
 PLAFT!
 O som da mão de Hermione no rosto de Draco ecoou pelo grande aposento. Ele passara dos limites! Deixara de escolher um vestido que gostasse apenas para não aborrecê-lo, mas ele não se importava com isso! Se fosse por ele, sairia de casa com uma burqa¹ cobrindo-a da cabeça aos pés!
 - Você. Me. Bateu. – disse, a voz ainda mais fria, mais aguda, mais ameaçadora. Falou pausadamente, sublinhando cada palavra.
 - Bati. – disse com firmeza. – Você passou dos limites, Draco. Você me chamou de prostituta! Você mais que ninguém sabe que não sou assim, sabe que sou direita... Quer saber? Vamos sair logo!
 - Você não pode sair com esse vestido!
 - Posso e vou! – disse ela saindo do quarto com passos apressados.
 - Mas não vai mesmo! – suas passadas longas logo o fizeram chegar até ela, que foi arrastada pelo braço de volta ao quarto.
 - O que vai fazer? Prender-me aqui, Draco? Outra vez? – disse com desdém.
 - Não. – o brilho perverso em seus olhos a fez encolher-se. Ele elevava-se sobre ela como um gigante, fazendo-a sentir-se pequena e excitada.
 As mãos dele foram direto às costuras do vestido. A força aplicada foi o suficiente para fazer o tecido ceder sob seus dedos. Arrancou-o do corpo dela com brutalidade, amontoando-o no chão.
 Um monte de pano vermelho pegava fogo no chão do quarto principal da Mansão Malfoy. Uma mulher ardia de raiva observando a cena. Um homem loiro ria. Não, gargalhava.
 - Pronto, problema resolvido! – disse ele com satisfação. – Vá se vestir. Estamos encima da hora.
 Apenas com a parte de baixo do lingerie, ela cruzou o quarto em tempo recorde. Seus seios nus e rígidos balançando levemente com seu andar. Tomada pela raiva, abriu o armário e tirou todas as roupas de Draco lá de dentro. Camisas, calças, ternos... Tudo! Ela ia pilhar tudo, assim como ele fizera com seu vestido! Se ele tinha o direito de destruir suas vestes, ela também tinha! Das outras vezes, ela relevara, mas era a hora de tomar uma atitude. Ele tinha de aprender a lidar com as conseqüências.
 - Incendium! – proferiu com raiva apontando para a pilha de tecido que eram as roupas dele. – Estamos quites.
 Ele estava estupefato, pois estava distraído e não viu quando ela levara suas roupas ate a sala com magia.
 - Como você pôde fazer isso, Hermione? – gritou ele.
 - Do mesmo jeito que você! – respondeu orgulhosa.
 - Você me paga, mulher! – ele disse e mirou onde ela estava ao perceber que ele correria até ela.
Ela correu em disparada. Mas não teve tempo de entrar no quarto e fechar a porta. Logo as mãos dele cingiam a cintura dela com força. Com brutalidade, jogou-a na cama, subindo logo em seguida.
 - Eu não vou transar com você hoje, Draco, não vou! Não me force a isso! – gritou ela. Raiva transbordava em cada sílaba.
 - Ah, você vai... – seu tom era ameaçador.
 Com agilidade, ela saiu de baixo dele e pulou fora da cama. Dirigiu-se ao armário, abrindo as gavetas com brusquidão. Vestiu com pressa um jeans velho e uma camiseta.
 - Quer saber? Eu cansei, Draco, cansei! Eu não posso ir ao supermercado sem avisar que você tem um acesso. Não posso ir comprar um vestido que você grita comigo e o queima. Você nem ao menos notou o quão bonita eu estava esta noite. Já chegou me acusando! Eu vou embora daqui. Cansei de você, Draco, CANSEI!
 A porta foi aberta com brutalidade e uma Hermione possessa passou por ela. Ainda pasmo, o homem a seguiu.
 - Você não pode me deixar, Hermione... Nós nos amamos. – disse com desespero. O ciúme dando lugar ao medo de perdê-la.
 - Não posso? – disse ela com um riso irônico. – Nós vivemos de brigas e sexo, Draco, isso não é amor! Você grita, eu grito! Você me acusa, eu te acuso! Sempre estamos brigando pelos motivos mais bestas! Você explode, eu explodo! E as vinganças? Nós vamos acabar nos matando com elas!
 Desabafou a morena com lágrimas nos olhos. Ele estava tonto. Nunca vira o seu relacionamento por esse ângulo pessimista. E não queria ver. Aproximou-se enquanto ela continuava proferindo impropérios e calou-a com um beijo.
 - Não vá, por favor. Eu preciso de você aqui, Hermione. Eu te amo. – seguiu dando beijos por seu rosto, seu pescoço... A cada vez que seus lábios encostavam-se a pele dela, ele dizia o quanto a precisava.
 - Draco, não faz isso... – o beijo dele tinha poderes indizíveis sobre ela. Ela ficava quente e perdia a capacidade de raciocinar... Ele era tão persuasivo, tão bom, tão gostoso...
 - Fica comigo, Hermione... Fica comigo.
 Pediu enquanto a encostava na parede do corredor, prensando seu corpo contra o dela. O beijo que se seguiu foi intenso, forte, poderoso.
 - Que esta seja a última vez, Draco, que você tente me prender.
 Ela disse antes de tomá-lo para si com a boca, braços e pernas. O beijo evoluiu e logo estavam se amando com luxúria. Ali mesmo, no corredor. O desejo era forte demais para que conseguissem conte-lo. A festa não importava, só importava os dois. Amando-se com desejo e paixão.

Fim do Flashback

 É impossível relembrar de cenas assim e não sorrir. Eram sempre assim as nossas brigas... Sempre... Mas nem sempre eu era o culpado, minha castanha era tão possessiva quanto eu. Posso sentir claramente o ódio dela ao me ver dançando com a Parkinson no natal n’A Toca. Depois que nós dois quebramos as barreiras do preconceito e da rivalidade, pessoas de sangue-puro e mestiços viviam em harmonia. Geralmente não gostávamos de sair, pois sempre havia briga. Eu tentei evitar dançar com a Parkinson, mas, afinal, eu imaginei que não haveria tanto mal assim... Acabamos com a festa dos Weasleys...

Flash Back

 Draco e Pansy rodopiavam pela sala, alegres, conversando trivialmente. Ela se tornara ma mulher de negócios e a elegância era seu maior trunfo. Hermione havia subido para retocar a maquiagem. Embora hesitasse em deixar Draco sozinho, ponderou não deveria haver mal algum, apesar da casa estar cheia de mulheres. Ela já o havia avisado. Aviso que foi negligenciado. Hermione desceu as escadas depressa, apenas para ver Draco e Pansy alegres nos braços um do outro. Ela não pensou, não disse nada, não gritou. Apenas conteve a sua fúria, e caminhou perigosamente até eles, segurou Pansy pelo cabelo e a arremessou no chão, antes que ela pudesse reagir.
 - Ai! – a mulher gritou inocente e assustada, não esperava o ataque. –  Você ficou louca, mulher?
 - Sim, e vou matá-la, depois mato você. – disse apontando para Draco. – Inferno, Draco, eu não posso dar as costas um segundo e você já se esfrega com uma vagabunda qualquer! - ela gritou completamente fora de si.
 - Ei, eu não sou uma vagabunda e não estava me esfregando em ninguém. - Pansy se defendeu, tendo a ajuda de Harry para se levantar.
 - Cala a boca, vadia! – ela gritou a plenos pulmões. Todos no recinto pareciam ter parado de respirar e prestavam atenção a cena.
 - Hermione. - o loiro tentou tocar o braço dela.
 - Não toque em mim. Se a prefere, fique com ela. Se gosta de vadias, fique com ela. - respondeu andando de costas em direção a porta.
 - Você está maluca, Hermione! Eu não estava fazendo nada. – o loiro tentou se defender.
 - Fique longe de mim, Draco Malfoy, longe! - ela gritou mais uma vez e saiu correndo da sala.
 - Desculpem-nos. - ele murmurou olhando para todos e saiu atrás dela.
 Logo que chegou a grama, a alcançou antes que ela aparatasse.
 - Oh, sua maluca de plantão! Viu o que você fez? Acabamos com a festa. – ele acusou.
 - Acabamos nada, é só você voltar e se esfregar com ela. Mas não pense que quando voltar estarei te esperando...
 Draco empalideceu, sabia que ela era capaz de muitas coisas... E pensar em perdê-la o matava.
 - Já chega! - ele gritou – Vamos pra casa e eu vou te mostrar uma coisa. – ele segurou firmes os braços dela.
 - Não quero ver nada, Draco! Nada! - ela gritou tentando se libertar.
 - Você não vai aparatar sozinha. – ele rosnou a segurando pela cintura. Ela se debateu, mas ele conseguiu aparatar junto a ela.
 Chegaram juntos ao quarto deles, e ele a levou para o banheiro, enquanto ela gritava e esperneava descontrolada. Não pensou duas vezes antes de jogá-la sob a água fria do chuveiro recém aberto.
 - É disso que você está precisando para esfriar sua cabeça oca e ciumenta. – ele disse divertido.
 - Cabeça oca é a da sua avó, desgraçado. – ela riu.
 Sabia onde, quando e como isso ia parar. Na cama. Não demorou muito para que estivessem rolando um sobre o outro entre gemidos e apertões, se entregando ao êxtase sem darem importância a festa arruinada.

Fim do Flashback

Assim era a nossa vida, até que chegou ao limite. Era doentio, possessivo, insano, mas era amor. Um já não era capaz de viver sem o outro. Em algum momento de nossas vidas, pensamos em ter um filho, para assim talvez tentar diminuir nossa obsessão um com o outro, mas fui egoísta demais para querer dividi-la com qualquer outro ser que fosse. Egoísmo irremediável. O corpo dela era meu, assim como a alma. E eu era dela da mesma maneira. Minha vida acabou naquele dia, naquele maldito dia em que ela saiu pela manhã. Pude notar que havia uma semana ela agia diferente.
 Segui-a. Neuroticamente, a segui até um bar de terceira categoria. Minhas têmporas saltavam. Que diabos ela estaria fazendo ali? Ela ia cautelosa, não queria ser vista, mas eu a via. Via-a ir em direção não sabia de que, mas ela se afastava de mim.
 Esperei nervoso do lado de fora, oculto pelas sombras, mas ela não saiu. Um minuto, dois minutos, três minutos, quatro minutos, cinco minutos... Era a eternidade. Sentia o suor em minhas têmporas, era tempo suficiente para que ele estivesse com o amante. Certamente um trouxa estúpido, porque nenhum bruxo que nos conhecesse atrever-se-ia a envolver-se com ela. Não que ela não fosse atraente, ela era! E muito. Minha Hermione se tornara numa mulher sensual, sua face transbordava inocência, inocência que era minha. Eu a havia tomado como minha desde a primeira vez. Ela era a minha mulher e eu sempre seria o seu homem, nunca permitiria que outro a tomasse. Jamais.
 Com esses pensamentos, adentrei no velho comércio.
 Avistei-a de costas, conversando com mais alguém. Muito próxima ao rosto de alguém. Meu sangue ferveu e não pensei duas vezes antes de enfiar a mão por debaixo da blusa e sacar a pequena pistola que havia levado comigo. Se ela era idiota o suficiente para me enganar com um trouxa, era como trouxa que ambos deveriam morrer.
 - Hermione! – gritei engasgado, com a arma apontada para as costas dela. Eu tremia.
 - Draco! - ela me olhou assustada. Lágrimas de raiva, nojo e decepção já brotavam em meus olhos furiosos.
 - Não fala meu nome. Você me traiu, Hermione. Traiu nosso amor. E eu vou matá-lo por ousar tocá-la. Sai! - gritei alto.
 - Não. Você não vai matar ninguém, porque não é nada do que está pensando. Nada! - ela gritou de volta, ficando de costas para o homem com quem conversava.
 Ele não era digno dela. Ninguém era além de mim. Ele era um covarde que permaneceu sentado, sendo encoberto por ela.
 - Draco, guarda essa arma, seu estúpido! Guarda isso! - ela berrou e caminhou rapidamente em minha direção.
 Ofeguei afoito. Nervoso. Meus dedos tremiam e minhas mãos suavam.
 - Afaste-se, Hermione, estou com muito ódio! Ódio, Hermione! – respondi, mas ela foi inocente o suficiente para não me ouvir e se aproximar.
 Não pude me mover à presença dela. Ela tinha esse efeito sobre mim: ou eu agia por impulso ou ficaria paralisado. Agi. Ela me abraçou, abaixando a arma da minha mão.
 - Traiu-me, Hermione, me traiu. - sussurrei baixo.
Doía. Doía imensamente. Ser traído doía. Mas havia uma dor maior do que aquela que eu sentiria em breve. Porém não sabia o quão breve seria.
 - Para, Draco! Para! - ela pediu chorando. – Eu não...
 Ela ia negar, descaradamente ia negar. Tentei levantar a mão para bater nela, queria que ela sentisse um terço da dor que eu sentia. Tudo foi muito rápido e ela segurou a minha mão.
 O disparo ecoou no ambiente. O estampido ensurdecendo, ardendo a minha alma...
 Pude ver os lábios dela se movendo em espanto, seus cabelos balançando antes de começar a tombar ao chão...
 Minhas pernas de repente não tinham mais ossos, meu cérebro latejava tentando assimilar os acontecimentos. Soltei a arma em minhas mãos. Segurei-a antes que batesse no chão.
 As duas mãos dela estavam sobre o ventre, apertadas.
 - Draco. - ela sussurrou quase inaudivelmente.
 - Mione, minha Mione. - eu disse com um bolo na garganta. Ela sorriu. Um sorriso que levarei comigo pela eternidade.
 - Eu disse - ela sorriu de novo - Que acabaríamos nos matando.
 - Eu não queria fazer isso. Eu juro, mas você veio pra cima de mim e... Desculpe-me, Hermione, me desculpe... Perdoe-me, eu nunca quis ferir você. Nunca desejei ferir você. - eu disse chorando enquanto alisava os cabelos dela, e depois tentando conter o sangue que vertia de sua ferida.
 - Eu sei. - ela disse e tocou meu rosto com as pontas dos dedos, me sujando de sangue.
 Não vi a hora que Harry chegou, mas de repente ele estava lá.
 - Draco, o que você fez? Merlin!
 - Ela precisa de um médico! Socorro, Harry, ela precisa de socorro. – disse cabisbaixo sem coragem de olhá-lo.
 - Harry. – ela chamou e Harry se abaixou, próximo a nós dois.
 - Tire-o daqui. - Hermione disse ofegante.
 - Que? – Harry perguntou sem entender, assim como eu.
 - Cuida dele, Harry, ele vai precisar. Por favor. Cuida dele. Tire-o daqui, senão eles vão prendê-lo.
 Inferno, ela ainda pensava em mim. Queria me livrar da prisão enquanto eu merecia a prisão perpétua por tentar contra a vida dela.
 Harry a olhou com mágoa. Tenho certeza de que ele ia querer me matar. E eu mereceria.
 - Por favor. – ela suplicou, e ele olhou nossas duas mãos entrelaçadas sobre o ventre dela, sobre o sangue dela.
Ele sabia que era fatal. Eu sabia. Ela sabia. Harry deu um breve sorriso com um aceno de afirmação.
- Draco. – ela se virou para mim com lágrimas nos olhos.
 - Fica quieta, eu vou te tirar daqui e te levar para o hospital, e eles vão curar você. Eles vão salvá-la. – disse perdido em meu desespero.
 - Não tenho salvação, Draco. Só quero... - ela fez uma pausa para sentir sua dor – Te dizer que eu não te traí. Nunca permitiria me entregar a outro homem, porque eu te amo. Sempre amei... - a voz dela estava sumindo. Mas ela continuou – Eu só estava tentando conseguir um feitiço para... Melhorar a nossa vida. Um que tentasse aplacar nossos ciúmes porque... - ela gemeu, pálida e gélida em meus braços – porque... Eu queria que tudo estivesse melhor quando... Quando...
 As palavras morreram em sua boca, ela não pôde falar mais, podia ver seus lábios se mexerem... Murmurando inaudivelmente a palavra filho.
 - Não... Não... Não... – Gritei inutilmente, vendo os olhos castanhos se fecharem para sempre...
 Lembro-me vagamente de sacudir o corpo sem vida e levar meus lábios aos dela. A frase eu te amo ecoava em minha mente, mas não sei se saia pelos meus lábios.
 Senti Harry me puxar pela camisa e me tirar de cima dela. Coloquei-a no chão devagar e afaguei seus cabelos pela última vez antes que Harry me afastasse em definitivo. Desse momento não lembro de muita coisa. Sei que Harry me trouxe para cá. Faz uma semana.
 Estou escondido das autoridades numa cabana no meio de uma floresta. Usei alguns feitiços para conseguir fotos dela.
 Faz sete dias... Hoje será o sepultamente da minha vida e da minha alma. Estou aqui, olhando as milhares de faces dela a minha frente. Todas em preto e branco, assim como havia se tornado a minha existência sem ela. Não havia mais cor no mundo. Mas a única que imagino é a face pálida e lívida dentro do ataúde ornamentado... Meu peito salta como um hipogrifo descontrolado.
 Vou vê-la, não me importo se for pego. O Harry tem sido um amigo fiel para ela. Pois, apesar de querer me matar, realiza a vontade dela de me manter vivo e longe das autoridades. Mas não deixarei que o amigo dela sofra com isso. Pois se o Potter for pego, pode ser acusado de cumplicidade. E o único culpado dessa situação sou eu. O único culpado de tudo sou eu. O culpado por não vê-la sorrir nunca mais. Culpado por matar a mulher que eu amo e o filho que teríamos.
 Nesses dias a bebida tem me ajudado a aguentar, prefiro beber o tempo todo, assim a minha mente se entorpece e posso suportar a hora de ir.
 Saio sem me arrumar, nada mais importa além do pequeno frasco que preparei. Beberei dele assim que chegar lá. Aparato próximo ao cemitério. Muitos e muitos carros estão nas proximidades, ela era muito querida. Claro, era difícil não ama-la com seu jeito meigo, doce, inteligente. E eu a matei. Tirei a vida dela.
 A culpa me corroeu como uma chama infinita que queima em brasa viva.
 - Te amo! - sussurrei ao virar o conteúdo incolor nos meus lábios, ele não levaria mais do que cinco minutos para fazer meus órgãos começarem a parar. Tinha que ser rápido, uma vez que eles não me deixariam aproximar-me. Sorrio debilmente, inútil. Ela já está morta. Pelas minhas mãos. Ela e meu filho. A criança inocente fruto de nosso amor que crescia em seu ventre.
 Caminhei entre os ali presentes, que me olharam assustados. Harry não conseguira conter o escândalo, todos sabiam que ela morrera pelas minhas mãos, pelo meu ciúme.
 Ronald me segurou pela gola, tentando me sufocar. Vi a ruiva segura-lo, tentando conter o ódio do irmão. Muitas mãos tentaram me deter, mas caminhei até ela. Era meu destino, precisa ver seu semblante mais uma vez. Meu corpo inteiro doía, era o veneno se espalhando por minhas veias. Não fazia diferença, minha alma já estava envenenada... Não saberia dizer o quanto estávamos envenenados, mas nos envenenamos com nosso próprio amor... E a minha alma já não estaria salva longe dela. Então, que pelo menos nossos corpos apodrecessem juntos. Desvencilhei-me de pessoas e autoridades que se quer fiz questão de identificar. Sorrio de mim mesmo. As lágrimas vertem de meus olhos incontrolavelmente. Tento limpa-las, mas é a minha visão que está turva.
 Olho-a. Ela está serena como imaginava. Descansava em paz, longe de mim. Mil imagens dela passam em minha mente como nas fotos pregadas no quarto em que vivi os últimos miseráveis sete dias.
 - Te amo. – consegui dizer sentindo minha garganta apertar – Te amo... Te amo! – gritei com toda a força de meus pulmões, queria que ela ouvisse da eternidade em que estava.
 Gritei até que não houvesse mais força, e, então, murmurei mais uma vez...
 - Te odeio. – subi encima dela, o cheiro de flores me causando náuseas, beijei a boca sem cor e enrijecida pela morte. Minhas pálpebras pesaram e eu sabia que aquele era o fim...

************************************************************

O funeral havia sido há mais de uma semana. Os familiares e amigos tomaram a decisão de atrasar um pouco o funeral dela para que o dele pudesse ocorrer junto. Eles mereciam ficar juntos no leito eterno. Harry caminhou triste ao lado de Rony, queria visitar a cabana onde Draco ficara os últimos dias. Abriram a porta e se espantaram com a quantidade de fotos dela espalhadas pelo ambiente. Era algo insano e perturbador. Caminharam devagar, encontraram o local onde ele preparara o veneno fatal, e olharam com pesar sobre uma das mesas. Havia velas mágicas acesas numa espécie de altar sobre o tampo da mesa. Ao lado, um vaso de flores murchas e a foto dela. Sorridente, divina, com um sorriso espetacular.
 - Ainda não acredito que terminou assim. - Rony disse baixo.
 - Eles se amavam, Rony.
 - Sim, um amor doentio.
 - Muito doentio. – Harry disse encontrando debaixo do travesseiro dele a única foto deles juntos, abraçados e sorridentes.
 Saíram em silêncio, se olharam e juntos atearam fogo a cabana. Afastaram-se cabisbaixos.
 Ao longe, avistaram as chamas crepitando altas e vermelhas. Como tinha sido o amor deles. Harry disse calmamente.
 - Vamos, não há mais nada a fazer, logo esse amor se tornará cinzas, como eles... Cinzas...

*****************************FIM!***************************

Um comentário:

  1. Uau! Nossa, ainda estou assimilando os acontecimentos. rsrsrsrsrs. Josy, sem comentários perfeito como sempre. Apesar de este ter sido mais sombrio, triste, e fatídico, eu adorei. Ele foi bem profundo. Parabéns!

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